Apesar da intensa investigação acerca da constituição de nosso corpo físico, persiste escapando à medicina ortodoxa mais da metade de sua constituição. Conhecido como pranamaya kosha pela literatura Vedanta hindu, o duplo etérico, como é conhecido pelo ocultismo, é composto de matéria em um estado físico mais sutil que o gasoso. Além dos três planos físicos conhecidos (sólido, líquido e gasoso), segundo o ocultismo haveriam mais quatro graus mais sutis de matéria que entrariam na composição dessa contraparte mais sutil do corpo físico, que somente agora estão sendo descritos pela ciência.
A função básica do duplo etérico é servir de veículo para a energia da vida ou vitalidade, conhecido na literatura hindu como pr??a. Alimentos seriam necessários para produzir calor, reparar tecidos, etc., mas não para suprir o corpo de vida! Essa camada energética sutil tem ainda uma outra função, que é a de servir de ligação (uma interface) entre os planos superiores da constituição humana e o próprio corpo físico, através de estruturas especializadas conhecidas na literatura hindu como chakras.
Assim, há uma correlação íntima (quase confusão) entre o corpo etérico e o pr??a. Para a filosofia hindu todas as coisas manifestada vivas, formas diferentes de apresentação da energia vital conhecida como pr??a. O nome pr??amaya kosha, atribuído ao duplo etérico, quer dizer envoltório (kosha) preenchido (maya) de vida (pr??a). Assim, duplo etérico é algo que é preenchido de pr??a, preenchido de vida. E o que é Vida? Vida é fluxo, é movimento constante de energia em transformação e, por isso mesmo, Vida é ilusão, é M?y?.
A Vida é ‘Um aparecendo como Dois’, por ser transformação perene, que nunca começou e nunca terá fim. Transformação sempre pode ser clivada em dois princípios, o substancial, ou Matéria, onde a forma se mostra; e informacional, que modela a substância a partir de "dentro", dando identidade ou individualidade para cada fenômeno, ou Espírito.
Moacir Amaral
Assim, o envoltório etérico consiste de cinco fluxos básicos de vida, ou pr??a v?yus (extraído do livro Órion Volume 2, página 135), que por sua vez se dividem em outros 50 tipos:Além desses cinco fluxos primários da força vital, existem cinco fluxos secundários (upa-pr??a v?yus) que controlam cinco funções bioenergéticas auxiliares: n?ga (controla o vômito, o soluço e a eructação), k?rma (causa o piscar dos olhos), k?k?ra (causa a sensação de fome e sede), devadatta (controla o bocejo e o sono) e dhananjaya (controla a decomposição do corpo morto).
Como se vê, esse fluxo de vida não é exclusivo do duplo etérico, mas se estende aos demais envoltórios do ser humano, pois onde há movimento há vida, logo há Pr??a. Dessa forma podemos entender melhor a afirmação de Steiner, pois ele apenas observou que o fluxo de vida (vida que in-forma), até o aparecimento dos dentes permanentes (a substância mais material do corpo físico), está quase que inteiramente comprometido com o desenvolvimento e formação dos órgãos, e que após isso o fluxo de vida se concentra na in-formação de aspectos mais sutis do corpo humano (mente e emoções). Por isso, se o fluxo de vida for estimulado a se deslocar ao pensar antes do tempo, haverá algum comprometimento na formação do corpo físico.
No tempo certo, o fluxo de vida se tornará mais intenso no corpo astral (emocional e mental) e no corpo causal. Os sucessivos envoltórios são somente níveis diferentes e sucessivos de apresentação da in-formação da vida. Logo, onde há fluxo vital há in-formação, ou seja, há algum nível de conhecimento (de mente). Por isso faz sentido as pesquisas de Candace Pert quando ela afirma que a mente é o fluxo de informações entre os peptídeos e seus receptores.
Mas o fluxo de vida não é exclusivo do ser humano, pois onde houver movimento no Universo, aí haverá vida e in-formação: matéria é energia, energia é informação e todos os processos de transmissão de informação são processos de transmissão de energia e vice-versa.