A Alimentação

Somos aquilo que incorporamos aos nossos corpos.

 

O sangue normalmente tem um pH que varia de 7,35 a 7,40, ou seja, levemente alcalino. Pelo processamento que os alimentos sofrem durante a digestão, os alimentos podem dar origem a álcalis ou a ácidos dentro do organismo e se dividem, pois, em alcalinizantes e acidificantes. São alcalinizantes as frutas e os vegetais e são acidificantes as carnes, as gorduras, o leite, o açúcar, o álcool e os alimentos industrializados, que sempre contêm aditivos químicos. Além disso, as frutas e os vegetais contêm elementos importantíssimos para a saúde, como os fitormônios e os fitoquímicos.

Os fitoquímicos agem no organismo humano de inúmeras maneiras. Por exemplo, o ácido oléico, os fenóis, o esqualeno, o triterpeno e as lignanas, presentes no azeite de oliva, são excelentes antioxidantes com atividade antiaterogênica, hipotensora, antineoplásica e imunológica. Já os compostos sulfurados, presentes no alho e na cebola, baixam a pressão arterial, a glicemia e o colesterol, além de agir como antifúngicos e antioxidantes. Outro exemplo é a silimarina, presente na alcachofra e na chicória, que tem ação hepatoprotetora e antioxidante comprovada.

A sabedoria oriental sempre descreveu a associação do intestino com a origem de todas as doenças 77:20, e as doenças são um dos nossos maiores obstáculos à felicidade. Hoje, está comprovado o efeito da alimentação tanto no corpo físico quanto no corpo emocional e mental. A esquizofrenia, a depressão, a hiperatividade, os déficits de aprendizagem infantil e algumas outras doenças mentais, podem ser atenuadas e até curadas utilizando-se de certos nutrientes. O cuidado com o corpo e com a mente começa com uma conscientização acerca da importância fundamental de uma alimentação equilibrada na prevenção de doenças. O alimento é o remédio para todas as doenças do corpo, mas também pode ser a causa de doenças.

Nosso ritmo de vida nos faz comer apressadamente, e em horários irregulares, alimentos de qualidade duvidosa, mas cômodos por já estarem prontos (fast-foods). A publicidade contínua, com que somos mentalmente bombardeados, nos dita regras de comportamento e de cardápio (para emagrecer, por exemplo) e nos leva a não mais escutar o que o nosso corpo “diz”. O modelo alimentar industrializado pobre em nutrientes e rico em substâncias artificiais rompeu com muitos mecanismos importantes de digestão e absorção, gerando doenças 77:19.

A alimentação regular da quase totalidade da população é constituída de cerca de 90% de alimentos acidificantes como churrascos, batata frita, farofa, feijoada, omelete, pizza, biscoitos, cerveja, refrigerante, doces e sorvetes, que são acidificantes. A composição destes alimentos introduz excesso de proteínas, excesso de gorduras (a maior parte saturada, altamente prejudicial) e excesso de açúcares, com deficiência de vitaminas, de sais minerais e fibras.

Deixamos de beber água, passando horas, e às vezes dias, sem tomar um único copo de água, substituindo-a por líquidos produzidos artificialmente. Até o simples ato de comer, meio de sustentação de qualquer organismo em crescimento, se transformou num mecanismo de compensação de ansiedades e frustrações: buscamos satisfazer nossas carências emocionais na alimentação, mesmo sem estarmos com fome. Começamos a assumir a responsabilidade por nossa própria vida somente quando começamos a controlar a atividade de nossa própria boca: o comer e o falar.

Mas manter uma alimentação saudável exige um esforço rigoroso e prolongado, que só aquele que possui paciência e perseverança consegue obter. A verdade é que facilmente nos acostumamos e cedemos ante as facilidades da vida moderna, ingerindo alimentos de origem duvidosa, ricos em corantes, conservantes, adubos químicos, agrotóxicos, adoçantes artificiais, açúcares e gorduras em excesso.

Somos o que incorporamos ao nosso corpo físico-etérico e a nossa aparência externa e a da nossa pele refletem o tipo de dieta que temos. Dessa forma, a nossa dieta está nos transformando em obesos com diabetes, cálculos renais, problemas circulatórios, arteriosclerose e etc.. Os excessos alimentares, acompanhado da obesidade deles decorrente, já são uma preocupação no mundo desenvolvido. A reeducação alimentar nunca esteve tão em voga, com diversas dietas circulando o mundo. Hoje em dia, a preocupação com o peso, e com as doenças advindas de seu excesso, é tão importante quanto a preocupação com o envelhecimento, e a ciência atual vê a alimentação como a grande causadora, ou aceleradora, de ambos.

Um check-up simples e fácil é observar o que é eliminado pelo nosso organismo: urina e fezes. A observação da forma, consistência, cor, odor, volume e brilho das fezes, que sempre foi um indicativo da saúde do recém-nascido para a mãe, deixou de ser um hábito do adulto. Resíduos alimentares (problemas gástricos), a presença de amidos mal digeridos (problemas pancreáticos) ou mesmo gorduras ou sangue nas fezes devem ser sinais de alerta. Um bom bolo fecal não deve afundar no vaso sanitário e a evacuação, que demonstra uma boa saúde física, deveria sempre ser acompanhada de uma sensação de bem estar. Da mesma forma, uma urina escura e de odor fétido é sinal, no mínimo, de que a ingestão de água está deficiente.

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