A Caverna Interior (Parte 1)

”Existe um princípio criativo e unificador para o qual se dirigem todas as criaturas vivas. Muitos o veneram como Deus. Eu o venero como o Deus que toda criatura humana é em sua essência.”

(PIERRAKOS, 1990b).

Existimos a partir de nossos próprios corpos e com os próprios recursos da natureza, vivemos o dilema de podermos acrescentar vida à vida, de fertilizar continuamente a terra. O nosso corpo é parte materializada de nósmesmos e que nos serve de conexão com a vida terrena.

O ser humano é todo um universo miniaturizado, cujoselementos que o constituem são de igual importância para a harmonia do conjunto. Em qualquer tentativa de examiná-lo sob um aspecto deixando-se à margem outro, os resultados são incompletos, por ausência de fatoresessenciais para uma perfeita identificação da sua realidade. Por isso mesmo, não é possível dissociar-se a mente do corpo e vice-versa, o que equivale dizer, o espírito da matéria.

A interferência do psiquismo no mundo orgânico é preponderante para que se possa vive em equilíbrio. Uma saudável disposição mental se reflete no conjunto físico em forma de bem-estar, em razão das irradiações da usinapsíquica oferecerem lubrificantes para as engrenagens celulares, que passam a movimentar-se sob comando equilibrado.

Essa interação mente-corpo é, por sua vez, resultado da constituição humana ser não somente material, masessencialmente psicofísica, portanto, trabalhada pelo espírito, que é o agente da vida inteligente e organizada na criatura.

Porém, não é propriamente nosso corpo o responsável pelas intenções  sentimentos que ressoam em nossos atos e atitudes, mas nós mesmos, almas em processo de aprendizagem e educação. Nosso pensamento determina nossa vida e, conseqüentemente, são eles que modelam nosso corpo. Portanto, somos nós, fisicamente, o produto  do nosso eu espiritual. É preciso às vezes um considerável esforço para ouvir o corpo, um esforço de permanente abertura. “Existe um querer que não é apenas contra os desejos do corpo, mas com o corpo, um querer que vem de dentro; é um querer de participação e não de oposição. Meu corpo é a expressão por excelência do fato de que eu sou um indivíduo”  (MAY, 1973, p.267).

Através dele é que podemos identificar desarmonias, angústias e aflições, que são bússolas a nos indicar que, ou quando, devemos mudar nossa maneira de agir e pensar, para que possamos percorrer caminhos, iluminando-se, a fim de clarear a própria vida.

“Venham por aqui! Venham comigo! Não, não e não! Não quero transformar minhas caminhadas solitárias em procissões ou comícios. Não quero seguidores. Quero continuar a caminhar sozinho. É bom caminhar sozinho. E o caminhar sozinho não faz caminhos para os outros. O meu caminho é só meu. Caminhante, não há caminhos. Os caminhantes se fazem ao caminhar… Cada um tem de fazer o seu próprio caminho. A alma é o caminho” ( ALVES, 2005, p.149).

Nesse caminho optamos por uma metáfora, “a caverna interior”, (eu superior), a qual nos guiará no nosso processo investigativo, iluminando e  energizando os traços negativos para o caminho da essência. Iluminar o mundo interior é o mesmo que adicionar energia à luz interna, chama divina do Criador da Vida, adquirindo a consciência das potencialidades inerente ao próprio espírito. Essa metáfora deve ser interpretada como um ponto de partida e também é a meta a ser atingida. Nós partimos de um lugar de amor, ou eu superior, viajamos através das desarmonias, do sofrimento, do medo, do horror, da vergonha, sabendo que sempre podemos voltar àquele lugar seguro onde a conexão pode ser restabelecida por meio do anseio do coração de amar e ser amado. Além disso, será  uma ferramenta  de natureza criativa que nos ajudará  a despertar e escapar do intrincado labirinto no qual vivemos e nos permitirá  desenvolver nossas potencialidades adormecidas, facilitando-nos, assim, entrar em contato com o caminho da sabedoria.

O ser humano é mais do que imagina e do que percebe que é. Ele tem mais capacidade do que acredita que possui. Mesmo as pessoas que ainda se encontram no início de sua caminhada, possuem esse sentido interior de crescimento, portanto a potencialidade de realizá-lo. Esse sentido interno que o direciona a auto-realização. Segundo Maslow (1968, p.59), “toda pessoa traz em si uma tendência inata para auto-realização, que é considerado o nível mais alto da existência humana, que envolve o desenvolvimento e o uso supremo de todas as nossas capacidades de realização e do todo nosso potencial.”

No caminho da caverna, a iluminação interna não é uma simples descoberta de algo que se encontra escondido, mas se dá no encontro com a realidade externa. Trata-se de um longo processo humanescênte, de vivências do cotidiano, o qual vai a busca de si mesmo para iluminar-se interiormente, não mais perdendo seu brilho. Esse processopor etapas que sintetizamos em quatro para melhor compreensão. São etapas dessa longa, lenta e necessáriacaminhada: a) autoconhecimento, ou conhecimento de si mesmo; b) autodescobrimento, ou a descoberta das potencialidades; c) autotransformação, ou mudança de comportamentos; e, d) auto-iluminação, ou a manifestação do ser, essência divina pessoal. se dá

Essas etapas não são estanques e isoladas. Elas podem ocorrer simultaneamente em qualquer época da vida. O conhecimento de si mesmo é um processo que sempre foi entendido como de busca da percepção da próprianatureza do ser humano, isto é, do que se é em essência. No interior do nosso corpo lugar sagrado identificamos nossos próprios sentimentos, utilizando-os para tomar decisões e resolver problemas que resultam na satisfaçãopessoal. Para tanto, é necessário cultivar constantemente o auto-conhecimento, reforçando nossa visão nos traços de nossa personalidade que já conhecemos. Além disso, buscando nossos traços interiores, que ainda nos sãodesconhecidos.

Nesse caminho para aprendermos o que é nosso, é necessário olhar para dentro de nós mesmos, com toda a clareza que pudermos, além do corpo, abstraindo-nos das idéias preconcebidas, dos sentimentos externos e dos papéis que representamos na vida. No nosso reino interior exercitamos constantemente auto-identificação do que estamos sentindo e absorvendo, as nossas próprias sensações energéticas. Nessa dinâmica a identificação/desidentificação vai modificar nossa postura interior diante das pessoas e das situações exteriores, ou  seja, iremos distinguir aquilo que pensamos ser ou pensamos sentir daquilo que realmente somos e sentimos.

A prática do diálogo conosco, com o coração, com o nosso mestre interior, antes de tomarmos alguma decisãoou mesmo para obter uma resposta para alguma inquietação, é um caminho para a valorização dos nossos sentimentos, dos nossos conhecimentos, do nosso saber. “É, principalmente no sentido de desenvolvimento humano que acolhemos a ludicidade como dimensão da corporeidade e educação do sentimento que precisa se abrircaminhos” (PIRES,2003,p.29).

É na corporeidade sensível que está o mundo da vida e no lado racional em que imperam a lei e a forma. Peloinstinto do jogo lúdico, a corporeidade está reconciliada com a harmonia de ambos(razão e sensibilidade), pois o instinto do jogo é a forma viva ou a beleza da vida, a harmonia da imaginação e do entendimento de uma corporeidade que transcende.

Voltar para dentro da nossa caverna, que é o nosso corpo, onde encontramos a nossa verdadeira natureza. Creio que nesse jogo do diálogo conosco imaginário da relatividade do dentro e do fora, concretizamos uma vivência onde descobrimos o desvelar da nossa própria natureza, a verdadeira natureza do espírito.

“O importante não é exprimir-se, revelar-se, exteriormente, e sim, poder ouvir-se a si próprio no caos e nos labirintos íntimos, nos meandros de uma afirmação pessoal difícil e, pessoalmente, no que me diz respeito, também em minha intensa necessidade de reconhecimento e identificação comigo mesmo” (SALOMÉ,2004,p. 131).

Todos necessitamos viajar para dentro, a fim de nos descobrirmos desidentificando-nos daquilo que nos oculta aos outros e a nós próprios. É indispensável uma revisão do comportamento humano, de um estudo profundo a respeito do silêncio íntimo, assim como da harmonia interior. “A relação que mantemos conosco e com os outros, portanto, é como a afinação do instrumento para o músico. Por esta razão, o sentido de viver consiste em permanente busca de harmonização” (PARENTE, 2002, p.21).

Na esteira de Alves (2002, p.192), temos que descobrir a música que toca dentro do nosso corpo, inaudivelmente, a despeito dos ruídos da estática que enchem nosso espaço. A música me ensinou a ouvir, nãoapenas o som, mas quem eu sou.

Uma expressão manifesta do multiplicar-se do espírito moderno vemo-la na evolução da música, índice dos sentimentos humanos, música que deseja expressar atitudes interiores cada vez mais complexas e que, fugindo ao cediço argumento do ódio e do amor, deseja elevar-se à descrição de todos os estados da alma humana e da natureza, buscando novos rumos. Não mais a simples melodia que acaricia o ouvido, porém a harmoniosa arquitetura do canto na organização majestosa, tal como na forte concepção wagneriana. Música espiritual que se dirige não só aos sentidos, mas à alma, com voz que expressa sensações de ordem superior (UBALDI,1979,p. 153).

Nossa existência, nossa identidade pessoal, nossa personalidade se constrói espiritualizando a música elevando cotidianamente de forma interativa. Resultam das nossas relações, atitudes, sentimentos e emoções que, quando harmonizados, contribuem para que possamos funcionar cada vez melhor. “Tudo no universo é música” (Werner Heisenberg).

Penetrar em si mesmo, não significa que a pessoa se isola do mundo exterior, mas que se esforça para estar mais aberta, mais consciente e menos mecânica que antes. Ou seja, menos alienada. Esse processo de abertura ao encontro consigo mesmo, essa caminhada interior é sagrada e, a cada conquista, a consciência divina impõe ao indivíduo uma nova exigência a de se confrontar com zonas mais profundas de si mesmo, ligadas a uma verdadeira experiência espiritual de revelação do ser divino que cada um é. Por isso, quanto mais profundo o homem desce em seu mundo interior mais sua consciência se eleva. Quanto mais procuramos um mundo mais bonito, mais luminoso em nossa consciência interior, mais nos elevamos e nos melhoramos. É assim que, pouco a pouco, o indivíduo se transforma de dentro para fora, tornando-se um novo ser.

Mergulhando na vida  interior, a consciência do homem, que era centrada apenas no mundo material, se expande e alcança a consciência de sua própria divindade, manifestando sua sabedoria no mundo exterior. Partindo dos seus pequenos mistérios que correspondem ao mundo da dualidade, ele chega aos grandes mistérios do mundo da unidade e se torna pleno. A falta de conhecimento de como “mergulhar” para dentro de si mesmo é a raiz de todos os males e sofrimento da vida humana (MARESH,1989, p.73).

A caverna é lugar de introspecção e de despertar. Aprendemos a resgatar fragmentos de nós mesmos que foram deixados em diferentes estágios de nossa vida. Despertamos carinhosamente o caminho para o nosso interior, que floresce com a paz do corpo, as qualidades do coração e o seu despertar, e nesse processo  de relaxamento desenvolvemos a dança da vida, com a meditação e as experiências dos estados culminantes, que desbloqueiam e despertam os grandes valores humanos e espirituais.

Movemo-nos permanentemente em um terreno pleno de potencialidades, pleno de apelos que vêm de fora e que devem ser articulados com chamamentos interiores, do fundo do nosso ser. Nesse sentido, um auto-exame nos permitirá tocar mais fundo em nossa essência, possibilitando uma compreensão acurada de nossos problemas existenciais.  Nessa auto-reflexão diária de sobre nós mesmos, sobre o nosso interior. Esse processo de auto-conhecimento foi considerado por Sócrates uma sabedoria fundamental do ser humano, ao recomendar, antestudo, conhece-te a ti mesmo.

No mergulho na caverna encontramos com os nossos Dragões. Nas imagens místicas infernais Bachelard (2001, p.313), enfatiza, “nas explorações das profundezas psíquicas reencontram-se esses defensores do umbral, os dragões que o herói deve vencer.”  Em sua busca da espiritualidade, John Pierrakos passou a considerar São Jorge e o Dragão como os símbolos das energias positivas e negativas. Ambos são inseparáveis, o Santo no seu cavalo branco, e o Dragão. Para alcançar a espiritualidade, nós temos que integrar nosso Dragão, ao invés de tentar matá-lo. Quando os olhos dos pássaros brilham no fundo da caverna, vamos descobrindo nossos dragões, travestidos de ansiedade, impulsividade, compulsividade, medo, auto-estima baixa; comecei a me descobrir, a conhecer meu funcionamento físico e psicológico determinante de minhas ações e reações.

Todos nós, sem nos damos conta, passamos nossas vidas criando Dragões que nos amedrontam, nos mobilizam, nos acovardam, nos maltratam, e que consomem a energia de que necessitamos para levar um vida mais leve, maisalegre e feliz. A partir do momento em que nos damos conta destes dragões, começa a nossa luta que, para alguma pessoas, consomem toda a existência. Os dragões que criamos em nossa mente, aparecem das mais diferentesformas. Uma cor, um odor, um ruído, uma luz, um olhar, um tom de voz, são suficientes para que eles se manifestem e iniciem sua interferência em nossas atitudes e sentimentos, Nunca sabemos como nem quando eles vão aparecer. Somos sempre surpreendidos.

A cada dragão que vencemos, outros vão aparecendo. Entretanto, cada vez vamos  nos sentindo mais fortes, mais seguros da nossa capacidade, mais confiantes em nós mesmos e desta maneira vamos adquirindo a leveza necessária para viver em paz.

Joseph Campbell (1990) em o “Poder do Mito” diz que costumamos pensar que o Ego é o centro, que nós somos aquilo que temos consciência. Isto é um erro, A imagem do mal, a serpente que tentou Adão e Eva, o Dragão, estão associado à escuridão e à sexualidade na civilização judaico-cristã. São Jorge matando o Dragão é uma constante em nossa vida. Ela nunca acaba. Representa o conflito entre o consciente e os impulsos inaceitáveis do inconsciente. Joseph Campbell diz: “psicologicamente o Dragão representa o apego de alguém ao seu próprio pequeno ego”. Nós somos prisioneiros em nossa própria caverna de dragão. O objetivo das praáicas corporais de harmonização é libertar as forças de nosso centro.

“Terapia é uma questão de amor. É o amor que cura,” diz John Pierrakos. O Príncipe combate o dragão para libertar a princesa. Nas velhas histórias o dragão precisava ser morto. Nas versões modernas, o dragão se retira, e nãoprecisa mais morrer. Ele poderia ser transformado em guardião da liberdade, um auxiliar da princesa, que representa o coração.

Aprendemos com o dragão, o negativo quando energizado se torna positivo. A essência de todo ser humano é sempre boa. Ela tem força vibrante, e pulsa num ritmo muito rápido. Sua qualidade é o amor. John Pierrakos, em estudos com fotos Kirlian que mostram os campos energéticos humanos, descobriu que a segunda emoção que afeta mais fortemente o campo energético humano é o ódio. Como você pode imaginar, a primeira é o amor.

Quando queremos lidar com nossa parte negativa, devemos primeiro reconhecer e afirmar a beleza que todos possuímos. A beleza da alma. Carregamos em nosso inconsciente um medo primitivo de que o ódio possa sobrepujar o amor e destruir tudo, como disse Klein (2005,p.60), “precisamos acreditar na bondade básica, perceber o ser amoroso dentro de nós, antes de ativar as forças da negatividade.”

Numa descida mais profunda  na  caverna descobrimos nossas sombras,2 iremos trabalhar as partes de nósque ferimos, negamos, culpamos. Nesse espaço hermético contemplamos as dualidades da vida; as alegrias e tristezas, forças e fraquezas, medos e amores. Foi nas entranhas do meu ser que, comecei a me descobrir, a conhecer meu funcionamento físico e psicológico determinante de minhas ações e reações. A descoberta do nosso mecanismo de funcionamento é parte do nosso processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Nesse caminhar dentro da caverna  sentimos amorosamente envergonhados, quando temos consciência de ter feito algo que precisa ser corrigido, e, nos responsabilizamos por nossas ações.

Na descoberta de si, corrigimos comportamentos inadequados e aprendemos a não carregar culpas. Aprendemos a perceber quando nos auto-sabotamos, quando temos atitudes inspiradas pela nossa sombra, e obtermos firmeza, através das virtudes para seguirmos em frente. Se o homem está empenhando-se em ser, em fazer brilhar sua essência de luz, esse reconhecimento não deve ser causa de culpa ou desânimo, mas sim visto como o único meio para que o caminho de saída dos domínios da sombra venha ser iniciado. O corpo é instrumento da mente e a mente deverá ser reeducada a tornar-se instrumento do ser.

Esse “entrar dentro” é a essência de muitas experiências de vida, onde buscaremos as respostas dentro de nós mesmos. Quando enraizamos na nossa caverna interior somos desafiados a enfrentar nossos medos, nossos sentidos de auto-importância, a evitar que a sombra impeça nosso bem estar. Lowen (1995), nos fala da espiritualidade do corpo, mas foi John Pierrakos que se dedicou a criar a ponte entre o espiritual e a psicoterapia: construir o grounding3 no corpo, é a auto-sustentação que aponta para a necessidade de uma verdadeira troca energética entre o corpo humano e a terra que o sustenta. Na realidade deste mundo em consciência (energia e consciência como a base para a vida e para os sentimentos) para evoluirmos através da conjunção das energias sexual e espiritual. Essa conjunção se dá no nível do coração e se expressa como amor.

Escreve Pierrakos (1990b, p.25), “a terceira camada também tem um função protetora, como um reostato ou a casca de um tomate. Alojado no eu exterior há também o conjunto de material inconsciente que influencia as decisões e percepções consciente do ego.” Na leitura da energética da essência , o modelo de máscara, “eu inferior” e “eu superior” para o meu processo de pesquisa foi uma revelação, quando aprendi  a diferenciar entre os sentimentos de máscara e os sentimentos de eu inferior. Aprendi que os sentimentos e as atitudes de máscara são parte roubada do “eu superior. Quando estamos na máscara há uma qualidade de “morte” no contato, uma falta de vitalidade4 a despeito do caráter gentil das palavras ou das idéias.

Esta percepção da qualidade desvitalizada da energia possibilita reconhecer quando nós mesmos ou o outro está na máscara, diferenciando esse contato de um contato autêntico.  “O mal, na verdade, provém não dos sentimentos negativos, mas da negação dos sentimentos, quer sejam sentimentos negativos ou positivos. Todo bloqueio, certas doenças, todo sentimento que não é autêntico é uma negação” (PIERRAKOS, 1990b cap.19).

Talvez podemos afirmar que a negatividade é um caminho para a essência. A energia da negatividade é o próprio impulso da vida. Quando bloqueada, congelada, e distorcida, ela se volta contra si própria assumindo forma diabólica.

Não importa quão feias sejam na realidade algumas destas manifestações por exemplo a crueldade, o desprezo, a arrogância, o egoísmo, a indiferença, a cobiça, a trapaça, e muitas outras, você pode conseguir compreender que cada um destes traços é uma corrente de energia que na sua origem é boa, bela e geradora de vida. Pesquisando nesta direção, você acabará entendendo e experimentando como isto é verdadeiro especificamente; como este ou aquele impulso hostil é originalmente uma força boa… Você precisa reconhecer plenamente que a maneira pela qual a energia se manifesta é indesejável, mas a corrente de energia que produz esta manifestação é desejável em si mesma. Porque ela é formada pelo princípio da vida. Ela contém consciência e energia criadora. Ela contém todas as possibilidades de manifestar e expressar vida, de criar novas manifestações de vida. Ela contém o melhor da vida” (Palestra Pathwork5 no.34).

 

Cf. A Caverna Interior (Parte 2)


 

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[1] Doutorando em Educação PPGED / UFRN. epa@ufrnet.br Professor do Departamento de Educação Física,  membro pesquisador da Base de Pesquisa Corporeidade e Educação- BACOR / UFRN.

[2] O termo “sombra” foi desenvolvido por Carl Gustav Jung, eminente psiquiatra e psicólogo suíço, paraconceituar o somatório dos lados rejeitados da realidade humana, que permanecem inconscientes por não querermos vê-los.

[3] Cf. o conceito em Mahler (1975), “Grouding é enraizar-se no planeta, contato com a realidade que nostorna a todos humanos, semelhantes, emocionais, capazes de amar e sentir dor, compaixão, alegria, prazer. É a realidade dos sentimentos, vivida no nosso corpo vivo e vibrante, não apenas como experiência mentais.” Ele é composto por quatro funções de contato: com o corpo, com a terra, com o psiquismo e com a própria sexualidade. O contato com o corpo requer a liberdade de movimentos deste em todas as modalidades de expressão. O contato com a terra significa deixarmos a energia fluir de nós para a terra. É também recebermos a energia da terra. Há uma coerência entre o fato de recebermos energia da terra e o de deixarmos fluir a energia para a terra, com o conceito da energia que se move par cima e para baixo dentro do corpo como uma onda pulsante. Se estamos em  contatocom a terra então temos os pés no chão, sabemos onde estamos. Se sabemos onde estamos, sabemos onde pisamos e qual nossa posição no mundo e na vida. Sabemos quem somos. Conseqüentemente, durante o movimento, há uma percepção de termos e de interrompermos o contato com a terra.

[4] Cf. o conceito Reale (2002, p.56), Felicidade é vitalidade.

[5] Palestra proferida por Eva Pierrakos “Não temas o mal.” O Método Pathwork para a transformação do Eu inferior. O Pathwork é um caminho de autoconhecimento que nos conduz ao universo interior em busca de nossa verdade. 

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