A única resposta

Capítulo 6 – AS LIÇÕES DE AMOR

IV A única resposta

1. Lembra-te que o Espírito Santo é a Resposta, não a pergunta. O ego sempre fala em primeiro lugar. É caprichoso e não quer o bem do seu autor. Ele acredita e corretamente, que o seu autor pode retirar seu apoio a qualquer momento. Se ele te quisesse bem, ficaria contente, assim como o Espírito Santo ficará contente quando tiver te trazido para casa e não mais necessitares da Sua orientação. O ego não se considera parte de ti. Aí está seu erro primário, o fundamento de todo o seu sistema de pensamento.

2. Quando Deus te criou, Ele fez de ti parte de Si próprio. É por isso que o ataque é impossível dentro do Reino. Fizeste o ego sem amor e, portanto, ele não te ama. Não poderias permanecer den­tro do Reino sem amor e uma vez que o Reino é amor, tu acreditas que estás sem ele. Isso faz com que o ego se considere separado e pense que está fora do seu autor, assim falando pela parte da tua mente que acredita que tu estás separado e fora da Mente de Deus. O ego então levantou a primeira questão jamais colocada, questão essa que ele nunca pode responder. Essa questão – “O que és tu?” – foi o começo da dúvida. O ego nunca respondeu a nenhuma questão desde então, embora tenha levantado um gran­de número delas. 'As mais inventivas atividades do ego nunca fizeram mais do que obscurecer a questão, porque tu tens a res­posta e o ego tem medo de ti.

3. Tu não podes compreender o conflito enquanto não compreen­deres o fato básico de que o ego não pode conhecer coisa alguma. O Espírito Santo não fala em primeiro lugar, mas Ele sempre res­ponde. Todos já apelaram para Ele querendo ajuda em uma ou outra ocasião, de uma ou de outra forma e têm sido respondidos. Como o Espírito Santo responde verdadeiramente, Ele responde para todo o sempre, o que significa que todos têm a resposta agora.

4. O ego não é capaz de ouvir o Espírito Santo, mas acredita que parte da mente que o fez está contra ele. Interpreta isso como uma justificativa para atacar seu autor. Ele acredita que a melhor forma de defesa é o ataque e quer que tu acredites nisso. A não ser que acredites, não estarás do seu lado e o ego sente grande necessidade de aliados, embora não de irmãos. Percebendo algu­ma coisa estranha a si mesmo dentro da tua mente, o ego volta-se para o corpo como seu aliado, porque o corpo não é parte de ti. Isso faz do corpo o amigo do ego. É uma aliança abertamente baseada na separação. Se estiveres de acordo com essa aliança, sentirás medo, porque estás a favor de uma aliança de medo.

5. O ego usa o corpo para conspirar contra a tua mente, e porque o ego reconhece que seu “inimigo” pode acabar com ambos mera­mente reconhecendo que ambos não são parte de ti, eles se unem no ataque conjunto. Talvez essa seja a mais estranha de todas as percepções, se considerares o que ela realmente envolve. O ego, que não é real, tenta persuadir a mente, que é real, de que a mente é o instrumento de aprendizado do ego; e além disso de que o corpo é mais real do que a mente. Ninguém em sua mente certa poderia acreditar nisso e ninguém em sua mente certa acredita nisso.

6. Ouve, então, a única resposta do Espírito Santo para todas as questões que o ego levanta: tu és uma criança de Deus, uma parte inestimável de Seu Reino, que Ele criou como parte de Si Mesmo. Nada mais existe e só isso é real. 3ens escolhido um sono no qual tens tido sonhos ruins, mas esse sono não é real e Deus te chama para despertar. 4Não sobrará nada do teu sonho quando tu O ouvires, porque despertarás. Os teus sonhos contêm muitos dos símbolos do ego e eles te confundiram. Entretanto, isso só aconteceu porque estavas dormindo e não sabias. Quando acor­dares, verás a verdade em torno de ti e em ti e não mais acredita­rás em sonhos, porque não terão nenhuma realidade para ti. No entanto, o Reino e tudo o que lá tens criado terão grande realida­de para ti porque são bonitos e verdadeiros.

7. No Reino, há certeza perfeita quanto ao lugar aonde estás e quanto ao que és. Não há nenhuma dúvida, porque a primeira questão nunca foi perguntada. Tendo afinal sido totalmente res­pondida, ela nunca existiu. Só o que é vive no Reino, onde tudo vive em Deus sem questionamento. O tempo gasto com questio­namentos no sonho cedeu lugar à criação e à sua eternidade. A tua certeza é como a de Deus porque és tão verdadeiro quanto Ele é, mas o que uma vez foi certo em tua mente veio a ser apenas a capacidade para a certeza.

8. A introdução das capacidades no que é, foi o início da incerteza porque as capacidades são potenciais, não realizações. As tuas capacidades são inúteis na presença das realizações de Deus e também das tuas. As realizações são resultados que foram atingi­dos. Quando são perfeitos, as capacidades são sem significado. É curioso que o perfeito agora tenha que ser aperfeiçoado. De fato, isso é impossível. Lembra-te, porém, que quando te pões em uma situação impossível, acreditas que o impossível é possível.

9. As capacidades têm que ser desenvolvidas antes que possas usá-las. Isso não é verdadeiro em relação a coisa alguma que Deus tenha criado, mas é a solução mais benigna possível para o que tu fizeste. Em uma situação impossível, podes desenvolver as tuas capacidades a ponto de poderem fazer-te sair disso. Tens um Guia para mostrar-te como desenvolvê-las, mas não tens outro comandante a não ser tu mesmo. Isso te deixa a cargo do Reino, tendo ambos: um Guia para achá-lo e um meio para conservá-lo. Tens um modelo a seguir que fortalecerá o teu comando e nunca te desviará dele de modo algum. Portanto, tu és aquele que retém o lugar central na tua escravidão imaginada, que em si mesma demonstra que não estás escravizado.

10. Estás em uma situação impossível só porque pensas que é pos­sível estar. Estarias em uma situação impossível se Deus te mos­trasse a tua perfeição e te provasse que estavas errado. Isso demonstraria que os perfeitos são inadequados para trazer a si mesmos à consciência da própria perfeição, e assim estaria de acordo com a crença segundo a qual aqueles que têm tudo preci­sam de ajuda e, portanto, são impotentes. Esse é o tipo de “racio­cínio” em que se engaja o ego. Deus, Que sabe que as Suas criações são perfeitas, não as afronta. Isso seria tão impossível quanto a noção do ego que pensa tê-Lo afrontado.

11. É por isso que o Espírito Santo nunca comanda. Comandar é assumir a desigualdade, que o Espírito Santo demonstra que não existe. A fidelidade à premissas é uma lei da mente e tudo o que Deus criou é fiel às Suas leis. Porém a fidelidade a outras leis é também possível, não porque as leis sejam verdadeiras, mas por­que tu as fizeste. O que seria ganho se Deus te provasse que tens pensado de modo insano? É possível que Deus perca a Sua própria certeza? Eu disse freqüentemente que o que tu ensinas, tu és. Quererias tu que Deus te ensinasse que tens pecado? Se Ele confrontasse o ser que tu fizeste com a verdade que Ele criou para ti, o que poderias ser senão medroso? Duvidarias da tua mente certa, que é o único lugar onde podes achar a sanidade que Deus te deu.

12. Deus não ensina. Ensinar implica uma falta, que Deus sabe que não existe. Deus não é conflitado. O ensino tem por objeti­vo a mudança, mas Deus apenas criou o imutável. A separação não foi uma perda da perfeição, mas um fracasso na comunica­ção. Uma forma de comunicação áspera e estridente surgiu como a voz do ego. Ela não podia estilhaçar a paz de Deus, mas podia estilhaçar a tua. Deus não a silenciou, porque erradicá-la seria atacá-la. Sendo questionado, Ele não questionou. Simples­mente deu a Resposta. A Sua Resposta é o teu Professor.

 

 

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