Consciência Quântica

 Em 1900 Freud publica um livro e inaugura a Psicanálise. Em 1900 Max Planck publica um trabalho e inaugura a Física Quântica. Em 1905 Einstein publica três trabalhos: o efeito fotoelétrico, o movimento browniano e a Teoria da Relatividade Especial. Em 1905 nasce Viktor Emil Frankl, que a partir da sua experiência como prisioneiro em Campos de Concentração da II Guerra, cria uma específica Análise Existencial, a Logoterapia. Em 1905, o Dr. Juliano Moreira e o Dr. Afrânio Peixoto lançam a Revista Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Medicina Legal. Foi a primeira do gênero na América Latina.

 O ano de 1921 foi muito bom para o Campo Psi:

  1. Jung publica Tipos Psicológicos;
  2. Kretschmer, o seu Constitución y Carácter, e
  3. Hermann Rorschach lança o seu Teste.

Em 1921 Einstein ganha o Nobel pelo seu Efeito Fotoelétrico de 1905, partindo dos trabalhos quânticos de Planck, que já havia recebido o seu Nobel em 1918, ano em que meu pai nascia na Calábria. Em 1945 o físico quântico Wolfgang Pauli, cliente, amigo e colaborador de Jung, recebe o seu Nobel descobrindo o Princípio de Exclusão. Em 1945 termina a II Guerra Mundial. Em 1945 nasço eu, fato que não tem a menor importância. Mesmo assim, insisto que a Mecânica Quântica é a única teoria física que pode dar conta dos atributos de origem e desenvolvimento da Consciência.

Não sei o porquê de muitos colegas não se socorrerem dela.

Em especial os neurocientistas com suas neuroimagens funcionais. Todo o raciocínio físico-químico feito por eles com peptídeos, neuromoduladores e neurotransmissores são reações que ocorrem em medidas volumétricas da mecânica quântica.

Chamei a atenção dos colegas psy em artigo nesta Rede de 27/06/07: “As forças químicas que controlam interações de átomos e mo­léculas têm, de fato, uma origem mecânico-quântica, e é fundamentalmente a ação química quem governa o comportamento dos neuro­transmissores sinápticos. Analogamente, os potenciais de ação que controlam fisicamente a transmissão do sinal nervoso têm uma origem certamente mecânico-quântica.”

E faço lá uma aproximação em números: “A questão que se levanta diz respeito à magnitude do fenômeno que poderia ser produzido por um campo de probabilidade quântica. Assim: teria a massa de uma vesícula sináptica um valor de magnitude que pudesse estar situada no âmbito do Princípio de Incerteza de Werner Heisenberg?”

“Vejamos: para se instituir uma exocitose – esvaziamento extra-celular de uma vesícula citoplasmática – é apenas necessário deslocar uma pequena área de membrana dupla da célula, que pode ter uma espessura não superior a 10 nm, e se tiver uma área de 10 nm por 10 nm, seria uma partícula com massa de apenas 10-18 g, o que a traz, facilmente, ao âmbito da física quântica e do Princípio de Incerteza de Heisenberg (Eccles).”

Outra questão colocada pelos opositores: “Como fazer contato entre o material e o imaterial respeitando a Lei da Conservação de Energia da Termodinâmica?”

Um físico quântico, Margenau, em 1984, dá uma contribuição fundamental: “[saber] que alguns campos, como o campo de probabilidade da mecânica quântica, não transportam energia e nem matéria”, significa uma transformação notável para a física atual. Margenau continua:

“Em sistemas físicos muito complicados como o cérebro, os neurônios e os órgãos dos sentidos, cujos constituintes são suficientemente pequenos para poderem ser governados pelas leis quânticas da probabilidade, o órgão físico está sempre posicionado para uma quantidade de possíveis modificações, cada uma com uma probabilidade definida; se ocorrer uma modificação que requeira energia, ou mais ou menos energia do que uma outra, o intrincado organismo fornece-a automaticamente. A mente não seria chamada a fornecer energia.”

Em resumo, Margenau afirma que: “A mente não pode ser vista como um campo no sentido físico aceito do termo. Mas como um campo não material, cuja analogia mais próxima seja, talvez, um campo de probabilidade.”

A hipótese é a de que entre os fenômenos cerebrais e mentais haveria uma interação, análoga a um campo probabilístico da mecânica quântica, campo este sem massa e nem energia, podendo, contudo, provocar ação efetiva em microssítios de operação.

Uma só questão a mais: “Como criar leis físicas que permitam escolhas, ou melhor dizendo, o livre-arbítrio de nossa Consciência?” Somente um Campo Probabilístico, o palco de ação dos fenômenos quânticos.

 

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