Epílogo à Parte II

MELKI-TSEDEK

Monarca Universal, Rei de Salém e Sacerdote do Altíssimo

 

Há uma antiga tradição que afirma a existência de uma igreja secreta, cujo sacerdócio se revela de ciclo em ciclo de acordo com a necessidade da época. Traz ela um conhecimento próprio para cada raça ou povo de uma forma particular, mais favorável e mais acessível para o cumprimento e restabelecimento da Lei, do propósito Divino. Tal conhecimento a tradição de todos os povos relaciona ao Espírito de Verdade, como manifestação de um Centro Imperecível, consagrado pelos orientais sob os nomes de Agartha ou Salém. Com o decorrer dos tempos recebeu o nome de Sudha-Dharma-Man-dalan, na antiga Aryavartha – nossa Índia.

Todo ser iluminado, avataricamente ou por iniciação – os Avatares ou os Iniciados (vide Volume 3 em “Senda Iniciática”), faz parte do culto que tem o nome de Igreja de Melki-Tsedek, presente na tradição judaico-cristã, mas que está acima de todas as manifestações religiosas. Fraternidade Universal, Reino dos Céus, Igreja, Ordem ou Sacerdócio de Melki-Tsedek (Hb 7), sua origem procede de meados da terceira Raça e era exercido em Shambhala, sendo transferida para a sua contraparte etérica (a Jerusalém Celeste dos cristãos) à época da destruição definitiva da Atlântida. No aspecto macro, o Reino de Deus se referiria à Igreja de Melki-Tsedek e, no micro, se referiria à nossa parte divina, criada à semelhança Dele. Isso explica a aparente dicotomia na pregação de Jesus que às vezes afirmava que “o Reino de Deus está próximo” (aspecto macro) e em outras vezes dizia que ele já tinha chegado (aspecto micro – Lc 17:21). De qualquer forma é um domínio onde o mal tem que ceder lugar ao Bem.

Ensina a ciência divina, a mais preciosa de todas as religiões, que verdadeiramente torna a ligar o homem a Deus, sem a necessidade de sacerdotes nem de outro qualquer intermediário: “busca dentro de ti mesmo o que procuras fora”, a velha sentença oriental ou “… o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17:21), como o próprio Jesus dizia. Todas as tradições de valor no mundo se originaram dessa fonte única e imperecível, deste modo ligando os povos, de uma forma ou de outra, através de seus ensinamentos, de seus símbolos, mitos e lendas.

Quando caem as religiões, as filosofias e os sistemas sociais, quando se corrompem as estruturas outrora emanadas de Agartha para o mundo humano… é a fase de decadência desse povo, dessa raça ou da própria humanidade. Então, após um período de conflitos, choques e lutas, como ora está acontecendo, novamente se manifesta o Espírito de Verdade. De onde a promessa de Krishna a Arjuna: “Todas as vezes que a ordem (Dharma – a Lei justa) morre e a desordem (Adharma) (Bhagavad Gita 4:7-8). As ordens místico-religiosas de valor humano foram, e são, representações na terra da simbologia de Salém. Agartha é o começo e o fim de todas as coisas. impera, torno a nascer em tempo oportuno… . Para proteger o bem e destruir o mal, encarno no seio da humanidade, ensinando o caminho que leva à auto-realização”

Antes, porém, que isso aconteça, através de certas Ordens Iniciáticas ou mesmo de caráter esotérico, aparecem os “Mensageiros do Senhor” como dirigentes, quando não Ele mesmo, para renovar a face das coisas, descerrar novos horizontes que até então estavam fechados pela ignorância, a incompreensão e a maldade dos homens. Todos os Perfeitos (vide Volume 3) e Gurus pertencem à Ordem de Melki-Tsedek. Não importando a ideologia ou religião, todo santo, sábio, guru e mestre tem que passar pelas iniciações de Melki-Tsedek.

Alguns dirigentes – os que realmente orientam os homens no sentido de sua verdadeira evolução – são representantes diretos ou indiretos desse Centro. Suas manifestações, no plano físico, se processam através do Tulkuismo, fenômeno milenarmente conhecido das tradições orientais, em que os dirigentes tomam um corpo adulto já formado e preparado especialmente para eles (Mt 3:16s, Mc 1:10s, Lc 3:21s e Jo 1:32). Tais dirigentes são expressões do Rei do Mundo, conhecido pelo mesmo nome de Melki-Tsedek e, esotericamente, com o nome de Rygden-Djyepo (palavra tibetana que significa “Rei dos Jivas” ou dos seres da Terra). Sem “genealogia, sem pai e sem mãe” (Hb, 7:3), é uma elevadíssima Entidade, com bilhões e bilhões de anos de existência e de experiências.

Personagem da mais alta na expressão tradição judaico-cristã, e que, velada ou manifestamente, sempre esteve e estará à frente dos movimentos aceleradores da evolução humana, o Rei do Mundo possui dois poderes: o temporal, como Rei, e o espiritual, como Sacerdote (representa a Justiça e a Sabedoria Divina). Nas várias tradições religiosas do mundo, é nomeado de muitas formas: contemporâneo de Abraão (Gn 14:18s), Sacerdote de Deus Altíssimo (Hb 7:1) e Rei de Salém, da Justiça e da Paz (Hb 7:2); no Tibete, como Akdorge, do mesmo modo que na Índia; enquanto que na Mongólia exterior é chamado “Senhor de Erdemi”. Mas, na verdade esotérica, chamemo-la de Teosofia, tem o nome de “Bija” ou “Semente dos Avatares”, razão pela qual o próprio Jesus Ihe prestava homenagens, como “Pai” e Abraão Ihe pagou dízimos (como impostos cármicos da Lei). O próprio sacerdócio cristão se identifica, em principio, ao culto de Melki-Tsedek, conforme palavras dos Salmos e de São Paulo, se referindo a Jesus: “Tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem melquisedec” (Sl 109:4 e Hb 7:17). Logo tanto Jesus, como Abraão e Moisés Ihe eram inferiores, ou d’Ele se “derivavam” (Hb 7).

É Ele o verdadeiro organizador das instituições e constituições de todas as civilizações e Dele emanam as verdades cíclicas, nas expressões dos Avatares, Buddhas, Bodhisattvas, Manus etc.. Daí ser Ele o Bija dos Avatares, a “Árvore dos Kumaras no segundo Trono”, a semente de todos os salvadores ou redentores que o mundo conheceu ou virá a conhecer. Tudo é Dele e está Nele.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *