O fim da doença

Capítulo 10 – OS ÍDOLOS DA DOENÇA

IV. O fim da doença

1. Toda mágica é uma tentativa de reconciliar o irreconciliável. Toda religião é o reconhecimento de que o irreconciliável não pode ser reconciliado. A doença e a perfeição são irreconciliáveis. Se Deus te criou perfeito, tu és perfeito. Se acreditas que podes estar doente, colocaste outros deuses diante Dele. Deus não está em guerra contra o deus da doença que tu fizeste, mas tu estás. Ele é o símbolo da decisão contra Deus e tens medo dele porque ele não pode ser reconciliado com a Vontade de Deus. Se o atacas, tu farás com que ele seja real para ti. Mas se te recusares a adorá-lo, qualquer que seja a forma na qual ele possa te aparecer e qualquer que seja o lugar onde pensas que o vês, ele desaparecerá no nada do qual foi feito.

2. A realidade só pode despertar em uma mente desanuviada. Ela está sempre lá para ser aceita, mas a sua aceitação depende da tua disponibilidade para tê-la. Conhecer a realidade necessariamente envolve a disposição de julgar a irrealidade pelo que ela é. Não ver o nada é meramente julgá-lo de forma correta e devido à tua capacidade de avaliá-lo verdadeiramente, deixar que ele se vá. O conhecimento não pode despertar em uma mente cheia de ilusões, porque a verdade e as ilusões são irreconciliáveis. A verdade é íntegra e não pode ser conhecida só por uma parte da mente.

3. A Filiação não pode ser percebida como parcialmente doente, pois percebê-la desse modo é não percebê-la de forma alguma. Se a Filiação é una, é una em todos os aspectos. A unicidade não pode ser dividida. Se percebes outros deuses, a tua mente está dividida e não serás capaz de limitar a divisão porque ela é o sinal de que removeste parte da tua mente da Vontade de Deus. Isso significa que ela está fora de controle. Estar fora de controle é estar fora da razão e nesse caso a mente, de fato, vem a ser irracional. Ao definir a mente de modo errado, tu a percebes como se ela funcionasse de modo errado.

4. As leis de Deus manterão a tua mente em paz, porque a paz é a Sua Vontade e as Suas leis são estabelecidas para mantê-la. As leis de Deus são as leis da liberdade, mas as tuas são as leis do cativeiro. Como a liberdade e o cativeiro são irreconciliáveis, suas leis não podem ser compreendidas conjuntamente. As leis de Deus só funcionam para o teu bem e não existem outras leis além das Suas. Tudo o mais é meramente sem lei e, portanto, caótico. Mesmo assim, Deus protegeu tudo aquilo que Ele criou com as Suas leis. Tudo o que não é regido por elas não existe. “As leis do caos” é uma expressão que nada significa. A criação é perfeitamente regulada por leis e o caótico é sem significado porque é sem Deus. Tu “deste” a tua paz aos deuses que fizeste, mas eles não existem para tirá-la de ti e não podes dá-la a eles.

5. Não és livre para desistir da liberdade, mas apenas para negá-la. Não podes fazer o que não foi intenção de Deus, porque o que não foi intenção de Deus não acontece. Os teus deuses não trazem o caos; tu os dotas com o caos e o aceitas da parte deles. Tudo isso nunca foi. Nada, a não ser as leis de Deus, jamais foi, e nada, a não ser a Sua Vontade, jamais será. Foste criado através das Suas leis e pela Sua Vontade e a maneira como foste criado te estabeleceu como um criador. O que fizeste é tão indigno de ti que dificilmente o quererias, se estivesses disposto a vê-lo como é. Não verias absolutamente nada. E a tua visão iria automaticamente olhar além disso, para o que está em ti e em tudo em torno de ti. A realidade não pode invadir os obstáculos que interpuseste, mas irá envolver-te completamente quando tu os abandonares.

6. Quando tiveres experimentado a proteção de Deus, fazer ídolos virá a ser inconcebível. Não existem imagens estranhas na Mente de Deus e o que não está na Sua Mente não pode estar na tua, porque a tua mente e a Sua são uma só e essa pertence a Ele. E tua porque pertence a Ele, uma vez que para Deus, possuir é compartilhar. E se é assim para Ele, é assim para ti. As Suas definições são as Suas leis, pois através delas Ele estabeleceu o universo tal como é. Nenhum deus falso que tentes interpor entre tu e a tua realidade afeta em nada a verdade. A paz é tua porque Deus te criou. E Ele não criou nenhuma outra coisa.

7. O milagre é o ato de um Filho de Deus que deixou de lado todos os deuses falsos e chama seus irmãos a fazerem o mesmo. É um ato de fé, porque é o reconhecimento de que seu irmão é capaz de fazê-lo. E um chamado para o Espírito Santo na mente do seu irmão, um chamado que é reforçado pela união. Pelo fato do trabalhador de milagres ter ouvido a Voz de Deus, ele A reforça em um irmão doente enfraquecendo a sua crença na doença, que ele não compartilha. O poder de uma mente pode brilhar em outra, porque todas as lâmpadas de Deus foram acesas pela mesma centelha. Ela está em toda parte e é eterna.

8. Em muitos, só a centelha permanece, porque os Grandes Raios são obscurecidos. Entretanto, Deus tem mantido viva a centelha, de modo que os Raios nunca possam ser completamente esquecidos. Se apenas vires a pequena centelha, aprenderás sobre a luz maior, pois lá estão os Raios que não são vistos. Perceber a centelha curará, mas conhecer a luz criará. No entanto, ao retornar, a pequena luz tem que ser reconhecida em primeiro lugar, pois a separação foi uma descida da magnitude à pequenez. Mas a centelha é ainda assim tão pura quanto a grande luz, pois é o chamado remanescente da criação. Deposita nela toda a tua fé e o próprio Deus te responderá. 

 

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