O Homem Energético

 

A psicologia ocidental e a medicina integrativa, estudando a nossa personalidade (nossa mente e nossas emoções), enfim se unem aos conceitos orientais de corpos sutis e de energias sutis. Trazer de volta o conceito de luz, que é informação, e amor, que é criatividade, é o plano evolutivo atual para a humanidade.

 

Partindo do ponto de vista físico, a energia celular se encontra presente numa molécula conhecida pela sigla ATP (adenosina trifosfato), sintetizada através do alimento e da luz solar. Em cada célula, vibrando a cada dez milésimos de segundo, existem cerca de dois milhões de moléculas de ATP, perfazendo dois bilhões de vibrações a cada segundo em cada célula humana 74:157.

Além do fato de que matéria é energia, energia é informação e todos os processos de transmissão de informação são processos de transmissão de energia. Sabemos que o DNA humano transmite sua informação numa freqüência entre 51 a 78 bilhões de ciclos por segundo 74:158 e que os cerca de sessenta neuropeptídeos conhecidos também vibram de forma semelhante. Multiplicando essas vibrações com as vibrações do ATP e pelas cerca de 75 trilhões de células de um organismo humano, teremos uma noção da quantidade física de energia vibratória emanada pelo corpo humano.

O homem é um conjunto multiforme de energias. Do ponto de vista mensurável, é composto de energia mecânica (química, térmica e sonora), eletromagnética (elétrica, magnética e luminosa) e quântica (condensada, nos quarks, e livre nos léptons, na matéria escura e na energia escura). Cada pessoa tem uma identidade como freqüência, que é a resultante de todas energias do corpo físico, emocional, mental e espiritual, e com essa freqüência individual, afetamos e interferimos com todas as pessoas e lugares por onde passamos. Quando mudamos a nossa freqüência individual, interferimos energeticamente com o ambiente em nossa volta e mudamos a freqüência dos lugares e das pessoas com quem convivemos. O homem é um excelente conversor de energias e, assim, o crescimento de cada pessoa afeta o crescimento de todo o planeta.

Toda essa energia circula fisicamente como informação, através da matéria (neuropeptídeos, hormônios, enzimas, etc.), através da condução elétrica celular (neurônios e músculo cardíaco) e através da dissipação de calor. Esse sistema energético-informativo compõe-se de estruturas especializadas e formações anatômicas responsáveis pela regulação de nossa vida interna (homeostase) e nossa vida externa (atividade muscular). Essa energia informativa é aquilo o que somos e como somos. Ainda mais, hoje já se considera a existência de mais dois “cérebros” físicos em nosso organismo: o coração e o trato gastrintestinal.

O que nos faz creditar ao coração e ao trato gastrintestinal a função de cérebro? E o que faz não creditar? Segundo conclui-se da fórmula de Einstein, matéria é energia, ou seja, a energia cerebral está contida nos neuropeptídeos, hormônios, enzimas e neurotransmissores que ele produz. Energia é matéria, energia é informação, matéria é informação. Cada atividade orgânica é uma atividade energético-informativa.

Aceitamos que o cérebro pensa e tem emoções, baseado em complexas atividades neuronais que envolvem atividade elétrica, neurotransmissores, hormônios e neuropeptídeos. Esquecemos que o campo eletromagnético cardíaco (acima de 50 mil femtoteslas) é cinco mil vezes mais intenso que o campo eletromagnético cerebral (10 femtoteslas) 74:94. Enquanto a amplitude de freqüência elétrica normal do coração é 250 ciclos por segundo, a do cérebro varia entre zero e cem ciclos por segundo 74:100.

Esquecemos também que tanto o coração quanto o trato gastrintestinal fabricam os mesmos neurotransmissores, neuropeptídeos, hormônios e enzimas que o cérebro e algumas enzimas gastrintestinais já foram identificadas como fabricadas no SNC. O trato gastrintestinal, além de sua enorme população de neurônios, já é considerado a nossa maior glândula endócrina 77:19, secretando, por exemplo, cerca de 90% de toda a serotonina do organismo 77:56.

Já a maior concentração de neurônios se faz presente no sistema nervoso central. Essa estrutura complicadíssima que envolve, só no córtex cerebral, uma quantidade de cerca 15 a 20 bilhões de neurônios 33:134, com cada um fazendo, em média, 60 mil sinapses, torna impossível fisicamente (ao que a matemática chama de absolutamente improvável) a existência de dois circuitos cerebrais idênticos. Hoje se sabe que tanto o número de células muda quanto o de sinapses também. Células morrem e células nascem (a neurogênese – SCIAM 17:44), e sinapses se fazem e se desfazem.

Já se conhecem as formas de como o sistema nervoso central manifesta e regula a nossa atividade hormonal (endócrina), nossas emoções, nossos pensamentos e raciocínios, mas ele não é o único órgão nessa regulação. Atualmente, em pesquisas com transplantados cardíacos, já se concebe a ação do coração, manifestando e regulando também nossas emoções e pensamentos. Mas essa mesma ciência não consegue explicar todo o funcionamento dessa regulação nem detectar onde está o centro de nossa vontade, o centro que decide nossas ações, o agente de nosso livre-arbítrio. Não consegue explicar como surgem as sensações nem como elas se convertem em percepções de prazer (ou dor), gerando sentimentos, apegos, desejos, pensamentos e emoções. Apenas afirma, por exemplo, que a estimulação de certo local produz uma “sensação de prazer”. Com certeza, à semelhança da física quântica, se procurassem as respostas na sabedoria perene da filosofia oriental conseguiriam seu intento.

Ainda se está longe de uma compreensão básica da natureza da consciência e alguns neurocientistas e filósofos afirmam que jamais se poderá compreender o que faz com que “eu” seja “eu”. A tentativa de detecção e compreensão científica da consciência e dos processos mentais de pensamento e percepção mostra que eles são tão imateriais e fugidios quanto o campo gravitacional.

O sistema nervoso parece ser uma unidade central de processamento que recebe e processa freqüências energético-informativas vindas do exterior, que lhe chegam através de seus sistemas periféricos (olhos, ouvidos, nariz, etc.). Mas essa capacidade de processamento parece ser limitada, pois o cérebro seleciona algumas informações e descarta as outras. Assim podemos afirmar que só percebemos o que queremos perceber, aquilo relevante para os nossos pré-condicionamentos.

Além desse fato, nossos sistemas periféricos são limitados em sua captação. Os ouvidos só captam vibrações sonoras na faixa de 20 a 20.000 Hertz e a retina é “cega” para grande parte do que ocorre à nossa volta. Não vemos, por exemplo, a freqüência infravermelha ou a de raios-X e se fôssemos capazes disso, a nossa interpretação do Universo à nossa volta seria totalmente diferente. Na realidade não podemos confiar naquilo que vemos. Mais ainda, a percepção de uma cor é uma coisa tão pessoal, uma interpretação cerebral de uma onda eletromagnética refletida, que não há como afirmar, com absoluta convicção, que a mesma cor que surge em minha tela mental é a cor que surge na tela mental de outrem.

Aquilo que percebemos como cheiro é apenas um estímulo energético-informativo captado pelos receptores neurais do nariz. O mundo “exterior” é um mundo de freqüências vibratórias e movimentos, uma torrente de vibrações energéticas, radiações eletromagnéticas, ondas de rádio, microondas, raios cósmicos, etc., dos quais uma pequena minoria é captada por nossos receptores. Quando são captadas, chegam ao cérebro, que interpreta essas alterações e, de uma forma ainda desconhecida, ocorre então a percepção. Mas não se sabe ainda qual a relação entre as reações bioeletroquímicas neuronais e a percepção de uma cor, por exemplo.

Outro mistério é a forma como o cérebro armazena essas percepções na forma de memórias. Karl Pribam sugere que essas memórias são armazenadas em todo o córtex de uma forma holográfica. Isso se baseia no fato de que a destruição cortical não extingue de todo a memória. Não se descobriu ainda a existência de um local específico para o registro das memórias nem o mecanismo exato de seu armazenamento, mas apenas as regiões relacionadas com elas e alguns neurotransmissores, enzimas e compostos químicos envolvidos. A memória não depende de nenhuma estrutura isolada, mas da intensa interação entre elas.

  “Não conhecemos os princípios nem os códigos de funcionamento da memória. Conhecemos muitos genes, mas não temos um quadro coerente…” (SCIAM 17:57)

Joe Z. Tsien

Neurocientista da Princeton University

  “O código real, o segredo último da memória, aquele que algum dia nos dirá exatamente em que sinapses e através de que modificações estruturais se guarda cada memória, ainda é desconhecido. Levará anos para desvendá-lo” (SCIAM 17:104).

Iván Izquierdo

Coordenador do Centro de Memória do Departamento de Bioquímica da UFRGS.

Hoje já se concebe que a memória não esteja limitada ao sistema nervoso e ao sistema imunológico, mas que esteja armazenada em todas as cerca de 75 trilhões de células do corpo 74:96 e que tanto o cérebro como o coração participariam de sua gravação e recuperação. O biólogo Rupert Sheldrake sugere que as memórias não podem ser armazenadas no cérebro, mas que ele capta memórias que estavam armazenadas energeticamente em campos mórficos e os danos cerebrais dificultariam essa captação (SOPHIA 1:38). Esses campos seriam um tipo de memória associada a tudo e a todos. Haveria até uma memória mórfica cuja ressonância seria a causa da repetição de padrões encontrados nas diversas espécies vegetais e animais: padrões físicos, emocionais e mentais.

Vimos, no volume 1, que David Bohm defende a existência de uma “ordem implicada” subjacente ao mundo “explicado”, o mundo percebido. Dessa forma existiria em nós algo “implicado”, subjacente ao nosso corpo físico, que não é percebido pela atual tecnologia científica e muito menos pelos nossos sentidos. Albert Einstein (1.879-1.955) admitia a existência de “formas sutis de energia que não podem ser medidas, mas que existem, logo são importantes”. Essas energias dos sentimentos e das emoções não obedeceriam às leis físicas de conservação de energia. A doação de nosso amor ao próximo não nos deixa com menos amor, muito pelo contrário.

Para William A. Tiller, professor na Universidade de Stanford, além da velocidade da luz haveria um mundo de energias não mensuráveis, um outro espaço/tempo, negativo, ao qual chamou de espaço/tempo etérico, de vibrações mais altas que as do espaço/tempo físico, esse positivo 98:135. Esse espaço/tempo negativo seria composto de matéria etérica (sutil) onde repousariam todas as energias dos sentimentos e das emoções. Acima desse nível haveria um mais sutil ainda, com vibrações ainda mais altas, o nível da mente e da espiritualidade. Todas essas energias interagiriam diretamente com o nível físico (subatômico), alterando-o. O mundo sutil governa o mundo da matéria, sendo esse um escravo daquele, uma ilusão interpretada pelo cérebro como real. Desse modo toda técnica capaz de interferir além do mundo subatômico consegue mudá-lo.

Vimos, no capítulo anterior, que Semyon Davidovitch Kirlian (1.898-1.978), em 1.939, demonstrou a existência de um halo de energia, denominado atualmente de fenômeno bioelétrico, que está presente em todos os objetos animados e inanimados. Kirlian denominou esse registro bioeletrográfico de aura humana, um “Campo Elétrico Não Faradáico” de energias que se alteram continuamente, circulando, projetando-se ou retraindo-se de acordo com a saúde física, com os pensamentos, sentimentos e estados de consciência humanos, sendo assim impossível, fisicamente, a existência de duas pessoas com a mesma aura. Como a visualização desse halo necessita da aplicação de uma corrente com milhares de volts, com uma diminuta corrente, a explicação científica mais aceita para esse fenômeno é que o halo observado seria proveniente da ionização de gazes e/ou vapores (suor, uréia, CO2, NH4, SO2, ácido lático, cetonas, ferormônios, etc.) emanados do corpo em estudo, os quais poderiam se modificar com os pensamentos e emoções e em estados ampliados de consciência.

Como toda teoria científica, essa é a de maior abrangência, pois explica quase tudo, mas está longe de ser a explicação final. Experiências, com fotos Kirlian, demonstram haver uma fusão do halo entre pessoas que se amam e uma repulsão entre pessoas que se odeiam (inimigos). Essa “consciência discriminatória” de campos elétricos, ou da emissão de gazes e/ou vapores, não é explicada pela ciência convencional. Da mesma forma, fotos Kirlian obtidas de pessoas que administram terapias energéticas sem toque (Cf. no próximo capítulo) demonstram haver um prolongamento do halo em direção ao paciente, na forma de uma projeção de um para o outro. Atualmente a tese de que possa haver também a emissão de alguma forma de campo energético pelos corpos, de um tipo de energia ainda desconhecido para a física convencional, mas muito semelhante à energia eletromagnética, está sendo seriamente investigada como explicação para o fenômeno da aura humana (Cf. Prana no capítulo anterior).

O médico Paul Pearsall, Ph.D., a chama de energia V, a quinta força da natureza 74:92, uma forma de energia não-local, livre das limitações do espaço-tempo, que por isso pode viajar acima da velocidade da luz, atravessando qualquer substância material e sendo, amiúde, acompanhada de um campo eletromagnético e das três outras forças físicas conhecidas (gravitacional, nuclear forte e fraca). Para os polinésios, essa força, que eles chamam de mana, “tão poderosa quanto o vento e infinita quanto o céu noturno”, emanaria no organismo através do na’au (sensações viscerais) e do pu’uwai (coração) 74:98.

“Em seus efeitos, a energia V é… também de entropia negativa (não se desintegra e desaparece), formativa (criadora e não-destrutiva) e organizadora (integrativa e não-dissidente) 74:95. …Está relacionada à ocorrência do fenômeno quântico… [de forma que] as variações da energia V antecedem mudanças biofísicas somáticas observáveis 74:96”.

Dr. Paul Pearsall, Ph.D.

Cardiologista

  A ciência atual afirma que temos em nossa constituição campos de energia dinâmica que mudam constantemente, cujas freqüências já se consegue medir. Os nossos campos eletromagnéticos já podem ser medidos por um aparelho chamado SQUID, o qual oferece mais informações sobre o funcionamento do cérebro do que o EEG (eletroencefalograma) comum. Já se sabe, a partir de experimentos com nosso campo eletromagnético, que nosso campo energético muda de acordo com nossa estabilidade psicológica e com nossos pensamentos. Experiências na Universidade de Kazakh (Cazaquistão – Rússia), feitas pelo Dr. Victor Inyushin, mostraram que esse campo é composto por elétrons livres, prótons livres e íons livres, formando uma espécie de bioplasma, que ele considera um quinto estado da matéria, diferente dos outros quatro já conhecidos (sólido, líquido, gás e plasma) 11:40.

Para a filosofia perene, a existência de um corpo etérico, constituído de energia (Prana ou vitátrons), que envolveria o corpo físico, seria a explicação final para esse fenômeno físico bioelétrico da aura humana (Cf. no capítulo anterior). A tradição sufi do islamismo admite a existência de um corpo sutil, com órgãos sutis, que são desenvolvidos pelas práticas religiosas sufis. A ativação desses órgãos sutis, que estão relacionados com os órgãos físicos, promove a evolução espiritual do homem. Esses órgãos de percepção sutil se assemelham aos Chakras da tradição hindu, que são trabalhados pelos diversos tipos de Yoga, as práticas religiosas hindus.

 Muitas relações existem entre a disposição de nosso sistema nervoso e endócrino e a disposição de estruturas nos nossos corpos sutis, descrita pela filosofia perene. A relação que pode ser feita entre Chakras, plexos nervosos do sistema nervoso autônomo e glândulas endócrinas é surpreendente. Do mesmo modo, a relação entre canais sutis de energia (Nadis) e feixes nervosos de transmissão de impulsos (tronco simpático e medula espinhal) pode ser feita. Será que esses fluxos energéticos sutis (de Prana) e os fluxos energético-informativos no sistema nervoso, circulatório, endócrino e imunológico têm realmente alguma relação?

 

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