O Homem Energético

O SISTEMA ENERGÉTICO DENSO

 

Não se pode afirmar categoricamente que o cérebro físico é o promotor das atividades do corpo físico, mas que funciona apenas como modulador, uma incrível e perfeita máquina reguladora de nossas atividades intrínsecas e extrínsecas. Algo, em nós, manda e o nosso cérebro físico repassa a ordem, gerenciando a sua execução.

 

A capacidade de nosso corpo físico de reagir e interagir com o mundo à sua volta, de forma a se ajustar ao meio-ambiente e sobreviver (instinto de sobrevivência ou autopreservação), é uma herança advinda de nosso passado unicelular, reflexo de algumas propriedades das células: a irritabilidade, a condutibilidade e a contratilidade. Essas três propriedades possibilitam à célula reagir a um estímulo (irritabilidade), conduzi-lo através de seu citoplasma (condutibilidade) e ocasionar, por exemplo, um encurtamento de si mesma (contratilidade).

Com o aparecimento dos metazoários, células especializadas na contratilidade foram para a face interna, sem contato com o meio-ambiente, e células especializadas em irritabilidade e condutibilidade foram para a face externa, em interação com o meio-ambiente. Essas células externas, nos celenterados, formaram os primeiros neurônios. Esses neurônios, antes espalhados, foram reunidos em grupos, num sistema nervoso central, como parte da evolução dos platelmintos e anelídeos (minhoca). No ser humano, essa especialização chegou na sua mais alta forma conhecida. Nele existe um Sistema Energético Cutâneo – SECt (a pele com seus neuropeptídeos), um Sistema Nervoso Central (SNC), um Sistema Nervoso Cardíaco (SNCa), um Sistema Nervoso Entérico (SNE) e um Sistema Nervoso Periférico – SNP (nervos, gânglios nervosos e terminações nervosas).

O SNC situa-se no interior da coluna vertebral e do crânio, compondo-se de medula espinhal e encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco cerebral). O cérebro divide-se em telencéfalo e diencéfalo e o tronco cerebral está dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo raquídeo, ou raquidiano. Funcionalmente, o SNC apresenta, incluído na sua função básica de relação com o meio externo, um sistema nervoso emocional e um sistema nervoso mental, associado com os pensamentos, raciocínios e lembranças.

Até o início do século XX, acreditava-se que o SNC era o “todo poderoso” comandante geral do ser humano, até que Bayliss e Starling, em experiências com cães (desconectando totalmente o intestino do SNC do animal), demonstraram que o sistema digestivo pode funcionar independente do SNC 77:46. Parece que, evolutivamente, o ser humano desenvolveu dois cérebros: um craniano, para permitir encontrar meios de sobrevivência, e outro intestinal, responsável pela capacidade de “discernir” e selecionar, entre o que comemos, o que é ou não útil (Cf. mais detalhes adiante). Com o advento dos transplantes cardíacos, descobriu-se que o coração também podia funcionar autonomamente, iniciando seus batimentos e os mantendo independentemente do SNC de seu receptor.

Em dezembro de 1.967, o sul-africano Christiaan Barnard obteve êxito no primeiro transplante cardíaco da história (no Brasil o primeiro foi em maio de 1.968, por Euríclides de Jesus Zerbini). Com o tempo, relatos de muitos transplantados cardíacos acerca de lembranças relacionadas com a vida passada do doador falecido (que eles desconheciam), e a própria mudança de hábitos pessoais, passando a manifestar hábitos do falecido, passou a intrigar os cientistas. Muitos médicos e pacientes simplesmente ignoravam propositadamente esses fatos, com medo do julgamento dos colegas e de serem tachado de loucos. Parece haver também o transplante de uma forma de memória, até então desconhecida da ciência, junto com o novo coração.

Hoje já é discutida cientificamente a existência de uma inteligência cerebral, uma inteligência cardíaca, uma inteligência imunológica e uma inteligência intestinal. Mas nada disso é novo para a tradição milenar oriental. Para eles o coração é a sede de nossa alma e um importantíssimo centro energético, da mesma forma que a região abdominal. Para os chineses, a região epigástrica, conhecida como plexo solar, é conhecida como o “cérebro visceral” e os japoneses têm a região abdominal inferior, uma região conhecida com Hara, como um importante centro de força, explorado e desenvolvido nas artes marciais.

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