O que há num nome?

O PORQUE DE UMA REVISTA CHAMADA “LÚCIFER”

[Lúcifer, Vol.I, No. I, setembro,1887pp.1-7] Collected Writings Vol. VIII, pp. 5-14

Tradução – Maria Beth Oliveira

O que há num nome? Freqüentemente existe mais nele, do que o profano está preparado para compreender, ou do que o místico realizado, a explicar. É uma influência invisível, um segredo, só que potencial, que cada nome carrega com ele e “irradia onde quer que vá”. Carlyle pensava que “existe muito, talvez, quase tudo, nos nomes”. “Pudesse eu desvendar a influência dos nomes, que é a mais importante de todas as vestimentas, seria eu então, o segundo grande Trismegistus,” escreveu ele.

O nome ou um título de revista que começou com um objetivo definido, é portanto muito importante; pois é de fato, a invisível semente, que poderá crescer “e se tornar uma árvore frondosa”, de cujos frutos vai depender a natureza dos resultados trazidos pelo dito objetivo, ou a árvore poderá secar e morrer. Essas considerações mostram que o nome da presente  revista – apesar de equivocado para os ouvidos dos cristãos ortodoxos- é devido, não a uma escolha desatenta, mas surgiu em conseqüência de muito pensar sobre a sua probidade, e foi adotado como o melhor símbolo para expressar aquele objetivo e os resultados em vista.

Agora, o primeiro, e mais importante, quiçá o único objetivo da revista, está expresso na frase da 1a. Epístola para os Corintios, em seu título. É de trazer luz para “as coisas ocultas na escuridão” (iv,5); mostrar o seu verdadeiro aspecto e o seu significado real e original das coisas e nomes, dos homens e seus afazeres e costumes; é, definitivamente, lutar contra o preconceito, hipocrisia e fraude, em cada nação, em cada classe da Sociedade, assim como em cada departamento da vida. A tarefa é laboriosa, mas não impraticável ou inútil, quando mais não sendo, como  experiência.

Assim, para uma tentativa dessa natureza, nenhum título melhor poderia ter sido encontrado, do que aquele escolhido. “Lúcifer” que é a pálida estrela matutina, o precursor do pleno brilho do sol do meio dia – o “Eosphoros” dos gregos. Ele brilha timidamente na aurora para juntar forças e ofuscar a visão, após o por do sol como seu próprio irmão “Hésperos” – a radiante estrela da tarde, ou o planeta Vênus. Nenhum símbolo mais adaptado do que este, para o trabalho proposto – aquele de jogar um raio de verdade sobre as coisas escondidas pela escuridão do preconceito, pelas incoerências religiosas e sociais; especialmente por aquela rotina patética na vida, que, uma vez que uma certa ação, (uma coisa, um nome) tenha sido rotulada com invenções maldosas, apesar de injustas, faz com que pessoas respeitáveis, assim chamadas, se voltem tremendo, recusando até a olhar para a coisa por qualquer outro aspecto a não ser aquele sancionado pela opinião pública. Tal acontecimento, então, forçando o fraco de coração a se defrontar com a verdade diretamente, é ajudado mais eficazmente por um título que pertence à categoria de nomes de marca.

Leitores piedosos podem argumentar que “Lúcifer” é visto por todas as igrejas como um dos muitos nomes do Diabo. De acordo com a soberba ficção de Milton, Lúcifer é Satã, o anjo “rebelde”, o inimigo de Deus e do homem. Analisando sua rebelião, entretanto, vamos encontrar nada pior em sua natureza do que uma colocação da vontade livre e pensamento independente, como se Lúcifer tivesse nascido no século XIX. Esse epíteto de “rebelde”, é uma calúnia teológica, em paralelo com aquela da destruição de Deus pelos Predestinarios, os que fazem da deidade um “Supremo” e são mais malévolos do que “o rebelde” Espírito em si; “um Diabo onipotente desejando ser ‘cumprimentado’ como o compassivo, quando está realizando a mais perversa crueldade,” como dito por James A. Cotter Morrison. Tanto o perverso Deus predestinador, quanto ordenador, e seu subordinado agente, são invenções humanas; são, os dois, os mais moralmente repulsivos e horríveis dogmas teológicos que os pesadelos dos sacerdotes, sob a luz da raiva, alguma vez desenvolveu em suas impuras fantasias.

Datam da era medieval, o período de obscuridade mental, durante a qual, a maioria, dos preconceitos presentes e superstições, foi forçosamente inoculada na mente humana, de tal modo a se tornar, em alguns casos, quase que erradicável, e este é o caso do presente preconceito, agora em discussão.

Tão profundamente enraizado, no entanto, é esta preconcepção e aversão ao nome de Lúcifer – significando não mais do que “doador de luz” (de lux, lucis, “luz”, ferre, “trazer”)1 – mesmo entre as classes educadas, e que por o adotarem por título de sua revista, os editores, assumiram um prospecto diante deles, de uma longa querela contra o preconceito público. Tão absurdo e ridículo é este preconceito, de fato, que parece que ninguém se pergunta, como veio Satã a ser conhecido como o doador de luz, a não ser que seus raios prateados, de estrela matutina, possam, de algum modo ser a sugestão do brilho das chamas infernais. É simplesmente, como fala Henderson, “uma daquelas perversões grosseiras, do  testemunho sagrado que obtido intensamente, e deveriam ser levadas por um pesquisador a buscar por mais, numa dada passagem, do que de fato contem – uma disposição a ser influenciada pelo som, mais do que pelo sentido, e uma fé implícita na interpretação recebida”- que não é bem aquela de fraqueza de nossa era presente. Entretanto, o preconceito lá está, para vergonha de nosso século.

Isto não se pode evitar. Os dois editores se manteriam como iniciantes em suas próprias visões, como traidores para o verdadeiro espírito do trabalho proposto, fossem eles capazes de fugir e chorar covardemente diante do perigo. Possam eles lutar contra o preconceito, e varrer as feias teias da superstição e materialismo, diferentes dos nobres ideais de nossos ancestrais, e portanto prepararem-se para a oposição. “A Coroa do reformador e inovador é uma coroa de espinhos” isto é fato. Pudéssemos recuperar a Verdade, em toda sua casta nudez, da profundeza do poço, no qual foi atirada pela cantilena e propriedade hipócrita, não se deveria titubear em descer no escuro, na depressão cavernosa do poço. Não importa, quão terrivelmente os morcegos cegos – os guardiões do escuro, e opositores da luz – possam tratar em seu sinistro habitat o intruso, a não ser que este, seja o primeiro a demonstrar o espírito e a coragem que prega aos outros, ele deve de fato ser, com justa causa, visto como hipócrita e um dissidente de seus próprios princípios.

Não bem havia sido aceito o título, quando a primeira premonição, do que estava sendo guardada para nós, a questão da oposição a ser enfrentada devido ao escolhido título, apareceu no horizonte. Um dos editores recebeu e recordou algumas objeções ácidas. As cenas que seguem são esquemas do fato.

 

I

Um bem conhecido Novelista. Fale-me de sua nova revista. A que classe você pretende focalizar?

Editor: Nenhuma classe em particular: pretendemos apelar para o público em geral.

Novelista: Estou contente por isso. Uma vez que faço parte do público, pois não compreendo seu assunto com um todo, e quero compreender. Mas, lembre que se seu público deve lhe compreender, deve ser então bem pequeno. Hoje em dia fala-se sobre ocultismo, como se fala sobre muitas outras coisas, sem a menor idéia do que significa. Somos tão ignorantes e – preconceituosos.

Editor:  Exatamente. Foi isto que originou o surgimento da nova revista. Propõe-se educar, e rasgar a máscara de cada preconceito.

Novelista: Isso é de fato boa nova para mim, pois quero me tornar educado. Como se chamará a revista?

Editor: Lúcifer.

Novelista: O que! Irão vocês nos educar no vício? Sabemos o bastante sobre isso. Os Anjos caídos são muitos. Poderá atingir a popularidade, pois dúvidas terrenas estão agora em moda, enquanto que os anjos de asas brancas são vistos como aborrecidos, porque não são tão divertidos. Mas duvido que seja capaz de nos ensinar o bastante.

II

Um Homem do Mundo (num tom displicente, pois a cena é um jantar festivo):

Ouvi dizer que vai lançar uma revista, inteira sobre ocultismo. Você sabia, estou muito contente. Não falo muito sobre estes assuntos de modo geral, mas algumas coisas curiosas aconteceram em minha vida que não podem ser explicadas de maneira comum. Espero que você entre em explicações.

Editor: Certamente tentaremos. Minha impressão é, de que quando o ocultismo seja em qualquer medida apreendido, suas leis são aceitas por todos como a única explanação inteligível da vida.

Um H do M: Sendo assim, gostaria de saber tudo sobre ele, pois ‘por minha honra, a vida é um mistério’. Existe muita gente tão curiosa quanto eu. Esta é uma era que está afligida com a doença Yankee de “esperando p’ra ver”. Conseguirei para você que muitos se subscrevam. Como se chamará a revista?

Editor: Lúcifer – e (prevenido pela experiência anterior) não mal interprete o nome. Ele é a característica do espírito divino que se sacrificou pelo bem da humanidade  – e foi o feito de Milton que ele se tornou associado com o diabo. Somos inimigos fidedignos dos preconceitos populares, e seria bem apropriado que nós atacássemos tal preconceito como este – Lúcifer, você sabe, é a Estrela Matutina – Doadora de Luz. . . . .

Um H do M: Ó, sim, sei de tudo isso – na verdade, não sei, mais tomo como dado que você tem uma boa razão para escolher tal título. Mas seu primeiro objetivo é conseguir leitores; suponho que queira que o público compre sua revista? Isso está no programa, não está?

Editor: Decididamente, sim.

Um H do M: Bem, ouça o conselho de um homem que conhece seu caminho na cidade. Não marque sua revista com a cor errada, desde o início. É tão evidente, quando alguém tira um momento para refletir sobre seu significado e sua derivação, que Lúcifer é um nome excelente. Mas o público não pára p’ra pensar em derivações e significados; e a primeira impressão é a mais importante. Ninguém comprará a revista se você a denominar Lúcifer.

 

 

III

 

Uma Senhora Moderna interessada em Ocultismo: Gostaria de escutar mais sobre a nova revista, pois eu fiz muitas pessoas se interessar nela, mesmo com o pouco que você falou. Mas acho muito difícil de expressar seu presente propósito. Qual é?

Editor:  Tentar dar um pouco de luz para aqueles que a desejam.

S. M.: Bem, esta é uma maneira bem simples de colocar, e me será de grande utilidade. Como se chamará a revista?

Editor: Lúcifer.

S. M.: (após uma pausa) Você não está falando sério.

Editor: Por que não?

S . M.: As associações são terríveis! Qual poderá ser o objetivo de denominá-la assim? Parece um tipo de brincadeira infeliz, feita contra a revista, pelos inimigos.

Editor: Ó, mas Lúcifer, você sabe, significa Doador de Luz ; é a característica do Espírito Divino-

S. M.: Não importa tudo isso – eu gostaria apenas de fazer um bem à revista e torná-la conhecida, mas você não espera que eu entre em explicações deste tipo, toda vez que mencionar seu título. Impossível! A vida é muito curta e muito tumultuada. Além disso, produziria um péssimo efeito; as pessoas pensariam que sou pedante, e então não poderia mais falar nada, pois não suportaria que pensassem assim. Não a denomine Lúcifer- por favor, não. Ninguém sabe o que a palavra tem como característica; o que significa atualmente é demônio, nada mais ou menos.

Editor: Então isto está bem errado, e é um dos preconceitos que nós propomos combater. Lúcifer é o pálido, puro mensageiro da aurora. –

Senhora (interrompendo). Pensei que você fosse fazer algo mais interessante e mais importante do que recuperar caracteres mitológicos. Todos devemos voltar à escola ou ler todo o Dicionário Clássico  do Dr. Smith. E qual é a utilidade disto, quando realizado? Pensei que você fosse nos contar coisas sobre nossas próprias vidas e como as tornar melhores. Acredito que Milton escreveu sobre Lúcifer, não escreveu? – mas hoje em dia, ninguém lê Milton. Deixe-nos ter um título moderno, tendo ele, algum significado humano.

 

IV

Um Jornalista (pensativamente, enquanto enrola seu cigarro). Sim, é uma boa idéia, esta sua revista. Todos nós, como de fato acontecerá, iremos achar muita graça dela; e devemos cortá-la em pedaços. Mas antes, todos nós a leremos, porque secretamente todos anseiam por mistérios. Como irá chamá-la?

Editor: Lúcifer.

Jornalista: (acendendo uma luz): Por que não Fusée ? Um título tão bom e não tão pretensioso.

            O “Novelista” o “Homem do Mundo”, a “Senhora Moderna”, e o “Jornalista”, deverão ser os primeiros a receber um pouco de esclarecimento. Uma visão sobre o caráter primitivo e real de Lúcifer não poderá fazer nenhum mal e talvez, curá-los, um pouco, do preconceito ridículo. Eles devem estudar seus Homeros e a Teogonia de Hesíodo e se quiserem fazer justiça ao Lúcifer, “Eosphoros e Hésperos”, a bela estrela, da Manhã e da Tarde. Havendo mais coisas úteis a fazer nesta vida, do que “recuperar caracteres mitológicos”, assassinando-os e obscurecendo-os, é pelo menos, tão inútil, e mostra, no entanto, uma mentalidade estreita que não faz honra a ninguém.

            Ser contrário ao título de LUCIFER, apenas porque suas “associações são horríveis” é desculpável – se puder ser desculpável de algum modo- apenas num ignorante missionário americano, de alguma seita separatista, alguém cuja preguiça natural e a falta de educação, o leva a preferir plantar nas mentes dos pagãos, tão ignorantes como ele o é, mais lucrativamente, ao invés do, talvez mais árduo, processo de plantio, nos campos da fazenda de seu pai. No clericato inglês, entretanto, em que todos recebem mais ou menos uma certa educação clássica, e são, por isso,supostos de conhecer os dentros e foras dos sofismas e casuísmos teológicos, este tipo de oposição é absolutamente imperdoável. Não apenas ecoa hipocrisia e desonestidade, mas, as coloca diretamente em um nível moral inferior a ele que denominam de anjo apóstata. Ao pretenderem mostrar o Lúcifer teológico, caído através da idéia de que:

                        “Reinar é uma ambição valiosa, apesar de se  estar no Inferno;

                        Melhor reinar no Inferno do que servir no Céu,”

Estão eles assim, virtualmente colocando em prática o suposto crime que eles o acusariam. Eles preferem reinar sobre os espíritos das massas por meio de uma negra MENTIRA perniciosa, produtora de muito mal, do que servirem aos céus por servirem a VERDADE. Tais práticas são as preferidas dos jesuítas.

            Mas, a sua escritura sagrada deles, é a primeira a contradizer suas interpretações da associação de Lúcifer, a Estrela Matutina, com Satã. Capítulo xxii da Revelação, versículo16, diz: “Eu Jesus . . . . . . . sou a raiz. . . . e a estrela matutina e brilhante” (“cedo levanta”): daí Eosphoros ou o Lúcifer Latino. O opróbrio acrescentado a seu nome foi de uma data tão mais tardia que a Igreja Romana sentiu-se forçada a revelar o assassínio teológico, atrás de uma interpretação dúbia – como sempre. Cristo, nos dizem, é a “Estrela Matutina,”o Lúcifer divino; e Satã o usurpador do Verbum, o “Lúcifer infernal”.§ O grande arcanjo Miguel, o conquistador de Satã, é idêntico no paganismo ¨ ao Mercúrio-Mitra, a quem, após defender o Sol (simbolismo de Deus) dos ataques de Vênus-Lucifer, foi dada a possessão desse planeta, et datus est ei lócus Lúciferi. · E desde que o Arcanjo Miguel é o “anjo da Face,” e “o Vigário do Verbum” ele agora é considerado na Igreja Romana como o regente daquele planeta Vênus que “o demônio derrotado usurpou!” Ângelus faciei Dei sedem superbi humilis obtinuit, diz Cornelius à Lapide ( em Vol. VI, p.229).ÿ

            Isto dá a razão do porque que um dos primeiros papas foi chamado de Lúcifer, como Yonge e os tratados eclesiásticos comprovam.Ä Segue-se, que o título escolhido para nossa revista está muito associado com idéias divinas e piedosas, como com a suposta rebelião do herói em Paraíso Perdido de Milton. Por escolhe-lo, jogamos o primeiro raio de luz e verdade num preconceito ridículo que não deve achar lugar algum nessa nossa “era de fatos e descobertas”. Trabalhamos para a verdadeira Ciência e Religião, no interesse do fato contra a ficção e preconceito. É nosso dever, assim como o é da Ciência física – declaradamente sua missão –  de jogar luz nos fatos na Natureza até agora cercada pela escuridão da ignorância. E desde que a ignorância é justamente vista como a principal promotora da superstição, este trabalho é portanto, um trabalho nobre e beneficente. Mas as ciências naturais são apenas um dos aspectos da CIÊNCIA e VERDADE. As ciências, psicológica e moral, ou teosofia, o conhecimento da verdade divina, onde quer que sejam encontradas, são mais importantes nas atividades humanas, e a ciência real não deve se limitar apenas ao aspecto físico da vida e da natureza. Ciência é o abstrato de cada fato, a compreensão de cada verdade dentro de escopo da busca e inteligência humanas. “A ciência profunda e acurada de Shakespeare na filosofia mental”(Coleridge) tem provado ser mais beneficente ao verdadeiro filósofo no estudo do coração humano- portanto, na promoção da verdade – do que a mais acurada, mas certamente menos profunda, ciência de qualquer Membro da Instituição Real.

            Aqueles leitores entretanto, que não estão seguros de que a Igreja não tem direito de atirar qualquer calúnia sobre uma linda estrela, e que ela assim o fez apenas pela necessidade de responder por mais uma, de suas numerosas cargas tiradas do Paganismo, com todas suas poéticas concepções das verdades na Natureza, a estes, peço que leiam nosso artigo: “A História de um Planeta”. Talvez, após sua leitura atenta, poderão ver quão longe Dupuis foi justificado ao assinalar que: “todas as teologias têm sua origem na astronomia.” Com os modernos orientalistas todo mito é solar. Este é mais um preconceito, e uma preconcepção a favor da ciência materialista e física. Será uma de nossas tarefas combatê-lo com todo o restante.


1 “Foi Gregório o Grande quem primeiro aplicou esta passagem de Isaías, ‘Como podes cais dos céus, Lúcifer, filho da aurora,’etc., para Satã, e daí então, a  audaciosa metáfora  do profeta, que se referia, contudo, a um rei Assírio inimigo dos Israelitas, foi aplicada ao Diabo.”

§ de Mirville segundo, Mémoire para a Academia de França, Vol. IV, falando pelo Cardeal Ventura.

¨ Cujo paganismo passou milênios, parece-me, em copiar em primeira mão os dogmas cristãos a vir.

· de Mirville, Des Esprits, etc., Vol. IV, p. 161.

ÿ Essa referencia é provavelmente para a edição do Elysée Pélagaud dos trabalhos de Cornelius à Lapide, ainda não localizado. A frase latina é confirmada por Mirville, op. cit.,Vol.IV p.163, nota de pé de página.

Ä Este é de fato uma afirmação desconcertante. Não é facilmente colocado o que Yonge aqui significa; é mais provável que seja, Charles Duke Yonge (1812-1891), professor de história e literatura inglesa no Colégio da Rainha, em Belfast, apesar da maioria de seus escritos dizerem respeito as línguas, grega e latina.

                Quanto aos “tratados eclesiásticos” referidos por H.P.B. o melhor entre estes, conhecido, abarcando a história do papado, não menciona nenhum Papa com este nome. Nesta conecção o estudante é levado ao Líber Pontificalis, ou Gesta Pontificum Romanorum, consistindo de vidas dos bispos de Roma desde o tempo de S. Pedro à morte de Nicolas I em 867, a qual foi acrescentada suplementos em data posterior, dando continuidade à série. O Líber, usado por Bede para sua História Ecclesiastica , foi primeiro editado em Mainz em 1602. A melhor edição é do estudante francês, Monsignor Louis Marie Olivier Duchesne (2 vol. Paris, 1886-1892). Nenhum Papa com esse nome de Lúcifer aparece no trabalho acima mencionado, ou em qualquer outra fonte conhecida.

                Concebe-se, no entanto, que H.P.B. talvez tenha se referido a Lúcifer, bispo de Cagliari ( daí chamado de Caralitanus) um sustentador ardente da causa do Athanasius, e que morreu em 371. Ele é popularmente visto em Sardenha como um santo. Grande número de seus escritos controvérsios  estão ainda desaparecidos.  O mencionamos como sendo o único nome individual de Lúcifer e de quem existe tratados tangíveis, na história da Igreja- Compilador.

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