Os Chakras

3. CHAKRA ETÉRICO MANIPURA ou PLEXO SOLAR

Relacionado com o amor ao poder, com o desejo (apegos e repulsas), com a sensação perceptiva e com o poder de realizar, Manipura significa “cidade das gemas”. Está localizado na região conhecida como plexo solar, no epigástrio (acima do umbigo), por onde aflui a energia do Prana Saman, relacionando-se também com o processo de assimilação do trato digestivo e com a atividade de todas as suas glândulas endócrinas. Conhecido pelos chineses como Li (“Sede do Fogo”) 27:96, é responsável pela queima dos alimentos e geração do calor do corpo – está associado ao elemento fogo. Sua contraparte posterior é denominada de Hsuan-hsu pelos chineses 27:53.

Enquanto o primeiro Chakra etérico tem a função de autoperpetuação e o segundo visa à perpetuação da espécie, esse visa reconhecer o indivíduo dentro da sociedade, ser promovido, ser visto, e, num plano mais elevado, ocupar o nosso lugar único dentro do Universo. Visa à obtenção e perpetuação do “status”. Essa função o liga com o poder e estabilidade, com os relacionamentos hierárquicos e com os complexos de superioridade (ascendência) e de inferioridade (submissão), estudados por Alfred Adler (1.870-1.937). Ex-discípulo de Freud, Adler concebia a saúde emocional do ser humano como um ajustamento da personalidade ao chamado “interesse social”.

Psicologicamente, representa a personalidade, nosso ego, e por isso absorve muita energia dos dois primeiros no uso de pretensões ao poder e controle, ambição e ansiedade por status social. Sua disfunção acarreta um controle excessivo das sensações ou das emoções e uma diminuição da lógica e da razão, aumentando a confusão e a insegurança e podendo acarretar doenças físicas como diabetes, problemas digestivos (como gastrites, úlceras pépticas ou dificuldades digestivas) e alergias.

Com seu componente anterior (também conhecido como epigástrico ou umbilical) aberto e harmonizado, ao se olhar à nossa volta temos a sensação de que tudo nos pertence e que pertencemos a tudo, trazendo-nos uma vida emocional profundamente satisfatória. Quando desarmonizado, o sentimento de inferioridade será alimentado e quando fechado, funciona como um obstáculo entre o coração (quarto Chakra) e a sexualidade (segundo Chakra). Todas as vezes que estabelecemos relações emocionais com alguém, cordões energéticos se desenvolvem e crescem ligando-nos pelos Chakras umbilicais. Já seu componente posterior está relacionado com a cura espiritual, sendo muito desenvolvido em curadores 11:125.

Carl Ransom Rogers (1.902-1.987), com sua Psicologia Humanista, representou a reação crítica ante ao mecanicismo behaviorista e pavloviano e uma oposição ao pessimismo freudiano, não necessariamente os negando, mas enfocando o potencial criativo e de saúde humano, sua vocação à vida. Reconhece a existência de capacidades latentes de auto-regulação e autodesenvolvimento no ser humano que o podem levar ao desenvolvimento pleno com vistas à auto-realização.

A Análise Transacional de Eric Berne (1.910-1.970) é um método de determinar as interações interpessoais. Parte da noção de que existem no nosso inconsciente dois aspectos, um ilógico e carregado de emoções ao qual ele denominou de a “Criança” (uma reação eminentemente emocional), e dois lógicos, racionais e óbvios ao mundo externo: o “Pai” (com comportamentos copiados dos pais ou outras figuras de autoridade) e o “Adulto” (com comportamento autônomo, racional, lógico e razoável). Para ele, os traumas da criança geram atitudes infantis que, esquecidas, continuam sendo repetidas durante a sua vida adulta e a visão infantil das pessoas disciplinadoras também continua viva no inconsciente da pessoa.

Desenvolver o potencial humano seria buscar o seu mestre interior (seu “Adulto”) que reconheceria as suas atitudes emocionais infantis (de sua “Criança” interior) e suas auto-exigências e autocríticas (do seu “Pai” interior) compreendendo-os. Para isso a vida social é imprescindível, pois é somente no encontro que se pode perceber a “Criança” e o “Pai”. É na vida social onde as trocas energéticas entre os Chakras umbilicais ocorrem (Cf. adiante). O ser humano precisa do outro para seu total autoconhecimento, autotransformação e auto-realização.

A energia desse Chakra pode fluir de forma a resistir ao contato com o outro ou procurá-lo. As transações de resistência geram um bloqueio da energia desse Chakra, impedindo o processo evolutivo do indivíduo. Compreendem os seguintes tipos de resistência:

  1. A introjeção – forma de resistência em que se incorpora ao ser, irrefletidamente, padrões de pensamento emoção ou ação de outros, para não se ter que confrontá-los ou criticá-los;
  2. A projeção – quando se visualiza no mundo externo, aspectos próprios da personalidade que não assumimos como próprios ou negamos existir;
  3. A retroflexão – quando fazemos conosco mesmo coisas que queremos fazer com o outro, ou quando fazemos conosco mesmo o que queríamos que os outros nos fizessem. Mas não somente fazer conosco mesmo, mas também sentir ou pensar de nós mesmos;
  4. A deflexão – quando se evita o contato direto com o outro ou, através de artifícios, se tira a vitalidade e a importância do encontro. Geralmente se executa a deflexão através da conversa improdutiva, por não prestar atenção no outro ou mudar de assunto constantemente, ou dar voltas sem entrar direto no assunto, ou simplesmente não olhando para o outro; e
  5. A confluência – quando a introjeção é tão intensa que ocorre uma fusão com o outro, negando-se a própria individualidade e as diferenças existentes. Evita-se o contato pela inexistência do outro.

Além dessas formas de relação, Eric Berne (1.910-1.970) descreveu outras formas de relação, que longe de serem relações honestas, diretas e francas, são manipuladoras pois têm motivações ocultas geradoras de problemas. É o lado negativo das relações, onde, por meio de atitudes pouco saudáveis, se limita, intimida, usa e controla as pessoas nelas envolvidas. Originadas na infância, dentro das dinâmicas familiares, criam hábitos que trazemos à vida adulta: é nossa “Criança” atuando.

A essas formas de limitação, Berne deu o nome de “jogos psicológicos”: as nossas estratégias de caráter. Na verdade é uma disputa energética, onde vampirizamos os outros, nas relações, utilizando para isso os nossos Chakras epigástricos. Iremos detalhar mais as estratégias de caráter mais adiante, nesse mesmo capítulo, quando falarmos dos fluxos energéticos e vampirismo.

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