Psicoenergética da Consciência

Integrando os diversos níveis energéticos da consciência

A Psicologia da Consciência se fundamenta no principio de que o ser humano é energia e consciência em transformação, tem direcionamento autônomo e individualizado em processo de desenvolvimento e evolução. Esta consciência usa como veículo de expressão a energia psíquica, energia esta que se manifesta de varias formas, graus e níveis para que a consciência possa se desenvolver evolutivamente passando pelas etapas de impressão, sentir, da percepção, pensar, intuir, criar e transcender. Experimentos efetuados com pacientes em estados alterados da consciência como os estados: Alfa, Beta, Teta e Delta com eletroencefalograma, EEG nos mostram as possibilidades da natureza humana de aprofundamento de realidades além do estado considerado e denominada consciência de vigília. Hoje os estudos mais avançados da física quântica com as teorias energéticas, teoria dos campos e sistemas dinâmicos, das neurociências, dos campos morfogenéticos e as atuais pesquisas da neurociência referente ao cérebro humano o apontam com um holograma, mostram que o psicoterapeuta deve acolher a pessoa que busca ajuda de uma forma bastante abrangente, considerando a sua interatividade, historicidade, a imprevisibilidade.

 



Muitos pesquisadores na atualidade questionam a natureza da consciência. A. Damásio, neurologista apresenta nova compreensão da consciência como a consciência central e a consciência ampliada (autobiográfica). S. Pinker psicólogo cognitivo estuda a linguagem como sendo um instinto humano da consciência e defende o processo evolucionário, já D. Chalmers filósofo nos alerta para o difícil problema da consciência que é como se dá a experiência da consciência.

Existem vários níveis dentro do desenvolvimento da consciência humana. Consciência é um processo evolutivo que vai se ampliando a cada experiência incorporada e integrando as experiências externas e internas num processo de memória e aprendizagem. Estes estudos são antigos, tiveram origem no oriente, onde eram intuídos. Os egípcios falavam do Ka, Ba, La, corpo, mente, espírito. Plotino, Sócrates e Platão foram os primeiros ocidentais a exploram estas instancias acrescentando a alma. S. Freud introduziu a energia libidinal, o ego e o id. C. G. Jung introduziu o self, os mitos e ritos, a persona os arquétipos pessoais e coletivos. W. Reich e os psicoterapeutas corporais exploraram a energia orgone mais conhecida como energia cósmica que é livre de massa e permeia todo o universo.

O livre fluxo da energia no organismo gera saúde, amadurecimento e desenvolvimento da consciência. Vários níveis desta energia do mais denso material e atômico como é o caso do corpo físico que se sutilizam seguindo o bioenergético e o mais sutil fazem conecções de funcionabilidade.

Estas instâncias não são estanques, embora muitos pensem se tratar de compartimentos definidos.

Estes níveis psicoenergéticos ao que parece, tem a finalidade de expressar os conteúdos da essência do ser humano, do self, do seu núcleo. É um processo de reverberação sempre com dupla direção para um despertar o tornar-se cônscio da totalidade de si mesmo. O organismo físico é constituído de energia de partículas atômicas, biológicas (celulares), onde pulsa a vida; o corpo emocional é constituído da bioenergia a energia orgone como pesquisou W. Reich, Alexander Lowen e de John Pierrakos que é em grande parte assimilada através do fluxo respiratório. Esta energia é livre de massa e pêso, existe em todo o universo inclusive no vácuo e é responsável pela vida. Esta mesma energia tem a propriedade de sutilizar-se e constitui os outros níveis mais profundos da consciência no Ser humano, utilizo aqui um modelo de cartografia que é uma síntese do seu estudo dos principais níveis do Ser

1-sensório físico; 2-emocional; 3-mente representativa; 4-mente regra e papel; 5-formal reflexivo; 6-visão lógica; 7-psíquico; 8-sutil; 9-causal.

Os fulcros no desenvolvimento da consciência são denominados bloqueios ou couraça da mente que repercutem no corpo/energia e no comportamento.

Assim temos: As patologias pré-pessoais: Psicóses-autistas, Psicoses simbióticas infantis, As esquizofrenias de adulto, Psicoses depressivas, Distúrbios da personalidades narcisistas, Distúrbios da personalidades limítrofes, Neurose limítrofe, Psiconeuróses.

As patologias Pessoais: A patologia de papéis (script), neurose de identidade, patologia existencial.

As patologias Transpessoais: distúrbios psíquicos, distúrbios sutis, distúrbios causais.

A idéia dos orientais vem integrar aos conhecimentos dos ocidentais mostrando a similaridade das conclusões dos estudos mais atuais.

A consciência se manifesta na psique dinamicamente e na energia de forma espiral num processo continuo de despertar, evolutivo, ascendente e holárquico, não havendo transgressão, existindo sequência de estágios dentro do desenvolvimento físico/cognitivo e energético.

Assim como acontece com a maturidade e crescimento do corpo físico, acontece com a energia do corpo emocional, mental, vontade e espiritual.

Cada etapa deste desenvolvimento é um processo por si mesmo, isto é, tem um começo meio e fim, podemos comparar com a idéia de morte e renascimento do psiquiatra Dr. Stanislav Groff, nas suas pesquisas do desenvolvimento da consciência. Sendo assim podemos notar no corpo de uma criança quando ela está passando de recém-nascido para bebê, de criança para adolescente e de adulto para a velhice, estas etapas de desenvolvimento do corpo físico, suas transformações energéticas e as suas transições.

A consciência segue esta sequência no decorrer da existência:

a- a perda da essência que menciona Dr. Pierrakos – energeticamente significa as primeiras contrações da energia; b- aparecimento dos “fulcros” – falta energética e tensões gerando bloqueios energéticos; c- compensação com os mecanismos de defesas na psique – no corpo físico, bioenergético e mental; d- a evitação da energia primordial, a do “Ser”, – (esta etapa foi explorada pelo Dr. W. Reich na idéia do caráter genital, focado no circuito saudável da energia), o medo da entrega, do contato e do prazer, do orgasmo pleno.

Na Psicoenergética dá-se ênfase a esta instância considerando a integração e fusão consciente com os diversos níveis da consciência de forma a experiênciar a totalidade de si mesmo com grounding energético. Isso facilita a expansão da consciência sem a perda do contato com realidade, como bem ocorre nas cisões energéticas e psicóticas sempre focando a integração de cada estágio do desenvolvimento.

Na maioria das vezes dentro destes níveis ou estágios a energia está bloqueada e consequentemente a consciência esta obscurecida, causando uma imaturidade, negatividades, depressões psíquicas (pensamentos e sentimentos distorcidos da essência, o conteúdo reprimido do inconsciente, a sombra de C. Jung) e uma ruptura nos estágios de desenvolvimento. O filósofo e pesquisador da consciência K. Wilber denomina de “fulcros”, ou fissuras que ocorrem na consciência retardando o seu desenvolvimento e criando patologias e W. Reich e J. Pierrakos denominam de bloqueios e couraças. A Psicoenergética da Conciência utiliza o modelo de cartografia trabalhando com nove principais níveis de desenvolvimento da energia e consciência, cada nível de forma peculiar na teoria e prática da terapia. Os primeiros níveis é considerada dentro de um processo regressivo, tendo como estratégia a energia corporal e nos níveis superiores considerando seu desenvolvimento e fluxo energético.

Estas rupturas energéticas paralisam o desenvolvimento da energia na psique em nível de instancia do ego, ocorrendo a diminuição ou paralisação da psicoenergia não só no corpo físico, mas no emocional, mental, vontade. Muitas vezes todos estes estágios da personalidade acabam sendo comprometidos em função do desajuste que no corpo denomina-se bloqueios e na consciência fissuras ou fulcros (são como fios que foram cortados e rompidos nas suas interligações).

Pode-se perceber quando isto ocorre, muitas vezes se inicia no feto dentro do útero, numa contração celular, ocasionada quando o feto se sente ameaçado. Podemos lembrar os estudos do Dr. Frederico Navarro e seu trabalho com a psicossomatodinâmica.

No principio da vida quando o recém nascido chega ao mundo ele está mergulhado em seu estado de graça e conectado cósmicamente com a totalidade, no seu estado de plenitude e quase inconsciência aos poucos ele vai perdendo este lugar de satisfação, existe energia e uma pré-consciência; após o nascimento ele começa a perceber que existe o outro, a mãe, então este bebê sai desta situação plena para uma simbiótica, passando logo a seguir para o inicio rudimentar da construção do ego. Este bebê se sentindo separado cria psicoenergeticamente a estrutura psíquica que no corpo e na energia chamamos de Eros a busca do prazer perdido do estado paradisíaco, então seu corpinho é pura excitação e em busca de satisfação do prazer, isto é, de suas necessidades primordiais para que energeticamente a homeostase se processe, o equilíbrio se faça presente. Cada vez que este bebê sentir o prazer no corpo, a satisfação reforçara a sua consciência e identificação com a energética do corpo, da sensação de bom ou ruim, de prazer ou de dor, começando assim a construção do Ego e construção de sua personalidade. Dentro de seu desenvolvimento corporal/energético e da consciência, dificuldades encontradas de várias naturezas fazem com que este ego frágil não sustente as agressões do mundo e o bebê sofre pelo excesso e pela falta, pela rejeição, pelo abandono, pela traição pelo controle exacerbado, pelo muito e pelo pouco e estas são as feridas da infância que a estrutura de ego do bebê não consegue processar, fatores de stress e de distress. Nestas primeiras fases do desenvolvimento da criança muitos bloqueios no seu corpo e fissuras na consciência ficam sem resolução, afetando suas vidas e quando adultos fazem psicoterapia procurando de uma forma ou de outra através de trabalho consciencial desobstruir as energias e tornar-se cônscio, as dores das feridas originais que continuam a se repetir no decorrer da existência. Estes cortes na fase do desenvolvimento energético da pessoa e consequentemente em sua consciência promoverá os distúrbios de diversas ordens, no físico, emocional, mental, vontade, espiritual, como: somatizações gerando muitas doenças no corpo, cisões psicóticas, esquizofrenias, depressões, crises existenciais, desânimos, crises espirituais, suicídios, etc. A Psicoenergética da Consciência integra aqui aspectos psicofisioenergéticos dentro dos conceitos de W James, W. Reich, e J. Pierrakos e o modelo da cartografia da consciência de K. Wilber e sua visão filosoficamente integral do desenvolvimento da consciência, fazendo assim uma inter-relação e síntese.

Não é possível alterar o corpo/energia sem alterar a consciência e consequentemente não dá para alterar a consciência sem alterar o corpo/energia, pois a consciência e energia estão integradas, elas são uma só, não há cisão na natureza essencial.

A essência no corpo é o coração da consciência.

O prazer é a sensação da descarga da tensão e relaxamento da energia no corpo físico, como mostrou a fórmula reichiana: tensão -carga – descarga -relaxamento. Este é o ciclo do universo. A Psicoenergética Consciência traz a “Integração” destas forças e conseqüentemente o conhecimento vinculado do núcleo do self.

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