Ser Educado para Educar

 

                                                                                    “O objetivo essencial da Educação deve ser ajudar a alma em evolução a tomar consciência daquilo que nela mesma é o melhor, e aperfeiçoá-la da maneira mais nobre”

A Mãe

 

Como médica, instrutora de Yoga e educadora, pois todos nós que estamos na sociedade devemos ter esse papel, tenho me questionado acerca da magnitude de educar.  Quantos de nós realmente somos educados para educar? Quantos de nós temos a consciência do melhor em nós?

Assim me questionando, observei que não há melhor meio de nos educarmos se não for através da própria arte de tentar levar ao outro o nosso melhor. 

O contato com pessoas a quem devemos passar nosso parco aprendizado, e todo contato com pessoas nos oferece esta oportunidade de ensinar e aprender, nos trás um auto-aprimoramento cada vez maior, se soubermos, nesta hora, exercitar nossas humildade. Não somos os detentores do saber, e não sabemos se aquilo que queremos transmitir é na realidade essencial ao próximo. Não podemos julgar se o nosso conhecimento, seja ele qual for, vai realmente beneficiar o outro, e muitas vezes não experimentamos na prática a teoria contida nos livros que nos trazem o conhecimento que queremos ensinar, conhecimento este apenas mental.

Logo, creio que o melhor modo de educar, seja através da exemplificação. 

Vamos fazer uma reflexão: como está nossa real prática de Yoga? Estamos realmente vivendo esta filosofia? Estamos sendo coerentes com aquilo que queremos ensinar? Estamos dedicando nossa vida integralmente a causa que acreditamos? Estamos sabendo ouvir, enxergar e perceber o próximo em cada um que nos vem solicitar algum ensinamento ou mesmo naqueles que fazem parte de nosso convívio habitual, e assim perceber suas reais necessidades? E, ao mesmo tempo estamos nos ouvindo, nos percebendo e conhecendo nossas reais necessidades, ou sendo levados como um barco sem âncora pela correnteza? Queremos transmitir o que é real e conhecido ou apenas crenças, dogmas e atitudes não vivenciadas e, portanto, não reais?

Devemos a cada dia, tentar descobrir e realizar tudo aquilo que percebemos ser o melhor de nós mesmos, e viver conectados a esse objetivo durante toda a nossa existência, só assim, seremos capazes de nos tornar reais educadores, pois estaremos ensinando com nosso próprio exemplo de ação, ética e, por que não dizer, vida, procurando perceber no próximo suas reais necessidades, angustias e desejos de saber, pois muitas vezes precisaremos adequar nossa técnica de ensino às reais necessidades do ser, e não nos mantermos rígidos em posturas já assumidas e fáceis de lidar.

Vejo o real educador como um ser holístico, presente em sua totalidade, sabendo perceber seu próximo como a si mesmo, e assim, sendo conhecedor do que é almejado, sem que para isso, necessite usar de nenhuma forma de poder ou posição hierárquica, pois neste momento, estamos ensinando a nós mesmos diante das grandes oportunidades que nos são oferecidas nesta existência.

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