Vivência de Paz

Considerações Finais

             As medidas de segurança adotadas como detectores de metais, cercas elétricas, muros altos, câmeras no circuito interno, aulas de defesa pessoal para alunos e professores, vigilância na escola e entorno, de alguma forma podem ter contribuído, mas com certeza a o diálogo com alunos e comunidade tem sido a solução, ou pelo menos a forma mais efetiva de minimizar a violência no espaço escolar.

            As experiências positivas com jovens e escolas devem ser mais divulgadas pelos meios de comunicação. É importante apresentar à sociedade imagens menos agressivas das juventudes e desses espaços. Há ainda muitos desencontros na instituição escolar, mas as juventudes ainda a valorizam e desejam que:

…a escola tenha um pouco mais do seu ritmo, que respeite sua cultura; as teias que tecem no esforço de construir significados. (…) Quando a escola trata seus alunos como sujeitos, respeitando-os e estabelecendo um diálogo com eles, valorizando suas idéias, estimulando-os à participação, é o sinal que esperam para que se concretize o encontro de grande significado para ambos (Matos, 2003, p.138).

            Os conflitos vão continuar existindo, como já citamos anteriormente.No entanto, o que cada instituição escolar tem feito para solidificar parcerias aponta, não apenas para a melhoria da qualidade, mas essencialmente para a humanização de um espaço que foi se tornando estranho para os que nele ensinam, estudam, convivem. Redescobrir esse espaço através do acolhimento, da amorosidade, da confiança é a cura que nós todos estamos necessitando. Que a cura venha, e que diferente do que acontece no Japão não precisemos alugar a afetividade. Antes disso, que essas breves experiências aqui expostas possam demonstrar que é possível retomar o cuidado com o outro, na construção da paz na escola.

Referências Bibliográficas

ABRAMOVAY, Miram et alii. Violências nas escolas. Brasília; UNESCO, Instituto Ayrton Senna. UNAIDS.Banco Mundial. USAID. Fundação Ford. CONSED. UNDIME, 2004.

ARAUJO, Marília Assunção; SILVA, Georgete Barcelos da. Relatórios de Reiki. Ano 2003 (1º Semestre. 2º Semestre). Brasília. 2003. (Mimeo).

BAPTISTA, Luís Antônio. A cidade dos sábios: reflexões sobre a dinâmica social das grandes cidades. São Paulo: Summus, 1999.

CALLADO, Carlos Velázquez.Educação para a paz: promovendo valores humanos na escola através da educação física e dos jogos cooperativos.(Trad. Maria Rocio Bustios de Veiga). Santos: Projeto Cooperação, 2004.

CANDAU, Vera, LUCINDA, Maria da Consolação, NASCIMENTO, Maria das Graças. Escola e Violência. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

CHESNAIS, Jean Claude. A violência no Brasil: causas e recomendações políticas para a sua prevenção. Ciência & Saúde Coletiva. n.4(1), 53-69, 1999.

DEBARBIEUX, Èric. A violencia na escola francesa: 30 anos de construção social do objeto In Educação e Pesquisa. Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo: FEUSP – v27. n1. jan/jun. 2001 (p.163- 193).

DE’ CARLI, Johnny.Reiki Universal: Sistema Usui, Tibetano, Osho e Kahuna. São Paulo: Madras Editora. 1999.

_________. Reiki: amor, cura e transformação. São Paulo: Madras Editora, 2000.

DIMENSTEIN, Gilberto. Escola concentra raiva e frustrações sociais Jornal Folha de São Paulo.11.05.99 Cotidiano, p.5

GUIMARÃES Marcelo Rezende. Paz, Reflexões em torno de um conceito. Disponível em   http://www.dhnet.org.br/educar/balestreri/inquietude/marcelo_rezende.htm. Acesso em 12.05.2005

GANDHI, Mohandas Karamchand. Minha vida e minhas experiências com a verdade In Gandhi por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 2003.

_________.Reflexiones sobre la no violencia. Disponível em http://www.formarse.com.ar/libros_gratis/libros_gratis.htm. Acesso em 19.04.2005

LÜBECK, Walter. Manual de Reiki: introdução básica e métodos de aplicação natural: um guia completo para a prática do Reiki. São Paulo. Editora Ground, 1997.

MATOS, Kelma Socorro Lopes de. O movimento Social e a luta por Escola: Uma Experiência na Comunidade do Jardim União. In Revista Educação e Debate. N.º 27 e 28 .Fortaleza: Ed. UFC, 1994 (p.81-88).

________.Procurando o caminho para compreender a escola e seus sujeitos. In Revista Educação e Debate. N.º 33. Fortaleza: Ed. UFC, 1997 (p.71-77).

________ Nas trilhas da experiência: a memória, a crise e o saber do movimento popular. Fortaleza: UNIFRO, 1998 a.

________.A escola pública e a cultura da dor e da resistência. In Revista Espaços da Escola. Unijuí: Ed. UNIJUÍ. 1998b (p.5-12)

________. De quem é a rua, a casa e a escola? In Revista Educação em Debate. Fortaleza: Ed. UFC Nº. 38,1999 (pág. 36-46).

________. Juventude, Professores e Escola: possibilidades de encontros. Ijuí: Ed. UNIJUI, 2003.

________.Vivência de Paz: O Reiki na Escola Parque 210/211 Norte – Brasília In BOMFIM, Maria do Carmo Alves do; MATOS, Kelma Socorro Lopes de (Orgs) Juventudes, Culturas de Paz e Violências na Escola. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará. Coleção Diálogos Intempestivos, 2006. (p.15-32)

MATOS, Kelma Socorro Lopes de; MAIA, Maurício Holanda. Escola e Comunidade: Tomando partido pela Participação In Revista Educação e Debate. N. º 29-32. Fortaleza: UFC, 1995. (p.100-108).

MATOS, Kelma Socorro Lopes de MENEZES, Helenice Paiva. Juventudes, escola e violência: imagens na mídia. Anais XVII EPENN. Belém: Ed. UFPA, 2005.

MONARCHA, Carlos (Org.). Anísio Teixeira: a obra de uma vida. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2001.

MINAYO, M. C .S; SOUZA, E.R. É possível prevenir a violência?  Reflexões a partir do campo da Saúde Pública. Ciência & Saúde Coletiva. N.4,7-32,1999.

NOLETO, Marlova Jovchelovitch; CASTRO, Mary Garcia; ABRAMOVAY, Miriam. Abrindo espaços: educação e cultura para a paz. Brasília: UNESCO, 2004.

PRADO, Ricardo. O desarme da violência. In Revista Nova Escola. No 125. Setembro de 1999.

PROJETO “Reiki na Educação”. Escola Parque 210/211 Norte. Diretor: Márico Rossi Gonçalves. Professora Marília Assunção de Araújo. Brasília, 2001.

SANTOS, José Vicente Tavares dos. A violência na escola: conflitualidade social e ações civilizatórias In Educação e Pesquisa. Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo: FEUSP – v27. n1. jan/jun. 2001 (p.105-122).

STEIN, Diane. Reiki Essencial: manual completo sobre uma antiga arte de cura. São Paulo: Editora Pensamento, 1995.

SPÓSITO, Marília Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil In Educação e Pesquisa. Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo: FEUSP – v27. n1. jan/jun. 2001 (p.87-104).

SMOLKA, Ana Luiza Bustamante; MENEZES, Maria Cristina (Ogs). Anísio Teixeira 1900-2000: provocações em educação São Paulo; Editora Autores Associados, 2000.

SOARES, Gláucio; RUA, Maria das Graças. Vítimas secundárias da violência no Distrito Federal. Brasília. UNB, 1996 (Mimeo).

SILVA, Ernesto. Plano Educacional. In: SILVA, Ernesto. História de Brasília. 2a ed. Brasília: Senado Federal, 1985. (p.235-252).

TEIXEIRA, Anísio. A Escola Parque da Bahia. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.47, n.106, abr./jun. 1967 (p.246-253).

VIVEIROS, Mariana. Escola de SP combate violência com esporte. Folha de São Paulo, São Paulo, 18 fev. 2000. Cotidiano, p. 1. 


[1] Este artigo está publicado em BOMFIM, MATOS (2006)

MATOS, Kelma Socorro Lopes de.  Vivência de Paz: O Reiki na Escola Parque 210/211 Norte – Brasília In BOMFIM, Maria do Carmo Alves do; MATOS, Kelma Socorro Lopes de (Orgs) Juventudes, Culturas de Paz e Violências na Escola. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará. Coleção Diálogos Intempestivos, 2006. (p.15-32)

* Profa Dra do Departamento de Fundamentos em Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira – UFC e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Ambiental – PRODEMA – UFC. Mestra em Reiki pelo Sistema Usui de Cura Natural e pelo Sistema de Cura Magnificada. Terapeuta em Freqüências de Brilho. Cursando a Escola da Dinâmica Energética do Psiquismo (DEP – 3º ano) E-mail: kelmatos@uol.com.br

[3] Ver ainda sobre essa discussão Reflexiones sobre la no violencia (Gandhi, 2005).

[4] Para um maior aprofundamento sobre os conceitos de paz, violência e cultura de paz Cf Guimarães (2005) Callado, (2004); Noleto, Castro, Abramovay (2004); Abramovay et alii (2004).

[5] Debarbieux (2001, p.163) tratando sobre a violência escolar na França, compreende por incivilidades microviolências como: “insultos, grosserias diversas, empurrões, interpelações, humilhações”. Os ingleses chamam de “bullyng” as humilhações, apelidos, formas de exclusão na escola por causa da aparência física e até a extorsão de crianças e jovens, que pagam para não apanharem, seja com lanches, dinheiro ou favores.

[6] Chamados por Soares e Rua (1996) vítimas indiretas da violência. Os efeitos da violência não atingem somente as vítimas imediatas, tangenciam a vida de muitas outras pessoas trazendo repercussões impossíveis de serem mensuradas.

[7] Sobre a participação e a reflexão da escola enquanto espaço de construção social Cf Matos (1997, 1998b).

[8] Sobre o histórico do Reiki, indicações e tipos de tratamento Cf De’ Carli (1999, 2000), Lübeck (1997), Stein (1995)

[9] Para um estudo mais aprofundado sobre Anísio Teixeira, ver Monarcha (org.) (2001); Smolka; Menezes (ogs) (2000). Há um texto do próprio Anísio Teixeira sobre a Escola Parque da Bahia (Teixeira, 1967).

[10] O objetivo aqui é ter como foco a Escola Parque, portanto não nos deteremos na especificação da “Educação Média”, também explicitada no Plano com detalhes, o que pode ser verificado em Silva (1985).

[11] Entrevista realizada em  13.07.2004. Agradecemos a Profa Georgete Barcelos, pois além de nos conceder a entrevista, cedeu-nos, gentilmente, materiais para a pesquisa documental: Projeto Reiki na Educação (2001), Relatório de Reiki – Ano 2003, e mostrou ainda a Sala de Reiki. As informações sobre o número de alunos e as Escolas Classes foram repassados por Regina, Secretária da Escola.

[12] Mantivemos os depoimentos da forma como estavam escritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *