A inculpabilidade e a invulnerabilidade

Capítulo 13 – O MUNDO SEM CULPA

I. A inculpabilidade e a invulnerabilidade

1. Anteriormente eu disse que o Espírito Santo compartilha a meta de todos os bons professores, cujo objetivo final é fazerem-se desnecessários tendo ensinado a seus alunos tudo o que sabem.  O Espírito Santo só quer isso, pois compartilhando o Amor do Pai por Seu Filho, Ele busca remover toda a culpa da sua mente de tal modo que ele possa lembrar do seu Pai em paz. Paz e culpa são antitéticas e o Pai só pode ser lembrado na paz. Amor e culpa não podem coexistir, e aceitar um é negar o outro. A culpa esconde o Cristo da tua vista, pois é a negação da irrepreensibilidade do Filho de Deus.

2. No estranho mundo que fizeste o Filho de Deus tem pecado. Assim sendo, como poderias Vê-lo? Fazendo com que ele seja invisível, o mundo da retaliação surgiu na negra nuvem de culpa que tu aceitaste e manténs com apreço. Pois a irrepreensibilidade de Cristo é a prova de que o ego nunca existiu e nunca pode existir. Sem a culpa, o ego não tem vida e o Filho de Deus é sem culpa.

3. Na medida em que olhas para ti mesmo e julgas o que fizeste com honestidade, podes ser tentado a imaginar como é possível que sejas sem culpa. No entanto, considera isso: não és sem culpa no tempo, mas na eternidade. Tens “pecado” no passado, mas não há nenhum passado. O sempre não tem direção. O tempo parece se mover em uma direção, mas quando atinges o seu fim, ele se enrolará como um longo tapete estendido sobre o passado atrás de ti e desaparecerá. Enquanto acreditares que o Filho de Deus é culpado, caminharás sobre esse tapete acreditando que ele conduz à morte. E a jornada parecerá longa, cruel e sem sentido, pois assim ela é.

4. A jornada que o Filho de Deus estabeleceu para si mesmo é fato inútil, mas a jornada na qual o Pai o embarca é de liberação e alegria. O Pai não é cruel e Seu Filho não pode ferir a si mesmo. A retaliação que ele teme e que ele vê nunca o tocará, pois embora ele acredite nela, o Espírito Santo tem o conhecimento de que ela não é verdadeira. O Espírito Santo está no fim dos tempos, onde tu não podes deixar de estar porque Ele está contigo. Ele já desfez tudo o que era indigno do Filho de Deus, pois tal foi a Sua missão dada por Deus. E o que Deus dá nunca deixou de ser.

5. Tu me verás à medida que aprenderes que o Filho de Deus não tem culpa. Ele sempre buscou a sua inculpabilidade e a achou. Pois cada um está buscando escapar da prisão que fez e o caminho para achar a liberação não lhe é negado. Estando nele, ele o achou. Quando o acha é apenas uma questão de tempo e o tempo é apenas uma ilusão. Pois o Filho de Deus não tem culpa agora e o brilho da sua pureza resplandece intocado na Mente de Deus para sempre. O Filho de Deus sempre será tal como ele foi criado. Nega o teu mundo e não o julgues, pois a sua eterna inculpabilidade está na Mente do seu Pai e o protege para sempre.

6. Quando tiveres aceito a Expiação para ti mesmo, reconhecerás que não há nenhuma culpa no Filho de Deus. E só quando olhas para ele como alguém sem culpa é que podes compreender a sua unicidade. Pois a idéia da culpa traz a crença na condenação de um pelo outro, projetando a separação em lugar da unidade. Tu só podes condenar a ti mesmo e ao fazê-lo não podes ter o conhecimento de que és o Filho de Deus. Negaste a condição do que ele é, que é a sua perfeita irrepreensibilidade. Ele foi criado a partir do amor e no amor ele habita. A bondade e a misericórdia sempre o seguiram, pois ele sempre estendeu o Amor do seu Pai.

7. À medida em que percebes os companheiros santos que viajam contigo, reconhecerás que não há jornada, mas só um despertar. O Filho de Deus, que não dorme, tem mantido a fé em seu Pai por ti. Não há estrada pela qual viajar e não há tempo através do qual viajar. Pois Deus não espera o Seu Filho no tempo, para sempre recusando-Se a ser sem ele. E sempre tem sido assim. Permite que a santidade do Filho de Deus brilhe afastando a nuvem de culpa que escurece a tua mente e aceitando a sua pureza como tua, aprende com ele que ela é tua.

8. Tu és invulnerável porque não tens culpa. Só através da culpa é que podes te apegar ao passado. Pois a culpa estabelece que serás punido pelo que fizeste e depende, portanto, de um tempo unidimensional, procedendo do passado para o futuro. Ninguém que acredite nisso pode compreender o que “sempre” significa e, portanto, a culpa não pode deixar de privar-te da apreciação da eternidade. Tu és imortal porque és eterno e o que é “sempre” tem que ser agora. A culpa, então, é uma forma de manter o passado e o futuro em tua mente para assegurar a continuidade do ego. Pois se o que foi será punido, a continuidade do ego está garantida. No entanto, a garantia da tua continuidade é de Deus, não do ego. E a imortalidade é o oposto do tempo, pois o tempo passa, enquanto a imortalidade é constante.

9. A aceitação da Expiação te ensina o que é a imortalidade, pois ao aceitar a tua inculpabilidade, aprendes que o passado nunca foi e deste modo o futuro é desnecessário e não há de ser. O futuro, no tempo, está sempre associado com a expiação e só a culpa poderia induzir a um senso de necessidade de expiação. Aceitar como tua a inculpabilidade do Filho de Deus é, portanto, o caminho de Deus para lembrar-te do Seu Filho e do que ele é na verdade. Pois Deus nunca condenou o Seu Filho e, sendo sem culpa, ele é eterno.

10. Tu não podes dissipar a culpa fazendo com que ela seja real e depois expiando-a. Esse é o plano do ego, que ele oferece ao invés de dissipá-la. O ego crê na expiação através do ataque, estando totalmente comprometido com a noção insana de que o ataque é salvação. E tu que aprecias a culpa, necessariamente também acreditas nisso, pois de que outra forma, senão identificando-te com o ego, poderias manter com tanto apreço o que não queres?

11. O ego te ensina a atacar a ti mesmo porque és culpado e isso não pode deixar de aumentar a culpa, pois a culpa é o resultado do ataque. No ensinamento do ego, portanto, não há como escapar da culpa. Pois o ataque faz com que a culpa seja real e se ela é real, não há nenhum caminho para superá-la. O Espírito Santo a dissipa simplesmente através do calmo reconhecimento de que ela nunca existiu. Quando Ele olha para o Filho de Deus sem culpa, Ele tem o conhecimento de que isso é verdadeiro. E sendo verdadeiro para ti, não podes atacar a ti mesmo, pois sem culpa o ataque é impossível. Assim sendo, estás salvo porque o Filho de Deus é sem culpa. E sendo totalmente puro, tu és invulnerável.

 

 

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