Capítulo 9 – A ACEITAÇÃO DA EXPIAÇÃO
VII. As duas avaliações
1. A Vontade de Deus é a tua salvação. Como não teria Ele te dado os meios de achá-la? Se a Sua Vontade é que tu a tenhas, Ele tem que ter feito com que seja possível e fácil obtê-la. Os teus irmãos estão em todos os lugares. Tu não tens que ir buscar a salvação longe. Cada minuto e cada segundo te dá uma chance de salvar a ti mesmo. Não percas essas chances, não porque elas não retornarão, mas porque é desnecessário protelar a alegria. A Vontade de Deus para ti é a felicidade perfeita agora. É possível que não seja essa também a tua vontade? E é possível que não seja essa também a vontade dos teus irmãos?
2. Considera, então, que nesta vontade conjunta vós estais todos unidos e somente nisso. Pode existir desacordo acerca de qualquer outra coisa, mas não acerca disso. É, então, aí que habita a paz. E tu habitas em paz quando assim o decides. Entretanto, não podes habitar na paz a não ser que aceites a Expiação porque a Expiação é o caminho para a paz. A razão é muito simples e tão óbvia que freqüentemente não é vista. O ego tem medo do óbvio, já que a obviedade é a característica essencial da realidade. No entanto, tu não podes deixar de vê-la a não ser que não estejas olhando.
3. É perfeitamente óbvio que se o Espírito Santo olha com amor para tudo o que Ele percebe, Ele te olha com amor. A Sua avaliação de ti baseia-se no Seu conhecimento do que tu és, portanto, Ele te avalia verdadeiramente. O essa avaliação tem que estar na tua mente, porque Ele está. O ego também está na tua mente, porque tu o aceitaste lá. A sua avaliação de ti, no entanto, é exatamente oposta à do Espírito Santo, porque o ego não te ama. Ele não está ciente do que és e desconfia totalmente de tudo o que percebe porque as suas percepções são tão variáveis. O ego é, portanto, capaz de suspeita, na melhor das hipóteses, e de perversidade na pior. Esse é o seu escopo. Não pode ultrapassá-lo devido à sua incerteza. E não pode nunca ir além dela porque jamais pode estar certo.
4. Tu tens, então, duas avaliações conflitantes de ti mesmo na tua mente e elas não podem ser ambas verdadeiras. Tu ainda não te dás conta do quanto essas avaliações são completamente diferentes, porque ainda não compreendes quão elevada a percepção que o Espírito Santo tem de ti realmente é. Ele não é enganado por nada do que fazes, porque Ele nunca esquece o que és. O ego é enganado por tudo o que fazes, especialmente quando respondes ao Espírito Santo, porque nestas ocasiões a sua confusão aumenta. O ego, portanto, é particularmente capaz de atacar-te quando reages amorosamente, porque te avaliou como não sendo amoroso e tu estás indo contra o seu julgamento. O ego atacará os teus motivos logo que eles passem a estar claramente em desacordo com a sua percepção de ti. É aí que ele vai se deslocar abruptamente da suspeita para a perversidade, uma vez que a sua incerteza terá aumentado. Entretanto, com certeza é inútil atacar de volta. O que pode significar isso exceto que estás concordando com a avaliação que o ego faz do que tu és?
5. Se escolhes ver a ti mesmo como não sendo amoroso, não serás feliz. Estás te condenando e tens, portanto, que te considerares inadequado. Olharias para o ego em busca de ajuda para escapar de um sentimento de inadequação que ele produziu e tem que manter para existir? É possível escapares da sua avaliação de ti usando os seus métodos para manter esse retrato intacto?
6. Não podes avaliar um sistema insano de crenças estando dentro dele. Seu escopo exclui isso. Só podes ir além dele, olhar em retrospectiva de um ponto onde a sanidade exista e ver o contraste. Só através desse contraste é que a insanidade pode ser julgada como insana. Com a grandeza de Deus em ti, tens escolhido ser pequeno e lamentar a tua pequenez. Dentro do sistema que ditou essa escolha o lamento é inevitável. A tua pequenez é aceita gratuitamente nesse sistema e tu não perguntas “Quem decidiu que seja assim?” A pergunta é sem significado dentro do sistema de pensamento do ego, porque ela abriria ao questionamento todo o sistema.
7. Eu disse que o ego não sabe o que é uma pergunta real. Qualquer tipo de falta de conhecimento é sempre associado com uma recusa em conhecer e isso produz uma total falta de conhecimento simplesmente porque o conhecimento é total. Não questionar a tua pequenez é, por conseguinte, negar todo o conhecimento e manter intacto todo o sistema de pensamento do ego. Não podes reter parte de um sistema de pensamento, porque ele só pode ser questionado no seu fundamento. E isso tem que ser questionado de um ponto além do sistema, pois dentro dele o seu fundamento de fato se mantém. O Espírito Santo julga contra a realidade do sistema de pensamento do ego meramente porque Ele sabe que o seu fundamento não é verdadeiro. Portanto, nada que surja a partir dele significa coisa alguma. Ele julga cada uma das crenças que manténs em termos da origem que ela tem. Se vem de Deus, Ele sabe que é verdadeira. Se não vem, Ele sabe que é sem significado.
8. Sempre que questionares o teu próprio valor, dize:
O próprio Deus é incompleto sem mim.
Lembra-te disso quando o ego falar e assim tu não o ouvirás. A verdade a teu respeito é tão elevada que coisa alguma que não seja digna de Deus é digna de ti. Escolhe, pois, o que queres nestes termos e não aceites nada que não queiras oferecer a Deus como totalmente adequado para Ele. Tu não queres nenhuma outra coisa. Devolve a tua parte a Deus e Ele te dará tudo de Si Mesmo em troca da devolução do que pertence a Ele e O torna completo.