Aitareya Upaniṣad

 

Que a minha palavra seja uma coisa só com a minha mente,

E que a minha mente seja uma coisa só com minha palavra.

Ó vós, autoluminoso Brahman, removei o véu da ignorância da minha frente,

Para que eu possa contemplar a vossa luz.

Revelai-me o espírito das escrituras.

Que a verdade das escrituras esteja sempre presente em mim.

Que eu procure dia e noite compreender o que aprendi com os sábios.

Que eu fale a verdade de Brahman.

Que eu fale a verdade.

Que ela me proteja.

Que ela proteja o meu mestre.

OM… Paz – paz – paz.

 

 

  1. ANTES DA CRIAÇÃO, tudo o que existia era o EU, somente o Eu. Nada mais havia. Então o Eu pensou: “Criarei os mundos.”
  2. Ele criou os mundos: Ambhas, o mundo mais elevado, que está acima do céu e é sustentado por ele; Marichi, o céu; Mara, o mundo mortal, a terra; e Apa, o mundo abaixo da terra.
  3. Ele pensou: “Eis os mundos. Enviarei agora os seus guardiões.” Enviou então os guardiões.
  4. Ele pensou: “Eis os mundos e seus guardiões. Enviarei alimento para os guardiões.” Então enviou alimento para eles.
  5. Ele pensou: “Como poderão existir guardiões sem que eu tome parte neles?
  6. “Se, sem mim, a palavra é pronunciada, o alento é absorvido, os olhos vêem, o ouvido ouve, a pele sente, a mente pensa, os órgãos sexuais procriam, então o que sou eu?
  7. Ele pensou: “Penetrarei nos guardiões.” E então, abrindo o centro dos seus crânios, entrou. A porta por onde ele entrou é chamada de porta da bem-aventurança.
  8. Sendo o Eu desconhecido, todos os três estados da alma são apenas sonho: Vigília, sonho e sono sem sonhos. Em cada um deles habita o Eu: o olho é o local em que habita quando estamos acordados. A mente é o local em que habita enquanto sonhamos, o lótus do coração é o local em que habita quando dormimos o sono sem sonhos.
  9. Após penetrar nos guardiões, ele se identificou com eles. Tornou-se muitos seres individuais. Assim, conseqüentemente, se um indivíduo acorda do seu tríplice sonho de vigília, sonho e sono sem sonhos, vê apenas o Eu. Ele vê o Eu morando no lótus do seu coração como Brahman, onipresente, e declara: “Conheço Brahman!”
  10. Quem é esse Eu que desejamos venerar? De que natureza é esse Eu?
  11. É ele o eu através do qual vemos a forma, ouvimos o som, cheiramos o odor, falamos as palavras e provamos o doce ou o amargo?
  12. É ele o coração e a mente através do qual percebemos, comandamos, discriminamos, conhecemos, pensamos, recordamos, queremos, sentimos, desejamos, respiramos, amamos e executamos outros atos semelhantes?
  13. Não, esses são apenas adjuntos do Eu, que é consciência pura, que é Brahman. E esse Eu, que é consciência pura, é Brahman. Ele é Deus, todos os deuses; os cincos elementos – terra, ar, fogo, água, éter; todos os seres, grandes ou pequenos, nascidos de ovos, nascidos do útero, nascidos do calor, nascidos do solo; cavalos, vacas, homens, elefantes, pássaros; tudo o que respira, os seres que caminham e os seres que não caminham. A realidade que está por trás de todos eles é Brahman, que é consciência pura.
  14. Todos esses, enquanto vivem, e depois que cessam de viver, existem nele.
  15. O sábio Vamadeva, tendo percebido Brahman como consciência pura, partiu desta vida, subiu aos céus, realizou todos os seus desejos, e alcançou a imortalidade.

 

OM… Paz – paz – paz.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *