Bhagavad Gītā (Capítulo 14) – parte 1

Bhagavad G?t?

Krishna & Arjuna

Por Cláudio Azevedo

Azevedo, Cláudio; A Bhagavad G?t?, Editora Órion, Fortaleza, 2.009

(ainda no prelo)

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Capítulo 14 (parte 1)

 

s==]Ky=y==eg=/

O CONHECIMENTO TRANSCENDENTAL

 

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iv={=Idnt=m=< wd] v==ky=m=<  Wv==c= m=Q=us=Udn=/ ++â++

sa?jaya uv?ca ta? tath? k?pay?vi??am a?ru-p?r??kulek?a?a?

vi??danta? ida? v?kyam uv?ca madhus?dana?

(2.01) Sañjaya disse: Vendo Arjuna cheio de compaixão, sua mente deprimida, seus olhos rasos d’água, Madhusudana, Krishna, disse as seguintes palavras:

 

XIB=g=v==n=uv==c= ku:t=stv== k:xm=D=m=< wd]  iv={=m=e s=m=up=ûsq=t=m=< +

an==y=*j=u{!m=< asv=gy=*m=<  ak:Iit=*k:rm=< aj=*un= ++ä++

?r?-bhagav?n uv?ca kutas tv? ka?malam ida? vi?ame samupasthita?

an?rya-ju??a? asvargya? ak?rti-kara? arjuna

(2.02) A Suprema Personalidade de Deus disse: Meu querido Arjuna, como foi que estas impurezas desenvolveram-se em ti? Elas não condizem com um homem que conhece o valor da vida. Elas não conduzem aos planetas superiores, mas à infâmia.

 

kD=Eby=] m== sm= g=m=/ p==q=*  n=Et=t=< tv=yy=< Wp=p=6t=e +

Z=u7] Ådy=d=Eb=*Dy=]  ty=ktv==eiT={@ p=r]t=p= ++à++

klaibya? m? sma gama? p?rtha naitat tvayy upapadyate

k?udra? h?daya-daurbalya? tyaktvotti??ha para?tapa

(2.03) Ó filho de Pritha, não cedas a esta impotência degradante. Isto não te fica bem. Abandona esta mesquinha fraqueza de coração e levanta-te, ó castigador dos inimigos.

 

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w{=uiB=/ p=>it=y==etsy==im=  p=Uj==h=*v=< airs=Udn= ++å++

arjuna uv?ca katha? bh??ma? aha? sa?khye drona? ca madhus?dana

i?ubhi? pratiyotsy?mi p?j?rh?v ari-s?dana

(2.04) Arjuna disse: Ó matador dos inimigos, ó matador de Madhu, como é que na batalha posso contra-atacar com flechas homens como Bhisma e Drona, que são dignos de minha adoração?

 

g=uOn=< ahtv== ih m=h=n=uB==v==n=< Xey==e B==ekt=u]] B=EZy=m=< ap=Ih D==eke: +

htv==q=*k:=m==]s=< t=u  g=uOn=< whEv= B=uJ=<j=Iy= B==eg==n=< oiQ=rp=>idgQ==n=< ++ç++

gur?n ahatv? hi mah?nubh?v?n ?reyo bhoktu bhaik?yam ap?ha loke

hatv?rtha-k?m??s tu gur?n ihaiva bhuñj?ya bhog?n rudhira-pradigdh??

(2.05) É preferível viver mendigando neste mundo que viver à custa das vidas de grandes almas que são meus mestres. Embora desejem conquistas terrenas, eles são superiores. Se forem mortos, tudo o que desfrutarmos estará manchado de sangue.

 

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na caitad vidma? kataran no gar?ya yad v? jayema yadi v? no jayeyu?

y?? eva hatv? na jij?vi??mas te ‘vasthit?? pramukhe dh?rtar???r??

(2.06) Tampouco sabemos o que é melhor – vencê-los ou ser vencidos por eles. Se matássemos os filhos de Dhritarastra, não nos importaríamos de viver. Contudo, eles agora estão diante de nós no campo de batalha.

 

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òx={y=s=< t=eCh] x==òQ= m==] tv==] p=>p=ám=< ++ë++

k?rpa?ya-do?opahata-svabh?va?

p?cch?mi tv?? dharma-samm??ha-cet??

yacchreya? sy?n ni?cita? br?hi tan me

?i?yas te ‘ha? ??dhi m?? tv?? prapanna?

(2.07) Agora estou confuso quanto ao meu dever e perdi toda a compostura devido à torpe fraqueza. Nesta condição, estou Te pedindo que me digas com certeza o que é melhor para mim. Agora sou Teu discípulo e uma alma rendida a Ti. Por favor, instrui-me.

 

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av==py= B=Um==v=< as=p=tn=m=< P3]] r=jy=] s=ur=[==m=< aip= c==iQ=p=ty=m=< ++è++

na hi prapa?y?mi mam?panudy?d yacchokam uccho?a?a? indriy????

av?pya bh?m?v asapatnam ?ddha? r?jya? sur???? api c?dhipatya?

(2.08) Não consigo descobrir um meio de afastar este pesar que está secando meus sentidos. Não serei capaz de suprimi-lo nem mesmo que ganhe na Terra um reino próspero e inigualável com soberania como a dos semideuses nos céus.

 

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sañjaya uv?ca evam uktv? h???ke?a? gu??ke?a? para?tapa?

na yotsya iti govinda? uktv? t????? babh?va ha

(2.09) Sañjaya disse: Tendo falado essas palavras, Arjuna, o castigador dos inimigos, disse a Krishna, Govinda, não lutarei, e ficou calado.

 

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ta? uv?ca h???ke?a? prahasann iva bh?rata

senayor ubhayor madhye vi??danta? ida? vaca?

(2.10) Ó descendente de Bharata, naquele momento, Krishna, no meio dos dois exércitos, sorriu e disse as seguintes palavras ao desconsolado Arjuna.

 

XIB=g=v==n=uv==c= ax==ecy==n=< anv=x==ec=s=< tv=]]  p=>N=v==d=]xc= B=={=s=e +

g=t==s=Un=< ag=t==s=U]xc=  n==n=ux==ec=ònt= p=ò[#t==/ ++ââ++

?r? bhagav?n uv?ca a?ocy?? anva?ocas tva? prajñ?-v?d??s ca bh??ase

gat?s?? agat?s??? ca n?nu?ocanti pa??it??

(2.11) A Suprema Personalidade de Deus disse: Enquanto falas palavras sábias, estás lamentando aquilo com que não precisas te afligir. Os sábios não lamentam nem os vivos nem os mortos.

 

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n= c=Ev= n= B=iv={y==m=/  s=v=e* v=y=m=< at=/ p=rm=< ++âä++

na te ev?ha? j?tu n?sa? na tva? neme jan?dhip??

na caiva na bhavi?y?ma? sarve vayam ata? para?

(2.12) Nunca houve um tempo que Eu não existisse, nem tu, nem todos esses reis; e no futuro nenhum de nós deixará de existir.

 

deeihn==eCòsm=n=< y=q== dehe  k:=Em==r] y==Ev=n=] j=r= +

t=q== deh=nt=rp=>=òpt=r<  Q=Irs=< t=F= n= m=uÄit= ++âà++

dehino ‘smin yath? dehe kaum?ra? yauvana? jar?

tath? deh?ntara-pr?ptir dh?ras tatra na muhyati

(2.13) Assim como, neste corpo, a alma corporificada seguidamente passa da infância à juventude e à velhice, do mesmo modo, chegando a morte, a alma passa para outro corpo. Uma pessoa ponderada não fica confusa com essa mudança.

 

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a=g=m==p==iy=n==eCin=ty==s=<  t==]s=< it=it=Z=sv= B==rt= ++âå++

m?tr?-spar?as tu kaunteya ??to??a-sukha-du?kha-d??

?gam?p?yino ‘nity?s t??s titik?asva bh?rata

(2.14) Ó Filho de Kunti, o aparecimento transitório de felicidade e aflição, e seu desaparecimento no devido tempo, são como o aparecimento e o desaparecimento das estações de inverno e verão. Surgem da percepção sensorial, ó descendente de Bharata, e é preciso aprender a tolerá-los sem perturbar-se.

 

y=] ih n= vy=q=y=nty=et=e  p=uo{=] p=uuo{=r<{=B= +

s=m=du/K=s=uK=] Q=Ir]  s==eCm=&t=tv==y= k:Dp=t=e ++âç++

ya? hi na vyathayanty ete puru?a? purusar?abha

sama-du?kha-sukha? dh?ra? so ‘m?tatv?ya kalpate

(2.15) Ó melhor entre os homens (Arjuna), quem não se deixa perturbar pela felicidade ou aflição e que permanece estável em ambas as circunstâncias decerto está qualificado para alcançar a liberação.

 

n==s=t==e iv=6t=e B==v==e  n==B==v==e iv=6t=e s=t=/ +

WB=y==er< aip= ¡{!=eCnt=s=<  tv=< an=y==es=< t=Tv=dòx=*iB=/ ++âê++

N?sato vidyate bh?vo n?bh?vo vidyate sata?

ubhayor api d???o ‘ntas tv anayos tattva-dar?ibhi?

(2.16) Aqueles que são videntes da verdade concluíram que o não-existente (o corpo material) não permanece e o eterno (a alma) não muda. Isto eles concluíram estudando a natureza de ambos.

 

aiv=n==òx= t=u t=d< iv=i3  y=en= s=v=*m=< wd] t=t=m=< +

iv=n==x=m=< avy=y=sy==sy=  n= k:ûxc=t=< k:t=*um=< ah*it= ++âë++

avin??i tu tad viddhi yena sarva? ida? tata?

vin??a? avyayasy?sya na ka?cit kartu? arhati

(2.17) Deves saber que aquilo que penetra o corpo inteiro é indestrutível. Ninguém é capaz de destruir a alma imperecível.

 

ant=v=nt= wm=e deh=  in=ty=sy==ekt==/ x=rIir[=/ +

an==òx=n==eCp=>m=ey=sy=  t=sm==d< y=uQy=sv= B==rt= ++âè++

antavanta ime deh? nityasyokt?? ?ar?ri?a?

an??ino ‘prameyasya tasm?d yudhyasva bh?rata

(2.18) O corpo material da entidade viva indestrutível, imensurável e eterna decerto chegará ao fim; portanto, luta, ó descendente de Bharata.

 

y= An=] v=eiT= hnt==r]  y=xc=En=] m=ny=t=e ht=m=< +

WB==E t==E n= iv=j==n=It==e  n==y=] hònt= n= hny=t=e ++âï++

ya ena? vetti hant?ra? ya? caina? manyate hata?

ubhau tau na vij?n?to n?ya? hanti na hanyate

(2.19) Nem aquele que pensa que a entidade viva é o matador nem aquele que pensa que ela é morta estão em conhecimento, pois o eu não mata nem é morto.

 

n= j==y=t=e im=>y=t=e v== k:d=ic=n=< n==y=] B=Utv== B=iv=t== v== n= B=Uy=/ +

aj==e in=ty=/ x==xv=t==eCy=] p=ur=[==e n= hny=t=e hny=m==n=e x=rIre ++äî++

na j?yate mriyate v? kad?cin n?ya? bh?tv? bhavit? v? na bh?ya?

ajo nitya? ???vato ‘ya? pur??o na hanyate hanyam?ne ?ar?re

(2.20) Para a alma, em tempo algum existe nascimento ou morte. Ela não passou a existir, não passa a existir e nem passará a existir. Ela é não nascida, eterna, sempre-existente e primordial. Ela não morre quando o corpo morre.

 

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k:q=] s= p=uo{=/ p==q=*  k:} G==t=y=it= hònt= k:m=< ++äâ++

ved?vin??ina? nityam ya enam ajam avyayam

katha? sa puru?a? p?rtha ka? gh?tayati hanta ka?

(2.21) Ó Partha, como pode uma pessoa que sabe que a alma é indestrutível, eterna, não-nascida e imutável matar alguém ou fazer com que outrem mate?

 

v==s==]òs= j=I[==*in= y=q== iv=h=y= n=v==in= g=&h<[==it= n=r=eCp=r=ò[= +

t=q== x=rIr=ò[= iv=h=y= j=I[==*ny=< any==in= s=]y==it= n=v==in= dehI ++ää++

v?s??si j?r??ni yath? vih?ya nav?no g?h??ti naro ‘par??i

tath? ?ar?r??i vih?ya j?r??ny any?ni sa?y?ti nav?ni deh?

(2.22) Assim como alguém veste roupas novas, abandonando as antigas, a alma aceita novos corpos materiais, abandonando os velhos e inúteis.

 

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naina? chidanti ?astr??i naina? dahati p?vaka?

na caina? kledayanty ?po na ?o?ayati m?ruta?

(2.23) A alma nunca pode ser despedaçada por arma alguma, tampouco pode ser queimada pelo fogo, umedecida pela água ou enxugada pelo vento.

 

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acchedyo ‘yam ad?hyo ‘yam akledyo ‘?osya eva ca

nitya? sarva-gata? sth??ur acalo ‘ya? san?tana?

(2.24) Essa alma individual é inquebrável e indissolúvel, e não pode ser queimada nem seca. Ela é permanente, está presente em toda parte, é imutável, imóvel e eternamente a mesma.

 

avy=kt==eCy=m=< aic=nty==eCy=m=<  aiv=k:=y==e*Cy=m=< Wcy=t=e +

t=sm==d< Av=] iv=idtv=En=]  n==n=ux==eic=t=um=< ah*òs= ++äç++

avyakto ‘yam acintyo ‘yam avik?ryo ‘yam ucyate

tasm?d eva? viditvaina? n?nu?ocitum arhasi

(2.25) Diz-se que a alma é invisível, inconcebível e imutável. Sabendo disto, não te deves afligir por causa do corpo.

 

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