Dicionário-Texto de Budismo: S – T

 

 

SIMHANADAconhecido bodhisattva cujo nome em sânscrito significa “rugido de leão”.

SKANDHA (sânscr.; páli, khanda) – “agregado, amontoado”; elementos físicos e mentais transportados de um nascimento a outro e que constituem uma individualidade humana temporária. São dispersadas quando a potência que os mantém unidos se extingue finalmente no Nlrvana. São cinco as skandhas: as forças física e mental, condi­cionadas e constantemente em mudança, e que formam um ser ou indiví­duo. São classificadas em: (1) forma, (2) sensação, (3) percepção, (4) vontade, e (5) consciência. De acordo com a profunda compreensão do Buda, esses grupos transitó­rios constituem nosso senso do “eu”; separado delas, não há nenhum eu fixo.

SÔJI-JI – um dos principais monastérios da escola Sôtô do budismo Zen japonês.

SOLO, SOLO ESPIRITUAL – uma clara realização que serve de base para diversas boas qualidades. Clara realização é uma reali­zação mantida por renúncia e bodhichitta espontâneas. Os dez solos são as realizações dos Bodhisattvas Superiores. São eles: Muito Alegre, Imaculado, Luminoso, Irradiante, Difícil de Superar, Aproximando-se, Que Foi Longe, Inamovível, Boa Inteligência e Nuvem de Dharma.

SÔTÔ[-SHÛ] (jap.; chinês, Ts'ao-Tung[-Tsung]) – uma das duas principais escolas Zen do Japão, fundada por Zenji Dôgen (1200-1253) com base na escola Ts'ao-Tung-Tsung chinesa; sua principal prática é o shikan taza, o zazen. A outra escola importante é a Rinzai.

SO TOBA – um leigo chinês que se iluminou ao ouvir, à noite, o som da água fluir no córrego de um vale.

SOTTIYA – nome de um homem, cortador de grama, com a qual montava fardos. Estes fardos de grama (kusa) eram tidos como sagrados, sendo usados para que os brâmanes neles se sentassem. Sottiya ofereceu a Sidarta alguns fardos de grama sobre os quais, sob a árvore Bo, atingiu sua Iluminação.

SRADDHA (sânscr.; páli, saddha) – a confiança, a convicção.

STHAVIRAVADA (sânscr.) – escola que se separou do grupo Mahasanghika após do concílio de Pataliputra.

STHIRAMATI – filósofo indiano (século VI) da escola Yogachara.

STUPA (sânscr.; páli, thupa) – monumento elevado que serve para abrigar relicários que guardam restos mortais dos grandes mestres ou comemorar um acontecimento. Construído de maneira a simbo­lizar as diferentes partes do mundo, ele representa toda a doutrina budista original.

SU TUNG-P'O (1036-1101) – um dos maiores poetas chineses, que foi tam­bém budista devoto.

SUBHUTI – discípulo do Buda que se destacou por sua habilidade em relação à meditação da bondade amorosa. Nos sutras Prajnaparamita do budismo Mahayana, é geralmente Subhuti, devido a sua profunda intui­ção, quem explica o ensinamento da shunyata (vazio). Subhuti é um dos dez grandes discípulos do Buda.

SUDDHODHANA ou Shuddhodhana – pai do Buda histórico, membro do clã Gautama, e descendente de Ikchvaku, governava a orgulhosa tribo dos Shakyas (atualmente Nepal); era o Rei de Kapilavastu, no sopé do Himalaia.

SUGATA (páli) – “Aquele que partiu bem”; é um dos dez epítetos do Buda. Refere-se a entrar em estado de samadhi profundo e de maravilhosa sabedoria. Em outras palavras, o Buda atravessou para a outra margem e deixou de estar sujeito ao ciclo de nascimento e morte.

SUKHAVATI – Terra Pura do Buda Amitabha.

SUMImétodo chinês e japonês de pintura e caligrafia que utiliza um pincel aplicado a um papel de arroz ou a uma seda. Usa-se apenas tinta marrom­ escura ou preta.

SURANGAMA (páli) – “eficaz na destruição do mal”.

SUTRA (sânscr.; páli, Sutta; chinês, Ching; jap., Kyô) – “cordões”; “um fio em que as jóias são enfiadas”, e por extensão, refere-se às escrituras budistas sagradas. Na tra­dição Theravada, o sutra é um texto, originalmente escrito sobre folhas de bananeiras costuradas umas às outras, e faz parte do cânone páli e contendo os ensinamentos orais do Buda. No budismo Mahayana, os sutras não são, necessariamente, as próprias palavras do Buda, mas seus ensinamentos.

SUTRA DO BUDA DA MEDICINA (sânscr., Bhagavan-Bhaishajyaguru-vaiduryaprabhas­ya purvapranidhana-vishesha-vistara; chinês, Yiao Shi Liuli Guang Rulai Benyuan Jing) – a versão mais popular desta escritura foi a tradução para o chinês feita por Xuanzang em 650 E.C. (Tà Tsang Ching Chiou- T: voI. 14, n° 450). Além dessa, há duas outras versões no cânone budista chinês: a tradução de Dharmagupta, feita em 615 (Tà Tsang Ching Chiou – T: voI. 14, n° 449), e a de Yijing, datada de 707 (Tà Tsang Ching Chiou – T: voI. 14, no. 451).

SUTRA DO CORAÇÃO (sânscr., Mahaprajnaparamita Hridaya Sutra) – uma das escrituras mais curtas e populares do budismo a respeito da “sabedoria que foi mais longe”. É o coração dos sutras prajnaparamita, sendo consi­derada uma das mais notáveis escrituras do mundo.

SUTRA DO DIAMANTE uma das mais famosas escrituras do budismo Mahayana, es­critas no século IV.

SUTRA DO LÓTUS (sânscr., Saddharmapundarika-Sutra) – uma escritura do século II e um dos mais importantes documentos do budismo Mahayana; ensina a possibilidade que todos têm de alcançar a iluminação, a impor­tância da fé e a compaixão inerente ao Bodhisattva.

SUTRA PITAKA (sânscr.; páli, Sutta Pitaka) – Cesto dos Discursos; parte do Tripitaka.

SUTRANTA – classe de escritura.

SUZUKI, DAISETZ TEITARO (1870-1966) – foi importante conhecedor do Zen-Budismo no meio acadêmico; grande divulgador do Zen no Ocidente, com muitos livros publicados. Foi Doutor em Letras e Docente de Filosofia Budista da Universidade Otani, de Kyoto. Não se tornou monge.

SUZUKl, ROSHI (Suzuki Shunryu; 1905-1971) – sacerdote do Zen Soto que fun­dou o San Francisco Zen Center.

SVABHAVA (sânscr.) – existência inerente.

SVAHA (sânscr.) – “Assim seja!”; exclamação que conclui uma darani (mantra).

SWASTIKA (sânscr.) – na Ásia, símbolo milenar de boa sorte e felicidade, sem qualquer relação com o nazismo.

 

T

 

T’AI-HSU – monge chinês (1889-1947) que ajudou a revitalizar o budismo na China. Primeiro a propor um “Budismo Humanista Moderno”.

T’ANG, DINASTIA – que reinou na China de 618 a 906 e expandiu as fronteiras do império na Ásia central, incluin­do Vietnã, Mongólia e sul da Manchúria; foi o período mais grandioso do budismo na China, até a repressão imperial aos templos em 845.

T’AN-LUAN (476-545) – um dos primeiros mestres da Escola Terra Pura.

T’I-T'SANG (chinês) – veja Kshitigarbha.

T’I T’SANG PU SA (chinês) – nome chinês do Bodhisattva Kshitigarbha (“ventre da terra”, em sânscrito), que é um dos mais importantes do budismo Mahayana. Fez o grande voto de adiar sua passagem para o Nirvana e de permanecer no Reino do Inferno até que todos os seres sencientes de lá sejam libertados, ajudando-os a compreen­der a grandeza da Jóia Tríplice e da Lei de Causa e Efeito (Carma), para que não retornem a esse reino em uma vida futura. Por sua associação com o mundo dos mortos, os budistas chineses veneram Ti-tsang Pu Sa em cerimônias em homenagem aos falecidos. Veja Kshitigarbha.

T’IEN-T’AI (chinês; jap., Tendai) – Escola que recebeu o nome do local de residência do seu fundador, o monge chinês Chih-I (538-597) com base nos ensinamentos do Sutra do Lótus (Saddharma-Pundarika Sutra), o ensinamento final e último do Buda. Também chamada Escola da Plataforma Celestial.

T’IEN-T’AI TA-SHIH (chinês) – o Grande Mestre T’ien-t’ai.

TA-CH’ENG CH’I-HSIN LUN (chinês) – Deus da Lei no Mahayana.

TA-CH’ENG TA-I-CHANG (chinês) – capítulo sobre o Grande Significado do Mahayana.

TA-CHI-CHING (chinês) – Sutra da Grande Assembléia.

TA-CHIH-TU-LUN (chinês) – Tratado sobre a Maior Perfeição da Sabedoria.

TA-JIH-CHING (chinês) – Sutra Mahavairochana.

TA-TCHING (chinês) – é um gongo de metal usado como instrumento de percussão durante as cerimônias. Normalmente é colocado ao lado direito do altar.

TADYATHA OM (sânscr.) – “sagrado”; expressão que geralmente inicia uma prece.

TAISHÔ ISSAIKYÔ (jap.) – edição do Tripitaka chinês no Japão.

TAKUHATSU (jap.) – ritual de pedir esmolas praticado pelos monges budis­tas mendicantes do Japão; uma tradição legada pelo Buda.

TALIDADE (sânscr., tathata) – a verdadeira natureza dos fenômenos, tal como são.

TAMÓ (chinês) – Bodhidarma (ex-Bodhipatra). Veja P’u-T’i-Ta-Mo e Bodhidarma.

TAN (jap.) – no budismo Zen, plataforma de madeira onde se pratica zazen.

TAN PAN KAN (jap.) – “uma pessoa que carrega uma tábua”; uma metáfora para uma pessoa que tem uma visão estreita da vida, capaz de ver apenas um lado.

TANTRA (sânscr.; tib., Gyü/ Rgyud) – “uma teia”; no budismo Vajrayana, textos esotéricos com doutrinas especiais para a transformação da mente. A prática tântrica inclui rituais simbólicos, mantras, mudras e mandalas (diagramas simbólicos). Ela se propagou da Índia para o Tibete e para a China no século VI e, em seguida, para o Japão, como escola Shingon. No tantrismo as correntes psíquicas formam uma tela invisível em toda a estrutura do corpo sutil “como os fios de uma teia de aranha”. Compostos originariamente para o culto shivaísta e adotados depois pelo budismo introduziram o princí­pio feminino como complemento energétlco da divindade.

TAO-AN (312-385) – um dos primeiros e mais imporrantes monges chineses, lembrado por sua grande capacida­de de atrair pessoas para a prática do budismo por meio de suas palestras sobre o Darma. Foi mestre de Hui Yuan (334-416), o primeiro patriarca da Escola Terra Pura na China.

TAO HSIN (580-651) – quarto Patriarca da Escola Ch’an.

TAO-HSUAN (596-667) – imporrante mestre do início da Escola Vinaya do budismo chinês.

TARA (sânscr.; jap., Tarani Bosatsu) – no budismo Mahayana, Bodhisattva feminina da compaixão; muito venerada no budismo tibetano. No Tibete representa a dupla encamação (Branca e Verde) de Avalokiteshvara nas duas esposas do rei tibetano Srong T'sam Gampo, que introduzi­ram o budismo neste reino.

TARIKI (jap.) – poder do outro (o poder do Buda Amitabha para alcançar a iluminação); oposto de jiriki.

TASHILAMA – chefe espiritual do Tlbete. Encarnação de Amitabha. Reside em Chigatsé.

TATAME (jap.) – espessa esteira de palha usada no Japão como cobertura do assoalho ou nos salões de meditação sobre plataformas construídas para se sentar (tans). O tamanho normal de um tatame é de noventa centíme­tros por um metro e oitenta centímetros.

TATHAGATA (sânscr. e páli; jap., Nyorai) – “O que foi além”; mais precisamente: “Assim indo” ou “Assim vindo”, cujo sentido final é o de “nem indo nem vindo”. É um dos dez epí­tetos do Buda usado por seus seguidores e, também, pelo próprio Buda, como uma forma de auto-referência. Em chinês, Zu Lai.

TATHAGATA-GARBHA (sânscr.) – “ventre de Tathagata”; fonte de todos os fenôme­nos; tudo o que foi criado encontra-se no Tathagatagarbha, que é o ventre que dá nascimento a tudo. O Tathagatagarbha é também o repositório dos ensinamentos do Buda.

TEISHÔ (jap.) – ensinamento Zen.

TENDAI[-SHÛ] – escola japonesa fundada pelo monge Saichô com base nos ensinamentos da escola chinesa T'ien-T'ai.

TENGYUR (tib., Bstan 'Gyur) – veja Kangyur Tengyur.

TENNO DOGO (738/48-807) – famoso mestre Zen chinês, conhecido na China como T'ien-huang Tao-wu.

TENRYU – mestre Zen chinês do século IX, conhecido na China como Hang-­chou T'ien-lung. Ele sempre erguia um dedo quando lhe perguntavam acerca dos ensinamentos do Buda ou sobre a iluminação. O mestre Zen Gutei perguntou-lhe qual era a palavra fundamental do Zen. Tenryu ergueu um dedo e Gutei iluminou-se de imediato.

TENZIN GYATSO, O DÉCIMO QUARTO DALAI LAMA Sua Santidade, o Dalai Lama, Tenzin Gyatso, nasceu a 6 de julho de 1935, na província de Amdo, no noroeste do Tibete. Sua famí­lia era de camponeses pobres, e só seis de quinze irmãos sobrevi­veram, duas meninas e quatro meninos.

Tenzin Gyatso foi reconhecido como o décimo quarto Dalai Lama aos dois anos de idade; o precedente morrera em 1933. O título Dalai Lama significa “oceano de sabedoria” e os portado­res desse título são considerados manifestações de Chenrezig – em tibetano, ou Avalokiteshvara, em sânscrito –, o Bodhisattva da Compaixão. Acompanhado da sua família, o jo­vem Dalai Lama mudou-se para Lhasa, onde recebeu uma for­mação religiosa e espiritual completa. Ele subiu oficialmente ao trono em 22 de fevereiro de 1940. Em 1959, o Décimo Quarto Dalai Lama fez seu exame final em Lhasa, durante o Festival Anual de Preces do Mönlam. Passou com honras, e mereceu o grau geshe mais elevado, que se assemelha ao grau de doutor em filosofia budista.

Tenzin Gyatso foi o primeiro Dalai Lama a entrar plena­mente em contato com a tecnologia moderna; ele demonstra um interesse acentuado pela ciência. Antes de 1950, o Tibete era um estado religioso, e assim, o Dalai Lama exercia o poder espiritual e o secular. Todo tibetano sente-se profunda e visceralmente vinculado ao Dalai Lama, que encarna o Tibete em todo seu significado espiritual e natural. Até a nomeação de um ministro de Assuntos Estrangeiros, em 1942, essa função não parecia ser necessária, em virtude do isolamento do Tibete do resto do mundo. Porém o exército chinês invadiu as fronteiras soberanas do Tibete em 7 de outubro de 1950. Vendo seu país ser dominado pela força militar e sendo partidário da não-violência, o Dalai Lama acreditou ser possível assinar um acor­do com a China e garantir a autonomia do Tibete. Movido por essa esperança, ele viajou a Pequim, em 1954, a fim de negociar a paz com Mao Tse Tung.

Em março de 1959, as tropas de ocupação chinesas repri­miram brutalmente uma rebelião popular no Tibete. A iminente ameaça à sua própria vida obrigou o Dalai Lama a fugir do Tibete e a refugiar-se na Índia; o governo indiano lhe concedeu o direito de se estabelecer em Dharamsala, em Himachal Pradesh. Milhares de tibetanos o seguiram no exílio. Outros milhares, que permaneceram no Tibete, foram mortos ou torturados pelas for­ças chinesas de ocupação. Mosteiros foram queimados, e os chi­neses levaram adiante um programa de genocídio cultural.

Em 1963, o Dalai Lama apresentou um projeto de consti­tuição democrática para o Tibete. E em 1992 se comprometeu a renunciar à sua autoridade política e histórica e a viver como um cidadão qualquer, quando o Tibete readquirisse a independência.

O Dalai Lama tem declarado que, enquanto dirigir os as­suntos do Tibete, continuará a adotar a política de não-violência. Para ele, toda solução baseada no uso da força seria, por sua pró­pria natureza, temporária. “O desarmamento externo resulta do desarmamento interno. A única garantia de paz reside dentro de nós mesmos”. Seu compromisso incondicional a favor da paz re­cebeu o reconhecimento da comunidade internacional, que lhe outorgou o Prêmio Nobel da Paz, em 1989.

O Dalai Lama sabe falar da natureza humana com palavras simples e emocionantes. Seu domínio do pensamento budista é tão pleno, que ele não só ensina o Darma, mas o encarna. Para ele, o budismo não é nem um dogma nem uma religião, porém uma maneira de viver em paz, alegria e sabedoria. Ele salienta a responsabilidade universal, e a interdependência de todos os indi­víduos e nações na realização da bondade essencial da natureza humana. Há muitos anos o Dalai Lama vem viajando incansavel­mente, para ensinar a paz e para difundir sabedoria e alegria.

No Seminário de John Main (1926-1982; monge beneditino) de 1994, em Londres, ele deu início a um diálogo com os cristãos sobre o significado dos Evangelhos. Este procedimento se inscreve em suas defesa e prática do diálogo inter-religioso, que o levaram a ter vários encontros com o Papa João Paulo II, como também, intra-religioso, encontrando-se com o Venerável Mestre Hsing Yün, patriarca do Budismo Ch’an, com sede em Taiwan. O Dalai Lama considera que o respeito pacífico e a reverência entre as religiões, tão necessária em nossa era, devem emergir da partilha não apenas de pensamento, mas da experiên­cia contemplativa. Assim, Sua Santidade meditou em silêncio com os participantes do Seminário Main, três vezes ao dia.

TERA (jap.) – templo ou monastério budista.

TERMA (tib., Gter Ma) – tesouro; no budismo Vajrayana, texto escondido para ser descoberto por um Tertön no tempo apropriado.

TERRA PURA (chinês, ching-t'u; japonês, jodo) – reino búdico associado aos Dhyani-Buddhas. De acordo com o budismo Mahayana, existem incontáveis Budas e suas res­pectivas e incontáveis terras puras. Estas terras puras são lugares onde, geografica­mente, se encontra bem-aventurança; contudo, fundamentalmente, elas represen­tam aspectos da mente desperta.

TERRA DO PURO CRISTAL – Terra Pura do Buda da Medicina, estabelecida pelo poder de seus doze grandiosos votos. “Puro Cristal” implica que essa Terra Pura, como uma pedra preciosa, caracteriza-se pelas qualidades de clareza e resplandecência.

TERRA PURA OCIDENTAL – também conhecida como “Terra Pura Ocidental da Suprema Bem-Aventurança”, foi criada pelos 48 grandiosos votos e pela imensa compaixão do Buda Amitabha. Recitando-se o nome do Buda Amitabha com a mente con­centrada, é possível nascer naquela terra, pelo desabrochar de uma flor de lótus (símbolo de pureza). Uma vez que se tenha nascido nessa Terra Pura, não há mais obstáculos para a prática, e a trilha para a iluminação é desobstruída.

TERRA DOS 33 PARAÍSOS – uma das seis moradas dos deuses do rei­no do desejo. São elas, em seqüência: Terra dos Quatro Gran­des Reis, Terra dos 33 Paraísos, Terra sem Combate, Terra Ale­gre, Terra das Emanações de Prazer e Terra Controladora de Emanações.

TERTÖN (tib. Gter Ston) – no budismo Vajrayana, descobridor de Termas.

TESOURO TRIPLO – o Buda, o Darma (os ensinamentos ou a Verdade) e o Sangha (os seguidores do Caminho do Buda). Veja Jóia Tríplice.

THANGKA (tib., Thang Ka) – pintura budista tibetana.

THERAVADA (páli) – escola do grupo Sthaviravada fundada pelo monge Moggaliputta Tissa. Literalmente quer dizer, “a doutrina dos anciãos”. Quando se re­fere ao Hinayana (o Veículo Menor), diz respeito a uma das três principais divisões do budismo; as outras duas são: a Mahayana e a Vajrayana.

TI-LUN (chinês) – Escola dos Tratados dos Estágios; escola chinesa baseada na filosofia indiana Yogachara que foi precedente da escola Hua-Yen.

TIBETE: A OCUPAÇÃO CHINESA DE 1950 – desde 1959, a vigorosa resistência tibetana à ocupação chinesa foi cruelmente suprimida. A quinta parte da população, ou seja, um milhão e duzentos mil tibetanos, morreu em conseqüência da ocupação. Deu-se a destruição de mais de seis mil mosteiros e lugares sagrados. Proibiu-se o ensinamento do budismo, e mon­ges e monjas são sistematicamente expulsos dos mosteiros. Os recursos naturais do Tibete e seu frágil equilíbrio natural estão sendo destruídos.

Centenas de prisioneiros religiosos e políticos estão detidos em cárceres, ou internados em campos de trabalhos, em que a prática da tortura é comum. As mulheres tibetanas são submeti­das a esterilizações obrigatórias, e a abortos. De pacífico estado entre a Índia e a China, o Tibete passou a ser uma ampla base militar, a abrigar a quarta parte dos mísseis da China.

Desde 1960, a Comissão Internacional de Juristas declarou que estava havendo genocídio no Tibete e que dezesseis artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos estavam sendo violados. A Assembléia Geral das Nações Unidas votou três reso­luções condenando a China por essas violações e chamando à “cessação das práticas que privam o povo tibetano dos seus direi­tos e liberdades fundamentais, inclusive o direito à determinação de seu próprio destino”. S.S., o Dalai Lama, continua a interceder pela causa do seu país e do seu povo junto às Nações Unidas, e aos líderes de mundo.

TILOPA (tib., Ti Lo Pa) – mahasiddha indiano (989-1069) que transmitiu os ensinamentos Mahamudra ao seu discípulo Naropa; sua linhagem deu origem à escola tibetana Kagyü.

TIPOS DE ASSUNTO CARACTERÍSTICOS DO FALATÓRIO MUNDANO, SEM PROVEITO, ENUMERADOS PELO BUDA – sobre reis, ladrões, ministros, exércitos, fome e guerra; sobre comer, beber, vestir e morar; sobre enfeites, perfumes, parentes, veículos, cidades e países; sobre mulheres e vinho, a fofoca da rua e do poço; sobre ancestrais e ninharias várias; contos sobre a ori­gem do mundo, conversas sobre coisas que são assim ou assado, e assuntos semelhantes.

TIRTHIKA – passageiro, um não-budista que apresenta uma passagem ou um passe para a libertação.

TIRYAK (sânscr.) – reino dos animais; um dos seis gati.

TISARANA (páli) – veja Triratna.

TOMAR REFÚGIO – cerimônia em que a pessoa se torna budista, também chamada de “Cerimônia de Refúgio na Jóia Tríplice”.

TONSURA – ser tonsurado significa ter a cabeça raspada durante ritual que representa a ordenação ou aceitação em uma ordem monástica budista. Realizada tanto em monges como em monjas.

TORMENTOS ou 98 Tormentos – às vezes chamados de “tentações” ou “aflições”, esses tor­mentos mentais (por exemplo: ganância, raiva, preguiça, inveja) impedem o indi­víduo de residir na mente verdadeira, original e pura.

TRÊS ASPECTOS DO SOFRIMENTO (páli, Dukkha Satya) – (1) impermanência (anicca), (2) insatisfação (dukkha), e (3) impessoalidade (anatta)

TRÊS DEDOS – medida linear da antiga Índia; uma seção de três dedos tem aproximadamen­te 23 centímetros de comprimento.

TRÊS ELEMENTOS ESSENCIAIS NA DISCIPLINA BUDISTA – (1) conduta ética: moralidade (sila), (2) disciplina mental: concentração e meditação (samadhi), e (3) introspecção: sabedoria (panna).

TRÊS JÓIAS – veja Triratna.

TRÊS MUNDOS (sânscr., Triloka ou Trailoka) – constituem o samsara, no qual também se encontram os Três Reinos de Existência (gati). São eles: (1) Kamaloka ou Kamadhatu, esfera em que predomina o desejo sexual e que inclui os reinos de existência dos devas, asuras, humanos, fantasmas, animais e seres do inferno; (2) Rupaloka ou Rupadhatu, esfera em que não há desejos corpóreos ou da forma; embora inexistam os desejos sexuais e por comida, persiste a capacidade de prazer ou gozo. Nesta esfera residem os deuses que habitam o paraíso de Dhyana; (3) Arupaloka ou Arupadhatu, esfera em que não há forma nem corporeidade.

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