SIMHANADA – conhecido bodhisattva cujo nome em sânscrito significa “rugido de leão”.
SKANDHA (sânscr.; páli, khanda) – “agregado, amontoado”; elementos físicos e mentais transportados de um nascimento a outro e que constituem uma individualidade humana temporária. São dispersadas quando a potência que os mantém unidos se extingue finalmente no Nlrvana. São cinco as skandhas: as forças física e mental, condicionadas e constantemente em mudança, e que formam um ser ou indivíduo. São classificadas em: (1) forma, (2) sensação, (3) percepção, (4) vontade, e (5) consciência. De acordo com a profunda compreensão do Buda, esses grupos transitórios constituem nosso senso do “eu”; separado delas, não há nenhum eu fixo.
SÔJI-JI – um dos principais monastérios da escola Sôtô do budismo Zen japonês.
SOLO, SOLO ESPIRITUAL – uma clara realização que serve de base para diversas boas qualidades. Clara realização é uma realização mantida por renúncia e bodhichitta espontâneas. Os dez solos são as realizações dos Bodhisattvas Superiores. São eles: Muito Alegre, Imaculado, Luminoso, Irradiante, Difícil de Superar, Aproximando-se, Que Foi Longe, Inamovível, Boa Inteligência e Nuvem de Dharma.
SÔTÔ[-SHÛ] (jap.; chinês, Ts'ao-Tung[-Tsung]) – uma das duas principais escolas Zen do Japão, fundada por Zenji Dôgen (1200-1253) com base na escola Ts'ao-Tung-Tsung chinesa; sua principal prática é o shikan taza, o zazen. A outra escola importante é a Rinzai.
SO TOBA – um leigo chinês que se iluminou ao ouvir, à noite, o som da água fluir no córrego de um vale.
SOTTIYA – nome de um homem, cortador de grama, com a qual montava fardos. Estes fardos de grama (kusa) eram tidos como sagrados, sendo usados para que os brâmanes neles se sentassem. Sottiya ofereceu a Sidarta alguns fardos de grama sobre os quais, sob a árvore Bo, atingiu sua Iluminação.
SRADDHA (sânscr.; páli, saddha) – a confiança, a convicção.
STHAVIRAVADA (sânscr.) – escola que se separou do grupo Mahasanghika após do concílio de Pataliputra.
STHIRAMATI – filósofo indiano (século VI) da escola Yogachara.
STUPA (sânscr.; páli, thupa) – monumento elevado que serve para abrigar relicários que guardam restos mortais dos grandes mestres ou comemorar um acontecimento. Construído de maneira a simbolizar as diferentes partes do mundo, ele representa toda a doutrina budista original.
SU TUNG-P'O (1036-1101) – um dos maiores poetas chineses, que foi também budista devoto.
SUBHUTI – discípulo do Buda que se destacou por sua habilidade em relação à meditação da bondade amorosa. Nos sutras Prajnaparamita do budismo Mahayana, é geralmente Subhuti, devido a sua profunda intuição, quem explica o ensinamento da shunyata (vazio). Subhuti é um dos dez grandes discípulos do Buda.
SUDDHODHANA ou Shuddhodhana – pai do Buda histórico, membro do clã Gautama, e descendente de Ikchvaku, governava a orgulhosa tribo dos Shakyas (atualmente Nepal); era o Rei de Kapilavastu, no sopé do Himalaia.
SUGATA (páli) – “Aquele que partiu bem”; é um dos dez epítetos do Buda. Refere-se a entrar em estado de samadhi profundo e de maravilhosa sabedoria. Em outras palavras, o Buda atravessou para a outra margem e deixou de estar sujeito ao ciclo de nascimento e morte.
SUKHAVATI – Terra Pura do Buda Amitabha.
SUMI – método chinês e japonês de pintura e caligrafia que utiliza um pincel aplicado a um papel de arroz ou a uma seda. Usa-se apenas tinta marrom escura ou preta.
SURANGAMA (páli) – “eficaz na destruição do mal”.
SUTRA (sânscr.; páli, Sutta; chinês, Ching; jap., Kyô) – “cordões”; “um fio em que as jóias são enfiadas”, e por extensão, refere-se às escrituras budistas sagradas. Na tradição Theravada, o sutra é um texto, originalmente escrito sobre folhas de bananeiras costuradas umas às outras, e faz parte do cânone páli e contendo os ensinamentos orais do Buda. No budismo Mahayana, os sutras não são, necessariamente, as próprias palavras do Buda, mas seus ensinamentos.
SUTRA DO BUDA DA MEDICINA (sânscr., Bhagavan-Bhaishajyaguru-vaiduryaprabhasya purvapranidhana-vishesha-vistara; chinês, Yiao Shi Liuli Guang Rulai Benyuan Jing) – a versão mais popular desta escritura foi a tradução para o chinês feita por Xuanzang em 650 E.C. (Tà Tsang Ching Chiou- T: voI. 14, n° 450). Além dessa, há duas outras versões no cânone budista chinês: a tradução de Dharmagupta, feita em 615 (Tà Tsang Ching Chiou – T: voI. 14, n° 449), e a de Yijing, datada de 707 (Tà Tsang Ching Chiou – T: voI. 14, no. 451).
SUTRA DO CORAÇÃO (sânscr., Mahaprajnaparamita Hridaya Sutra) – uma das escrituras mais curtas e populares do budismo a respeito da “sabedoria que foi mais longe”. É o coração dos sutras prajnaparamita, sendo considerada uma das mais notáveis escrituras do mundo.
SUTRA DO DIAMANTE – uma das mais famosas escrituras do budismo Mahayana, escritas no século IV.
SUTRA DO LÓTUS (sânscr., Saddharmapundarika-Sutra) – uma escritura do século II e um dos mais importantes documentos do budismo Mahayana; ensina a possibilidade que todos têm de alcançar a iluminação, a importância da fé e a compaixão inerente ao Bodhisattva.
SUTRA PITAKA (sânscr.; páli, Sutta Pitaka) – Cesto dos Discursos; parte do Tripitaka.
SUTRANTA – classe de escritura.
SUZUKI, DAISETZ TEITARO (1870-1966) – foi importante conhecedor do Zen-Budismo no meio acadêmico; grande divulgador do Zen no Ocidente, com muitos livros publicados. Foi Doutor em Letras e Docente de Filosofia Budista da Universidade Otani, de Kyoto. Não se tornou monge.
SUZUKl, ROSHI (Suzuki Shunryu; 1905-1971) – sacerdote do Zen Soto que fundou o San Francisco Zen Center.
SVABHAVA (sânscr.) – existência inerente.
SVAHA (sânscr.) – “Assim seja!”; exclamação que conclui uma darani (mantra).
SWASTIKA (sânscr.) – na Ásia, símbolo milenar de boa sorte e felicidade, sem qualquer relação com o nazismo.
T
T’AI-HSU – monge chinês (1889-1947) que ajudou a revitalizar o budismo na China. Primeiro a propor um “Budismo Humanista Moderno”.
T’ANG, DINASTIA – que reinou na China de 618 a 906 e expandiu as fronteiras do império na Ásia central, incluindo Vietnã, Mongólia e sul da Manchúria; foi o período mais grandioso do budismo na China, até a repressão imperial aos templos em 845.
T’AN-LUAN (476-545) – um dos primeiros mestres da Escola Terra Pura.
T’I-T'SANG (chinês) – veja Kshitigarbha.
T’I T’SANG PU SA (chinês) – nome chinês do Bodhisattva Kshitigarbha (“ventre da terra”, em sânscrito), que é um dos mais importantes do budismo Mahayana. Fez o grande voto de adiar sua passagem para o Nirvana e de permanecer no Reino do Inferno até que todos os seres sencientes de lá sejam libertados, ajudando-os a compreender a grandeza da Jóia Tríplice e da Lei de Causa e Efeito (Carma), para que não retornem a esse reino em uma vida futura. Por sua associação com o mundo dos mortos, os budistas chineses veneram Ti-tsang Pu Sa em cerimônias em homenagem aos falecidos. Veja Kshitigarbha.
T’IEN-T’AI (chinês; jap., Tendai) – Escola que recebeu o nome do local de residência do seu fundador, o monge chinês Chih-I (538-597) com base nos ensinamentos do Sutra do Lótus (Saddharma-Pundarika Sutra), o ensinamento final e último do Buda. Também chamada Escola da Plataforma Celestial.
T’IEN-T’AI TA-SHIH (chinês) – o Grande Mestre T’ien-t’ai.
TA-CH’ENG CH’I-HSIN LUN (chinês) – Deus da Lei no Mahayana.
TA-CH’ENG TA-I-CHANG (chinês) – capítulo sobre o Grande Significado do Mahayana.
TA-CHI-CHING (chinês) – Sutra da Grande Assembléia.
TA-CHIH-TU-LUN (chinês) – Tratado sobre a Maior Perfeição da Sabedoria.
TA-JIH-CHING (chinês) – Sutra Mahavairochana.
TA-TCHING (chinês) – é um gongo de metal usado como instrumento de percussão durante as cerimônias. Normalmente é colocado ao lado direito do altar.
TADYATHA OM (sânscr.) – “sagrado”; expressão que geralmente inicia uma prece.
TAISHÔ ISSAIKYÔ (jap.) – edição do Tripitaka chinês no Japão.
TAKUHATSU (jap.) – ritual de pedir esmolas praticado pelos monges budistas mendicantes do Japão; uma tradição legada pelo Buda.
TALIDADE (sânscr., tathata) – a verdadeira natureza dos fenômenos, tal como são.
TAMÓ (chinês) – Bodhidarma (ex-Bodhipatra). Veja P’u-T’i-Ta-Mo e Bodhidarma.
TAN (jap.) – no budismo Zen, plataforma de madeira onde se pratica zazen.
TAN PAN KAN (jap.) – “uma pessoa que carrega uma tábua”; uma metáfora para uma pessoa que tem uma visão estreita da vida, capaz de ver apenas um lado.
TANTRA (sânscr.; tib., Gyü/ Rgyud) – “uma teia”; no budismo Vajrayana, textos esotéricos com doutrinas especiais para a transformação da mente. A prática tântrica inclui rituais simbólicos, mantras, mudras e mandalas (diagramas simbólicos). Ela se propagou da Índia para o Tibete e para a China no século VI e, em seguida, para o Japão, como escola Shingon. No tantrismo as correntes psíquicas formam uma tela invisível em toda a estrutura do corpo sutil “como os fios de uma teia de aranha”. Compostos originariamente para o culto shivaísta e adotados depois pelo budismo introduziram o princípio feminino como complemento energétlco da divindade.
TAO-AN (312-385) – um dos primeiros e mais imporrantes monges chineses, lembrado por sua grande capacidade de atrair pessoas para a prática do budismo por meio de suas palestras sobre o Darma. Foi mestre de Hui Yuan (334-416), o primeiro patriarca da Escola Terra Pura na China.
TAO HSIN (580-651) – quarto Patriarca da Escola Ch’an.
TAO-HSUAN (596-667) – imporrante mestre do início da Escola Vinaya do budismo chinês.
TARA (sânscr.; jap., Tarani Bosatsu) – no budismo Mahayana, Bodhisattva feminina da compaixão; muito venerada no budismo tibetano. No Tibete representa a dupla encamação (Branca e Verde) de Avalokiteshvara nas duas esposas do rei tibetano Srong T'sam Gampo, que introduziram o budismo neste reino.
TARIKI (jap.) – poder do outro (o poder do Buda Amitabha para alcançar a iluminação); oposto de jiriki.
TASHILAMA – chefe espiritual do Tlbete. Encarnação de Amitabha. Reside em Chigatsé.
TATAME (jap.) – espessa esteira de palha usada no Japão como cobertura do assoalho ou nos salões de meditação sobre plataformas construídas para se sentar (tans). O tamanho normal de um tatame é de noventa centímetros por um metro e oitenta centímetros.
TATHAGATA (sânscr. e páli; jap., Nyorai) – “O que foi além”; mais precisamente: “Assim indo” ou “Assim vindo”, cujo sentido final é o de “nem indo nem vindo”. É um dos dez epítetos do Buda usado por seus seguidores e, também, pelo próprio Buda, como uma forma de auto-referência. Em chinês, Zu Lai.
TATHAGATA-GARBHA (sânscr.) – “ventre de Tathagata”; fonte de todos os fenômenos; tudo o que foi criado encontra-se no Tathagatagarbha, que é o ventre que dá nascimento a tudo. O Tathagatagarbha é também o repositório dos ensinamentos do Buda.
TEISHÔ (jap.) – ensinamento Zen.
TENDAI[-SHÛ] – escola japonesa fundada pelo monge Saichô com base nos ensinamentos da escola chinesa T'ien-T'ai.
TENGYUR (tib., Bstan 'Gyur) – veja Kangyur Tengyur.
TENNO DOGO (738/48-807) – famoso mestre Zen chinês, conhecido na China como T'ien-huang Tao-wu.
TENRYU – mestre Zen chinês do século IX, conhecido na China como Hang-chou T'ien-lung. Ele sempre erguia um dedo quando lhe perguntavam acerca dos ensinamentos do Buda ou sobre a iluminação. O mestre Zen Gutei perguntou-lhe qual era a palavra fundamental do Zen. Tenryu ergueu um dedo e Gutei iluminou-se de imediato.
TENZIN GYATSO, O DÉCIMO QUARTO DALAI LAMA – Sua Santidade, o Dalai Lama, Tenzin Gyatso, nasceu a 6 de julho de 1935, na província de Amdo, no noroeste do Tibete. Sua família era de camponeses pobres, e só seis de quinze irmãos sobreviveram, duas meninas e quatro meninos.
Tenzin Gyatso foi reconhecido como o décimo quarto Dalai Lama aos dois anos de idade; o precedente morrera em 1933. O título Dalai Lama significa “oceano de sabedoria” e os portadores desse título são considerados manifestações de Chenrezig – em tibetano, ou Avalokiteshvara, em sânscrito –, o Bodhisattva da Compaixão. Acompanhado da sua família, o jovem Dalai Lama mudou-se para Lhasa, onde recebeu uma formação religiosa e espiritual completa. Ele subiu oficialmente ao trono em 22 de fevereiro de 1940. Em 1959, o Décimo Quarto Dalai Lama fez seu exame final em Lhasa, durante o Festival Anual de Preces do Mönlam. Passou com honras, e mereceu o grau geshe mais elevado, que se assemelha ao grau de doutor em filosofia budista.
Tenzin Gyatso foi o primeiro Dalai Lama a entrar plenamente em contato com a tecnologia moderna; ele demonstra um interesse acentuado pela ciência. Antes de 1950, o Tibete era um estado religioso, e assim, o Dalai Lama exercia o poder espiritual e o secular. Todo tibetano sente-se profunda e visceralmente vinculado ao Dalai Lama, que encarna o Tibete em todo seu significado espiritual e natural. Até a nomeação de um ministro de Assuntos Estrangeiros, em 1942, essa função não parecia ser necessária, em virtude do isolamento do Tibete do resto do mundo. Porém o exército chinês invadiu as fronteiras soberanas do Tibete em 7 de outubro de 1950. Vendo seu país ser dominado pela força militar e sendo partidário da não-violência, o Dalai Lama acreditou ser possível assinar um acordo com a China e garantir a autonomia do Tibete. Movido por essa esperança, ele viajou a Pequim, em 1954, a fim de negociar a paz com Mao Tse Tung.
Em março de 1959, as tropas de ocupação chinesas reprimiram brutalmente uma rebelião popular no Tibete. A iminente ameaça à sua própria vida obrigou o Dalai Lama a fugir do Tibete e a refugiar-se na Índia; o governo indiano lhe concedeu o direito de se estabelecer em Dharamsala, em Himachal Pradesh. Milhares de tibetanos o seguiram no exílio. Outros milhares, que permaneceram no Tibete, foram mortos ou torturados pelas forças chinesas de ocupação. Mosteiros foram queimados, e os chineses levaram adiante um programa de genocídio cultural.
Em 1963, o Dalai Lama apresentou um projeto de constituição democrática para o Tibete. E em 1992 se comprometeu a renunciar à sua autoridade política e histórica e a viver como um cidadão qualquer, quando o Tibete readquirisse a independência.
O Dalai Lama tem declarado que, enquanto dirigir os assuntos do Tibete, continuará a adotar a política de não-violência. Para ele, toda solução baseada no uso da força seria, por sua própria natureza, temporária. “O desarmamento externo resulta do desarmamento interno. A única garantia de paz reside dentro de nós mesmos”. Seu compromisso incondicional a favor da paz recebeu o reconhecimento da comunidade internacional, que lhe outorgou o Prêmio Nobel da Paz, em 1989.
O Dalai Lama sabe falar da natureza humana com palavras simples e emocionantes. Seu domínio do pensamento budista é tão pleno, que ele não só ensina o Darma, mas o encarna. Para ele, o budismo não é nem um dogma nem uma religião, porém uma maneira de viver em paz, alegria e sabedoria. Ele salienta a responsabilidade universal, e a interdependência de todos os indivíduos e nações na realização da bondade essencial da natureza humana. Há muitos anos o Dalai Lama vem viajando incansavelmente, para ensinar a paz e para difundir sabedoria e alegria.
No Seminário de John Main (1926-1982; monge beneditino) de 1994, em Londres, ele deu início a um diálogo com os cristãos sobre o significado dos Evangelhos. Este procedimento se inscreve em suas defesa e prática do diálogo inter-religioso, que o levaram a ter vários encontros com o Papa João Paulo II, como também, intra-religioso, encontrando-se com o Venerável Mestre Hsing Yün, patriarca do Budismo Ch’an, com sede em Taiwan. O Dalai Lama considera que o respeito pacífico e a reverência entre as religiões, tão necessária em nossa era, devem emergir da partilha não apenas de pensamento, mas da experiência contemplativa. Assim, Sua Santidade meditou em silêncio com os participantes do Seminário Main, três vezes ao dia.
TERA (jap.) – templo ou monastério budista.
TERMA (tib., Gter Ma) – tesouro; no budismo Vajrayana, texto escondido para ser descoberto por um Tertön no tempo apropriado.
TERRA PURA (chinês, ching-t'u; japonês, jodo) – reino búdico associado aos Dhyani-Buddhas. De acordo com o budismo Mahayana, existem incontáveis Budas e suas respectivas e incontáveis terras puras. Estas terras puras são lugares onde, geograficamente, se encontra bem-aventurança; contudo, fundamentalmente, elas representam aspectos da mente desperta.
TERRA DO PURO CRISTAL – Terra Pura do Buda da Medicina, estabelecida pelo poder de seus doze grandiosos votos. “Puro Cristal” implica que essa Terra Pura, como uma pedra preciosa, caracteriza-se pelas qualidades de clareza e resplandecência.
TERRA PURA OCIDENTAL – também conhecida como “Terra Pura Ocidental da Suprema Bem-Aventurança”, foi criada pelos 48 grandiosos votos e pela imensa compaixão do Buda Amitabha. Recitando-se o nome do Buda Amitabha com a mente concentrada, é possível nascer naquela terra, pelo desabrochar de uma flor de lótus (símbolo de pureza). Uma vez que se tenha nascido nessa Terra Pura, não há mais obstáculos para a prática, e a trilha para a iluminação é desobstruída.
TERRA DOS 33 PARAÍSOS – uma das seis moradas dos deuses do reino do desejo. São elas, em seqüência: Terra dos Quatro Grandes Reis, Terra dos 33 Paraísos, Terra sem Combate, Terra Alegre, Terra das Emanações de Prazer e Terra Controladora de Emanações.
TERTÖN (tib. Gter Ston) – no budismo Vajrayana, descobridor de Termas.
TESOURO TRIPLO – o Buda, o Darma (os ensinamentos ou a Verdade) e o Sangha (os seguidores do Caminho do Buda). Veja Jóia Tríplice.
THANGKA (tib., Thang Ka) – pintura budista tibetana.
THERAVADA (páli) – escola do grupo Sthaviravada fundada pelo monge Moggaliputta Tissa. Literalmente quer dizer, “a doutrina dos anciãos”. Quando se refere ao Hinayana (o Veículo Menor), diz respeito a uma das três principais divisões do budismo; as outras duas são: a Mahayana e a Vajrayana.
TI-LUN (chinês) – Escola dos Tratados dos Estágios; escola chinesa baseada na filosofia indiana Yogachara que foi precedente da escola Hua-Yen.
TIBETE: A OCUPAÇÃO CHINESA DE 1950 – desde 1959, a vigorosa resistência tibetana à ocupação chinesa foi cruelmente suprimida. A quinta parte da população, ou seja, um milhão e duzentos mil tibetanos, morreu em conseqüência da ocupação. Deu-se a destruição de mais de seis mil mosteiros e lugares sagrados. Proibiu-se o ensinamento do budismo, e monges e monjas são sistematicamente expulsos dos mosteiros. Os recursos naturais do Tibete e seu frágil equilíbrio natural estão sendo destruídos.
Centenas de prisioneiros religiosos e políticos estão detidos em cárceres, ou internados em campos de trabalhos, em que a prática da tortura é comum. As mulheres tibetanas são submetidas a esterilizações obrigatórias, e a abortos. De pacífico estado entre a Índia e a China, o Tibete passou a ser uma ampla base militar, a abrigar a quarta parte dos mísseis da China.
Desde 1960, a Comissão Internacional de Juristas declarou que estava havendo genocídio no Tibete e que dezesseis artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos estavam sendo violados. A Assembléia Geral das Nações Unidas votou três resoluções condenando a China por essas violações e chamando à “cessação das práticas que privam o povo tibetano dos seus direitos e liberdades fundamentais, inclusive o direito à determinação de seu próprio destino”. S.S., o Dalai Lama, continua a interceder pela causa do seu país e do seu povo junto às Nações Unidas, e aos líderes de mundo.
TILOPA (tib., Ti Lo Pa) – mahasiddha indiano (989-1069) que transmitiu os ensinamentos Mahamudra ao seu discípulo Naropa; sua linhagem deu origem à escola tibetana Kagyü.
TIPOS DE ASSUNTO CARACTERÍSTICOS DO FALATÓRIO MUNDANO, SEM PROVEITO, ENUMERADOS PELO BUDA – sobre reis, ladrões, ministros, exércitos, fome e guerra; sobre comer, beber, vestir e morar; sobre enfeites, perfumes, parentes, veículos, cidades e países; sobre mulheres e vinho, a fofoca da rua e do poço; sobre ancestrais e ninharias várias; contos sobre a origem do mundo, conversas sobre coisas que são assim ou assado, e assuntos semelhantes.
TIRTHIKA – passageiro, um não-budista que apresenta uma passagem ou um passe para a libertação.
TIRYAK (sânscr.) – reino dos animais; um dos seis gati.
TISARANA (páli) – veja Triratna.
TOMAR REFÚGIO – cerimônia em que a pessoa se torna budista, também chamada de “Cerimônia de Refúgio na Jóia Tríplice”.
TONSURA – ser tonsurado significa ter a cabeça raspada durante ritual que representa a ordenação ou aceitação em uma ordem monástica budista. Realizada tanto em monges como em monjas.
TORMENTOS ou 98 Tormentos – às vezes chamados de “tentações” ou “aflições”, esses tormentos mentais (por exemplo: ganância, raiva, preguiça, inveja) impedem o indivíduo de residir na mente verdadeira, original e pura.
TRÊS ASPECTOS DO SOFRIMENTO (páli, Dukkha Satya) – (1) impermanência (anicca), (2) insatisfação (dukkha), e (3) impessoalidade (anatta)
TRÊS DEDOS – medida linear da antiga Índia; uma seção de três dedos tem aproximadamente 23 centímetros de comprimento.
TRÊS ELEMENTOS ESSENCIAIS NA DISCIPLINA BUDISTA – (1) conduta ética: moralidade (sila), (2) disciplina mental: concentração e meditação (samadhi), e (3) introspecção: sabedoria (panna).
TRÊS JÓIAS – veja Triratna.
TRÊS MUNDOS (sânscr., Triloka ou Trailoka) – constituem o samsara, no qual também se encontram os Três Reinos de Existência (gati). São eles: (1) Kamaloka ou Kamadhatu, esfera em que predomina o desejo sexual e que inclui os reinos de existência dos devas, asuras, humanos, fantasmas, animais e seres do inferno; (2) Rupaloka ou Rupadhatu, esfera em que não há desejos corpóreos ou da forma; embora inexistam os desejos sexuais e por comida, persiste a capacidade de prazer ou gozo. Nesta esfera residem os deuses que habitam o paraíso de Dhyana; (3) Arupaloka ou Arupadhatu, esfera em que não há forma nem corporeidade.