Tempo e eternidade

Capítulo 5 – CURA E INTEGRIDADE

VI. Tempo e eternidade

1. Deus em Seu conhecimento não está esperando, mas Seu Reino fica destituído enquanto tu esperas. Todos os Filhos de Deus es­tão esperando pelo teu retorno, assim como estás esperando pelo deles. O atraso não importa na eternidade, mas é trágico no tem­po. Tens optado por estar no tempo ao invés de estar na eterni­dade e por conseguinte, acreditas que estás no tempo. Porém, a tua opção tanto é livre quanto pode ser alterada. Tu não perten­ces ao tempo. O teu lugar é só na eternidade, onde o próprio Deus te colocou para sempre.

2. Os sentimentos de culpa são os preservadores do tempo. Eles induzem aos medos da retaliação ou abandono e assim garantem que o futuro será como o passado. 'Essa é a continuidade do ego. Isso dá ao ego um senso falso de segurança, por acreditar que não podes escapar disso. Mas podes e tens que fazê-lo. Deus te oferece em troca a continuidade da eternidade. Quando escolhes fazer essa troca, simultaneamente trocarás culpa por alegria, per­versidade por amor e dor por paz. Meu papel é apenas desacor­rentar a tua vontade e libertá-la. Teu ego não pode aceitar essa liberdade e vai se opor a ela em todos os momentos possíveis e de todos os modos possíveis. E como tu és aquele que o fez, reconheces o que ele pode fazer porque lhe deste o poder de fazê-lo.

3. Lembra-te sempre do Reino e lembra-te que tu, que és parte do Reino, não podes estar perdido. A Mente que estava em mim está em ti, pois Deus cria com perfeita eqüidade. Permite que o Espí­rito Santo sempre te lembre a Sua eqüidade e deixa que eu te ensine como compartilhá-la com os teus irmãos. De que outro modo pode te ser dada a chance de reivindicá-la para ti? As duas vozes falam em nome de diferentes interpretações da mesma coi­sa simultaneamente ou quase simultaneamente, pois o ego sem­pre fala primeiro. Interpretações alternadas eram desnecessárias até que foi feita a primeira.                            

4. O ego fala em julgamento e o Espírito Santo reverte essa deci­são, quase do mesmo modo que um tribunal superior tem o poder de reverter as decisões de um tribunal inferior nesse mundo. As decisões do ego estão sempre erradas porque são baseadas no erro e são tomadas para mantê-lo. Nada do que o ego percebe é corre­tamente interpretado. Não só o ego cita as Escrituras em função do seu propósito, como até mesmo interpreta as Escrituras como uma testemunha de si mesmo. A Bíblia é algo amedrontador no julgamento do ego. Percebendo-a como assustadora, ele a inter­preta de modo amedrontador. Estando com medo, tu não apelas para a Corte Suprema porque acreditas que o seu julgamento tam­bém será contra ti.

5. Existem muitos exemplos de como as interpretações do ego são enganadoras, mas alguns poucos serão suficientes para mostrar como o Espírito Santo pode re-interpretá-las à Sua própria Luz.                                                                                                                          

6. “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará”, Ele inter­preta significando que o que consideras que vale a pena cultivar, vais cultivar em ti mesmo. O teu julgamento acerca do que tem valor faz com que tenha valor para ti.                                                               

7. “A mim pertence a vingança, diz o Senhor”, é facilmente re-in­terpretado se te lembrares que as idéias só aumentam quando são compartilhadas. A declaração enfatiza que a vingança não pode ser compartilhada. 'Entrega-a, então, ao Espírito Santo, Que vai desfazê-la em ti porque ela não pertence à tua mente que é parte de Deus.

8. “E visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração,” na interpretação do ego, essa é particularmente malicio­sa. Vem a ser meramente uma tentativa de garantir a sobrevivên­cia do próprio ego. Para o Espírito Santo, a declaração significa que nas gerações futuras, Ele ainda pode re-interpretar o que as gerações anteriores tinham compreendido equivocadamente e, as­sim, liberar os pensamentos da capacidade de produzir medo.                                                                                                                                       9. “Os ímpios, no entanto, perecerão” vem a ser uma declaração da Expiação se a palavra “perecer” for compreendida como “ser desfeito.” Todo pensamento sem amor tem que ser desfeito, uma palavra que o ego não pode nem sequer compreender. Para o ego, ser desfeito significa ser destruído. O ego não será destruído porque é parte do teu pensamento, mas porque não é criativo e, portanto, não compartilha; ele será re-interpretado para libe­rar-te do medo. A parte da tua mente que tens dado ao ego ape­nas voltará para o Reino, que é o lugar aonde toda a tua mente está em casa. Podes atrasar a completeza do Reino, mas não po­des introduzir nele o conceito do medo.

10. Tu não precisas ter medo de que a Corte Suprema vá condenar­-te. Ela simplesmente dispensará o caso contra ti. Não pode haver nenhum processo contra uma criança de Deus e toda testemunha em favor da culpa nas criações de Deus está cometendo falso tes­temunho contra o próprio Deus. Com contentamento, apela à Corte Suprema do próprio Deus a favor de tudo aquilo em que acreditas, porque ela fala por Ele e portanto fala verdadeiramente. Ela arquivará o processo contra ti, por mais que o tenhas cons­truído com cuidado. Podes ter planejado o teu caso à prova de tudo, mas não à prova de Deus. O Espírito Santo não o ouvirá, porque só pode testemunhar verdadeiramente. Seu veredicto sem­pre será “teu é o Reino”, porque Ele te foi dado para lembrar-te do que tu és.

11. Quando eu disse “Eu vim como uma luz para o mundo”, quis dizer que vim para compartilhar a luz contigo. Lembra-te da minha referência ao vidro escuro do ego e lembra-te também de que eu disse “Não olhes para lá”. Ainda é verdadeiro que aonde olhas para achar a ti mesmo cabe a ti decidir. A tua paciência com o teu irmão é a tua paciência contigo mesmo. Uma criança de Deus não merece paciência? Eu te mostrei paciência infinita porque a minha vontade é a Vontade de nosso Pai, de Quem eu aprendi a paciência infinita. A Sua Voz estava em mim assim como está em ti falando pela paciência para com a Filiação em Nome do Seu Criador.

12. Agora precisas aprender que só paciência infinita produz efei­tos imediatos. Esse é o caminho no qual o tempo é trocado pela eternidade. A paciência infinita invoca amor infinito e ao produ­zir resultados agora, torna o tempo desnecessário. Dissemos mui­tas vezes que o tempo é um instrumento de aprendizado a ser abolido quando não mais for útil. O Espírito Santo, Que fala por Deus no tempo, também sabe que o tempo é sem significado. Ele te lembra disso a cada momento que passa, porque a Sua função especial é devolver-te à eternidade e lá permanecer para aben­çoar as tuas criações. Ele é a única bênção que podes dar verda­deiramente, porque Ele é verdadeiramente abençoado. Porque Ele te foi dado livremente por Deus, tens que dá-Lo assim como O recebeste.

 

 

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