A confusão entre dor e alegria

Capítulo 7 – AS DÁDIVAS DO REINO

X. A confusão entre dor e alegria

1. O Reino é o resultado de premissas, assim como esse mundo. Podes ter levado o raciocínio do ego à sua conclusão lógica que é confusão total a respeito de tudo. Se realmente visses esse resultado, não poderias querer isso. A única razão pela qual poderias talvez querer qualquer parte disso, seria não estares vendo o todo. Tu estás disposto a olhar para as premissas do ego, mas não para o seu resultado lógico. Não é possível que tenhas feito a mesma coisa com as premissas de Deus? As tuas criações são o resultado lógico das Suas premissas. O pensamento de Deus as estabeleceu para ti. Elas estão exatamente onde devem estar. Pertencem à tua mente como parte da tua identificação com a Sua Mente, mas o estado da tua mente e o teu reconhecimento do que está nela dependem do que acreditas em relação à tua mente.Sejam quais forem essas crenças, elas são as premissas que vão determinar o que aceitas em tua mente.

2. Com certeza está claro que podes fazer duas coisas: aceitar na tua mente o que não está lá e negar o que está. Entretanto, a função que o próprio Deus deu à tua mente através da Sua, podes negar mas não podes impedir. É o resultado lógico do que tu és. A capacidade de ver um resultado lógico depende da tua disponibilidade para vê-lo, mas a verdade nada tem a ver com a tua vontade. A verdade é a Vontade de Deus. Compartilha a Sua Vontade e compartilhas o que Ele conhece. Nega a Sua Vontade enquanto tua e estarás negando o Seu Reino e o teu.

3. O Espírito Santo vai dirigir-te só para evitar a dor. Com certeza, ninguém faria objeções a essa meta se a reconhecesse. O problema não é saber se o que o Espírito Santo diz é verdadeiro, mas se queres ouvir o que Ele diz. Tu és tão incapaz de reconhecer o que é doloroso quanto de saber o que é alegre e estás, de fato, muito propenso a confundir os dois. A principal função do Espírito Santo é ensinar-te a fazer a distinção entre eles. O que te dá alegria é doloroso para o ego, e enquanto estiveres em dúvida a respeito do que és, estarás confuso em relação à dor e à alegria. Essa confusão é a causa de toda a idéia de sacrifício. Obedece ao Espírito Santo e estarás desistindo do ego. Mas não estarás sacrificando nada. Ao contrário, estarás ganhando tudo. Se acreditasses nisso, não haveria nenhum conflito.

4. É por isso que necessitas demonstrar o óbvio a ti mesmo. Não é óbvio para ti. Acreditas que fazer o oposto à Vontade de Deus pode ser melhor para ti. Também acreditas que é possível fazer o oposto da Vontade de Deus. Portanto, acreditas que uma escolha impossível esteja aberta para ti, escolha essa que é ao mesmo tempo amedrontadora e desejável. No entanto, Deus exerce a própria Vontade. Ele não deseja. A tua vontade é tão poderosa quanto a Sua porque é a Sua. Os desejos do ego não significam coisa alguma, porque o ego deseja o impossível. Podes desejar o impossível, mas só podes exercer a tua vontade com Deus. Essa é a fraqueza do ego e a tua força.

5. O Espírito Santo sempre está ao teu lado e ao lado da tua força. Enquanto evitares a Sua orientação de qualquer forma, queres ser fraco. Todavia, a fraqueza é assustadora. Que outra coisa, então, pode significar essa decisão a não ser que queres estar amedrontado? O Espírito Santo nunca pede sacrifícios, mas o ego sempre o faz. Quando estás confuso acerca dessa distinção na motivação, isso só pode ser devido à projeção. A projeção é uma confusão na motivação e dada essa confusão, a confiança vem a ser impossível. Ninguém obedece de boa vontade a um guia em quem não confia, mas isso não significa que o guia não seja confiável. Nesse caso, sempre significa que o seguidor não é confiável. Contudo, isso também é apenas uma questão da própria crença que ele tem. Acreditando que ele é capaz de trair, acredita que tudo pode traí-lo. Porém, tudo isso acontece apenas porque ele escolheu seguir uma orientação falsa. Incapaz de seguir essa orientação sem medo, associa medo com orientação e se recusa a seguir qualquer orientação que seja. Se o resultado dessa decisão é a confusão, não é surpreendente.

6. O Espírito Santo é perfeitamente confiável, como tu o és. O próprio Deus confia em ti e, portanto, a tua confiabilidade está além do que é questionável. Ela sempre estará além do questionável, por mais que possas questioná-la. Eu já disse que és a Vontade de Deus. A Sua Vontade não é um desejo vão e a tua identificação com a Sua Vontade não é opcional, já que ela é o que tu és. Compartilhar a Sua Vontade comigo, na realidade, não é uma escolha que esteja aberta, embora possa parecer estar. Toda a separação está nesse erro. A única saída do erro é decidir que tu não tens que decidir coisa alguma. Tudo te foi dado por decisão de Deus. Essa é a Sua Vontade e tu não podes desfazê-la.

7. Mesmo o abandono da tua falsa prerrogativa de tomar decisões, que o ego guarda tão zelosamente, não é realizado através do teu desejo. Foi realizado para ti através da Vontade de Deus, Que não te deixou sem consolo. A Sua Voz vai te ensinar como distinguir entre dor e alegria e te conduzirá para fora da confusão que tens feito. Não há confusão na mente de um Filho de Deus, cuja vontade tem que ser a Vontade do Pai, porque a Vontade do Pai é Seu Filho.

8. Milagres estão de acordo com a Vontade de Deus, Vontade essa que tu não conheces porque estás confuso em relação à qual é a tua vontade. Isso significa que estás confuso em relação ao que tu és. Se tu és a Vontade de Deus e não aceitas a Sua Vontade, estás negando a alegria. O milagre é, portanto, uma lição acerca do que é a alegria. Sendo uma lição acerca do compartilhar, uma lição de amor que é alegria. Todo milagre é, então, uma lição sobre a verdade e por oferecer a verdade, estás aprendendo a diferença entre dor e alegria.

 

 

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