A liberação da culpa

Capítulo 13 – O MUNDO SEM CULPA

X. A liberação da culpa

1. Estás acostumado com a noção de que a mente pode ver a fonte da dor onde ela não está. O serviço duvidoso que presta esse deslocamento é esconder a fonte real da culpa e manter longe da tua consciência a percepção plena de que ela é insana. O deslocamento é sempre mantido pela ilusão de que a fonte da culpa, da qual se desloca a atenção, tem que ser verdadeira e tem que ser assustadora, ou não a terias deslocado para o que acreditas ser menos amedrontados. Estás, então, disposto a olhar para todos os tipos de “fontes”, desde que elas não sejam a fonte mais profunda, com a qual não têm qualquer relacionamento real.

2. As idéias insanas não têm nenhum relacionamento real e é por isso que são insanas. Nenhum relacionamento real pode se basear na culpa, nem sequer reter uma pequena mancha de culpa para macular a sua pureza. Pois todos os relacionamentos que a culpa tocou são usados só para evitar a pessoa e a culpa. Que estranhos relacionamentos fizeste com esse estranho propósito! E te esqueceste que relacionamentos reais são santos e não podem ser usados por ti de forma alguma. São usados exclusivamente pelo Espírito Santo e é isso o que faz com que sejam puros. Se deslocas a tua culpa e a colocas sobre eles, o Espírito Santo não pode usá-los. Pois se, de antemão, consomes para os teus próprios fins o que deverias ter dado a Ele, Ele não pode usá-lo para a tua liberação. Ninguém que queira unir-se de qualquer modo com qualquer outra pessoa para a sua salvação individual vai achá-la nesse estranho relacionamento. Ele não é compartilhado e, portanto, não é real.

3. Em qualquer união com um irmão na qual busques colocar nele a tua culpa, ou compartilhá-la com ele, ou perceber a sua, tu te sentirás culpado. E nem encontrarás satisfação e paz com ele, porque a tua união com ele não é real. Verás culpa nesse relacionamento porque lá a terás colocado. É inevitável que aqueles que sofrem de culpa tentem deslocá-la porque acreditam nela. Apesar disso, embora sofram, não olharão para dentro e não permitirão que ela se vá. Eles não podem ter o conhecimento de que amam e não podem compreender o que é o amor. Sua preocupação principal é perceber a fonte da culpa fora de si mesmos, além do seu próprio controle.                                                                                                                                                    

4. Quando afirmas que és culpado, mas que a fonte da tua culpa está no passado, não estás olhando para dentro. O passado não está em ti. As tuas estranhas associações com ele não têm significado no presente. No entanto, deixas que elas se interponham entre tu e os teus irmãos, com quem não encontras quaisquer relacionamentos reais. Podes esperar usar os teus irmãos como um meio de “resolver” o passado e ainda assim vê-los como eles realmente são? A salvação não é achada por aqueles que usam os seus irmãos para resolver problemas que não existem. Tu não quiseste a salvação no passado. lrias impor os teus desejos vãos ao presente e esperar achar a salvação agora?

5. Determina-te, então, a não ser como foste. Não uses nenhum relacionamento para prender-te ao passado, mas com cada um deles nasce de novo a cada dia. Um minuto, e até menos, será suficiente para libertar-te do passado e entregar a tua mente em paz à Expiação. Quando todas as pessoas forem bem-vindas para ti assim como queres ser bem-vindo para o teu Pai, não verás culpa nenhuma em ti mesmo. Pois terás aceito a Expiação que brilhou dentro de ti por todo o tempo em que estiveste sonhando com culpa, sem querer olhar para dentro e ver.                                                

6. Enquanto acreditas que a culpa é justificada de alguma forma, em qualquer um, não importa o que ele faça, não olharás para dentro onde sempre irias achar a Expiação. O fim da culpa nunca virá enquanto acreditares que há uma razão para ela. Pois tens que aprender que a culpa sempre é totalmente insana e não tem razão. O Espírito Santo não busca dissipar a realidade. Se a culpa fosse real, a Expiação não seria. O propósito da Expiação é o de dissipar ilusões, não o de estabelecê-las como reais e então perdoá-las.

7. O Espírito Santo não mantém ilusões em tua mente para assustar-te e nem as mostra a ti, de maneira amedrontadora, para demonstrar do que Ele te salvou. Aquilo de que Ele te salvou se foi. Não dês realidade à culpa e não vejas razão para ela. O Espírito Santo faz o que Deus quer que Ele faça e sempre fez assim. Ele tem visto a separação, mas conhece a união. Ele ensina a cura mas também conhece a criação. 'Ele quer que tu vejas e ensines como Ele faz e através Dele. Entretanto, o conhecimento que Ele tem tu não tens, embora seja teu.                            

8. Agora te é dado curar e ensinar, para fazeres o que vai ser o agora. Por enquanto, ainda não é agora. O Filho de Deus acredita que está perdido em culpa, sozinho em um mundo escuro onde a dor que vem de fora o pressiona em toda parte. Quando tiver olhado para dentro e visto a radiância que se encontra lá, lembrar-se-á do quanto seu Pai o ama. Se parecerá inacreditável que ele jamais tenha pensado que seu Pai não o amava e olhava para ele como para um condenado. 6No momento em que reconheceres que a culpa é insana, totalmente injustificada e totalmente sem razão, não terás medo de olhar para a Expiação e aceitá-la totalmente.

9. Tu, que não tens sido misericordioso para contigo mesmo, não te lembras do Amor do teu Pai. E olhando sem misericórdia para os teus irmãos, não te lembras do quanto tu O amas. Entretanto isso é para sempre verdadeiro. Na paz brilhante dentro de ti está a perfeita pureza em que foste criado. Não tenhas medo de olhar para a bela verdade em ti. bolha através da nuvem de culpa que turva a tua visão e olha para o que vem depois da escuridão, para o lugar santo onde verás a luz. O altar para o teu Pai é tão puro quanto Aquele Que o ergueu para Si Mesmo. Nada pode afastar de ti o que Cristo quer que vejas. A Sua Vontade é como a do Seu Pai e Ele oferece misericórdia a toda criança de Deus, como quer que tu o faças.

10. Libera da culpa do mesmo modo como queres ser liberado. Não há nenhum outro modo de olhar para dentro e ver a luz do amor, brilhando tão constantemente e com tanta segurança quanto o próprio Deus tem sempre amado Seu Filho. E como Seu Filho O ama. Não existe medo no amor, porque o amor é sem culpa. Tu, que sempre amaste o teu Pai, não podes ter medo, por nenhuma razão, de olhar para dentro e ver a tua santidade. Não podes ser como acreditavas que eras. A tua culpa não tem razão porque ela não está na Mente de Deus, onde tu estás. E isso é razão, que o Espírito Santo quer restaurar em ti. Ele só removerá ilusões. Tudo o mais Ele quer te fazer ver. E na visão de Cristo, Ele vai mostrar-te a pureza perfeita que está para sempre dentro do Filho de Deus.

11. Tu não podes entrar em nenhum relacionamento real com nenhum dos Filhos de Deus a não ser que os ames a todos e igualmente. O amor não é especial. Se selecionas uma parte da Filiação para o teu amor, estás impondo a culpa a todos os teus relacionamentos e fazendo com que todos sejam irreais. Tu só podes amar como Deus ama. Não busques amar de modo diferente do Seu, pois não há amor à parte do Seu. Até que reconheças que isso é verdadeiro, não terás nenhuma idéia de como é o amor. Ninguém que condene um irmão é capaz de ver-se sem culpa e na paz de Deus. Se ele é sem culpa e está em paz mas não vê, ele é delusório e não olhou para si mesmo. A ele, eu digo:

Eis aqui o Filho de Deus, olha para a sua pureza e pára. Em quietude olha para a sua santidade, e dá graças ao seu Pai porque nenhuma culpa jamais o tocou.

12. Nenhuma ilusão que possas jamais ter mantido contra ele tocou a sua inocência de forma alguma. A sua pureza resplandecente, totalmente intocada pela culpa e totalmente amorosa, está brilhando dentro de ti. Vamos olhar para ele juntos e amá-lo. Pois no amor a ele está a tua inculpabilidade. Apenas olha para ti mesmo e o contentamento e a apreciação pelo que vês banirão a culpa para sempre. Graças Te dou, Pai, pela pureza do Teu santíssimo Filho, a quem Tu criaste sem culpa para sempre.

13. Como tu, a minha fé e a minha crença estão centradas naquilo que é o meu tesouro. A diferença está em que eu amo somente o que Deus ama comigo e por causa disso, eu te valorizo além do valor que estabeleceste para ti mesmo; eu te valorizo com o mesmo valor que Deus colocou em ti. Eu amo tudo o que Ele criou e ofereço a isso toda a minha fé e toda a minha crença. Minha fé em ti é tão forte quanto todo o amor que eu dou ao meu Pai. Minha confiança em ti é sem limites e sem medo de que não vás me ouvir. Eu agradeço ao Pai pela tua beleza e pelas muitas dádivas que vais permitir que eu ofereça ao Reino em honra da sua integridade, que é de Deus.

14. Que o louvor seja dado a ti que fazes com que o Pai seja um com o Seu próprio Filho. Sozinhos, todos somos pequenos, mas juntos brilhamos com um fulgor tão intenso que nenhum de nós por si mesmo pode sequer imaginar. Diante da radiância gloriosa do Reino a culpa se desmancha e, transformada em benignidade, nunca mais será o que foi. Cada reação que experimentas será tão purificada, que poderá ser usada como um hino de louvor ao teu Pai. Vê apenas louvor a Ele no que Ele criou, pois Ele nunca cessará o Seu louvor a ti. Unidos nesse louvor estamos diante da porta do Céu, onde com certeza entraremos na nossa impecabilidade. Deus te ama. Poderia eu, então, não ter fé em ti e amá-Lo perfeitamente?

 

 

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