Milagres como percepção verdadeira

Capítulo 3 – A PERCEPÇÃO INOCENTE

II. Milagres como percepção verdadeira

1. Tenho declarado que os conceitos básicos a que este curso se refere não são questões de grau. Certos conceitos fundamentais não podem ser compreendidos em termos de opostos. É impossível conceber luz e escuridão ou tudo e nada como possibilidades conjuntas. São todos verdadeiros ou falsos. É essencial que reconheças que o teu pensamento será errático até que um firme compromisso com um ou outro seja feito. Contudo, um firme compromisso com a escuridão ou o nada é impossível. Ninguém jamais viveu que não tenha experimentado alguma luz e alguma coisa. Ninguém é, portanto, capaz de negar totalmente a verdade, mesmo que se pense que pode.

2. A inocência não é um atributo parcial. Não é real enquanto não é total. Os que são parcialmente inocentes estão aptos a ser bastante tolos, às vezes. Enquanto a sua inocência não se torna um ponto de vista de aplicação universal, não chega a ser sabedoria. A percepção inocente ou verdadeira significa que tu nunca percebes de forma errada e sempre vês verdadeiramente. Em termos mais simples, significa que nunca vês o que não existe e sempre vês o que existe.

3. Quando te falta confiança no que outra pessoa vai fazer, estás a atestar a tua crença segundo a qual ela não está na sua mente certa. Dificilmente este quadro de referências se baseia no milagre. Ele também tem o poder desastroso de negar o poder do milagre. O milagre percebe tudo tal como é. Se nada a não ser a verdade existe, o modo de ver da mentalidade certa não pode ver nada a não ser a perfeição. Tenho dito que só o que Deus cria ou o que tu crias com a mesma Vontade tem alguma existência real. Isto, então, é tudo o que um inocente pode ver. Os inocentes não sofrem de percepção distorcida.

4. Tu tens medo da vontade de Deus, porque tens usado a tua mente, que Deus criou à semelhança da Sua, para criar de forma errada. A mente só pode criar de forma errada quando acredita que não é livre. A mente «aprisionada» não é livre porque está possuída, ou detida, por ela mesma. Ser um é ser uma só mente ou vontade. Quando a vontade da Filiação e a do Pai são uma só, o acordo perfeito entre elas é o Céu.

5. Nada pode prevalecer contra um filho de Deus que entrega o seu espírito nas Mãos do seu Pai. Ao fazer isso, a mente desperta do seu sono e lembra-se do seu Criador. Qualquer sensação de separação desaparece. O Filho de Deus é parte da Santíssima Trindade, mas a própria Trindade é una. Não há confusão dentro dos Seus Níveis porque Eles são uma só Mente e uma só Vontade. Este propósito único cria a perfeita integração e estabelece a paz de Deus. Entretanto, esta visão só pode ser percebida pelos que são verdadeiramente inocentes. Porque os seus corações são puros, os inocentes defendem a percepção verdadeira em vez de se defenderem dela. Compreendendo a lição da Expiação, eles não têm o desejo de atacar e, portanto, vêem verdadeiramente. É esse o significado da Bíblia quando diz «quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-Lo como Ele é».

6. O caminho para corrigir distorções é retirar a fé que depositas nelas e investir somente no que é verdadeiro. Não podes fazer com que a falta de verdade seja verdadeira. Se estás disposto a aceitar o que é verdadeiro em tudo o que percebes, deixa que isso seja verdadeiro para ti. A verdade vence qualquer erro e aqueles que vivem no erro e no vazio jamais podem encontrar consolação duradoura. Se percebes verdadeiramente, estás a cancelar percepções erradas em ti mesmo e nos outros simultaneamente. Porque os vês tais como são, ofereces- lhes a tua aceitação da verdade de forma que possam aceitá-la para si próprios. Essa é a cura que o milagre induz.

 

 

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