O significado do Juízo Final

Capítulo 2 – A SEPARAÇÃO E A EXPIAÇÃO

VIII. O significado do Juízo Final

1. Um dos caminhos pelo qual podes corrigir a confusão entre mágica e milagre é lembrar-te que não criaste a ti mesmo. Estás apto a esquecer disso quando vens a ser egocêntrico e isso te coloca em uma posição na qual a crença na mágica é virtualmente inevitável. A tua vontade de criar te foi dada pelo teu Criador, Que estava expressando a mesma Vontade na Sua criação. Como a capacidade criativa reside na mente, tudo o que crias não pode deixar de ser uma questão de vontade. Daí também decorre que qualquer coisa que faças sozinho é real no teu modo próprio de ver, embora não na Mente de Deus. Essa distinção básica conduz diretamente ao real significado do Juízo Final.

2. O Juízo Final é uma das idéias mais ameaçadoras no teu pensamento. Isso é assim porque não a compreendes. O julgamento não é um atributo de Deus. Veio a ser só depois da separação, quando tornou-se um dos muitos instrumentos de aprendizado a ser anexado ao plano geral. Assim como a separação ocorreu no decurso de milhões de anos, o Juízo Final vai se estender por um período similarmente longo e talvez até mais longo. A sua duração, porém, pode ser muito reduzida pelos milagres, o instrumento que encurta, mas não abole o tempo. Se um número suficiente de pessoas vêm a ter, na verdade, a mentalidade milagrosa, esse processo de encurtamento pode ser praticamente imensurável. Contudo, é essencial que tu te libertes do medo com rapidez, porque tens que emergir do conflito se vais trazer paz à outras mentes.

3. Em geral se considera o Juízo Final como um procedimento empreendido por Deus. De fato, será empreendido por meus irmãos com a minha ajuda. E uma cura final ao invés de um acerto punitivo, por mais que possas pensar que a punição é merecida. A punição é um conceito totalmente oposto à mentalidade certa e o objetivo do Juízo Final é restaurar em ti essa mesma mentalidade. O Juízo Final poderia ser chamado de um processo de avaliação certa. Simplesmente significa que todas as pessoas finalmente virão a compreender o que tem valor e o que não tem. Depois disso, a capacidade de escolher pode ser dirigida racionalmente. Até que essa distinção seja feita, porém, as oscilações entre a vontade livre e a vontade aprisionada não podem senão continuar.

4. O primeiro passo para a liberdade envolve uma seleção entre o falso e o verdadeiro. Esse é um processo de separação no sentido construtivo e reflete o verdadeiro significado do Apocalipse. Em última instância, todos olharão para as suas próprias criações e escolherão preservar somente o que é bom, assim como o próprio Deus olhou para o que Ele criou e soube que era bom. Nesse ponto, a mente pode começar a olhar com amor para as suas próprias criações devido ao seu valor. Ao mesmo tempo, a mente irá inevitavelmente repudiar suas criações equivocadas, as quais, sem crença, não mais existirão.

5. A expressão “Juízo Final” é assustadora, não só porque foi projetada para Deus, mas também por causa da associação entre “final” e morte. Esse é um exemplo claro da percepção invertida. Se o significado do Juízo Final é objetivamente examinado, fica bastante evidente que é, na realidade, o umbral da vida. Ninguém que viva no medo está realmente vivo. Não podes submeter a ti mesmo ao teu próprio juízo final, porque tu não és criação tua. Podes, todavia, aplicá-lo de modo significativo e a qualquer momento a tudo o que fizeste e reter na tua memória apenas o que é criativo e bom. Isso é o que a mentalidade certa não pode deixar de ditar-te. O propósito do tempo é unicamente “dar-te tempo” para conseguir esse julgamento. É o teu próprio julgamento perfeito das tuas próprias criações perfeitas. Quando tudo o que reténs é amável, não há razão para o medo permanecer contigo. Essa é a tua parte na Expiação. 

 

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