Perispírito, corpo espiritual ou corporeidade é que ressuscitam

A Igreja age com prudência e discrição em suas reformas. Exemplo disso é a lenta retirada dos santos dos altares nas igrejas, conforme a decisão do Concílio Ecumênico Vaticano II (1965).

Vejamos a questão da corporeidade ou corporalidade. Ambas têm a mesma raiz do verbo corporificar, cujo significado é atribuir corpo àquilo que não o tem.

O espiritismo lida com materializações de espíritos através dos seus perispíritos, as quais são, porém, temporárias. Jesus materializou-se por várias vezes aos seus apóstolos e discípulos. Também Moisés e Elias materializaram-se na transfiguração. Mas o espírito materializado pelo seu perispírito não pode ser confundido com o corpo do morto, como o fizeram os teólogos do passado. Daí terem concluído pela ressurreição do corpo.

O perispíirito ou corpo perispiritual é o “Corpo Espiritual” ou “Corpo Incorruptível” de são Paulo. Ele fica entre o espírito e o corpo. Quando este morre, o perispírito torna-se o corpo do espírito. É ele que aparece e se materializa no lugar do espírito desencarnado. E, quando o espírito está encarnado, é ele também que se desloca no fenômeno de bilocação, hoje denominado também de desdobramento, projeção ou viagem astral. E é ele que ressuscita. “Carne e sangue não podem herdar o reino dos céus” (1 Coríntios 15,50). Os ressuscitados são iguais a anjos (são Mateus 22,30). E anjos são espíritos! Temos dois corpos, um natural (carnal) e outro espiritual, e ressuscita o espiritual (1 Coríntios 15,44). Ao ser questionado sobre em que corpo se ressuscita (1 Coríntios 15,35), são Paulo afirma que seremos transformados, ou seja, não será no corpo carnal (1 Coríntios 15,51), mas na corporeidade (corpo espiritual ou perispírito). Os teólogos enrolam esse assunto, pois ele vai de encontro do, hoje, insustentável dogma da ressurreição da carne.

E o perispírito já era conhecido dos médiuns videntes de todas as culturas antigas. Eis alguns de seus sinônimos, de até 5.000 anos a. C.: “Ka” (Egito); “Linga Sharira”, “Kama-Rupa” e “Mano-Maya-Rosha” (Índia); “Corpo Aeriforme” e “Khi” (China); “Nephesh” (Israel); “Corpo Sutil da Alma”, “Ochema”, “Eldôlon” e “Corpo Luminoso” (Grécia).

E eis alguns nomes dados por sábios ou escolas ao perispírito: “Carne Sutil da Alma” (Pitágoras); “Corpo Astral” ou “Vestrum” (Paracelso); “Astroiedê” (neoplatônicos); “Corpo Aéreo” e “Ígneo” (Plotino); “Veículo da Alma” (Próclus); “Corpo Fluídico” (Leibnitz); “Mediador Plástico” (Cudwerth); “Arqueu” (Van Helmont); “Influxo Físico” (Euler, matemático e astrônomo); “Modelo Ideal” (Saint Hilaire, naturalista); “Luz ódica” (Reichenbach); “Fantasma Póstumo” (Dassier); “Corpo Espiritual” ou “Corpo Incorruptível” (são Paulo); “Corpo Vital da Alma” (Tertuliano); “Aura” (Orígenes); Rouach (cabala hebraica); “Boadhas” (Zen Avesta); “Imago” (latinos); “Penumá” (santo Hilário, são Basílio de Cesaréia, santo Atanásio, são Cirilo de Alexandria, são Bernardo e santo Agostinho). E a existência do perispírito foi comprovada cientificamente por cientistas russos, e ao qual denominaram de “Corpo Bio-plásmico”.
Perispírito, corpo espiritual ou corporeidade são eles que, realmente, ressuscitam, e não a carne, inclusive com Jesus, igualmente foi assim, como o afirma o maior teólogo católico da atualidade, o espanhol André T. Queiruga, em “Repensar a Ressurreição” (Ed. Paulinas), e como lemos em 1 Pedro 3,18 (há traduções truncadas): “Jesus Cristo, morto na carne, mas ressuscitado em espírito”!

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