Os pecados ou transgressões graves ou leves das leis divinas jamais acarretam males para Deus, mas apenas para as pessoas vítimas de nossos erros e a nós mesmos autores do pecado, pois nós colhemos o que plantamos. E, geralmente, só o que é ofendido pode perdoar o seu ofensor, a não ser em casos especiais, como vimos.
Por isso, também, não é bem Deus que nos perdoa. Apenas a lei divina (cármica) funciona. Santo Agostinho, em um colóquio com Deus diz: “Que delitos te ofendem, se é impossível fazer-te mal?” (“Confissões”, Livro 3, 8). É como o crime, que é contra a lei, mas não é o autor dela que sofre, e sim, a vítima e o réu. A Bíblia fala que Deus perdoa como exemplo para nós de que nós temos que perdoar, e não só sete vezes, mas 70 vezes sete, ou seja, sempre. Deus não cansa, mas do mesmo modo, a Bíblia afirma que Deus descansou no sétimo dia da criação, para nos ensinar que nós temos que descansar. Um pecado grave, mortal, é também crime. Se o padre pudesse perdoar mesmo o pecador criminoso, este não iria para a prisão!
A confissão auricular só foi instituída no Concílio de Latrão (1215). Foram condenados os que viveram e morreram antes dela? Até essa data, só havia a confissão pública, que consistia em o indivíduo confessar os seus pecados em voz alta para todos os presentes na igreja, daí o livro de “Confissões” de santo Agostinho. Dela advinham muitos problemas. Por exemplo: quando um indivíduo confessava que estava tendo um caso com a esposa de alguém.
Em parte, a Igreja segue a Bíblia, ou seja, a instrução de são Tiago para que confessemos os nossos pecados uns aos outros (são Tiago 5, 16). Mas ela destoa com a Bíblia, quando determina que as confissões sejam feitas somente às suas autoridades eclesiásticas, o que é fruto do ego delas, embora, provavelmente, elas não tenham dado conta disso quando instituíram essa doutrina. E a Igreja se equivoca também, quando ela afirma que só as suas autoridades têm o poder de perdoar pecados, quando na verdade, mais autoridade tem para isso o ofendido.
Já os protestantes não seguem a Bíblia, mas são João Crisóstomo (séculos IV e V), cognominado de “Boca de Ouro”, um dos padres famosos da Igreja primitiva e bispo patriarca de Constantinopla, que ensina em “De Poenitentia”, volume 4º, que nós devemos confessar os nossos pecados apenas a Deus!
Sr. José Reis, você está cometendo alguns sérios equívocos. Deve-se confessar os pecados uns aos outros e principalmente à Deus, por meio de Jesus que é o único mediador entre Deus e os homens (é assim que os Crentes fazem). O próprio Agostinho concluiu isso em “Confissões” (livros 3, 8 e 10,43), aliás Agostinho foi um homem que realmente se converteu porque lia a Bíblia e buscava praticar a vontadade de Deus, em santidade. Não basta apenas confessar os pecados, mas deve-se haver arrependimento e conversão de fato. Ainda há tempo, busque a Deus de todo o teu coração e alma, confesse a Jesus como seu único Salvador, deixe o velho homem para trás, persevere na luz e encontrarás a verdadeira felicidade como Agostinho. Leia também: tg. 4.7-10, II Cr. 7.14, Jr. 29.11-14.
Marcelo de Cabral
Coronel Fabriciano – 18/02/2009 – 00:09:04
“Os protestantes não seguem a Bíblia”? Han? Tá certo,eles devem seguir o catecismo católico e todas as liturgias inventadas por homens.
Mateus
BH – 16/02/2009 – 14:35:23
Excelente. Parabens. Onde encontro este livro confições de anto Agostinho?
Hercules Nadalin
belo Horizonte – 16/02/2009 – 08:45:04