(1.922 – 1.999)
(Georg Kritikós)
Svami Sarvananda era o nome místico do Sr. Georg Kritikós, nascido em Rupea, Transilvânia (Romênia), em 22 de junho de 1.922, e falecido em 18 de abril de 1.999 em Curitiba (PR). Filho de pai grego e mãe romena, aos 22 meses sofreu pneumonia dupla, tendo sido desenganado pelos médicos. Naquele momento recebeu a visita de um Mestre que condicionou a continuação de sua vida à promessa de dedicá-la aos seus semelhantes, ele aceitou e obteve a cura.
A facilidade das línguas, herdada do pai, permitiu falar três idiomas usados na região: romeno, húngaro e o alemão, o que o ajudou a se adaptar mais facilmente aos países pelos quais passou e viveu.
Logo depois da Segunda Guerra, foi trazido pela tia materna para o Uruguai, onde se reencontrou com seu Mestre e amigo, ?r? Sevananda Svami, tornando-se seu discípulo e recebendo dele a iniciação transmitida pelo adepto egípcio RA MAK HOTEP.
Com seu Mestre, participou ativamente da fundação do “Monastério Essênio e Ashram de Sarva Yoga” em Resende (RJ), durante o período de 1.953 e 1.960. Em 22 de junho de 1.957, foi ordenado membro dos swamis de SRI SHANKARACHARYA, por seu mestre. Na ocasião recebeu a bengala dos sanyasins sarvas e recebeu o nome místico de SWAMI SARVANANDA.
Em 7 de dezembro de 1.957, foi unido em matrimônio “dentro do serviço”, com a residente Daya. Neste Ashram, ?r? Sevananda Svami desenvolveu vários trabalhos de diferentes escolas iniciáticas do Ocidente e do Oriente, incluindo a Ordem Martinista, da qual era o Presidente para a América do Sul.
Em 20 de setembro de 1.958 foi escolhido por ?r? Sevananda Svami como seu sucessor e sarvayogacharya da Ordem dos Sarvas Swamis.
Em 1.958, fundaram, Sarvananda e Daya, sob a orientação do seu mestre, o Instituto Juvenil de Yoga, dentro das terras do Ashram de Rezende, onde passaram a cuidar e educar crianças abandonadas, até o fim das atividades do mesmo em 1.960.
Nasce, em 13 de setembro de 1.960, no Monastério, Maria Stella, elo de união entre passado e futuro, filha de Sarvananda e Daya. Em junho de 1.961, dissolve-se o Monastério de Resende e cada um toma seu caminho próprio. ?r? Sevananda Svami, com parte dos residentes, vai para Lajes (SC), onde surge a Obra ” O Mestre Philippe de Lyon”, e Sarvananda, Daya e Stella vão para Minas, onde continuam o trabalho.
Instala em Belo Horizonte, no ano de 1.960, o primeiro Núcleo de Yoga Integral e o Instituto Arjuna de Yogaterapia, inicialmente na Rua Tupinambás e um ano depois se transfere para a Rua Goitacazes 43, onde permaneceu até 1.996.
Ao longo desses 36 anos dedicados ao yoga em Minas, desenvolveu várias pesquisas em yogaterapia, beneficiando inúmeras pessoas, inclusive dependentes de drogas. Formou várias turmas de professores de yoga, muitos deles continuam em atividade atualmente espalhados pelo Brasil.
A convite do professor Daniel Antipoff e sua esposa Dª Otília Antipoff, assumiu a tarefa de preparar e orientar professoras de yoga na área de recuperação de excepcionais, dentro do Instituto de Psicologia Aplicada de Minas Gerais (IPAMIG), com excelentes resultados, durante o período de 1960 a 1966.
Após a morte de ?r? Sevananda Svami, em 1.970, Sarvananda, discípulo e auxiliar de ?r? Sevananda Svami durante 40 anos consecutivos, e seu sucessor na Ordem dos Sarvas e na Suddha Dharma Mandalam, deu continuidade ao desenvolvimento e divulgação das doutrinas Orientais e à Sarva Yoga, iniciada pelo seu Mestre e amigo. No Martinismo realizou seu trabalho na OMS. Sarvananda toma contato com praticamente todas as organizações de cunho espiritual e social da época.
Aos 51 anos, em fins de 1.973, viajou em peregrinação à Índia, reencontrando, em Benares e Sarnath, seu próprio passado. Em Calcutá teve a revelação do rumo de sua vida, assumindo assim um novo posicionamento interior. Continuando sua viagem, partiu para o Japão, onde fez estágio no Zen Yoga Dojo, do se nsei Oki Masahiro, recebendo valiosos baseamentos do sensei, que o nomeou seu representante no Brasil.
De volta ao Brasil, em março de 1.974, iniciou imediatamente as pesquisas e práticas do que bem mais tarde se transformou no TB (Trabalho Básico). No TB ele reuniu a experiência do Ashram de Rezende com ?r? Sevananda Svami, as técnicas e filosofias de Gurdjieff e os subsídios trazidos do Dojo, do sensei Oki Masahiro. De tudo isso resultou um método poderoso de impulsionar os interessados a se colocarem frente a frente a si mesmos, para uma maior autoconsciência e aspiração transcendental.
Em 1.975 fundou, próximo a Belo Horizonte, a Comunidade Rural e Alternativa Mãe D´água, reconhecida como de utilidade pública estadual e registrada como Refúgio de animais silvestres e Reserva Biológica, no INCRA.
Desenvolveu na Mãe D´água, junto aos companheiros e residentes, atividades diversas como agricultura, horticultura e fruticultura naturais. Muitos dependentes de drogas e álcool foram completamente recuperados com a vida rigorosa e sadia que se levava na Mãe D´água, onde os residentes recebiam instrução de Sarva Yoga e técnicas de meditação, na tentativa de neles instalar um maior teor de autoconsciência. A Mãe D´água fechou suas portas em meados de 1.986.
Em fins de 1.987, e por convite, transfere-se com a família para Curitiba, onde instalou, na Faculdade de Ciências Biopsíquicas da Fundação Espírita, um Núcleo de Formação de Sarva Yoga.
Retornando a Belo Horizonte, em junho de 1.991, o TB (Trabalho Básico), foi instalado com vigor, tendo como conseqüência o ingresso de membros na OSA, entre os quais alguns Cavaleiros, representando a ala ocidental, e a ordenação de dois swamis, sua esposa, Swamini Daya e o jovem Satyananda.
Em 1993 organizou o I Congresso de Yoga em Belo Horizonte. Participou de muitos congressos no Brasil e no exterior, com atuações muito marcantes. Ministrava aulas de yoga de uma forma bastante yang, daí os resultados terapêuticos conseguidos. Dava muita relevância à busca do silêncio mental, sendo isto a marca, o diferencial da Escola Sarva.
Severo, enérgico e sério, quando necessário, possuía o dom da gratidão. Era comum manifestar do fundo do coração, uma imensa gratidão por um simples ou pequeno fato, ato ou palavra recebida. No dia 5 de dezembro de 1.998, Sarvananda reuniu amigos e discípulos, fazendo sua despedida. Estava mais uma fez de partida para Curitiba. A palavra chave para a mudança era “Atividade”, prosseguir e intensificar “com entrega”, o trabalho.
Mas o destino reserva surpresas… No início de 1.999, após intensa atividade com seu trabalho, Sarvananda é levado ao médico por sua filha, e este prescreve cirurgia cardíaca (safena). No final de março é feita a cirurgia e, para grande surpresa de todos e principalmente dos médicos, surgiram complicações e após 21 dias, a maior parte deles com muito sofrimento na UTI do Hospital Cajuru, em Curitiba, deixou o corpo físico às 02:15 horas do dia 18 de Abril de 1.999.
Assim terminava uma vida carregada de intensidade e intrepidez, inteiramente dedicada ao próprio aprimoramento e ao desenvolvimento do ser humano, fiel à promessa que fizera no seu segundo ano de vida. Em 18 de março de 2.000, aconteceu o lançamento de sua obra póstuma “Memórias (1.922-1.960)”, no Museu Histórico Abílio Barreto, confirmando assim sua participação na história de Belo Horizonte.
Sarvananda publicou os seguintes livros:
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Yoga para Crianças, excelente guia para professores de yoga que desejam trabalhar com crianças;
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Yoga em Casa, um guia perfeito para professores e pessoas que em algum momento não podem freqüentar uma escola; e
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Androgonia (O que o homem é), indispensável a todos que querem embasar seus conhecimentos rumo a autorealização.
Palavras do Mestre Sarvananda:
“Yoga é um modo de ser interior e somente sente quem o vive intensamente”.
“A verdadeira imortalidade se encontra na vida interior.”
“Sem a prática da meditação (Dhyana), não há realização, e sem o silêncio interior não há meditação.”
“O tempo real é medido pela intensidade”.
“Evoluir é viver intensamente, e a base dessa evolução está no coração .”
“Harmonia é Ser e não Ter, portanto, é um estado abstrato do homem.”
“O silêncio representa a paz: física, dos pensamentos e das ações”.
“Onde há silêncio, há paz: lá está Deus “.