A Expiação como defesa

Capítulo 2 – A SEPARAÇÃO E A EXPIAÇÃO

II. A Expiação como defesa

1. Tu podes fazer qualquer coisa que eu pedir. Eu te pedi para apresentar milagres e esclareci que os milagres são naturais, corretivos, curativos e universais. Não há nada que não possam fazer, mas não podem ser apresentados no espírito da dúvida ou do medo. Quando tens medo de qualquer coisa, estás admitindo que ela tem o poder de ferir-te. Lembra-te de que onde está o teu coração, aí está também o teu tesouro. Tu crês no que valorizas. Se estás com medo, inevitavelmente estás valorizando de forma errada. A tua compreensão dotará então todos os pensamentos com igual poder e inevitavelmente destruirás a paz. por isso que a Bíblia fala da “paz de Deus que excede o entendimento”. Essa paz é totalmente incapaz de ser abalada por erros de qualquer espécie. Nega que qualquer coisa que não venha de Deus tenha a capacidade de afetar-te. Esse é o uso apropriado da negação. Não é usada para esconder nada, mas para corrigir o erro. Ela traz todos os erros à luz, e como o erro e a escuridão são a mesma coisa, corrige o erro automaticamente.

2. A verdadeira negação é um instrumento de proteção poderoso. Podes e deves negar qualquer crença em que o erro possa ferir-te. Esse tipo de negação não é um encobrimento, mas uma correção. A certeza da tua mente depende dele. A negação do erro é uma forte defesa da verdade, mas a negação da verdade resulta em criação equivocada, que são as projeções do ego. A serviço da mente certa, a negação do erro liberta a mente e restabelece a liberdade da vontade. Quando a vontade é realmente livre, não pode criar equivocadamente porque só reconhece a verdade.

3. Tu podes defender a verdade assim como o erro. Os meios são mais fáceis de serem compreendidos depois que o valor da meta está firmemente estabelecido. A questão é saber para que isso serve. Todo mundo defende seu tesouro e fará isso automaticamente. As questões reais são: qual é o teu tesouro e quanto tu o valorizas? Uma vez que tiveres aprendido a considerar essas questões e trazê-las a todas as tuas ações, terás pouca dificuldade em esclarecer os meios. Os meios estão disponíveis a qualquer momento em que os pedires. Contudo, podes economizar tempo se não protelares esse passo de forma indevida. O enfoque correto vai encurtá-lo incomensuravelmente.

4. A Expiação é a única defesa que não pode ser usada destrutivamente porque não é um instrumento feito por ti. O princípio da Expiação estava em efeito muito antes de começar a Expiação. O princípio era amor e a Expiação um ato de amor. Atos não eram necessários antes da separação porque a crença em espaço e tempo não existia. Foi só depois da separação que a Expiação e as condições necessárias para que ela fosse cumprida foram planejadas. Então se fez necessária uma defesa tão esplêndida que não pudesse ser usada equivocadamente, embora pudesse ser recusada. A recusa, contudo, não podia transformá-la em uma arma de ataque, que é a característica inerente às outras defesas. A Expiação torna-se, assim, a única defesa que não é uma espada de dois gumes. Só pode curar.

5. A Expiação foi construída dentro da crença no espaço-tempo de forma a estabelecer um limite para a necessidade da própria crença e, em última instância, para tornar o aprendizado completo. A Expiação é a lição final. O aprendizado em si, assim como as salas de aula em que ocorre, é temporário. A capacidade de aprender não tem nenhum valor quando a mudança já não é necessária. O que são eternamente criativos não têm nada a aprender. Tu podes aprender a melhorar as tuas percepções e podes vir a ser um aprendiz cada vez melhor. Isso te levará à um acordo cada vez maior com a Filiação, mas a Filiação em si mesma é uma Criação perfeita e a perfeição não é uma questão de grau. O aprendizado só é significativo enquanto existe uma crença em diferenças.

6. A evolução é um processo no qual aparentemente passas de um estádio ao seguinte. Corriges os teus passos equivocados anteriores caminhando para a frente. Esse processo é, de fato, incompreensível em termos temporais, porque retornas na medida em que avanças. A Expiação é o instrumento através do qual podes te libertar do passado na medida em que avanças. Ela desfaz os teus erros passados, assim fazendo com que seja desnecessário que tenhas que ficar revendo os teus passos sem avançar para o teu retorno. Nesse sentido, a Expiação economiza tempo, mas como o milagre ao qual serve, não o abole. Enquanto houver necessidade da Expiação há necessidade de tempo. Mas, a Expiação como plano já completo, tem uma relação singular com o tempo. Até que a Expiação esteja completa, suas várias fases vão prosseguir no tempo, mas toda a Expiação situa-se no fim dos tempos. Naquele ponto foi construída a ponte do retorno.

7. A Expiação é um compromisso total. Ainda podes pensar que isso está associado à perda, um equívoco que todos os Filhos de Deus separados fazem de uma forma ou de outra. É difícil acreditar que uma defesa que não pode atacar seja a melhor defesa. É isso o que quer dizer “os mansos herdarão a terra”. Eles literalmente a conquistarão devido à sua força. Uma defesa que funciona em duas direções é intrinsecamente fraca, precisamente porque tem dois gumes e pode voltar-se contra ti de forma muito inesperada. Essa possibilidade não pode ser controlada a não ser pelos milagres. O milagre volta a defesa da Expiação para a tua real proteção, e na medida em que vens a ser cada vez mais seguro, assumes o teu talento natural de proteger os outros, conhecendo a ti mesmo como um irmão e um Filho.

 

 

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