O convite ao Espírito Santo

Capítulo 5 – CURA E INTEGRIDADE

I. O convite ao Espírito Santo

1. A cura é um pensamento pelo qual duas mentes percebem a sua unicidade e vêm a ser contentes. Esse contentamento convo­ca todas as partes da Filiação a regozijarem-se com elas e permite que Deus se manifeste para elas e através delas. Só a mente cura­da pode experimentar a revelação com efeito duradouro, porque a revelação é uma experiência de pura alegria. Se não escolhes ser totalmente alegre, a tua mente não pode ter o que ela não escolhe ser. Lembra-te que o espírito não conhece diferença entre ter e ser. A mente superior pensa de acordo com as leis que o espírito obedece e assim honra apenas as leis de Deus. Para o espírito, obter é sem significado e dar é tudo. Tendo tudo, o espí­rito mantém todas as coisas dando-as e assim cria como o Pai criou. Embora esse tipo de pensamento seja totalmente alheio à posse de coisas, mesmo para a mente inferior é bastante com­preensível no que diz respeito às idéias. Se compartilhas uma posse física, de fato, divides essa propriedade. Se compartilhas uma idéia, porém, não a diminuis. Ela ainda é toda tua apesar de ter sido dada totalmente. Além disso, se a pessoa a quem a deste a aceita como sua própria, essa pessoa a reforça na tua men­te e assim a aumenta. Se o conceito de que o mundo é um mun­do de idéias é aceitável para ti, toda a crença na falsa associação que o ego faz entre dar e perder desaparece.

2. Vamos começar nosso processo de re-despertar com apenas uns poucos conceitos simples:

Os pensamentos aumentam por serem dados.

Quanto maior é o número dos que neles acreditam mais fortes passam a ser.

Tudo é uma idéia.

Como é possível, então, que dar e perder sejam as­sociados?

3. Esse é o convite ao Espírito Santo. Já tenho dito que posso alcançar o que está acima e trazer o Espírito Santo para ti, mas só posso trazê-Lo a ti com o teu próprio convite. O Espírito Santo está em tua mente certa, assim como estava na minha. A Bíblia diz, “Tende em vós a mesma mente que estava também em Cristo Jesus”, e usa isso como uma bênção. É a benção da mente dispos­ta para o milagre. Ela pede que possas pensar como eu pensei, unindo-te a mim no pensamento de Cristo.

4. O Espírito Santo é a única parte da Santíssima Trindade que tem uma função simbólica. Ele é chamado o Curador, o Consola­dor e o Guia. Ele também é descrito como algo “separado”, à parte do Pai e do Filho. Eu mesmo disse: “Se eu me for, eu vos enviarei um outro Consolador, e Ele habitará convosco.” Sua fun­ção simbólica faz com que o Espírito Santo seja difícil de com­preender porque o simbolismo é aberto à interpretações diferentes. Como homem e também como uma das criações de Deus, o meu pensamento certo, que veio do Espírito Santo ou a Inspiração Uni­versal, ensinou-me em primeiro lugar e acima de tudo que essa Inspiração é para todos. Eu mesmo não poderia tê-La em mim sem saber disso. A palavra “conhecer” é apropriada nesse contex­to, porque o Espírito Santo está tão próximo do conhecimento que o traz à tona ou melhor, permite que ele venha. Eu falei anterior­mente da percepção superior ou “verdadeira” que está tão próxi­ma da verdade que o próprio Deus pode fluir através da pequena brecha entre eles. O conhecimento está sempre pronto para fluir a toda parte, mas não pode se opor. Assim sendo podes obstruí­-lo, embora nunca possas perdê-lo.

5. O Espírito Santo é a Mente de Cristo que é ciente do conheci­mento que está além da percepção. Ele veio a ser com a separa­ção, como uma proteção, ao mesmo tempo inspirando o princípio da Expiação. Antes disso, não havia nenhuma necessidade de cura, pois não havia ninguém sem consolo. A Voz do Espírito Santo é o Chamado para a Expiação ou a restauração da integri­dade da mente. Quando a Expiação for completa e toda a Filia­ção estiver curada, não haverá nenhum chamado para retornar. Mas o que Deus cria é eterno. O Espírito Santo vai permanecer com os Filhos de Deus para abençoar suas criações e mantê-los na luz da alegria.

6. Deus honrou mesmo as criações equivocadas de Suas crianças porque elas as tinham feito. Mas, também abençoou Suas crian­ças com um modo de pensar capaz de elevar as suas percepções a tal ponto que quase poderiam alcançá-Lo de novo. O Espírito Santo é a Mente da Expiação. Ele representa um estado mental suficientemente próximo da mente disposta para o que é Uno, que transferi-lo para ela é finalmente possível. A percepção não é conhecimento, mas pode ser transferida para o conhecimento ou atravessar a ponte para ele. Talvez seja até mais útil usar aqui o significado literal da palavra transferida, ou seja, “transportada”, uma vez que o último passo é dado por Deus.

7. O Espírito Santo, a Inspiração compartilhada de toda a Filia­ção, induz a um tipo de percepção no qual muitos elementos são iguais àqueles no próprio Reino do Céu: Primeiro, sua universalidade é perfeitamente clara e ninguém que a tenha alcançado poderia acreditar, nem por um instante, que compartilhá-la envolve qualquer outra coisa que não seja ga­nhar. Segundo, ela é incapaz de atacar e está, portanto, verdadeira­mente aberta. Isso significa que, apesar de não engendrar conhe­cimento, não o obstrui de modo algum. Finalmente, indica o caminho para além da cura que ela traz e conduz a mente além da sua própria integração, rumo aos cami­nhos da criação. É nesse ponto que ocorre uma mudança quanti­tativa suficiente para produzir um deslocamento qualitativo real.

 

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