O Natal

Recentemente foi achado uma urna mortuária de uma pessoa chamada Tiago, filho de José e irmão de Jesus, podendo ser a primeira prova arqueológica da existência real de um homem chamado Jesus de Nazaré. Mas nada se sabe acerca da data de seu nascimento. Cento e trinta datas diferentes foram escolhidas por diversas seitas cristãs para a festa do nascimento de Jesus, já tendo sido comemorado em datas como 20 de março e 28 de maio.

 

No ano 245, o teólogo Orígenes repudiava a idéia de se festejar o nascimento de Cristo “como se fosse ele um faraó”. De acordo com um almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336. Na parte oriental do Império Romano, comemorava-se em 6 de janeiro tanto o nascimento de Jesus quanto seu batismo.

Quando o cristianismo se tornou a religião oficial de Roma, a data de 25 de dezembro passou a ser significativa, não devido a um estrito aniversário cronológico, mas sim à substituição, com motivos cristãos, das antigas festas pagãs. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como sol de justiça (Malaquias 4:2) e luz do mundo (João 8:12), e as primeiras celebrações da festa na colina vaticana –  onde os pagãos tributavam homenagem às divindades do Oriente – expressam o sincretismo da festividade, de acordo com as medidas de assimilação religiosa adotadas por Constantino. Então a festa de nascimento de Jesus passou a coincidir com o solstício de inverno, o dia mais curto do ano, em que o Sol vencia as trevas, celebrando o nascimento do “sol invicto” (Natalis soli invicte), ao qual a figura de Jesus foi associada. A festa do Natal foi instituída oficialmente no dia 25 de dezembro pelo bispo romano Libério no ano 354, sob influência do Papa Júlio I (pontífice de 337-352) e a São João Crisóstomo (344-407), teólogo e patriarca de Constantinopla.

Desde então as igrejas orientais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal, e o dia 6 de janeiro para a Epifania (“manifestação”). No Ocidente, comemora-se nesse dia a visita dos Reis Magos.

No mundo romano, a Saturnália, comemorada em 17 de dezembro, era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus iraniano Mitra, o Sol da Virtude. No Ano Novo romano, comemorado em 1º de janeiro, havia o hábito de enfeitar as casas com folhagens e dar presentes às crianças e aos pobres. Acrescentaram-se a esses costumes os ritos natalinos germânicos e célticos, quando as tribos teutônicas penetraram na Gália, na Grã-Bretanha e na Europa central. A acha de lenha, o bolo de Natal, as folhagens, o pinheiro, os presentes e as saudações comemoram diferentes aspectos dessa festividade. Os fogos e luzes são símbolos de ternura e vida longa.

O costume dos pinheiros natalinos, a árvore de Natal, difundiu-se durante o século XIX. Mas desde o século XIII, São Francisco de Assis já iniciara o costume, seguido nos países latinos, de representar o nascimento com figuras em torno do presépio de Belém. Ele foi que fez o primeiro presépio, real, com figuras humanas que cantavam e ouviam a sua doce palavra. Fez, não no sentido de simbolismo, mas para servir e participar, mas a beatice esvaziou o sentido e o presépio virou enfeite.

Um dos melhores momentos do início do Evangelho de Mateus (2:1-12) é a vinda dos magos adorar o recém-nascido. Mateus não cita seus nomes, não diz que eram reis, nem que eram três, mas que levam três presentes: ouro, incenso e mirra. A tradição popular os transformou em três reis e deram-lhes os nomes de Baltazar, Gaspar e Melquior, e instituiu o costume das procissões de Natal, representando a adoração dos Reis Magos. Seus restos mortais estariam hoje na Catedral de Colônia, na Alemanha, aonde chegaram em 1.164, vindos da Itália. Mas na realidade ninguém sabe de quem são aqueles ossos. E ainda hoje a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, exibe cinco pedaços de madeira que teriam sido da manjedoura em que nasceu Jesus.

Outras tradições natalinas são o Papai Noel e a ceia de Natal.

Através da Bíblia Sagrada sabe-se que o menino nasceu na Palestina, no máximo em 5 a.C., pois dizem as Escrituras que ele nascera antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.), um erro do monge Dionísio, o Pequeno, em 525 d.C., quando fazia um novo calendário. De pais pobres, cresceu, foi educado e recebeu seus primeiros ensinamentos no Egito, partindo depois para Nazaré.

 Durante 30 anos de sua existência mortal, sua pureza excepcional o tornou digno de servir de templo e habitação a um poder mais augusto: o Homem Jesus apresentava-se ao sacrifício, ao Senhor do Amor, o CRISTO, que tomou este tabernáculo e o habitou durante 3 anos de sua vida mortal, dando-nos ensinamentos maravilhosos como o Sermão da Montanha e os seguintes:

  1. Cuida dos teus pensamentos: “Eu, porém, vos digo, todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5:28);
  2. Cuida das tuas palavras: “Que nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem” (Ef 4:29);
  3. Cuida de tuas ações: “Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, e amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19:18s);
  4. Cuidado com os doutores da lei: “Disse-lhes o Senhor: Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade!” (Lc 11:39 e Mt 23:26) e “Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem” (Mt 23:3);
  5. A união de todos em Cristo: “Para que todos sejam um… como nós somos um: Eu neles e Tu em mim” (Jo 17:20-23) e “Eu sou a videira, vós os galhos. Quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5);
  6. Procurar Deus e o Seu Reino dentro de nós: “Vós sois deuses” (Jo 10:34 e Sl 81:6), “O reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17:21), “…o templo do seu corpo” (Jo 2:21) ou “…sois o templo de Deus e… o Espírito de Deus habita em vós” (I Cor 3:16);
  7. A meta da Perfeição: “Portanto sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5:48), “…para que sejam perfeitos na unidade” (Jo 17:23) ou “Se queres ser perfeito…” (Mt 19:21) – veja Volume 3 em “Sendas”;
  8. A senda à Perfeição: “…que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus” (Mt:19:12), “se teu olho for são (simples), todo o teu corpo será iluminado” (Mt 6:22), “compenetrado no temor do Senhor” (II Cor 5:11), “arrebatados fora dos sentidos por Deus” (II Cor 5:13)…, “arrebatado ao 3o céu…, arrebatado ao paraíso, e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir” (II Cor 12:1-4).

 

São Paulo ensinava a presença de Cristo dentro de nós (Colossensses 1:27), como esperança de glória. Façamos do Natal um dia de interiorização, para perceber a real presença Dele no nosso templo sagrado, pois Ele realmente habita em nós. No dia em que essas palavras não forem somente palavras para cada um de nós, no dia em que as sentirmos como PLENA VERDADE, então definitivamente nos veremos, uns aos outros como iguais, como corpos em que habita o Senhor Deus, por isso mesmo feitos à sua imagem e semelhança.

Dessa forma acaba-se a sensação de diferenças entre os povos, entre as crenças e entre os pontos de vista. Todas as diferenças passarão a ser facetas de uma mesma verdade: DEUS.

 

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