O plano de perdão do Espírito Santo

Capítulo 9 – A ACEITAÇÃO DA EXPIAÇÃO

IV. O plano de perdão do Espírito Santo

1. A Expiação é para todos, porque é o caminho para desfazer a crença em que qualquer coisa seja só para ti. Perdoar é não ver. Olha, portanto, para o que está além do erro e não permitas que a tua percepção pare nele, pois vais acreditar naquilo que a tua percepção demonstra. Aceita como verdadeiro só o que o teu irmão é, se queres conhecer a ti mesmo. Percebendo o que ele não é, não serás capaz de conhecer o que tu és porque o verás falsamente. Lembra-te sempre que a tua Identidade é compartilhada e que o Seu compartilhar é a Sua realidade.

2. Tu tens um papel a desempenhar na Expiação mas o plano da Expiação está além de ti. Não compreendes como não ver os erros, ou não os farias. Acreditar que não os fizeste ou que podes corrigi-los sem um Guia para a correção, seria meramente persistir no erro. O se não segues esse Guia, teus erros não serão corrigidos. O plano não é teu devido à tuas idéias limitadas a respeito do que és. É desse senso de limitação que surgem todos os erros. O caminho para desfazê-los, portanto, não vem de ti, mas é para ti.

3. A Expiação é uma lição em compartilhar, que te é dada porque tu esqueceste como fazê-lo. O Espírito Santo apenas lembra-te o uso natural das tuas capacidades. Reinterpretando a capacidade de atacar em capacidade de compartilhar, Ele traduz aquilo que fizeste no que Deus criou. Se queres realizar isso através Dele, não podes olhar para as tuas capacidades através dos olhos do ego, pois irás julgá-las como ele as julga. Todo o poder que elas têm para causar dano está no julgamento do ego. Toda a sua utilidade está no julgamento do Espírito Santo.

4. O ego também tem um plano de perdão porque estás pedindo um plano, embora não o estejas pedindo ao professor certo. O plano do ego, é claro, não faz sentido e não funcionará. Seguindo o seu plano, simplesmente irás colocar-te em uma situação impossível, para a qual o ego sempre te conduz. O plano do ego é fazer com que vejas, em primeiro lugar, o erro com clareza e depois não o vejas. Mas como é possível não veres aquilo que fizeste com que fosse real? Vendo-O com clareza, tu fizeste com que fosse real e não podes deixar de vê-lo. É aqui que o ego é forçado a apelar para “mistérios”, insistindo que precisas aceitar o que não tem significado para salvar-te. Muitos tentaram fazer isso em meu nome, esquecendo que as minhas palavras fazem sentido perfeito porque vêm de Deus. Elas têm tanto sentido agora como sempre tiveram porque falam de idéias que são eternas.

5. O perdão, que é aprendido através de mim, não usa o medo para desfazer o medo. Nem faz com que o real seja irreal para depois destruí-lo. O perdão através do Espírito Santo simplesmente está em olhar além do erro desde o início, mantendo-O assim irreal para ti. Não permitas que qualquer crença na realidade do erro penetre em tua mente, ou também irás acreditar que tens que desfazer o que fizeste de modo a seres perdoado. O que não tem efeito não existe e para o Espírito Santo os efeitos do erro são inexistentes. Cancelando regular e consistentemente todos os seus efeitos, em toda a parte e em todos os aspectos, Ele ensina que o ego não existe e prova isso.

6. Segue, então, o ensinamento de perdão do Espírito Santo, porque o perdão é a Sua função e Ele conhece como desempenhá-la perfeitamente. Foi isso o que eu quis dizer quando disse que os milagres são naturais e quando não ocorrem algo de errado aconteceu. Milagres são meramente o sinal da tua disponibilidade em seguir o plano de salvação do Espírito Santo, reconhecendo que tu não compreendes o que ele é. O Seu trabalho não é função tua e a não ser que aceites isso, não poderás aprender qual é a tua função.

7. A confusão de funções é tão típica do ego que deverias estar bastante familiarizado com ela a essa altura. O ego acredita que todas as funções lhe pertencem, mesmo que não tenha nenhuma idéia do que sejam. Isso é mais do que mera confusão. É uma combinação particularmente perigosa de grandiosidade e confusão que faz com que o ego provavelmente seja capaz de atacar qualquer pessoa e qualquer coisa sem nenhuma razão. Isso é exatamente o que o ego faz. Ele é imprevisível em suas respostas, porque não tem nenhuma idéia do que percebe.

8. Se não tens a mínima idéia do que está acontecendo, quão adequadamente podes esperar reagir? Poderias perguntar a ti mesmo, sem levar em consideração como interpretarias a reação, se tal imprevisibilidade coloca o ego em uma posição sólida como teu guia. Deixa-me repetir que as qualificações do ego enquanto guia são singularmente infelizes e, como professor da salvação, ele é uma escolha por demais pobre. Qualquer um que escolha um guia totalmente insano tem que ser ele próprio totalmente insano. E nem é verdadeiro que tu não reconheças que o guia é insano. Reconheces porque eu reconheço e tu o julgaste pelos mesmos padrões que eu.

9. O ego literalmente vive de tempo tomado de empréstimo e seus dias estão contados. Não tenhas medo do Julgamento Final, mas dá boas-vindas a ele e não o esperes, pois o tempo do ego é “tomado de empréstimo” da tua eternidade. Essa é a Segunda Vinda, que foi feita para ti assim como a Primeira foi criada. A Segunda Vinda é meramente o retorno do sentido. É possível que isso seja amedrontador?

10. O que pode ser amedrontados além de fantasias e quem se volta para fantasias, a não ser aquele que se desespera por não achar satisfação na realidade? Entretanto, é certo que nunca irás achar satisfação em fantasias, de modo que a tua única esperança é mudar a tua mente acerca da realidade. Só se a decisão de que a realidade é amedrontadora estiver errada é que Deus pode estar certo. O eu te asseguro que Deus está certo. Fica contente, pois, por teres errado, mas isso só aconteceu porque não sabias quem eras. Se soubesses seria tão impossível para ti errar como para Deus.

11. O impossível só pode acontecer em fantasias. Quando procuras a realidade em fantasias, não vais achá-la. Os símbolos da fantasia são do ego e desses acharás muitos. Mas não olhes para eles em busca de significado. Eles não têm mais significado do que as fantasias de que são tecidos. Os contos de fadas podem ser agradáveis ou amedrontadores, mas ninguém os considera verdadeiros. As crianças podem acreditar neles e assim, por algum tempo, esses contos são verdadeiros para elas. Entretanto, quando a realidade desponta as fantasias se vão. Nesse ínterim, a realidade não desapareceu. A Segunda Vinda é a consciência da realidade, não o seu retorno.

12. Olha, minha criança, a realidade está aqui. Ola pertence a ti e a mim e a Deus, e é perfeitamente satisfatória para todos nós. 3Só essa consciência cura porque é a consciência da verdade.

 

 

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