Acima e fora do corpo humano material (físico-etérico e astral), cujo destino após a “morte” é a dissolução, inspirando-o teríamos mais três princípios, que comporiam o homem imortal verdadeiro cujo reflexo material na Terra é o próprio corpo humano mortal.
Esses três princípios são o fundamento de nosso ser, o verdadeiro Eu que surge das profundezas e anseia por se afirmar. Vejamos:
5. Manas, Buddhi-Manas ou Manas superior (corpo causal)
Os Vedas o chamam de Vijnanamayakosha 90:106. É a luz da mente que conecta a Mônada dual (Atma-Buddhi descritos adiante), o nosso “Eu superior”, ao eu inferior descrito anteriormente. Segundo Paramahansa Yogananda, “é uma matriz ideativa para os corpos astral e físico” 102:55. Segundo ele, o corpo causal compõe-se de 35 idéias elementares do Espírito, correspondentes aos 19 elementos do corpo astral e aos 16 elementos químicos materiais básicos do corpo físico 102:96. Existe em uma outra dimensão, a dimensão da intencionalidade, ou dimensão hárica.
É a parte nossa responsável pelo nosso pensamento abstrato, o qual é trazido à consciência física quando “desce” ao hemisfério cerebral direito. É o nosso “corpo” sutil que nos diferencia dos animais, nos capacita a noção abstrata de infinitude e nos abre a possibilidade de tomar as rédeas de nosso desenvolvimento. É a nossa alma humana possuidora de todas as nossas qualidades essenciais em latência, que, à medida que se desenvolve, confere ao homem características divinas que o distinguem do selvagem, possuidor de uma alma que é uma pedra preciosa ainda por lapidar. Dessa forma vemos que um corpo causal desenvolvido nos capacita a tomar parte ativa em nosso desenvolvimento.
“A grande maioria das pessoas civilizadas do mundo atingiu, em sua evolução, o estágio em que o corpo astral é bastante desenvolvido, a mente inferior também é desenvolvida até um certo ponto, mas somente no caso de cientistas, filósofos e outros grandes pensadores, o corpo causal pode ser considerado atuante no sentido real do termo” 90:27.
Igbal Kishen Taimni (1.898-1.978)
Uma porção mais sutil do corpo causal, conhecida como Ovo Áurico, é o repositório da essência de todas as experiências vividas numa vida humana. Assim, é nele que ficam registradas todas os nossos hábitos e tendências 102:107 (nosso Carma – Cf. Epílogo à Parte II), bons e maus. Energias essas que, no processo de encarnação (Cf. no Capítulo III) são assimiladas em parte e manifestadas na personalidade que então se forma. Por isso se diz que ele é a matriz a partir da qual se desenvolvem os corpos astral e físico-etérico, ou, em outras palavras, o corpo causal é a causa do corpo astral e esse é a do físico-etérico.
O caminho para se chegar a ele, desenvolvê-lo, é através do corpo mental inferior. Necessitamos desenvolver um corpo mental lógico para podermos desenvolver plenamente o corpo mental abstrato. O mesmo grau de dificuldade que se tem em perceber a existência do corpo etérico e do corpo astral separados do corpo físico, se tem em perceber a existência do corpo causal separado do astral. Mohan Chandra Rajneesh – o Osho (1.931-1.990), mestre espiritual hindu, o chama de Corpo Espiritual 24:82, que pode ser percebido em meditação quando se olha para o ponto entre as sobrancelhas, o Ajna Chakra (Cf. no próximo capítulo).
Esse corpo não está mais nas dimensões físicas, e não se pode mais mensurá-lo. Não há mais cima ou baixo, dentro ou fora, mas apenas Ego e não-Ego. É o centro onde se experimenta a unicidade da vida, a unidade na individualidade. Quando se toma consciência dele se percebe a existência do “Eu superior”. Quando se fala em métodos para o crescimento espiritual, se fala em métodos para se perceber a Verdade da existência de nossa alma humana, de nosso “Eu superior”.