Síntese Reflexiva das Visões do Livro “A Profecia Celestina” de James Redfield

Manuscrito descoberto no Peru, datado de 600 a.C. e escrito em aramaico (como grande parte do Velho Testamento). Composto de 9 capítulos ou visões, prevê uma enorme transformação na sociedade humana a partir das últimas décadas do século XX.

PRIMEIRA VISÃO – Massa crítica, coincidências.

O renascer da consciência se dará muito devagar e não será de natureza religiosa, mas espiritual. Estamos descobrindo alguma coisa nova sobre a vida humana neste planeta, sobre o sentido de nossa existência, e esse conhecimento vai modificar sensacionalmente a cultura humana. Estamos começando a vislumbrar uma forma de experiência alternativa, momentos em nossas vidas que parecem de algum modo diferentes, mais intensos e inspirados. Mas não sabemos o que é essa experiência, nem como fazer com que dure e, quando ela termina, somos deixados insatisfeitos e inquietos com uma vida que mais uma vez parece comum. Nos relacionamentos amorosos, quando os dois parceiros são exigentes demais, quando cada um espera que o outro viva no seu mundo, que esteja sempre ali tomando parte nas atividades que ele ou ela prefere, surge inevitavelmente a insatisfação e a inquietação com a mesma pessoa por qualquer período de tempo.

Embora a maioria dos males recentes da sociedade possa ser identificada com essa inquietação e busca, o problema é temporário e deixará de existir. Estamos finalmente tomando consciência do que buscamos de fato, do que é de fato essa outra experiência, mais satisfatória. Quando a compreendermos totalmente, teremos alcançado a Primeira Visão. Isso ocorre quando tomamos consciência das coincidências em nossas vidas. As coincidências têm ocorrido com freqüências cada vez maiores, e quando ocorrem nos parecem superar o que se poderia esperar do puro acaso. Parecem destinadas, como se nossas vidas estivessem sendo guiadas por uma força inexplicável. A experiência causa uma sensação de mistério e excitação e, em conseqüência, nos sentimos vivos.

A Primeira Visão é uma reconsideração do mistério inerente que cerca nossas vidas individuais neste planeta. Estamos experimentando essas coincidências misteriosas e, mesmo não as compreendendo ainda, sabemos que são reais. Estamos sentindo de novo, como na infância, que existe um outro lado da vida que ainda temos que descobrir, alguns processos atuando nos bastidores. A transformação está ocorrendo hoje por causa do número de indivíduos que têm essa consciência ao mesmo tempo. Esse número, segundo o Manuscrito, começaria a aumentar na sexta década do século XX, continuando até um determinado momento do século seguinte, quando será atingido um nível específico desses indivíduos, uma massa crítica. Então toda a cultura começara a levar essas experiências coincidentes a sério. Vamos nos perguntar, em massa (por um número suficiente de pessoas), o que permitirá que as Visões também venham à consciência e sejam reveladas uma após a outra.

SEGUNDA VISÃO

A Segunda Visão é uma interpretação mais correta da história recente, que esclarece mais a transformação e dá uma perspectiva histórica, pelo menos do ponto de vista do pensamento ocidental. Ela põe nossa consciência atual nessa perspectiva histórica mais ampla. No fim do segundo milênio (agora) seríamos capazes de ver todo esse período histórico como um todo. Sabemos que essa preocupação surgiu durante a última metade do milênio, na Idade Moderna. Nossa consciência das coincidências representa hoje uma espécie de despertar dessa preocupação. É importante, na verdade, a visão do mundo de cada época histórica, o que as pessoas sentiam e pensavam. Compreender como se desenvolveu nossa própria visão cotidiana do mundo, como ela foi criada pela realidade das pessoas que nos precederam. Foram necessários mil anos para a evolução do modo de ver as coisas do mundo moderno e, para entender realmente onde você está hoje, é preciso remontar ao ano 1.000 d.C., experimentando como se você próprio tivesse de fato vivido todo esse período numa única vida. Imagine a Idade Média, a realidade dessa época sendo definida pelos poderosos eclesiásticos da Igreja cristã. Devido à sua posição, esses homens exerceram grande influência sobre a mente da população, e o mundo que eles descreviam como real era um mundo acima de tudo espiritual. Criaram uma realidade que colocava a idéia que eles faziam do plano de Deus para a humanidade. A posição social seria secundária em relação à realidade espiritual da vida, como definida pelos clérigos. A vida seria um passar numa prova espiritual. Os eclesiásticos explicavam que Deus pusera a humanidade no centro do universo, cercado por todo o cosmos, para uma finalidade solitária: conquistar ou perder a salvação. E, nesse julgamento, você teria que escolher corretamente entre duas forças opostas: a força de Deus e as tentações ocultas do diabo. Mas você não enfrentaria essa luta sozinho. Na verdade, como simples indivíduo, você não estaria qualificado para determinar seu status a esse respeito. Os eclesiásticos estariam lá para interpretar as escrituras sagradas e revelar, a cada passo, se você estaria em harmonia com Deus ou ludibriado por satanás. Se seguisse as instruções deles teríamos uma vida recompensadora após a morte, mas se não o fizéssemos, haveria a excomunhão e a certeza da condenação.

Todos os aspectos do mundo medieval era definido em termos de um ou de outro mundo. Essa visão começou a ruir nos séculos XIV e XV. A princípio os eclesiásticos começaram violando, em segredo, os votos de castidade, ou aceitando espórtulas para ignorar quando as autoridades governantes violavam as leis das escrituras. Isso perturbava, até que, de repente, um grupo liderado por Martinho Lutero convocou a um completo rompimento com o cristianismo papal. Diziam que os eclesiásticos eram corruptos e formaram novas igrejas com base na idéia de que cada pessoa deveria ter  acesso individual às escrituras e interpretá-las como quisesse, sem intermediários. Os padres tinham perdido a credibilidade e todo o mundo foi posto em questão, entrando em colapso e deixando todos os seres humanos, da cultura ocidental, numa situação bastante precária. Se a descrição da realidade e da razão da existência humana dada pelos eclesiásticos estava errada, então qual seria a certa? Os astrônomos já tinham provado que o Sol e as estrelas não giravam em torno da Terra, a humanidade tinha perdido seu lugar no centro do universo de Deus, tudo o que se tinha como certo precisava de novas definições, sobretudo a natureza de Deus e nossa relação com Ele.

Com essa consciência começa a Idade Moderna. Precisava-se de um método formador de consenso, uma maneira de explorar sistematicamente aquele novo mundo. Daí surgiu o método científico, que não é mais do que testar uma idéia chegando depois a uma conclusão e apresentando essa conclusão a outros, para ver se concordam. Prepararam-se exploradores para sair por esse novo universo, armados do método científico, para explorar e descobrir como ele funciona e o que significa estarmos nós próprios vivos aqui.

Nesse ponto começa a preocupação da qual estamos despertando hoje. Mandamos nossos exploradores saírem em busca de uma explicação completa de nossa existência, mas, devido à complexidade do universo, eles não conseguiram voltar logo. Enquanto isso precisávamos fazer alguma coisa até que nossas perguntas fossem respondidas e nos instalamos nesse mundo, aprendendo o suficiente para manipulá-lo em nosso benefício, trabalhando para elevar nosso padrão de vida, nosso senso de segurança no mundo. Fazem quatro séculos! Nos livramos da sensação de estar perdidos, tomando as coisas em nossas mãos. Criamos uma segurança secular, econômica, em substituição à espiritual que havíamos perdido. A questão do motivo de estarmos vivos, do que estava ocorrendo aqui espiritualmente, foi aos poucos posta de lado e reprimida inteiramente. Isso era necessário, um estágio da evolução humana. Mas chegou a hora de despertar e reconsiderar nossa pergunta original: que está por detrás da vida neste planeta? Por que estamos aqui, na verdade?

TERCEIRA VISÃO

A Terceira Visão descreve uma nova compreensão do mundo físico. Vamos perceber o que era antes uma espécie de energia invisível. Ao perder a visão do mundo medieval, precisávamos de algum modo separar os fatos da superstição. Os cientistas assumiram uma posição de ceticismo científico, que exige provas que possam ser vistas e apalpadas, eliminando a incerteza e o esotérico (oculto) do mundo. Concluímos, seguindo o princípio de Newton, que o universo sempre funcionava de maneira previsível, porque durante algum tempo isso era tudo o que se podia provar. Os acontecimentos simultâneos, sem relação casual, eram apenas acaso. Duas coisas abriram nossos olhos: a mecânica quântica e Albert Einstein. Este mostrou que o que percebemos como matéria sólida, inclusive nós,  é em sua maior parte espaço vazio percorrido por um padrão de energia. A física quântica revelou que quando observamos esses padrões de energia em níveis cada vez menores, podemos ver resultados surpreendentes. Quando se fragmentam os pequenos componentes dessa energia e tentamos observar como funcionam, o próprio ato da observação altera os resultados, como se essas partículas elementares fossem influenciadas pelo que o cientista espera. Isso se aplica mesmo que as partículas tenham que aparecer em lugares onde não poderiam ir, em vista das leis do universo que conhecemos: dois lugares ao mesmo tempo, para frente e para trás no tempo, etc.. Em outras palavras, o material básico do universo, no seu âmago, parece ser uma espécie de energia maleável à intenção e expectativas humanas, de uma maneira que desafia nosso antigo modelo mecanicista do universo; como se nossa expectativa fizesse nossa energia fluir para o mundo e afetar outros sistemas de energia.

A Terceira Visão traz uma compreensão modificada do universo físico, e a percepção humana dessa energia começa com uma ampliada sensibilidade à beleza. Essa percepção é um tipo de barômetro, que indica a que ponto estamos perto de perceber realmente a energia. Assim observamos essa energia, percebemos que ela está no mesmo continuum que a beleza. As coisas que percebemos como belas podem ser diferentes, mas as características verdadeiras que atribuímos aos objetos belos são semelhantes: objetos belos têm mais presença, nitidez de forma e vividez de cor. Parecem quase iridescentes em comparação com o tom mortiço de objetos menos atraentes.

Quem pode ver esse campo de energia percebe que pensamentos sexuais, geram um campo energético que turbilhona em volta do corpo e se projeta para a pessoa objeto da atração.

Cientistas passam a fazer pesquisas e encarar as plantas como sistemas de energia, e a pensar em tudo o que elas precisam para florescer: solo, nutrientes, umidade e luz. O ecossistema total em torno de cada planta é um sistema vivo, um organismo. E a saúde de cada uma das partes influi no todo. As plantas que recebiam mais atenção humana direta eram mais fortes (mexer na terra em volta, inspecioná-las todos os dias), nutricionalmente ricas, com um aumento acima do que se poderia esperar razoavelmente dos próprios nutrientes. Se podemos fazer crescerem mais rápido, talvez possamos fazer certos fatos acontecerem mais rápido ou mais devagar, dependendo de como pensamos. Podemos comer mais alimentos ainda cheios com essa energia e tornar-nos conscientes de que certas localidades irradiam mais energia que outras, a mais alta irradiação vindo de ambientes naturais, sobretudo florestas.

Para ver o campo de energia: a cada início e fim de claridade do dia incline-se para trás e junte de leve as pontas dos dedos indicadores, mantendo o céu azul como fundo. Separe os dedos uns 3 cm e olhe bem no meio, desfocando um pouco os olhos.

QUARTA VISÃO – A luta pelo poder.

Os seres humanos passariam a ver o universo como constituído de uma energia dinâmica, que poderia nos sustentar e responder às nossas expectativas. Contudo, também veriam que fomos desligados da fonte maior dessa energia, que nos isolamos dela e por isso nos sentimos fracos, inseguros e carentes. Diante desse déficit, procuramos intensificar nossa energia pessoal da única maneira que conhecemos: uma competição inconsciente, que é a base de todo os conflitos humanos no mundo.

Por que os seres humanos se tratam com tanta violência? Essa violência surge do impulso para controlarmos e dominarmos uns aos outros. Quando um indivíduo se empenha em uma discussão, pode sair se sentindo mais forte ou mais fraco, dependendo do que ocorra na interação. Por isso os seres humanos sempre parecem adotar uma atitude manipuladora. Sejam quais forem os detalhes da situação ou do assunto, preparamo-nos para dizer o que for preciso para prevalecer na conversa. Cada um procura, de algum modo, encontrar um meio de controlar e assim continuar por cima no embate. Se tiver êxito, se sua opinião prevalece, recebe um reforço psicológico. Em outras palavras, nós, humanos, procuramos ser mais espertos e controlar uns aos outros não só por causa de alguma meta tangível que estejamos tentando alcançar no mundo externo, mas por causa de um estímulo psicológico que recebemos. É por isso que se vêem tantos conflitos no mundo, tanto em nível individual quanto de nações.

Numa relação familiar, pais dominando uma filha, ela não tem saída senão reagir com violência. Quando adulta, devido a este trauma inicial, vai achar que tem de tomar o controle e dominar os outros com a mesma intensidade, principalmente com pessoas vulneráveis, como as crianças. Os pais sugam a energia da filha para si, de tal modo que ela fica quase sem nada, ficando esgotada, fraca e confusa. Não importa que digamos que o que fazemos é para o bem da pessoa, o dano continua ocorrendo.

Essa questão está agora aflorando na consciência. Estamos compreendendo o quanto manipulamos uns aos outros e, conseqüentemente, reavaliando nossas motivações. Procuramos um novo modo de interagir, e embora não tenhamos consciência disso, tendemos a controlar e dominar os outros. Quando controlamos outra pessoa, recebemos sua energia, nos enchemos dela às custas do outro, e o ato de nos abastecer é o que nos motiva. Queremos conquistar a energia que existe entre as pessoas. Ela se acumula de algum modo, nos faz sentir melhor. Primeiro aquele que quer dominar finge ser amigo, depois descobre alguma coisa errada que o outro fez e solapa sutilmente a confiança que este tem no próprio caminho, até se identificar com ele (o dominador), que acaba virando dono do outro. Esse tipo de violência física ocorre a todo tempo, muitas vezes até por pessoas bem intencionadas.

Quando se ama, as pessoas dão sua energia diretamente ao outro, mas a maioria não é bastante forte para continuar dando energia. Por isso a maior parte dos relacionamentos acaba virando disputa pelo poder. Os seres humanos ligam as energias e depois disputam para decidir quem vai controlá-las, e o perdedor sempre paga o preço. Esse é sempre que foi o conflito humano. Em todos os níveis, é o resultado da sensação de insegurança e fraqueza e da necessidade de roubar a energia de outra pessoa para se sentir bem. Algumas guerras tinha de ser travadas? Sim, mas o único motivo de não se poder resolver imediatamente um conflito é que um lado se agarra a uma posição irracional, para fins de energia.

Assim que compreendermos a nossa luta, começaremos imediatamente a transcender esse conflito. Começaremos a nos livrar da disputa por simples energia humana, pois poderemos afinal receber nossa energia de outra fonte.

QUINTA VISÃO – Experiência mística.

Os seres humanos estão presos num tipo de disputa pela energia do outro, tentando dominar e controlar uns aos outros, porque sentimos que temos muito pouca energia. Podemos conseguir essa energia de outra forma: a experiência mística. É uma percepção da natureza e do mundo como fazendo parte de si, todo conhecimento se fundindo com lembranças concretas. Ganhar energia pelo paladar, apreciar o sabor da comida, agradecer, fazer do ato de comer uma experiência sagrada, para que a energia da comida penetre em você, é uma forma simples de experienciá-la.

AMOR: sentir amor por tudo, mas não forçar. Deixar que o amor penetre. O papel do amor foi mal compreendido durante muito tempo. O amor não é uma coisa que devemos fazer para sermos bons ou tornar o mundo um lugar melhor, por alguma responsabilidade moral ou porque devemos desistir de nosso hedonismo. Ligar-se na energia provoca emoção, depois euforia e depois amor. Conservar esse estado de amor, sem dúvida, faz bem ao mundo. É a coisa mais hedonista que podemos fazer.

Uma pessoa que já passou por uma experiência mística, fica com um campo de energia aumentado e muda da cor branco para esverdeado e azulado. Em essência, ele se liga e extrai energia de todo o cosmos e, em troca, sua energia se expande para abranger tudo em toda parte. O universo nos proporciona tudo o que necessitamos, bastando para isso que estejamos abertos.

Mas esse estado é como saltar à frente de qualquer pessoa e vislumbrar o futuro. Não podemos mantê-lo por muito tempo. Assim que tentamos conversar com alguém que atua com a consciência normal, ou tentamos viver num mundo em que não existe conflito, somos rechaçados desse estado avançado e recaímos no nível de nosso antigos egos. Então trata-se de reconquistar lentamente o que vislumbramos, um pouco de cada vez, e iniciar uma marcha de volta àquela consciência suprema. Para isso, temos de aprender a nos inundar conscientemente de energia, pois essa energia acarreta as coincidências e as coincidêncais nos ajudam a concretizar o novo nível em base permanente.

Quando ocorre alguma coisa além do acaso, que nos leva adiante em nossas vidas, nós nos tornamos pessoas mais atualizadas, sentimo-nos como se estivéssemos atingindo o que o destino nos leva a nos tornar. Quando isso acontece, o nível de energia que trouxe as coincidências começa a se instituir em nós. Podemos ser derrubados dele e perder energia quando temos medo, mas esse nível serve como um novo limite externo que pode ser readquirido com muita facilidade. Tornamo-nos uma nova pessoa. Exigimos um nível mais alto de energia, de maior vibração. Nós nos enchemos, crescemos, nos enchemos e crescemos de novo. E assim continuamos a evolução no universo para uma vibração cada vez mais alta. Essa evolução tem-se desenvolvido inconscientemente por toda a história humana e explica porque a civilização avançou e porque os humanos ficaram maiores em consciência, vivem mais tempo, e assim por diante. Agora, porém, estamos tornando consciente todo o processo.

SEXTA VISÃO – Esclarecendo o passado

Iremos enfrentar nossa maneira particular de dominar os outros. Livrar-se de um hábito não é fácil, porque é sempre inconsciente, a princípio. A chave para abandoná-lo é trazê-lo inteiramente à consciência, e fazemos isso observando que nosso estilo de dominar os outros é o que aprendemos na infância para chamar a atenção, para conseguir que a energia passe a nós, e ficamos empacados aí. Esse estilo é uma coisa que repetimos várias vezes, e podemos chamar de nosso drama de controle inconsciente.

É como uma cena conhecida, de cinema, repetida vezes sem conta em nossas vidas, sem prestar atenção, impedindo que nosso filme real progrida, interrompendo-o. O primeiro passo no processo de esclarecimento para cada um de nós é trazer o nosso drama de controle pessoal à plena consciência. Nada pode prosseguir enquanto não olharmos de fato para nós mesmos e descobrirmos o que estamos fazendo para manipular nossa busca de energia. Cada um deve voltar ao próprio passado, ao centro da vida familiar inicial, e observar como se formou esse hábito. Ver a gestação disso, mantém consciente nossa maneira de controlar. A maior parte dos membros da família tinha um drama próprio tentando extrair energia de nós, quando crianças. Por isso é que tivemos de criar uma forma de drama de controle e estratégia para recuperar a energia. É sempre na relação com a família que criamos nossos dramas particulares. Assim que reconhecemos as dinâmicas de energias familiares, podendo nos distanciar dessas estratégias de controle e ver o que realmente estava acontecendo, re-interpretando a experiência familiar de um ponto de vista evolutivo e espiritual, e descobrimos quem nós somos na realidade, então nosso drama desaparece e nossas vidas reais decolam.

Tipo de drama que criamos:

1.       Distante: isola-se e parece misterioso e cheio de segredos. Diz a si mesmo que está sendo cauteloso, mas na verdade espera que alguém seja atraído para esse drama e tente imaginar o que se passa com ele, obrigando o outro a lutar e cavar para discernir seus verdadeiros sentimentos. Quando a pessoa faz isso, dedica toda a atenção a você e lhe transmite a energia. Quanto mais consegue mantê-la interessada e confusa, mais energia você recebe. Infelizmente, com esse distanciamento, sua vida tende a evoluir mais devagar, pois você repete a mesma cena seguidas vezes. Pode ter tido um pai interrogador, por isso procurava chamar a atenção, sem revelar o bastante para ser criticado.

2.       Interrogador: crítico, faz perguntas para descobrir alguma coisa errada nas respostas. Assim, criticam e a pessoa criticada é atraída para o drama, ficando intimidada diante do interrogador, prestando atenção no que ele faz e pensando nisso, para não fazer nada errado que ele possa perceber. A deferência psíquica dá ao interrogador a energia que ele deseja.

3.       Intimidador: faz ameaças, verbal ou fisicamente. O outro é obrigado, por medo de que alguma coisa ruim lhe aconteça, a prestar atenção no Intimidador e, portanto, a transmitir energia para ele. É o tipo mais agressivo.

4.       Coitadinho de mim: conta todas as coisas horríveis que aconteceram para ele, insinuando que talvez você seja responsável e que, se recusar a ajudá-lo, essas coisas horríveis irão continuar. Essa pessoa está buscando controlar o nível mais passivo, fazendo com que você se sinta culpado na presença dele, mesmo sabendo que não existe motivo para se sentir assim. Tudo o que ele diz, ou faz, deixa você numa posição em que tem de se defender contra a idéia de não estar fazendo o bastante pela outra pessoa. Você se sente culpado só por estar perto dela.

O drama de qualquer um pode ser examinado de acordo com o lugar que ele ocupa nesse espectro, que vai do passivo ao agressivo. Se for sutil em sua agressão, encontrando defeitos e solapando lentamente nosso mundo, para extrair nossa energia, é um Interrogador. A ordem se segue: Intimidador, Interrogador, Distante, Coitadinho de mim. Algumas pessoas usam mais de um estilo em diferentes circunstâncias, mas a maioria tem um drama dominante, dependendo de qual funcionava bem com os membros da família inicial.

Se a criança tem sua energia consumida, então não basta ser DISTANTE. É obrigada a se tornar mais passiva e COITADINHO DE MIM, apelando para a bondade das pessoas. Se isso não funciona, a criança suporta até crescer o bastante para explodir contra a violência e combate a agressão com agressão, chegando ao extremo que for necessário para conseguir a atenção e a energia de sua família. E depois essa estratégia se torna a maneira dominante de controle para extrair energia de todos, o drama que ela irá repetir constantemente.

DISTANTES geram INTERROGADORES e vice-versa. INTIMIDADORES geram COITADINHOS DE MIM, ou, se falhar, outros INTIMIDADORES. E assim os dramas se eternizam. Há uma tendência a ver esses dramas nos outros, achando que somos isentos. Cada um de nós deve transcender essa ilusão antes de começar. A maioria de nós tende a empacar, pelo menos durante um tempo, num drama e temos de recuar e nos olhar o suficiente para descobrir qual é.

Depois disso estaremos verdadeiramente livres para nos tornar maior do que o número inconsciente que representamos. Podemos encontrar um sentido mais elevado para as nossas vidas, uma razão espiritual de termos nascido em determinadas famílias, esclarecer quem somos de fato. Podemos nos concentrar na verdade mais profunda de nossa família, no lado bom, além do conflito por energia. Assim que encontramos essa verdade, ela energiza nossas vidas, pois essa energia diz quem somos, o caminho em que estamos, o que estamos fazendo.

Buscar o verdadeiro motivo pelo qual se estava naquela família, o que lhe ensinaram, como a vida deles poderia ter sido melhor. Saber o que você teria mudado na vida deles faz parte do que você próprio está trabalhando. Não somos apenas criação física de nossos pais, somos também criação espiritual. O seu verdadeiro EU começou numa posição entre as verdades deles, para adotar uma perspectiva mais alta sobre o que eles defendiam, descobrir uma verdade que seja uma síntese mais desenvolvida do que aquelas pessoas acreditavam.

Cada um deve observar os pontos importantes em sua vida e re-interpretá-los à luz de nossa questão evolucionária, percebendo a seqüência de interesses, amigos importantes e coincidências que ocorreram em sua vida. Não estavam conduzindo você a algum lugar? Quando você integrar plenamente a visão de sua vida, terá uma clara consciência do seu caminho espiritual, uma missão que temos perseguido sem ter plena consciência disso, e assim que os introduzimos completamente em nossa consciência, nossas vidas podem decolar.

COMO ADQUIRIR ENERGIA: concentrar-se no ambiente à sua volta. Tentar lembrar de como tudo parece quando está acumulando energia, lembrando-se da presença que todas as coisas apresentam, sobretudo as plantas e a forma como as cores parecem fulgir e parecem mais luminosas. Depois tente experimentar aquela sensação de proximidade, seja qual for a distância de alguma coisa, a sensação de que pode tocá-la, ligar-se nela. Então inspire-a. Quando visualizamos que cada inspiração introduz mais energia dentro de nós e nos infla como a um balão, ficamos mais energizados e nos sentimos mais leves e flutuantes. Depois verifique se sente a emoção correta (amor). Não é conceito intelectual, nem um imperativo moral. É a emoção de fundo que existe quando alguém está ligado na energia que existe no universo, que, claro, é a energia de Deus.

Quando você adquire bastante energia, está pronto para entrar conscientemente na evolução, para fazê-la começar a fluir, para produzir as coincidências que o levarão à frente. Você entra em sua evolução de uma maneira muito específica. Primeiro acumula bastante energia, depois se lembra de sua questão vital básica (a que seus parentes lhe deram), porque essa questão oferece o contexto geral para a sua evolução. Em seguida você se concentra no seu caminho, descobrindo as questões menores imediatas que enfrenta em sua vida, que têm relação com a questão maior e definem onde você está atualmente em sua busca de sua vida. Assim que toma consciência, sempre obtém algum tipo de orientação intuitiva do que fazer, de onde ir, e uma dica sobre o passo seguinte. Só não ocorre se você tiver em mente a questão errada. O problema na vida não está em receber respostas, está em identificar suas questões presentes. Assim que formule as perguntas certas, as respostas sempre chegam. Depois que tiver uma intuição, o passo seguinte é ficar vigilante e alerta. Mais cedo ou mais tarde a coincidências vão ocorrer, para levá-lo na direção indicada por sua intuição.

Lembre-se de parar quantas vezes for preciso para religar sua energia. Permaneça cheio, em estado de amor. Não se esqueça que, uma vez atingido esse estado de amor, nada nem ninguém poderá retirar mais energia de você do que a que você pode recuperar. Na verdade, a energia que flui de você cria uma corrente que puxa energia para dentro de você na mesma proporção. Você não pode mais ficar vazio, mas deve estar consciente desse processo para que ele funcione. Isso é importante, sobretudo quando você interage com outras pessoas.

SÉTIMA VISÃO – Envolver-se conscientemente.

Os sonhos trazem mensagens, vêm nos dizer alguma coisa sobre nossas vidas que nos faz falta. Não só os sonhos orientam, como também os pensamentos e os devaneios. Para reconhecê-los temos de nos colocar em posição de observadores. Quando nos vem um pensamento, devemos perguntar: por que? Por que agora? Qual a relação com as questões da minha vida? Essa atitude de observador nos ajuda a nos livrar de nossa necessidade de controlar tudo. Nos põe na corrente evolutiva.

As imagens negativas devem ser detidas assim que aparecem. Então outra imagem, uma de bom resultado, deve ser imposta pela vontade ao pensamento. Em breve, as negativas quase não ocorrerão mais. Suas intuições serão sobre coisas positivas. Quando as negativas chegarem, devem ser tratadas com muita seriedade, e não seguidas. Por exemplo, se lhe vem o pensamento de um desastre de caminhão e alguém lhe oferece uma carona de caminhão, não aceite.

Para entrar de fato no movimento de evolução, precisamos manter firmemente em mente nossas atuais questões vitais, e depois, ficar atentos para a orientação, num sonho ou num pensamento intuitivo, ou na maneira como o ambiente se ilumina e salta para nós. Acumulamos nossa energia e nos concentramos em nossas situações, nas perguntas que temos, e aí recebemos alguma forma de orientação intuitiva, uma idéia de onde ir e o que fazer, e então as coincidências ocorrem, para permitir que sigamos nessa direção. Em toda vez que essa coincidência nos leva a alguma coisa nova, crescemos, nos tornamos mais plenos, existindo numa vibração superior.

As respostas que nos chegam misteriosamente, na verdade nos vêm de outras pessoas. Quando projetamos energia no outro, quando a energia as penetra, isso as ajuda a ver a verdade delas. Então elas podem passar essa verdade para você.

Temos de supor que todo acontecimento tem um significado e contém uma mensagem, que de algum modo diz respeito às nossas perguntas. Isso se aplica sobretudo ao que costumávamos chamar de coisas ruins. O desafio é encontrar o lado bom de cada acontecimento, por mais negativo que seja.

OITAVA VISÃO – Ética interpessoal.

É a forma de tratar outras pessoas para que mais mensagens sejam partilhadas. Podemos ajudar os outros enquanto eles nos trazem as respostas que buscamos, porém cuidado com a interrupção do crescimento, que ocorre quando nos viciamos em outra pessoa.

Use a energia de um modo diferente quando se relacionar com as pessoas em geral, principalmente com as crianças. Devemos ver as crianças como realmente elas são, terminais na evolução, que fazemos progredir. Mas para progredir elas precisam de nossa energia numa base constante, incondicionalmente. O pior que podemos fazer às crianças é drenar a energia delas quando a educamos. Isso cria os dramas de controle. Mas essas manipulações podem ser evitadas se os adultos lhes derem toda a energia de que elas precisam, seja qual for a situação. Por isso devemos incluí-las sempre nas conversas, sobretudo nas que se referem a elas. E não se deve assumir a responsabilidade de mais filhos além do que se pode cuidar. Qualquer adulto sozinho só pode se concentrar e dar atenção a uma criança de cada vez. Se há crianças demais para o número de adultos, estes ficam sobrecarregados e impossibilitados de dar energia suficiente. As crianças começam a disputar entre si pela energia. As crianças devem tomar conhecimento do mundo com os adultos e não somente com elas entre si. Devemos aprender a estender nossas famílias além dos laços sangüíneos, de um modo que outra pessoa seja capaz de dar atenção um a um. Toda energia não tem de vir só dos pais. Na verdade é melhor que não venha. Mas quem quer que cuide das crianças tem de dar atenção uma a uma.

A verdade sempre pode ser expressa no nível de compreensão de uma criança. Só é preciso pensar um pouco. Devemos sempre encontrar um meio de dizer a verdade a ela. É diferente quando se brinca, que a criança sabe que estamos fantasiando. Tendo sempre um adulto para responder às suas perguntas, ela perceberá que não precisa representar ou chamar a atenção. Tendo bastante energia, ela acreditará que continuará tendo bastante, tornando a transição do recebimento de energia dos adultos para o recebimento da energia do Universo muito mais fácil de ser alcançado.

Quando as pessoas se apaixonam, uma dá energia à outra inconscientemente, e sentem-se flutuantes e eufóricas. Infelizmente, se acostumam e ficam esperando que isso venha sempre de um ao outro e se desligam da energia universal, contando cada vez mais com a energia do outro. Só que aí parece não haver energia o bastante e deixam de dar energia um ao outro, puxando a energia do outro para si. Nesse ponto o relacionamento degenera na luta por poder que é o habitual.

O problema começa em nossa primeira família. Devido à disputa de energia ali, ninguém era capaz de concluir um processo psicológico importante. Não podíamos integrar nosso outro lado sexual. Nós ainda precisamos acessar a energia sexual oposta, por isso corremos o risco de nos viciar em alguém do sexo oposto. A energia mística, que podemos canalizar como uma fonte interna, é ao mesmo tempo feminina e masculina. Podemos eventualmente nos abrir para ela, mas quando começamos a nos envolver, precisamos ser cautelosos. O processo de integração leva algum tempo. Se nos ligamos prematuramente a uma fonte humana para obter nossa energia masculina ou feminina, bloqueamos o fornecimento espiritual.

Em qualquer família, a criança deve receber primeiro a energia dos adultos. Em geral, a identificação e a interação com a energia do pai, do sexo oposto, se realiza com facilidade, enquanto receber a energia do outro dos pais chega a ser mais difícil, por causa da semelhança de sexo. Assim a criança pode achar que o único meio de possuir essa energia é possuir o pai (ou mãe) e conservá-lo perto fisicamente. Como intui que essa energia, na verdade, deve ser dela própria, e que deve ser capaz de comandá-la à vontade, ela quer dirigir o pai (ou mãe) como se fosse si mesma. Acha que ele (ela) é mágico e perfeito, e capaz de satisfazer todos os seus caprichos. Numa família não muito ideal, isso cria um conflito de poder entre as crianças e o pai (mãe), formando-se dramas quando ela aprende a manobrar para manipulá-lo e levá-lo a lhe dar a energia que deseja.

Numa família ideal, o pai continuaria não competitivo, relacionando-se honestamente e tendo energia suficiente para abastecê-la incondicionalmente, ainda que não pudesse fazer tudo o que a criança pede. O importante seria que o pai (mãe) permanecesse aberto e comunicativo. A criança o considera mágico e ideal, mas ele (ela) explica com franqueza quem é, o que faz e por quê, então a criança pode integrar os estilos e capacidades particulares dele (dela) para superar a visão irreal do pai (mãe), vendo-o, no fim, como um ser humano particular, com defeitos e qualidades próprios. Assim que se dá essa emulação autêntica, a criança faz uma transição fácil, passando do recebimento da energia sexual oposta do pai para o recebimento de parte da energia global existente no universo como um todo.

O problema é que a maioria dos pais, até hoje, disputa a energia com os próprios filhos, e isso nos afetou a todos. Como se dava essa disputa, ninguém resolveu bem essa questão do sexo oposto. Estamos empacados no estágio em que continuamos a buscar nossa energia sexual oposta fora de nós mesmos, na pessoa de um homem ou mulher que julgamos ideal ou mágico e podemos possuir sexualmente. Estamos diante de uma situação crítica. Quando começamos a evoluir pela primeira vez, passamos automaticamente a receber nossa energia sexual oposta, vem naturalmente da energia do universo. Mas temos de ser cuidadosos, pois se aparecer outra pessoa que possa fornecer essa energia diretamente, poderemos nos desligar da fonte verdadeira… e regredir.

É como ficar andando em voltas como a metade de um círculo, parecendo com a letra ‘C’. Somos muito suscetíveis a que apareça uma pessoa do sexo oposto, outro meio círculo que se junte conosco completando o círculo, e nos dando uma explosão de euforia e energia que se pareça com a plenitude provocada por uma ligação plena com o Universo. Na verdade apenas nos juntamos a outra pessoa que também está à procura de sua outra metade no mundo externo. É um relacionamento de co-dependência, com problemas embutidos que logo começam a surgir. Para conseguir esse ‘O’ que as pessoas acreditam ter conseguido, foram necessários duas pessoas, uma com a energia feminina e outra com a energia masculina. Conseqüentemente, com duas cabeças, dois egos. As duas querem governar essa nova pessoa inteira que ambas criaram, e assim, exatamente como na infância, cada uma das duas quer comandar a outra, como se a outra fosse ela mesma. Esse tipo de ilusão de inteireza sempre degenera numa luta por poder. No fim, cada pessoa tem de mandar na outra, e até mesmo incapacitá-la, para poder conduzir esse eu inteiro para onde ela quer ir. Mas é claro que isso não funciona mais. Talvez no passado, um dos parceiros estivesse disposto a se submeter, em geral a mulher, e algumas vezes o homem. Mas já estamos despertando. Ninguém mais quer ser subserviente a outras pessoas.

Primeiro temos de fechar o círculo por nós mesmo e estabilizar nosso canal com o Universo. Isso exige tempo, mas depois nunca mais ficaremos suscetíveis ao problema e adquiriremos um relacionamento mais elevado. Quando nos ligamos a outra pessoa depois disso, criamos uma super-pessoa, mas isso não nos desvia do caminho de nossa evolução individual. Resistindo por algum tempo à sensação de “amor à primeira vista”, aprendemos a ter relacionamentos “platônicos” com membros do sexo oposto. Porém, esse relacionamento somente deve ocorrer com pessoas que se revelem totalmente, dizendo a você como e por que fazem o que fazem, exatamente como deveria ter ocorrido com o pai do sexo oposto numa infância ideal. Compreendendo quem, na verdade, são no íntimo esses amigos do sexo oposto, rompemos a própria projeção fantasista sobre aquele sexo, e isso nos liberta para nos ligar mais uma vez com o Universo. Isso não é fácil, sobretudo se temos de nos livrar de um relacionamento de co-dependência. Dói. Todos somos co-dependentes e estamos todos saindo disso agora. A idéia é experimentar aquela sensação de bem estar e euforia sentida no primeiro momento de um relacionamento co-dependente, estando sozinhos. É preciso ter ele (ela) dentro de si. Depois disso evoluímos e podemos encontrar aquele relacionamento especial que realmente se ajusta a nós.

Quando as pessoas cruzam nosso caminho, há sempre uma mensagem para nós. Encontros casuais não existem. Mas o modo de respondermos a esses encontros determina se somos capazes de receber a mensagem. É parar o que se está fazendo e descobrir a mensagem. Assim que os seres humanos compreenderem essa realidade, nossa intenção será mais lenta e se tornará mais objetiva e deliberada.

Quanto mais amamos e apreciamos os outros, mais energia flui para dentro de nós. É por isso que amar e energizar os outros é a melhor coisa possível que podemos fazer a nós mesmos. O efeito dessa projeção de energia no indivíduo é intenso. Como você está dando mais energia que o outro teria sem isso, o outro pode ver a própria verdade e passá-la mais prontamente para você. Quando ele faz isso, você tem a sensação de revelação sobre o que ele diz. Isso leva você a ver o EU superior do outro mais completo e, portanto, a apreciar e a se concentrar nele num nível mais constante, que dá a ele mais energia e maior percepção da própria verdade, e o ciclo recomeça. Duas ou mais pessoas fazendo isso juntas podem atingir alturas incríveis, enquanto acumulam energia umas às outras e as recebem imediatamente de volta. Isso é totalmente diferente de co-dependência, que começa assim, mas logo se torna controladora, por que o vício o isola de sua fonte e a energia de esgota. A verdadeira projeção de energia não tem ligações nem intenções pessoais. As duas pessoas apenas aguardam as mensagens.

Para interromper um drama começado pelo outro, não aceite o drama concorrente, não represente o drama que ele espera, que ele se desmonta. Dê o nome do drama que ele representa para conseguir energia, aponte-o, trazendo-o à consciência que assim deixam de ser concretos. A verdade melhor sobre o que é dito numa conversa então prevalecerá e a pessoa terá de ser mais honesta, mais verdadeira. Outra forma é representar o mesmo drama do outro, mas isso pode degenerar em violência.

Um dos sinais para que duas pessoas conversem, é contato repentino do olhar, um senso de reconhecimento, ver alguém que parece conhecido, mesmo que saibamos nunca tê-lo visto antes. Somos membros do mesmo grupo mental, que em geral evolui na mesma linha de interesse. Pensamos igual e isso cria a mesma expressão e experiência externa. Reconhecemos intuitivamente os membros do nosso grupo mental e, com muita freqüência, eles nos trazem mensagens.

Observando uma pessoa num nível mais profundo, podemos ver o eu mais honesto por detrás de qualquer fachada, como uma expressão sutil no rosto, como telepatia. E quando se conversa em grupo, uma conversa consciente, cada pessoa fala quando a energia passa para ela, interagindo conscientemente em grupo. Quando os membros de um grupo conversam, só um terá a idéia mais forte num determinado momento. Se estiverem atentos, os outros sentirão quem vai falar e, aí, conscientemente, concentram sua energia nessa pessoa, ajudando-a a externar seu pensamento com grande clareza. À medida que a conversa prossegue, alguma outra pessoa terá a idéia mais poderosa, e falará. A idéia virá ao seu pensamento. A chave é falar na sua vez e projetar energia quando for outra pessoa.

Muitas pessoa se inflamam quando estão em grupo. Sentem a força de uma idéia e a manifestam, e como esse ímpeto de energia é gostoso, continuam falando, muito tempo depois onde o surto de energia já deveria ter passado para outra. Tentam monopolizar. Outras são contidas e mesmo quando sentem a força de uma idéia, não se arriscam a dizê-la. Quando isso ocorre, o grupo se fragmenta e os membros não se aproveitam de todas as mensagens. O mesmo acontece quando alguns membros não são aceitos por outros do grupo. Os indivíduos rejeitados são impedidos de receber a energia e, assim, os grupos perdem o proveito de suas idéias. A maneira como se excluem as pessoas é importante. Quando desgostamos de alguém, ou nos sentimos ameaçados por alguém, a tendência natural é nos concentrar em alguma coisa de que não gostamos, em relação àquela pessoa; uma coisa que nos irrita. Assim, em vez de ver a beleza interna da pessoa, consumimos a energia delas, envelhecendo-as, e elas se sentem, de repente, menos belas e confiantes.

Num grupo funcional, a idéia é intensificar a energia e a vibração de cada membro, por causa da energia mandada por todos os outros. Quando isso ocorre, o campo de energia individual de cada um se funde com o do outro e cria um reservatório de energia. Como se o grupo fosse um só corpo, com muitas cabeças. Algumas vezes, uma cabeça fala pelo corpo, noutras outra fala.

NONA VISÃO – A cultura emergente.

Esse modo de se relacionar consciente, em que cada um tenta antes estimular o melhor dos outros em vez de dominá-los, é uma postura que toda a raça humana vai acabar adotando. Então o nível de energia e o ritmo de evolução poderão se intensificar!

Nós, seres humanos, vamos reduzir voluntariamente nossa população, para que todos possam viver em lugares mais poderosos e belos na Terra. Admiravelmente, muito mais dessas áreas existirão no futuro, para que se possa amadurecer e criar energia.

Em meados desse novo milênio, os seres humanos irão viver, tipicamente, em meio a árvores de 500 anos e jardins cuidadosamente zelados, mas a pouca distância de viagem de uma área de magia tecnológica incrível. Os meios de sobrevivência – alimentação, vestuário e transporte – serão totalmente automatizados e estarão à disposição de todos. Nossas necessidades serão todas satisfeitas, sem a troca de qualquer moeda, embora também sem nenhum exagero ou preguiça.

Orientados por suas situações, todos saberão com precisão o que fazer e quando fazer, e isso se ajustará, harmoniosamente, às ações dos outros. Ninguém consumirá em excesso, pois teremos abandonado a idéia de posse e domínio para ter segurança.

Nosso senso de propósito se satisfará com a emoção de nossa própria evolução – com a exaltação de receber intuições e ver de perto nossos destinos se desenrolarem. Todo mundo diminuirá o ritmo e ficará vigilante, sempre atento ao próximo encontro significativo a surgir. Saberemos o que ocorrerá em qualquer parte; ao se encontrar pela primeira vez, duas pessoas observarão primeiro o campo de energia da outra, revelando quaisquer manipulações, e, uma vez esclarecidas, compartilharão conscientemente histórias da vida até que, em euforia, se descubram mensagens. Depois disso, cada uma seguirá de novo em sua jornada individual, mas terão se alterado significativamente. Vibrarão num nível diferente e, daí em diante, tocarão outras de um modo que era impossível antes desse encontro.

Pensem no que já ocorreu nesse milênio. Na Idade Média, vivíamos num mundo simples, de bem e de mal, definido pelos eclesiásticos. Durante o Renascimento, nos libertamos. Agora, podemos ver que o verdadeiro motivo por que passamos cinco séculos criando apoios materiais para a vida humana, era montar o palco para alguma outra coisa, um modo de vida que devolva o mistério à existência. Essa é a informação que agora volta do método científico e indica que a humanidade está neste planeta para evoluir conscientemente; a cultura global a transformará de um modo previsível. Assim que atingirmos a massa crítica, e as visões começarem a chegar em escala global, a raça humana vai experimentar primeiro um período de introspecção intensa, até compreender que o mundo é na verdade belo e espiritual. Exigiremos o fim de qualquer atividade que ameace a natureza, porque a veremos como templo de grande força a ser preservado com reverência e admiração, e soluções alternativas para a poluição. Isso será parte da primeira grande mudança a ocorrer, que vai provocar uma sensacional movimentação de indivíduos de uma ocupação para outra, porque quando as pessoas começarem a ter intuições claras sobre quem realmente são e o que devem fazer, muitas vezes descobrirão que estão no trabalho errado, e têm de pular para outro tipo de trabalho, a fim de continuarem a crescer.

A mudança cultural seguinte será uma automação da produção de bens. Inicialmente, como uma necessidade, mas à medida que as instituições dos técnicos se tornarem mais claras, verão que a automação faz aumentar o tempo livre para tentarem outras coisas.

O resto estará seguindo suas próprias intuições, querendo mais desse tempo livre. Compreendendo que a verdade que temos a dizer e as coisas a fazer são demasiado únicas para se adaptarem a um ambiente de trabalho comum, duas ou tra6es pessoa continuarão com o trabalho de horário integral, tornando mais fácil os deslocados pela automação encontrar pelo menos empregos de meio horário.

Nossas rendas continuarão estáveis, por causa das pessoas que nos pagarão pelas intuições que proporcionaremos… À medida que descobrirmos mais coisas sobre a dinâmica da energia do universo, veremos o que acontece de fato quando damos alguma coisa a alguém. Hoje, a única idéia espiritual sobre dar é o mesquinho conceito do dízimo religioso, com a idéia de que o que dermos será devolvido muitas vezes. Na verdade, dar é um princípio de ajuda, não apenas para as igrejas, mas para todos. Quando damos, recebemos em troca, pela forma como a energia interage no Universo. Quando projetamos energia em alguém, isso cria um vazio em nós mesmos, que, se estivermos ligados, se encherá mais uma vez. O dinheiro funciona exatamente da mesma maneira. Assim que começamos a dar constantemente, teremos mais dinheiro entrando para dar. E nossas doações devem ir para pessoa que nos deram verdades espirituais. Quando as pessoas entram em nossas vidas na hora exata para dar as respostas que precisamos, devemos lhes dar dinheiro. É assim que começamos a complementar nossas rendas e aliviar as ocupações que nos limitam. Quando mais pessoas estiverem empenhadas nessa economia espiritual, começaremos uma verdadeira mudança para a cultura do novo milênio. Teremos passado do estágio de evoluir para a ocupação certa e estaremos entrando no estágio de sermos pagos por evoluirmos  livremente e oferecermos nossa verdade única aos outros.

Quando todos participarem, estaremos dando e recebendo constantemente, e essa interação, essa troca de informações, se tornaria o novo trabalho de todos, nossa orientação econômica, permitindo que as ajudas materiais da vida se tornem plenamente automatizadas e administrada como um serviço público. Teríamos nossa necessidade de dominar, para darmos aos outros. Não podíamos, porque não tínhamos nenhuma visão da vida que servisse de alternativa. Agora temos!

Quando a raça humana evoluir espiritualmente, reduziremos espontaneamente a população a um ponto sustentável pela Terra. Vamos nos comprometer a viver dentro dos sistemas de energia natural do planeta. A agricultura será automatizada, com exceção dos legumes que queiramos energizar pessoalmente e depois consumir. As árvores necessárias à construção serão plantadas em regiões especiais, delimitadas. Isso libertará o restante das árvores terrestres para crescerem e amadurecerem, afinal, em florestas poderosas. Por fim, essas florestas serão mais a regra do que a exceção e todos os seres humanos viverão em proximidade com esse tipo de força. Pensem em que mundo cheio de energia viveremos, elevando o nível de energia de todo o mundo, e acelerando o ritmo de nossa evolução. Quanto mais rápido a energia flui dentro de nós, mais misteriosamente o Universo responde.

A nona Visão diz que embora alguns indivíduos possam ir para o outro lado esporadicamente, não haverá um arrebatamento geral enquanto não tenhamos eliminado o medo e conservado uma vibração suficiente em todas as situações. É a revelação do saber para onde estamos indo. Todas as outras Visões criam uma imagem do mundo como de beleza e energia incríveis, e de nós mesmos como estreitando nossa ligação com ele, e com isso, vendo essa beleza. Quanto mais beleza vemos, mais evoluímos, quanto mais evoluímos, mais vibramos. Em última análise, nossa percepção e vibração aumentadas nos abrirão um céu que já está diante de nós. Apenas não podemos vê-lo, sempre que duvidamos de nosso próprio caminho, ou perdemos a visão do processo de viver. Alcançar o Céu na Terra é a razão de estarmos aqui. E agora sabemos como se pode fazer isso… como será feito.

A partir de agora, as Visões têm de ser compartilhadas entre as pessoas. Cada uma, assim que ouvir a mensagem e compreender que as percepções são verdadeiras, deve passar a mensagem a todos os que estiverem prontos para ela. Ligar-se à energia é uma coisa a que os seres humanos têm de ficar abertos, discutir e esperar, do contrário toda a raça humana pode voltar a fingir que o sentido da vida é exercer poder sobre os outros e explorar o planeta. Se voltarmos a fazer isso, então não sobreviveremos. Cada um de nós deve fazer o que puder para transmitir esta mensagem.

 

 

 

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