“O mais difícil e obscuro dos livros sagrados, o Gênese, contém tantos segredos quanto palavras e cada palavra esconde mais de um”.
São Jerônimo (347-420)
Nossa História ou apenas uma Lenda?
A história, a filologia e a arqueologia são ciências que investigam as verdades embutidas nos livros sagrados da humanidade, principalmente a Bíblia Sagrada, o livro mais vendido do mundo. Dessas, apenas a arqueologia tem conseguido fornecer novos dados à investigação.
O Gênese bíblico não deve ser tomado, de forma alguma, no sentido literal, pois é um livro de formas figuradas. As cronologias são figuradas e os fatos idem. Se o tomarmos como literal ele já se contradiria com a história das duas criações humanas nos dois primeiros capítulos. E que dizer quando sabemos que a cronologia dele mesmo dá 1.656 anos ao período de Adão até o dilúvio (2.262 na versão Setenta grega) e 294 anos de Noé a Abraão, perfazendo um total de 1.950 anos. Ora, sabe-se que historicamente Abraão deve ter nascido por volta de 2.160 a 1.850 a.C., então a criação do homem teria se dado entre 4.716 a 3.800 a.C.?! O Adão bíblico surgiria quando já existiam milhões de homens evoluídos, na fase de construção de grandes civilizações?! Mas de forma alguma isto o invalida, se o tomarmos como alegórico e, pelo contrário, a comparação com outros livros sagrados (como os escritos sumérios em Kuniunik, o Rigveda e os Upanishads, o Corão, as Estâncias de Dzyan tibetanas, o Popul-Vuh guatemalteco (quatro volumes de mitologia maia) ou as escrituras do Patriarca Aldis), com lendas de povos antigos (a mitologia dos heróis gregos, dos chineses, dos índios norte-americanos e dos astecas), com textos espíritas e com a ciência, o confirmam como verdadeira Escritura da Religião-sabedoria.
Então vemos que não se deve ler nem aceitar literalmente nenhuma escritura, papiro egípcio, texto indiano, folha de palmeira (ola) budista ou mito oriental ou ocidental, mas nos ater ao espírito das mesmas (II Cor 3). Devemos vê-los apenas como símbolos…
“Os símbolos são sinais concretos que representam princípios, ou uma série deles, compreensíveis àqueles que receberam certas instruções (Iniciados)”.
Helena Blavatsky (1.831-1.891)