Dicionário-Texto de Budismo – A

A

 

(chinês) – Imperador.

ABHAYA (sânscr.) – “segurança”, “paz”, que não teme, que tranqüiliza. O abhayamudra é o gesto que pacifica.

ABHIDHAMMIKA (páli) – monge budista que se especializou no estudo do Abhidharma. Foi também grande autoridade do Sutra-pitaka e do Vinaya­-pitaka.

ABHIDHARMA – parte do cânon páli de Escrituras budistas consa­grado à elaboração escolástica da Doutrina (Darma) contida no Sutta-Pltaka.

ABHIDHARMA-HRIDAYA-SHASTRA (sâncr.; chinês, A-p’i-t’an-hsin-lun; jap., Abidon-shin-ron) – “O Coração do Abhidharma”; um compêndio 250 versos da doutrina do Abhidharma da escola de Sarvastivada, escrito no terceiro século por Dharmashri (conhecido também como Dharmashreshthin) e traduzido ao chinês em 384 por Samghadeva. Dharmashri, da escola de Sarvastivada, era do reino de Tukhara. O Coração do Abhidharma é um resumo dos ensinos doutrinários contidos nos comentários do grande Abhidharma, um dos textos básicos do Sarvastivadins. A escola de Sarvastivada compilou primeiramente o tratado na Fonte da Sabedoria e de outros seis textos doutrinários para esclarecer suas teses fundamentais, produzindo mais tarde o grande comentário no Abhidharma para um exame detalhado dos estudos a respeito de sua doutrina.

ABHIDHARMA-KOSHA (sânscr.) – texto do monge indiano Vasubandhu (século V) sobre a escola Sarvastivada.

ABHIDHARMA PITAKA (sânscr.; páli, Abhidhamma Pitaka) – compilação de ensinamentos sobre filosofia, psicologia e metafísica. Veja Tripitaka.

ABHIJNA (sânscr.; páli, abhinna) – poderes sobrenaturais, habilidades possuídas por um Buda, um Bodisattva, e um arhat. Geralmente, seis tipos de abhijna são descritos. As primeiras cinco são consideradas como naturais e se referem à realização das quatro absorções (dhyana). A sexta é considerada sobrenatural sendo alcançada somente por uma profunda introspecção (vipashyana). Estes poderes são reconhecidos por mabas escolas, Hinayana e Mahayana. As seis abhijnas são: (1) riddhi (ver); (2) “escuta divina” (percepção de vozes humanas e divinas); (3) percepção dos pensamentos dos demais seres; (4) lembrança de existências anteriores; (5) o “olhar di­vino” (conhecimento dos ciclos de nascimento e morte dos demais seres); (6) reconhecimento daqueles em que houva a extinção de suas impurezas e paixões (asrava), significando sua libertação.

ABHIMUKTI (sânscr.) – libertação do ciclo de nascimento e morte, que permanece somente enquanto os desejos estão presentes.

ABHIRATI (sânscr.) – “Reino da Alegria”; o paraíso do Buda (Akshobhya) no leste do universo. No budismo, os paraísos de Buda, os vários infernos, e outros reinos de existência são descritos não localizaçõas mas como estados de consciência.

ABHISHEKA (sânscr.) – ordenação, iniciação.

ACHAAN, AJAHN – professor ou monge mais velho no budismo tailandês.

ACHARYA (sânscr.; jap., ajari) – professor, mestre.

ADHARMA (sânscr.) – não tendo uma religião.

ADHIMUKTI (sânscr.) – crença, fé ou confiança.

ADHIPRAJNA (sânscr.) – sabedoria superior.

ADHISAMADHI – estabilização meditativa superior.

ADHISILA – éticas superiores.

ADHITTHANA (páli) – decisão, resolução, determinação, vontade.

ADI-BUDDHA – veja Samantabhadra.

a.E.C. – antes da Era Comum, expressão equivalente a antes de Cristo (a.C.) usada pelos ocidentais. Completando: E.C. – Era Comum, igual a d.C.

ADITYA SAMBHAVA (sânscr.) – “nascer do Sol”; nome de um dos Budas no Norte.

ADIVANA (páli) – ao que Shakyamuni chamou ao conjunto de “as más conseqüências, o perigo e a insatisfação”.

AGAMA (sânscr.) – “fonte do ensinamento” terminologia Mahayana dada à coleção das primeiras escrituras budistas no cânone sânscrito; ensinamentos iniciais e básicos do Buda, correspondendo ao termo Hina­yana Nikayas, em páli.

AGARRAMENTO AO EM-SI – uma mente conceitual que retém qualquer fenômeno como se fosse inerentemente existente. A mente de agarramento ao em si dá origem a todas as outras delusões, como a raiva e o apego. Ela é a raiz de todo sofrimento e insatisfação.

AGNI – na religião védlca, deus do fogo.

AGREGADO – veja skandha.

AGYO (jap.) – “grandes palavras”; instruções do Mestre Zen para um discípulo. Também se refere a comentários dos Mestres Zen a um específico texto.

AHIMSA (sânscr. e páli) – Princípio de Não-Violência. Respeito a todo ser vivo.

AJANTA (páli) – aldeia da Índia meridional (Haiderabad), com cerca de trinta grutas decoradas com admiráveis afrescos budistas entre 200 e 700 de nossa era.

AJARI (jap.) – o mesmo que acharya (sânscr.).

AJATASATTU (páli; sânscr., Ajatashatru) – foi Rei de Magadha mencionado nos textos páli, que reinou durante os últimos oito anos de vida do Buda Shakyamuni, e por mais vinte e quatro anos depois (494-462 a.E.C.). Era filho da Rainha Vaidehi e do Rei Bimbisara, a quem matou. Junto com Devadatta, Ajatasattu conspirou contra Shakyamuini, sem sucesso. Posteriormente converteu-se ao budismo, divulgando-o.

AKASHA (sânscr.) – espaço que se refere à vastidão do céu; espaço primordial que foge à descrição.

AKSHOBHYA (sânscr.) – literalmente, “o Imóvel”; um dos cinco Dhyani-Buddhas.

AKUSHALA (sânscr.) – demérito, errado, mal, insano; carmicamente pernicioso.

ALARA KALANA – primeiro mestre com que se iniciaram, na Índia, Sidarta e seus cinco companheiros de ascese.

ALAYA-VIJNANA (sânscr.) – “armazém da consciência”; conceito da escola Yogachara para definir uma consciência cósmica que armazena todos os fenômenos; é o oitavo e mais sutil nível de consciência, no qual as “sementes” cármicas são armazenadas.

AMITABHA (sânscr., também Amita; chinês, O-Mi-To; jap., Amida): “luz infinita”; um dos cinco -Dhyani-Budddhas, Buda de meditação (Dhyaní) da Luz Infinita (Ma­hayana); é o Buda de misericórdia e de sabe­doria. Um dos mais importantes e populares Budas da tradição Mahayana. O Buda da luz sem limites. Quando alcançou a iluminação, o Buda Amitabha fez 48 votos, o mais importante deles sendo o de estabelecer um lugar onde não houves­se sofrimento para que os seres pudessem cultivar a mente em ambiente de plena paz e assim atingir a ilu­minação. Qualquer um que chame por seu nome com absoluta sinceridade e faça o voto de renascer na Terra Pura Ocidental (Sukhavati) será levado a essa terra perfeita onde passará pelo bem-aventurado estado de viver e aprender o Darma ensinado pelo Buda Amitabha. Seu culto foi instaurado por Sahara, Mestre de Nagar­juna e continua florescente na China. Sua representação gloriosa é Amitayus, Senhor da vida sem limite. Aparece nos Três Sutras da Terra Pura (Amitabha Sutra).

ANAGAMIM (sânscr.; páli) – o não-retorno; o terceiro estágio na realização do Nirvana.

ANAGARIKA (páli) – monge sem casa.

ANANDA (sânscr.) – “êxtase”, “felicidade”; primo do Buda Shakyamuni e um dos dez grandes discípulos do Buda. Destacado pela notável capacidade de memorizar e ensinar, e também por sua humildade. Após o parinirvana (morte) do Buda, Ananda compilou os sutras na caverna Vaibhara, localizada em Magadha, Índia, onde os 500 discípulos do Buda estavam reunidos. Este evento ficou conhecido como o 1º Concílio.

ANANTA VIRYA (páli) – “esforço ilimitado”; nome de um Budo no Sul.

ANAPANASATI (páli) – meditação sobre a respiração.

ANATMAN (sânscr.; páli, anatta) – não-eu, não-ego, não-essência; ausência de qualquer indivíduo ou essência independente ou permanente. Veja trilakshana.

ANGUTTARA-NIKAYA (páli) – coleção numérica; uma das seções do Sutra Pitaka.

ANIRUDDHA (sânscr.) – um dos dez grandes discípulos de Shakyamuni.

ANITYA (sânscr.; p?li, anicca; chinês, wu-ch'ang; jap., mujô) – impermanência. Veja trilakshana.

ANTARABHAVA (sânscr.) – veja bardo.

ANUSSATI (páli) – “contemplação”; prática descrita nos sutras Hinayana.

ANUTTARA-SAMYAK-SAMBODHI (sânscr.; jap., anokutara-sanmyaku-sanbodai; páli, anuttara-samma-sambodhi) – anuttara significa supremo e insuperável; samyak-sambodhi refere-se ao supremo despertar perfeito, iluminação insuperável, completa e perfeita, que caracteriza todos os Budas.

ANUTTARA-YOGA – Ioga Superior, a quarta das quatro séries de tantras.

APARÊNCIA DUAL – a aparência de um objeto e de sua existência inerente à mente.

APAYA (sânscr.) – modo inferior de existência; quatro inferiores ou formas demoníacas de existência no ciclo de existência dos seres (gati). Estes são os seres infernais (naraka), fantasmas famintos (preta), ani­mais, e “titãs” (asura).

APEGO – fator mental deludido que observa um objeto contami­nado, considera-o como causa de felicidade e quer possuí-Io.

ARANYAKAS (sânscr.) – “Tratados florestais”; porção dos Vedas relativa aos Brahmanes e destinada aos eremitas.

ARHAN – inimigo destruidor.

ARHAT (sânscr.; páli, arahat, chinês, lo-han, jap., rakan) – “o digno”, “o valioso”. Ser perfeito, aquele que conseguiu superar o sofrimento do samsara e alcançar o Nirvana; objetivo das escolas não-Mahayana. Pode ser ouvinte (shravaka) ou realizador solitário (pratyeka-Buddha). Alcançou o nível mais elevado do aprendizado budista. Quando se refere ao Buda, significa “merecedor de oferendas”, um de seus dez epítetos. De modo geral, arhat é alguém que se devota a alcançar a iluminação como meta individual em contraste com o caminho do bodhisattva, que busca a libertação para todos os seres. O homem de merecimento (Hinayana) que rompe os “dez entraves” segue as “Quatro Vias” e encontra­-se às portas do Nirvana. Veja Quatro Frutos.

ARIYA (páli) – nobre, superior, ariya atthaangika magga (páli): O Nobre Caminho Óctuplo.

ARIYAN – uma pessoa que se elevou em relação aos seres comuns pelo reconhecimento direto do vazio.

ARMAZÉM DA CONSCIÊNCIA – veja Alaya.

ARUPADHATU ou Arupaloka – veja Três Mundos (triloka).

ÁRVORE BODHI: ou simplesmente Bo – a “árvore da Sabedoria”; é a figueira pipal (Ficus indica), ao pé da qual Gautama atingiu a iluminação em um local agradável, à beira do Rio Neranjara, em Uruvela, perto de Boddh Gaya, atual Bihar; tornou-se Buda aos 35 anos de idade. É o próprio Shakyamuni quem diz, num lugar de nome Uruvela. “Lá, pensei comigo mesmo que era um lugar agradável, de belas florestas, límpidas águas e bons sítios de banho; ao redor, prados e aldeias.” Naquele lugar devotou-se ele ao mais severo ascetismo; durante seis anos seguiu a senda dos iogues que já haviam desaparecido do cenário hindu. Viveu de ervas e sementes colhidas no estrume. Reduziu gradualmente a alimentação até chegar a um grão de arroz por dia. Usava roupas feitas dos próprios cabelos, arrancados com tortura; ficava de pé intermináveis horas e deitava-se sobre espinhos. Deixou que o pó e a sujeira se acumulassem sobre o seu corpo, co­mo numa velha árvore. Freqüentava um sítio onde os cadáveres humanos eram expostos à fome das feras e abutres, e dormia entre as carcaças em putrefação. E, de novo, diz ele, “pensei no que seria se eu cerrasse os dentes, comprimisse a língua de encontro ao céu da boca e esmagasse meu espírito com o meu espírito. (Fiz assim). E o suor corria de minhas axilas. (…) Então pensei no que seria se eu praticasse o transe sem respirar. E retive a respiração, fechando a boca e o nariz. E fazendo isso ouvia um violento som de vento em meus ouvidos. (…) Como se um homem forte fosse esmagar a cabeça de alguém com a ponta da espada, assim esse vento perturbava minha cabeça. (…) Então pensei no que seria se eu apenas tomasse alimentos em mínimas quantidades, tanto quanto coubesse na palma de minha mão, caldo de favas, ervilhas, gravanços, legumes. (…) Meu corpo tornou-se extremamente delgado. Quando me sentava, a marca deixada era como uma pegada de camelo. Os ossos da minha espinha, quando me abaixava ou levantava, eram como fusos. E assim como no fundo do poço vemos o brilho da água, assim eram meus olhos vistos no fundo das órbitas. E como a cabaça amarga fenece e fende-se ao sol e à chuva, assim ficou a pele da minha cabeça. Quando eu julgava tocar a pele do meu estômago, eu realmente tocava na espinha. (…) Para aliviar o corpo eu batia nele com as mãos, e ao fazer isso os pêlos mortos caíam do meu corpo, por falta de alimento”.

Mas um dia lhe veio o pensamento de que aquela mortificação não era o caminho. Talvez nesse dia estivesse extraordinariamente premido pela fome, ou alguma lembrança amável o agitasse. Percebeu que nenhuma iluminação lhe viera de tanta austeridade. “Por essa estrada eu não alcanço o conhecimento e a nobre introvisão superhumana.” Ao contrário, um certo orgulho da autotortura tinha envenenado a santidade que acaso houvesse nascido nele. Buda abandonou o ascetismo e foi sentar-se à sombra de uma árvore (a árvore Bodhi, sob a qual se abrigou Buda, ainda é mostrada aos turistas em Bodh-gaya), e resolveu ficar ali imóvel até que a iluminação sobreviesse. Qual era, indagou ele a si mesmo, a fonte da dor humana, do sofrimento, da doença, da velhice e da morte? Súbito, uma visão lhe veio, da infinita sucessão de mortes e nascimentos do grande rio da vida: viu cada morte anulada por um novo nascimento, cada paz e cada alegria equilibrada por um novo desejo, um novo descontentamento, uma nova dor ou aflição. “Assim, com o espírito concentrado, clarificado, purificado, (…) eu dirigi minha idéia para o ir e vir dos seres. Com visão super-humana, divina, pura, eu vi os seres morrerem e renascerem, altos e baixos, de boa ou má cor, em felizes ou miseráveis existências, de acordo com os seus carmas – isto é, de acordo com a lei pela qual cada ato de bondade ou maldade é recompensado ou punido nesta vida ou em outra encarnação da alma”.

Foi a visão desta aparentemente grotesca sucessão de mortes e nascimentos que trouxe a Buda o desprezo pela vida humana. O nascimento, pensou ele, é a origem de todos os males. E os nascimentos continuam eterna e infindavelmente, reenchendo a corrente da dor humana. Se fosse possível deter o nascimento. (…) Por que não interromper o nascimento? Porque a lei do carma reclama novas reencarnações em que a alma se penitencie do mal feito em existências passadas. Se, entretanto, um homem pudesse viver uma vida de perfeita jus­tiça, de invariável paciência e bondade para com todos, se pudesse atar seus pensamentos às coisas eternas, não os ligando ao que é passageiro, então, talvez, lhe fosse poupado o renascimento, e nele a fonte da vida se secasse. Se um homem pudesse si­lenciar todos os desejos e só procurasse fazer o bem, então a individualidade, essa primeira e pior ilusão humana, podia ser suprimida, permitindo que a alma, afinal, se fundisse com o infinito inconsciente. Que paz no coração liberto de todos os desejos pessoais! E que coração, sem se libertar dos desejos, pode conhecer a paz? A felicida­de é possível, não aqui na terra, como pensava o paganismo, nem em outro mundo, como pensam muitas religiões. A paz só é possível na quietude sem fim do Nirvana”.

E assim, depois de sete anos de meditação, tendo descoberto a causa do sofrimento humano, o Iluminado foi para a cidade sagrada de Benares, onde, no parque de gamos de Sarnath, começou a pregar aos homens o Nirvana.

ÁRVORE SAL – é a Shorea robusta, árvore que formava o bosque sagrado onde nasceu Sidarta Gautama. Segundo a lenda, a morte de Shakyamuni foi acompanhada de trovão e terremoto e as árvores sal que o ladeavam floresceram fora da estação.

ÁRVORE SHALA: árvore indiana valiosa pela madeira que produz; a expressão refere-se às árvores gêmeas sob as quais o Buda proferiu as derradeiras palavras dirigidas a seus discípulos: “Todas as coisas condicionadas estão sujeitas a degradar-se; procurem manter a consciência em alerta”.

ARYADEVA – monge indiano (século III), discípulo de Nagarjuna; um dos fundadores da filosofia Madhyamika.

ARYASATYA (sânscr.; páli, aryasatta) – veja Quatro Nobres Verdades.

ASANGA – monge indiano (450 E.C.), fundador da escola Yogachara, inspirado por Maitreya; irmão de Vasubandhu.

ASAMSKRITA (sânscr.; páli, asankhata) – “incondicionado”; refere-se a tudo que está completamente além da existência condicionada; antônimo de samskrita.

ASAVA (páli) – intoxicação mental.

ASHOKA PIYADASSE (253-232 a.E.C.) Imperador de toda a Índia (com exceção do sul) da dinastia Maurya. Grande propagador do budismo, mandou gravar os textos budistas em rochedos, colunas e grutas. Ingressou na ordem búdlca por volta de 241 a.E.C.

ASHTAMANGALA (sânscr.) – os oito símbolos auspiciosos.

ASHTA-VIMOKSHA (sânscr.) – as oito libertações.

ASHUBHA (sânscr.) – “desfavorável”, “infeliz”, “impuro”; antônimo de shubha.

ASHVAGHOSHA – poeta e filósofo; um dos fundadores do Mahayana indiano. Grande poeta budista (80 a.E.C.).

ASITA – veja Kala Devala.

ASKESE – ascetismo; veja dhuta.

ASRAVA (sânscr.; páli, asava) – “transbordamento”; qualquer impureza mental que crie carma.

ASSADA (páli) – ao que Shakyamuni chamou de “o desejo de prazeres dos sentidos”.

ASURA (sânscr. e páli) – semi-deus, titã; um dos seis gati. São seres celestiais que, embora tenham bom coração, guardam resquícios de ira; espírito do mal; demônio.

ATISHA DIMPAMKARA SHRIJNANA (979-1054) – (páli.; tib., Jowoje/ Jo Bo Rje) monge indiano, de Bengala, que fundou a escola Kadam do budismo tibetano.

ATI-YOGA (sânscr.) – Ioga primordial, Dzogchen.

ATMÃ (sânscr.) – alma individual (sopro), que é aprisionada num corpo e deve voltar, depois de numerosas transformações, à Alma Su­prema (Paramatmã).

ATTA (páli) – eu, ego, self.

AUM MANI PADMÉ, HUM! – “A Jóia no Lótus, Hum”. O Conhe­cimento no Espírito, a Doutrina no Mundo. Fórmula ritual tlbe­tana cuja recitação substitui as boas obras.

AUTO-AGARRAMENTO – mente conceitual que considera todos os fe­nômenos como inerentemente existentes. Ela dá origem a todas as demais delusões, como raiva e apego. É a raiz de todos os sofri­mentos e insatisfações.

AUTO-APREÇO – uma atitude mental que considera o eu como sendo precioso ou importante. É visto pelos Bodhisattvas como o principal objeto a ser abandonado.

AUTO-ILUSÃO – sensação de um eu separado de seu objeto e fixo na natureza. Chama-se ilusão porque, em profunda meditação, o Buda compreendeu que não há, em absoluto, nenhuma entidade fixa, que todas as coisas se encontram em um estado de constante mudança e que, portanto, o eu e o outro não são separados.

AVADANA (sânscr.; jap., abadana) – uma das doze divisões dos ensinamentos budistas. Refere-se àquelas partes dos sutras que relacionam parábolas, alegorias, ou histórias que ajudam à compreensão da doutrina. Avadana indica também as histórias das vidas precedentes de monges, discípulos e demais seguidores de Shakyamuni.

AVAIVARTIKAS (sânscr.) – aquele que não retrocede do ponto onde conseguiu atingir.

AVALOKITESHVARA (sânscr., “aquele que contempla os sons do mundo”; chinês, Kuan-yin, kuan-hsi-yin; jap., Kwannon, kanzeon, kanjizai; tib., Chenrezig/ spyan ras gzigs) – o Bodhlsattva mais venerado no budismo Mahayana; o Bodhisattva da grande compaixão. Fllho espiritual de Amitabha. Encarnou-se em Shakyamuni. Ele pode manifestar-se sob qualquer forma concebível para dar auxílio onde quer que seja necessário. Apesar de originalmente representado como sendo do gênero masculino, no final do século XIII, as imagens chinesas passaram a representá-lo com formas femininas, inspiradas na compaixão maternal.

AVATAMSAKA SUTRA (sânscr.; jap., Kegon-Kyô) – Discurso da Guirlanda de Flores; texto do budismo Mahayana de grade importância para as escolas Hua-Yen e Kegon.

AVIDYA (sânscr.; p?li, avijja; chinês, wu-ming; jap., mumyô) – ignorância, delusão.

AYATANA (sânscr.e páli) – entrada, isto é, os seis órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo, mente) e, às vezes, refere-se também aos seus seis objetos (cores, sons, odores, sabores, sensações táteis e pensamentos), abarcando do o mundo epistemológico.

 

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