TRÊS PILARES DO ZEN – (1) grande resolução (daifunshi), (2) grande raiz de fé (daishikai), e (3) grande dúvida (daigidan).
TRÊS PRECEITOS COLETIVOS PUROS – (1) “Com pureza de coração, eu juro me abster de praticar o mal; (2) com pureza de coração, eu juro praticar o bem; (3) com pureza de coração, eu juro prestar benefícios a todos os seres.
TRÊS RAÍZES (tib., Tsawesum/ Rtsa Ba'i Gsum) – os três objetos de refúgio do budismo Vajrayana: (1) o mestre (Guru), (2) a divindade meditacional (Yidam), e (3) a Dakini.
TRÊS REFÚGIOS – veja Triratna.
TRÊS REINOS INFERIORES – (1) o plano dos animais, (2) o plano dos fantasmas famintos, e (3) o dos seres do inferno.
TRÊS SELOS DO DARMA: as três características básicas da existência, que são: (1) impermanência, (2) o inter-relacionamento de todas as coisas e a conseqüente ausência de individualidade ou essência de todas as coisas, e (3) nirvana.
TRÊS TEMPOS – passado, presente e futuro.
TRÊS TIPOS DE CONHECIMENTO ALCANÇADOS POR SHAKYAMUNI – o primeiro é a lembrança de todas as suas existências anteriores – algumas agradáveis, outras dolorosas – que ele consegue ver como que iluminadas por um poderoso holofote; o segundo conhecimento, alcançado durante a segunda parte da noite de sua iluminação, possibilitou-lhe ver todos os seres em seus verdadeiros estados. Assim, pode ver todos os habitantes do universo em suas várias situações de prazer e dor, bem-estar e miséria, conforme o equilíbrio dos seus carmas; no terceiro conhecimento Buda, alcançado quando a sua noite histórica chegava ao fim, foi ele se sentir livre das limitações e impurezas da existência cármica, liberado para o nascimento final. O seu corpo físico precisava seguir o seu curso, porém isso não mais gerando conseqüências cármicas; quando, terminando sua vida, o corpo se dissolveria no Nirvana.
TRÊS VENENOS – cobiça, ira e ignorância, fontes de toda a ilusão e do sofrimento no mundo.
TRÊS VOLTAS DA RODA DO DARMA –
Primeira volta: proferida pelo Buda no Parque dos Cervos perto de Sarnath para os cinco primeiros discípulos humanos e uma grande assembléia de deuses, com o propósito de libertar os seres da enganosa concepção da existência de um “eu”. Seguidas por todas as radições do Darma, as doutrinas fundamentais da Primeira Volta são:
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as Três Marcas da Existência: impermanência, não-eu e sofriemnto.
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o Caminho do Meio: o caminho que evita os extremos do niilismo e eternalismo, ascetismo e auto-indulgência.
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as Quatro Nobres Verdades: (1) toda existência é caracterizada por sofrimento; (2) o sofrimento tem uma causa; (3) o sofrimento pode ter um fim; (4) o sofrimento pode terminar seguindo-se o Caminho.
As Quatro Verdades são explicadas pelo Buda de três maneiras: I) como as coisas são; II) o que deve ser compreendido; III) o Iluminado compreende todas as verdades.
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o Caminho de Oito Passos: (1) visão pura; (2) intenção pura; (3) fala pura; (4) ação pura; (5) modo de vida puro; (6) esforço puro; (7) atenção consciente pura, e (8) concentração pura.
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Corrente da Originação (Causação) Interdependente: o ciclo de doze elos das conexões causais que ligam os seres à existência samsárica; o ciclo que perpetua o sofrimento humano.
Segunda Volta: os ensinamentos transmitidos pelo Buda no Pico dos abutres perto de Rajagrha, a milhares de seguidores e inúmeros Bodhisattvas. O objetivo destes ensinamentos, proferidos por um período de muitos anos, é libertar os seres de todos os resíduos das visões falsas. Eles abrangem o Prajnaparamita, “Mãe de todos os Budas”, a origem de todos os veículos para a realização. Esta transmissão, que revela a profundidade da visão de Buda, ensinou o vazio de todos os elementos da realidade e a inseparabilidade da verdade relativa e da verdade última. Segundo estes ensinamentos, a união de meios hábeis com sabedoria desperta os Seis Paramitas, ou perfeições, a essência da prática do Bodhisattva: generosidade, conduta moral, paciência, vigor, concentração meditativa e sabedoria.
Terceira Volta: os ensinamentos proferidos pelo Buda em vários tempos e lugares a inúmeros Bodhisattvas. A amplitude da visão apresentada nestes ensinamentos extingue todas as concepções extremas, guiando os seres à compreensão correta, revelando o potencial para a Iluminação presente em todos os seres sencientes.
TRI-VIDHANI SHILANI (sânscr.) – os três tipos de preceitos do Mahayana para o Bodhisattva: (1) samvara-shila: preceitos do bodhisattva, como os cinco preceitos, os oito preceitos, os dez preceitos e os preceitos da ordenação plena. Seu propósito é levar os seres sencientes a se engajar em atividades íntegras e evitar más ações (Fo Guang Encyclopedia, pág. 6.847-6.848); (2) kushala-dharma-samgrahaka-shila: o preceito de fazer o voto de levar à completude todo Darma íntegro (qualquer atividade baseada em raízes benéficas, como ausência de paixão, agressão e ilusão) e cumprir todos os demais preceitos que levam à consciência búdica (Fo Guang Encyclopedia, pág. 6.849-6.850), e (3) sattvartha-kryia-shila: preceito de ser benéfico para os demais seres sencientes (Fo Guang Encyclopedia, pág. 6.849).
TRIKAYA (sânscr.) – no budismo Mahayana, os “Três Corpos do Buda”: (1) corpo do Darma (Dharmakaya), (2) corpo do êxtase completo (Sambhogakaya), e (3) corpo da emanação (Nirmanakaya).
TRILAKSHANA (sânscr.; páli, tilakkhana) – três ramos que caracterizam o samsara: (1) impermanência (anitya), (2) sofrimento (duhkha), e (3) o não-eu (anatman).
TRINTA E SETE CONDIÇÕES CONDUCENTES AO ESTADO DE BUDA – as 37 condições básicas que levam à iluminação. Consulte os Agamas para maiores detalhes.
TRIPITAKA – os ensinamentos do Buda formam um cânone chamado Tripitaka (sânscr.), ou Tipitaka (p?li): “Os três cestos”, pois subdivide-se em três categorias: Sutra (ensinamentos do Buda), Vinaya (preceitos e regras) e Abidharma (comentários sobre os ensinamentos do Buda). São dois os principais conjuntos de Tripitaka ou Cânones: o Theravada, escrito no idioma páli, e o Mahayana, escrito em sânscrito e preservado em chinês e em tibetano. O segundo inclui todos os textos do primeiro, além de conter sutras e comentários próprios.
TRIRATNA (sânscr.; páli, Tiratna; jap., Sanbô) – As Três Jóias, ou Os Três Preciosos, ou Jóia Tríplice, ou Os Três Refúgios do Budismo, que são: (1) o iluminado (Buddha), (2) o ensinamento (Dharma) e (3) a comunidade budista (Sangha).
TRISHARANA (sânscr.; páli Tisarana) – Três Refúgios, Triratna.
TRISIKSA – três treinamentos.
TRIVIDYA (sânscr.) – “três intuições”; a percepção intuitiva de que todos os fenômenos são impermanentes, dolorosos e desprovidos de essência.
TS'ANG-T'UNG-CHI'I (chinês; jap., Sandôkai) – identidade do Relativo e do Absoluto; poema do monge Zen chinês Shih-T'ou Hsi-Ch'ien (jap., Sekitô Kisen).
TS'AO-SHAN PEN-CHIH (chinês; jap., Sôzan Honjaku) – monge Zen japonês (840-901), um dos fundadores da linhagem Ts'ao-Tung[-Tsung] (Sôtô[-Shû]).
TS'AO-TUNG[-TSUNG] (chinês; jap., Sôtô[-Shû]) – escola Zen chinesa, fundada por Tung-Shan Liang-Chieh (jap., Tôzan Ryôkai) e Ts'ao-Shan Pen-Chih (jap., Sôzan Honjaku), introduzida no Japão pelo monge Eihei Dôgen.
TSO-CH'AN (chinês) – veja zazen.
TSONGKHAPA (tib., Tsong Kha Pa) – monge tibetano (1357-1419), também conhecido como Je Rinpoche, fundador da escola Gelug e criador dos ensinamentos Lamrim.
TSUNG-MI – monge chinês (780-841), último patriarca da escola chinesa Hua-Yen. Também conhecido como Mestre Kuei-feng.
TU-SHUN – monge chinês (557-640), primeiro patriarca da escola Hua-Yen.
TÜLKU (tib., Sprul Sku) – corpo de emanação, Sambhogakaya; no budismo tibetano, pessoa reconhecida como o renascimento de um Lama falecido.
TUMO (tib., Gtum Mo) – chama interior; uma das seis yogas de Naropa (Naro Chödrug).
TUSHITA ou Paraíso Tushita – reino habitado pelos “deuses contentes” (devas). Paraíso reservado a todos os Budas que necessitam renascer apenas uma vez mais na Terra para completar sua libertação dos últimos resquícios cármicos.
TZ’U-EN TA-SHIH (chinês) – o Grande Mestre Tz’u-en.
U
UDDAKA RAMAPUTA – segundo mestre indiano, após Alara Kalama, com quem Sidarta, e seus cinco companheiros de ascese, continuaram sua iniciação.
UNIDIRECIONALIDADE – o estado de se estar exatamente presente no momento dado; a capacidade de se concentrar ou de manter a atenção em uma determinada tarefa sem se distrair.
UNMEM[-SHÛ] (jap.) – escola Zen japonesa, derivada da escola Yun-Men[-Tsung] chinesa.
UNMON BEN'EN (jap.) – veja Yun-Men Wen-Yen.
UNSUI (jap.) – noviço Zen.
UPANISHAD – “doutrina” secreta, crenças; obras prolongando certas especulações dos Brahmana (interpretações do brahman).
UPALI – um dos principais discípulos de Buda, recitador do Vinaya Pitaka.
UPASAKA (sânscr. e páli) – leigo.
UPASIKA (sânscr. e páli) – leiga.
UPATISSA – mesmo que Shariputra.
UPAYA (sânscr.) – “métodos hábeis”, “métodos eficazes”; as técnicas pedagógicas e metodologias utilizadas por um Buda ou Bodhisattva para conduzir as pessoas à iluminação.
UPEKSHA (sânscr.; páli, upekka) – “equanimidade”; uma das quatro Brahma-Viharas.
URNA (sânscr.; páli, unna) – “lã”; tufo de pêlos entre as sobrancelhas, uma das 32 marcas ou sinais do Buda.
USHNISHA (sânscr.) – “turbante”; tornou-se a protuberância craniana na iconografia búdica; uma das 32 marcas ou sinais do Buda.
V
VACUIDADE – ausência ou falta de existência inerente, a natureza última de todos os fenômenos.
VAIBHASHIKA (sânscr.) – filosofia derivada da escola Sarvastivada.
VAIROCHANA (sânscr.; jap., Dainichi Nyorai) – “aquele que é como o sol”; um dos cinco Dhyani-Buddhas, muito venerado pela escola japonesa Shingon; personificação do dharmakaya; Buda que tem particular importância no budismo esotérico.
VAISHALI – um dos dezesseis reinos e também uma das seis grandes cidades da Índia antiga, localizada na margem setentrional do rio Ganges. O Buda Shakyamuni discursou ali em várias ocasiões, incluindo aquelas em que expôs o Sutra do Buda da Medicina e o Sutra Vimalakirti. Além disso, foi lá que se reuniu o Segundo Concílio budista da história em 383 a.E.C.
VAJRA (sânscr.; jap., Kongô-Sho; tib., dorje/ rdo rje) – diamante; símbolo do vazio indestrutível.
VAJRACCHEDIKA-PRAJNAPARAMITA SUTRA (jap., Kongô-Kyô) – Discurso do Lapidador de Diamantes da Perfeição da Sabedoria; texto do budismo Mahayana, integrante do Prajnaparamita Sutra.
VAJRADHARA (sânscr.; tib., Dorjechang/ Rdo Rje 'Chang) – Detentor do Vajra; no budismo Vajrayana, o Buda da Mente Pura, o aspecto Sambhogakaya do Buda.
VAJRADHARMA (sânscr.; tib., Dorjechö/ Rdo Rje Chos) – Ensinamento Vajra; no budismo Vajrayana, o Buda da fala pura.
VAJRASATTVA (sânscr.; tib., Dorje Sempa/ Rdo Rje Sems Dpa') – Ser Vajra; no budismo Vajrayana, o Buda do corpo puro, associado à purificação.
VAJRAYANA (sânscr.; tib., Dorjetepa/ Rdo Rje Theg Pa) – “Veículo de Diamante”; forma esotérica do budismo Mahayana, baseada nos ensinamentos dos Tantras. É a forma de budismo nativo do Tibete. Existem quatro grandes linhagens: Kagyu, Nyingma, Gelugpa e Sakya.
VASUBANDHU – monge indiano da escola Sarvastivada que se tornou um grande erudito budista, sendo convertido à escola Mahayana por seu irmão Asanga. Teria vivido por volta dos séculos IV-V E.C.
VAZIO – veja shunyata.
VATSIPUTRIYA – escola surgida por volta de 240 a.E.C. a partir da do grupo Sthaviravada; também conhecida como Pudgalavada.
VEÍCULO ÚNICO (sânscr., ekayana) – o veículo do Buda, o ensinamento uno que leva à suprema iluminação e ao alcance da budeidade. De um ponto de vista relativo, ekayana se opõe ao veículo do Buda ou do Bodhisattva (“grande veículo” ou Mahayana) e ao veículo do shravaka ou pratyekabuddha (“pequeno veículo” ou Hinayana); os três juntos são chamados “três veículos” (triyana), cujos ensinamentos são aplicados de acordo com a habilidade do praticante. Em sentido absoluto, ekayana se refere à realidade última, que inclui e transcende todos os ensinamentos oportunos e transitórios do Hinayana e do Mahayana. Quando o veículo absoluto do Buda é exposto, nenhum dos outros métodos permanece válido, já que somente ele expressa o supremo ensinamento do budismo. Este uso do conceito de ekayana é encontrado no Sutra Lótus, que esclarece que todos os seres – pessoas comuns e santos, homens e mulheres, leigos e sacerdotes – podem se iluminar. Em sua época, esse foi um ensinamento revolucionário, pois as mulheres e os seguidores leigos haviam sido considerados incapazes de alcançar o estado de Buda. O ensinamento do Sutra do Lótus proclama conter o mais perfeito ensinamento do budismo. É a base doutrinal das escolas Hua-yen e T'ien T' ai.
VENTOS INTERIORES – ventos especiais, relativos à mente, que fluem através dos canais do corpo. O corpo e a mente não podem funcionar sem esses ventos.
VESAK (páli) – mês de Maio; na lua cheia deste mês Shakyamuni teve o seu nascimento, a sua iluminação e a sua passagem ao Parinirvana.
VIBHAJYAVADA – escola surgida por volta de 240 a.C. a partir do grupo Sthaviravada; deu origem às escolas Mahishasika e Theravada.
VIDYA-CHARANA-SAMPANA (sânscr.) – “atividade da brilhante plenitude”; é um dos dez epítetos do Buda. Representa a iluminação suprema e a “atividade” que concerne à conduta que tem por base seguir os preceitos, praticar a meditação e aperfeiçoar a sabedoria. Portanto, pode-se dizer que o Buda alcançou a iluminação suprema como resultado da plena execução das práticas citadas.
VIHIMSA – crueldade, violência, tortura.
VIJNANAVADA (sânscr.) – veja Yogachara.
VIMALAKIRTI-NIRDESHA SUTRA (sânscr.) – Discurso de Vimalakirti; texto do budismo Mahayana escrito por volta do século II.
VINAYA (sânscr.) – regras monásticas.
VINAYA PITAKA (sânscr.) – Cesto das Disciplinas; parte do Tripitaka.
VIPAKA – resultado, conseqüência, efeito.
VIPASHYANA (sânscr.; páli, Vipassana) – veja Shamatha-Vipashyana.
VIRYA (sânscr. e páli) – esforço; uma das seis paramitas.
VISUDDHIMAGGA (páli) – a “Via da Purificação”; texto da escola Theravada escrito pelo monge Buddhaghosa que resumiu a parte do Abhidhamma sobre meditação no Visuddhimagga no século V E.C. Buddhaghosa explica que a “purificação” definitiva deve ser estritamente entendida como nibbana (sânscr.: nirvana), que é um estado alterado de consciência.
VOTO DE BODHISATTVA – o voto fundamental que é feito por um bodhisattva de salvar todos os seres sencientes da ilusão e do sofrimento.
VYAPADA – malevolência, má-vontade, ódio.
W
WAKA (jap.) – poema japonês de 31 sílabas.
WAT (tail.) – templo budista tailandês.
WATO (jap.) – ponto crucial de um kôan.
WEI LÜEH (chinês) – breve relato dos Wei.
WEI-SHIH (chinês) – (escola) Consciência-apenas.
WEI SHU (chinês) – história dos Wei.
WEN-SHU (chinês) – veja Manjushri.
WEN-TA (chinês) – veja mondô.
WON (cor.) – círculo; movimento budista coreano fundado pro Soe-tae San (1891-1943).
WU (chinês) – não-ser; veja bodhi, satori.
WU-CHING (chinês) – Cinco Clássicos.
WU-MEN-KUAN (chinês; jap., Mumonkan) – Portão sem Portão; coletânea de 48 kôans, compilados pelo monge chinês Wu-Men Hui-K'ai.
WU-MEN HUI-K'AI (chinês; jap., Mumon Ekai) – Monge Zen Chinês (1183-1260) da linhagem Yôgi da escola Rinzai, autor do Wu-Men-Kuan.
X
XÁTRIAS (sânscr., Kshatriya): segunda das quatro castas da antiga sociedade indiana, composta por guerreiros e governantes. Era a casta de Sidarta Gautama.
XINTOÍSMO – é a religião nativa do Japão, conhecida como o “caminho dos deuses”. Seus seguidores cultuam a natureza e seus antepassados.