Dogmas
Antes de conceituá-los lembremos que a postura dogmática é levada a termo pelos líderes de quase todos os setores de uma sociedade organizada, e, até mesmo, em um bando tribal humano.
Um dogma é uma verdade absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida. Por exemplo, na Política Partidária, na Multimídia da Propaganda, nas Ideologias que só visam o Poder para alguns…, na Religião. Na Igreja Católica Apostólica Romana, ele é farto, uma vez proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser revogado ou negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar. (Católico = Universal) Por isso, os dogmas constituem a base inalterável de toda a Doutrina Católica Romana, e qualquer católico é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável. Os dogmas têm estas características porque os cristãos romanos confiam que um dogma é uma verdade que está contida, implícita ou explicitamente, na imutável Revelação divina ou que tem com ela uma “conexão necessária”. Para que estas verdades se tornem em dogmas, elas precisam ser propostas pela Igreja Católica diretamente à sua fé e à sua doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério da Igreja (o Presidente da Indústria, o Papa ou Concílio Ecumênico com a sua presença), e do posterior ensinamento destas “verdades” pelo Magistério ordinário da Igreja. Para que tal proclamação ou clarificação solene aconteça, são necessárias duas condições: O sentido deve estar suficientemente manifestado como sendo uma autêntica verdade revelada por Deus. A verdade ou doutrina em causa deve ser proposta e definida solenemente pela Igreja Romana como sendo uma “Verdade Revelada”, e uma parte integrante da fé católica romana.
Mas, a definição dos dogmas ao longo da história da Igreja Romana não quer dizer que tais verdades só tardiamente tenham sido reveladas, mas que se tornaram mais claras e úteis para a Igreja na sua progressão na fé. Por isso, a definição gradual dos dogmas não é contraditório com a crença católica de que a Revelação divina é inalterável, definitiva e imutável desde da ascensão de Jesus. Os mais importantes dogmas, que tratam de assuntos como a Santíssima Trindade e Jesus Cristo, foram definidos nos Primeiros Concílios Ecumênicos; o Concílio Vaticano I foi o último a definir verdades dogmáticas (primado e infalibilidade do Papa). As definições de dogmas mais recentes estão a da Imaculada Conceição […] (1854) e da Assunção de Nossa Senhora […] (1950).
SÍNODO
Igreja Ortodoxa preferiu a palavra Sínodo para as reuniões eclesiais, o mesmo acontecendo com as Igrejas da Reforma protestante e calvinista. Após o Vaticano II, a palavra Sínodo adquiriu grande força na organização pastoral da Igreja Católica Romana, que realiza sínodos diocesanos, regionais, nacionais e continentais. Paulo VI, em 1965, instituiu o Sínodo dos Bispos, uma assembleia internacional de bispos para auxiliar o Papa no governo do Império da Igreja Romana. O Sínodo Diocesano, a partir de 1983, significa a reunião do bispo com os delegados dos presbíteros, diáconos, religiosos e leigos. É a Igreja que, sobretudo depois do Concílio Vaticano II, se caracteriza como comunhão. São Concílios convocados por iniciativa do Imperador que via na unidade da fé um pressuposto para a unidade do Império. Geralmente foram celebrados no Oriente, com escassa participação ocidental. A presença dos legados papais garantia a ecumenicidade do Concílio, como também a autoridade do Concílio dependia da ratificação de Roma. A assinatura final do Imperador tornava as decisões conciliares obrigatórias no Império.
CONCÍLIOS
A palavra Concílio significa “assembleia reunida por convocação”. É uma instituição tradicional na vida da Igreja Romana desde os tempos apostólicos, quando vimos os apóstolos reunidos em Jerusalém para discutirem a questão da disciplina a ser aplicada aos judeus-cristãos e aos pagãos convertidos à fé cristã.
1) Niceia (325): Condenou Ario e formulou o Credo niceno. Definiu que o Verbo, Jesus, é Deus verdadeiro, gerado de Deus verdadeiro, e tem a mesma substância do Pai.
2) Constantinopolitano I (381): Reafirmou o Credo niceno e condenou Apolinário. Proclamou que o Espírito Santo procede do Pai e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado.
3) Éfeso (431): Condenou Nestório e aprovou as Cartas de Cirilo. Maria é Mãe de Deus (Theotokos).
4) Calcedônia (451): Condenou Êutiques e formulou uma profissão de fé cristológica: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, tem uma só pessoa (divina) em duas naturezas (divina e humana), sem divisão nem separação. Da não aceitação das decisões conciliares surgiram as Igrejas “monofisitas”. Elas afirmam que em Jesus há uma única natureza.
5) Constantinopolitano II (553): Condenou os “Três Capítulos” (escritos filo-nestorianos) e rejeitou o origenismo. Sublinhou a unidade da Pessoa do Verbo encarnado.
6) Constantinopolitano III (680-681): Condenou o monotelismo, reafirmando as duas naturezas da única Pessoa de Cristo, para afirmar a existência, nele, de suas vontades (divina e humana).
7) Niceia II (787): Condenou o iconoclasmo (proibição do culto às imagens): justificando o culto das imagens (ícones), naturalmente culto de honra e não de adoração. Foi um grande problema na vida da Igreja oriental.
8) Constantinopolitano IV (869-870): Condenou Fócio, patriarca de Constantinopla. Decisão não aceita pelos ortodoxos, pois viram nessa atitude de Roma uma intromissão ilegítima na vida de um outro Patriarcado. Os sete primeiros Concílios ecumênicos detêm uma autoridade própria por representarem a vida da Igreja Romana una e indivisa do primeiro milênio. Receberam o nome de “ecumênicos” mas, na verdade, prevaleceu o costume de denominá-los Concílios Gerais da Igreja do Ocidente, pois foram celebrados após o cisma de 1054 entre a Igreja católica e a ortodoxa, entre Oriente e Ocidente.
OS CONCÍLIOS MEDIEVAIS
9) Lateranense I (1123) – Celebrado em São João de Latrão. Este concílio limitou o poder imperial na vida interna da Igreja e acentuou a centralização da Igreja em Roma.
10) Lateranense II (1139) – Condenou Arnaldo de Bréscia e publicou os decretos de reforma.
11) Lateranense III (1179) – Discutiu os procedimentos para a eleição de um Papa.
12) Lateranense IV (1215) – Condenou o maniqueísmo, a publicação dos decretos de reforma e instituiu o Tribunal da Inquisição para o combate à heresia. Foi o maior Concílio medieval e sinalizou o apogeu do poder papal.
13) Lyon I (1245) – Destronizou Frederico II, imperador insubmisso à autoridade papal.
14) Lyon II (1274) – Buscou reunificar a Igreja oriental e ocidental, mas com sucesso limitado. Procurou-se solucionar as questões disciplinares na vida da Igreja e alargar a ação reformadora dos papas. Cresce o poder pontifício.
15) Vienne (1311-1312) – Discutiu o problema da Ordem dos Templários, vítimas de acusações injustas, a cobiça dos reis e a pobreza franciscana.
16) Constança (1414-1417) – Fim do grande Cisma do Ocidente, mas logo tornado sem efeito, pois a Igreja passa a ser governada por dois – num tempo três – papas.
17) Ferrara-Florença (1437-1439) – Buscouse alcançar a reunificação com a Igreja do Oriente, mas, devido aos condicionamentos políticos – Constantinopla necessitava da ajuda militar do Ocidente contra os turcos – não foi aceito pelo povo e pelo clero bizantino. Em 1453 Constantinopla caiu nas mãos dos turcos, terminando o Império Romano do Oriente.
18) Lateranense V (1512-1517) – Debateu-se a reforma da Igreja, assolada pela corrupção em Roma e em muitas dioceses e mosteiros. As decisões sobre a reforma foram ignoradas porque atingiam privilégios da Cúria romana e o papa estava mais preocupado com a política eclesiástica. O final do Concílio coincide com o início da pregação reformadora de Martinho Lutero.
OS CONCÍLIOS DA ERA MODERNA
19) Trento (1545-1563) – Os bispos deram uma resposta satisfatória e possível às questões teológicas suscitadas pela Reforma protestante. Foi o grande Concílio que iniciou a Contra Reforma, isto é, a verdadeira reforma da vida interna da Igreja, salientando-se a missão espiritual e pastoral dos bispos e padres. Marcou a fisionomia da Igreja até nossos dias.
20) Vaticano I (1869-1870) – Convocado por Pio IX em meio aos ataques do racionalismo,positivismo e socialismo, na iminência da conquista de Roma que pôs fim aos Estados Pontifícios, afirmou a origem divina da Revelação e sancionou a infalibilidade papal em questões de fé e de moral, centralizando o catolicismo na pessoa do Papa.
21) Vaticano II (1962-1965) – Convocado por João XXIII e concluído por Paulo VI, procurou responder aos grandes desafios postos à vida da Igreja pela modernidade. Eminentemente pastoral, o Vaticano II deu à Igreja um novo modo de olhar o mundo (ser solidária), os outros cristãos (ecumênica), as outras religiões (dialogante). Igreja Povo de Deus, servidora do mundo e da humanidade. Deu um grande impulso na renovação da vida interna da Igreja, dos estudos bíblicos e da liturgia.