Dicionário-Texto de Budismo: N – P

 

N

 

NADI (sânscr.) – canais de energia pelos quais circula o prana.

NAGA (sânscr.; chinês, long; jap., ryû) – dragão aquático com corpo de serpente e cabeça humana; são oito os Reis considerados dragões: Nanda, Upananda, Sagara, Vasukin, Taksaka, Anavatapta, Manasvin e Utpalaka.

NAGARJUNA (sânscr.; jap., Ryûjun) – monge indiano (séculos II-III), fundador da filosofia Madhyamika (Caminho do Meio). Brâmane do Behar que arrancou às Nagas alguns escritos que haviam sido redigidos sob ditado de Buda. É considerado, de acordo com a tradição Zen, o 14º patriarca da linhagem indiana. Não há datas seguras sobre ele (vida provável no século II ou III da E.C.). Sua obra mais importante é Mula-Madhyamika-Karika (“Versos sobre o Ensinamento do Meio”).

NALANDA, MONASTÉRIO – universidade monástica indiana, fundada por volta do século II e destruída pelos muçulmanos entre os séculos XII-XIII.

NAMAS (sânscr.; páli) – “submeter-se” ou “refugiar-se em”; devoção plena, ou o ato de “jogar fora” o corpo e a mente.

NAMU ou namu kie (jap.) – buscar refúgio.

NAN MO A MI TUO FO ( chinês, “Salve, Buda Amitabha!”) – talvez esta seja a frase mais usada no budismo chinês. Baseia-se nos sutras que contam a lenda de Dharmakara Bodhisattva, atualmente chamado Buda Amitabha que prometeu presidir uma Terra Pura (chinês, Nian Fo; jap., Jingtu) quando se tornasse Buda e que essa terra seria um reino fora do samsara (daí ser pura); ali os seres humanos poderiam nascer simplesmente invocando o nome do Buda. Seria, então, fácil e garantido prosseguir até o Nirvana. Como se pode praticar a Nian Fo na vida cotidiana, o Budismo da Terra Pura é tão popular entre os leigos como entre os que vivem em ordens monásticas.

NÃO-EXISTENTE – muito mais do que se referir à “não-existência”, esse termo significa “além de qualquer conceituação da existência”.

NÃO-MENTE (chinês, wu-hsin; jap., mu-shin) – expressão para “desapego da mente”, estado de plena naturalidade, completamente livre do raciocínio e do sentimento dualistas.

NÃO-PENSAMENTO – experiência da existência anterior à conceituação; contu­do, a mente, de modo consciente, reconhece ou se apega a essa experiência.

NÃO-PENSAR – condição em que não há nenhum reconhecimento por parte da consciência acerca do não-pensamento. Até mesmo a experiência da ilu­minação foi abandonada ou transcendida. O não-pensar é o verdadeiro vazio.

NÃO-PESSOA – condição anterior à conceituação do eu ou ao surgimento do “eu” e do “meu”.

NÃO-SOM – condição anterior à conceituação do som ou do não-som, ou seja, anterior ao ato de se ouvir o som ou o silêncio. O termo não significa silêncio.

NARAKA (sânscr.; páli, niraya) – reino do inferno; um dos seis gati.

NARO CHÖDRUG (tib., Na Ro Chos Drug) – Seis Yogas de Naropa; ensinamentos Vajrayana do mahasiddha indiano Naropa que foram transmitidos ao tradutor tibetano Marpa: (1) chama interior (tumo), (2) corpo ilusório (gyulü), (3) sonho (milam), (4) clara luz (ösel), (5) estado intermediário (bardo) e (6) transferência de consciência (p'howa).

NAROPA (tib., Na Ro Pa) – Mahasiddha indiano (1016-1100), discípulo de Tilopa e mestre do tradutor Marpa.

NATUREZA DE BUDA – a mente raiz de um ser sencien­te e sua natureza última. Natureza de Buda, linhagem de Buda e Buda semente são sinônimos. Todos os seres sencientes têm a linhagem de Buda; portanto, todos têm o potencial para atingir a Budeidade.

NEHAN (jap.) – veja Nirvana.

NEMBUTSU (jap.) – recitação do nome do Buda Amitabha (Amida); prática das escola Jôdo[-Shû] E Jôdo-Shin[-Shû].

NGÖNDRO (tib., Sngon 'Gro) – literalmente corpo, fala, mente; práticas preliminares do budismo Vajrayana

NIAN FO (chinês; jap., Jingtu) – “Invocação a Buda”; é o Budismo da Terra Pura.

NICHIREN – monge japonês (1222-1282), fundador da escola Nichiren[-Shü].

NICHIREN[-SHÛ] – Escola do Lótus do Sol; escola japonesa fundada pelo monge Nichiren, baseada no Sutra do Lótus (Saddharma-Pundarika Sutra).

NIDANA (páli) – vide Doze condições causais.

NIKAYA (páli) – coleção dos 5 discursos de Buda (Sutta): (1) Digha-Nikaya, (2) Majjhima-Nikaya, (3) Samyutta-Nikaya, (4) Anguttara-Nikaya, (5) Khuddaka-Nikaya.

NIMITTA – sinal, imagem mental surgida através da meditação sucessiva, mas que aparece como se fosse vista pelos olhos.

NIRMANAKAYA (sânscr.) – “corpo de transformação”; corpo de um Buda, o corpo-forma de todos os Budas como se apresentam para os seres ainda incapazes de apreender o sambhogaka­ya, o corpo verdadeiro do estado búdico, que não tem forma; é um dentre os três corpos (trikaya) do Buda, sendo sambhogakaya e o dharmakaya os outros dois. O nirmanakaya de um Buda é uma projeção compassiva de seu sambhogakaya. Veja trikaya.

NIRODHA (sânscr.) – cessação (do sofrimento); uma das Quatro Verdades Nobres.

NIRVANA (sânscr.; páli, Nibbana; chinês, Nieh-P'an; jap., Nehan) – “extinção”; extinção do sofrimento, isto é, de todas as causas que levam ao renascimento; interrupção do ciclo de nascimento e morte, meta última da prática budista. O significado original desse termo é “apagar-se ou extinguir-se por falta de combustível” (isto é, de desejo). Nirvana é a ces­sação da ignorância e a união com a Verdade ou a transcendência da duali­dade. É relacionado com o estado de iluminação alcançado pelo Buda. É também o nome de um ramo do budismo chinês, originado o século V, centralizado nos ensinamentos do Mahaparinirvana Sutra.

NISSARANA (páli) – ao que Shakyamuni chamou como a grande “libertação”.

NOVE PERMANÊNCIAS MENTAIS – os nove níveis de concentração que conduzem ao tranqüilo-permanecer. São eles: po­sicionar a mente, contínuo-posicionamento, reposicionamento, estreito posicionamento, controlar, pacificar, pacificar completamente, unifocali­zação, posicionar no equilíbrio.

NYINGMA[-PA] (tib., Rnying Ma [Pa]) – Escola Antiga; escola Vajrayana tibetana surgida a partir dos ensinamentos Dzogchen dos indianos Padmasambhava, Vimalamitra e Vairochana (século VIII).

NYORAI (jap.) – veja Tathagata.

 

O

 

O MI TO FO (chinês; sânscr.: Buddha Amitabha) – “luz infinita”; Buda da vida e da luz infinitas. Amitabha é um dos mais populares no budismo Mahayana. Habita a Terra Pura Ocidental da Suprema Bem-Aventurança.

OBAKU (falecido em 850) – nome japonês dado ao monge budista chinês Huang­-po, o mestre rinzai (Lin-Chi), fundador da escola Rinzai.

OBSTRUÇÕES À LIBERTAÇÃO – obstruções que impedem a conquista da libertação. Todas as delusões, como a ignorân­cia, o apego e a raiva, juntamente com as suas sementes, são obstruções à libertação. Também são chamadas de obstruções-delusão.

OBSTRUÇÕES À ONISCIÊNCIA – as mar­cas das delusões que impedem a realização direta e simultânea de todos os fenômenos. Só os Budas superaram estas obstruções.

ODDYANA (sânscr.; tib., Orgyen/ tib., O Rgyan) – região no vale do Swat, entre o Afeganistão e o Paquistão, onde teriam surgido os tantras do budismo Vajrayana.

OITENTA NOBRES QUALIDADES (sânscr., asity-anuvyanjanani) – também conhecidas como “oitenta marcas acessórias”; são as características secundárias de Budas e Bodhisattvas.

OITENTA SINAIS SECUNDÁRIOS DO BUDA – são as oitenta marcas do Buda, como: lóbulos das orelhas muito longos, língua muito longa, occipício muito saliente, mãos macias, cabelo escuro-azulado, etc.

OITO GRANDES ESCOLAS DO BUDISMO MAHAYANA CHINÊS

1. Escola Hua-Yen ou Guirlanda de Flores – enfatiza a interconexão entre todas as coi­sas, tudo é um, e baseia-se nos ensinamentos do Sutra Avatamsaka.

2. Escola T'ien-T'ai – enfatiza prática e estudo.

3. Escola Terra Pura – baseada no Sutra Amitabha, é a forma mais popular de budismo no Extremo Oriente. Nela, a ênfase é colocada na poder do Buda Amitabha de auxiliar os praticantes.

4. Escola da Disciplina (vynaya) – maior ênfase dada à disciplina monástica.

5. Escola Ch’an – cuja principal prática é a meditação.

6. Escola do Caminho do Meio (Madhyamika) – segue os Três Tratados de Nagarjuna.

7. Escola Fa-hsiang ou Marcas da Existência – tem como foco o fato de que tudo está na mente e que o mundo externo não possui realidade própria.

8. Escola Tântrica (chinês, Mi-tsung: Escola dos Segredos) – no Japão denomina-se Escola Shingon.

OITO PERCEPÇÕES DOS GRANDES SERES – (1) perceber que este mundo é impermanente; (2) perceber que o desejo excessivo causa sofrimento; (3) perceber que a mente é insaciável e luta constantemente por mais agravando suas transgressões e erros; (4) perceber que a indolência leva à ruína; (5) perceber que a ignorância engendra o ciclo de nascimento e morte; (6) perceber que se ressentir da pobreza e do sofrimento só os faz aumentar; (7) perceber os cinco desejos apenas acarretam infortúnios, e (8) perceber que a vida e a morte são chamadas bruxuleantes e que o sofrimento é infindável.

OITO PRECEITOS DE PURIFICAÇÃO – são os 8 preceitos determinados pelo Buda para oferecer ao leigo a oportunidade de viver em um monastério por um dia e uma noite e, assim, aprender e vivenciar a vida monástica. Eles englobam os cinco preceitos básicos – (1) não matar; (2) não roubar; (3) não ter má conduta sexual; (4) não mentir; (5) não se intoxicar com drogas ou bebidas alcoólicas – e mais três disciplinas adicionais: (6) não usar perfume, não cantar e não dançar; (7) não dormir em cama luxuosa; (8) não se alimentar fora dos horários determinados. Veja Dez Preceitos.

OITO QUALIDADES DA ÁGUA DE UMA TERRA PURA – (1) aquieta a sede e a fome; (2) assentada; (3) brilhante; (4) clara; (5) doce; (6) fria; (7) macia, e (8) nutritiva.

OITO SÍMBOLOS AUSPICIOSOS (sânscr., ashtaman­gala) – oito símbolos de veneração de um monarca universal, e, por extensão, de um Buda. Nos monastérios chineses eles estão freqüentemente colocados em um pedestal de lótus em frente a estátuas de Buda. São eles: (1) guarda-sol (símbolo de dignidade real, com escudos de defesa); (2) dois peixes (emblema indiano do monarca universal); (3) concha (símbolo de vitória em batalha); (4) lótus florida (símbolo de pureza); (5) vaso de água sagrada (com o néctar da imortalidade); (6) bandeira desfraldada (emblema da vitória da espiritualidade); (7) laço da eternidade; (8) roda dos ensinamentos (dharma-chakra).

OITO SOFRIMENTOS – o Buda Shakyamuni disse que existem oito tipos básicos de sofrimento na vida: nascimento, envelhecimento, doença, morte, separação daquilo que amamos, experiência do que não gostamos, necessidades não satisfeitas e os males dos Cinco Skandhas.

OITO TIPOS DE SERES SUPRA-MUNDANOS ou Supra-humanos – devas (deuses), nagas (dragões), yakshas (duende), gandharvas (músicos celestes), asuras (espíritos lutadores), garudas (pássaros gigantes), kinnaras (cantores celestiais), e mahoragas (demônios com forma de grande cobra). Seriam protetores do Budismo.

OLHO DE BUDA – a visão universal; ver como um Buda veria.

OM também AUM ou pranava (sânscr.) – o maior símbolo de compreensão e de veneração do conhecimento espiritual no Hinduísmo, que também aparece no budismo (particularmente no Vajrayana) como uma sílaba mântrica, mas, com um sentido diferente do que tem no Hinduísmo. OM é um símbolo de forma como também de som. Esta sílaba não é uma palavra mágica e nem deve ser considerada como uma palavra; é a manifestação do poder espiritual.

OM MANI PADME HUM (tib.) – “A Jóia no Lótus, Hum”; mantra de Avalokteshvara (tib.: Chenrezig), no Budismo Tibetano.

ÔRYÔ[-HA] (jap.; chinês, Huan-Lung-Pa'i) – linhagem da escola Rinzai, pertencente ao Goke-Shichishû do budismo Zen; foi introduzida no Japão pelo monge Zenji Eisai.

ORYÔKI (jap.) – no budismo Zen, refeição silenciosa.

ÖSEL (tib., 'od gsal) – clara luz; uma das seis yogas de Naropa (Naro Chödrug).

OTERA (jap.) – veja tera.

OUVINTES – um dos dois tipos de praticantes Hinayana. Tanto os Ouvintes como os Realizadores Solitários são Hinayanistas, mas eles diferem na sua motivação, comportamento, mérito e sabedoria. Em todos estes pontos os Realizadores Solitários são superiores aos Ouvin­tes. Existem oito tipos de Ouvintes segundo o nível de delusão que eles abandonaram: vizinhos da aquisição de um Ingressante-na-Corrente, os que estão na aquisição de um Ingressante-na-Corrente, vizinhos da aqui­sição de um Retornado Uma Vez, os que estão na aquisição de um Retomado Uma Vez, vizinhos da aquisição de um Nunca-Retomado, os que estão na aquisição de um Nunca Retornado, vizinhos da aquisição de um Destruidor de Inimigos, os que estão na aquisição de um Destrui­dor de Inimigos. Um Ingressante-na-Corrente está no caminho da visão e nunca mais renascerá nos três reinos inferiores; os que estão no esta­do Retornado Uma Vez, vão retornar ao reino do desejo só mais uma vez; e os Nunca-Retornados nunca mais vão voltar ao reino do desejo.

 

 

P

 

P'HOWA (tib., 'pho ba) – transferência de consciência; uma das seis yogas de Naropa (Naro Chödrug).

P'HURBA (tib., phur pa) – no budismo Vajrayana, faca que simboliza a eliminação do apego ao eu, a transmutação das energias negativas através da compaixão.

P’I-T’AN (chinês) – (escola) Abhidharma.

P'U-HSIAN (chinês) – veja Samantabhadra.

P’U-SA (chinês) – veja Bodhisattva.

P'U-T'I-TA-MO (chinês) – veja Bodhidharma.

PADMA (sânscr.; tib., Pema/ Pad Ma) – “flor de lótus”; um dos Oito Símbolos Auspiciosos; o lótus representa a pureza.

PADMASAMBHAVA (sânscr.; tib., Pemajungne/ Pad Ma 'Byung Nas) – missionário cachemiriano também conhecido como o Guru Rinpoche (Mestre Precioso), um dos introdutores do budismo tântrico no Tibete (século VIII), cujo caráter esotérlco e mágico condizia com o país. É considerado fundador da escola Nyingma.

PADMASANA (sânscr.) – “postura do lótus”. Veja kekka-fuza.

PAGODA – veja stupa.

PAI-LIEN[-TSUNG] (chinês) – Escola do Lótus Branco; escola Terra Pura chinesa, fundada pelo monge Mao Tzu-yuan (século XII).

PAI (PO)-LUN (chinês) – tratado em cem versos.

PÁLI – dialeto indiano derivado do sânscrito; a língua do cânone da escola Theravada.

PANCHEN LAMA (tib., Pan Chen Bla Ma) – título honorífico dado pelo quinto Dalai Lama (1617-1682) ao abade do monastério tibetano Tashilhunpo.

PARAMARTHA – tradutor indiano (499-569), responsável pela versão chinesa de 278 volumes de textos buddhistas.

PARAMITA (sânscr.) – “aquele que alcançou a outra margem”; verdade transcendental, perfeição. Veja Seis Paramitas.

PARINIRVANA (sânscr.; páli, Parinibbana) – “total extinção”; esta palavra é em geral aplicada ao Nirvana antes ou depois da morte; extinção final do sofrimento, Nirvana final. Algumas vezes quer dizer apenas a morte de um grande monge ou monja. É o grande Nirvana do Buda Shakyamuni, ao qual adentrou aos 80 anos de idade num local chamado Kusinara, atualmente Uttar Pradesh.

PATAKA (sânscr.) – “bandeirolas da longevidade” (de cinco cores). No budismo confeccionar e pendurar bandeirolas são formas de acumular diferentes bênçãos e virtudes. Esse ato pode também expressar o grande poder dos Budas e Bodhisattvas, que lhes possibilita domar as paixões e tentações humanas que obstruem a prática individual.

PATIMOKKHA – conjunto de regras integrante do Cânone Páli à vida monástica budista. Inicialmente foram somente 10 regras, que foram complementadas posteriormente. Hoje um monge tem 227 injunções (no Budismo Humanista são 250 para o monge, e 345 para a monja; são mais restrições exatamente pelo fato dos monges e monjas saírem de seus monastérios para o convívio dos seus semelhantes). O Patimokkha é uma parte inicial da Vinaya (Conduta ou Disciplina), um dos três Tripitaka.

PATTICA-SAMUPPADA (páli) – Lei da Causalidade Interdependente, ou Origem Dependente, ou Gênese Condicionada; são 12 as causas (nidanas) de todo o sofrimento, como 12 elos simbolizando a Roda da Vida: (1) ignorância (incompreensão da impermanência); há individualidade e ilusão de um eu (avidya), (2) através da individualidade estão condicionadas as ações volitivas ou formações cármicas (samkhara), (3) através das ações volitivas (cármicas) surge a consciência ou conhecimento (vijnana), (4) por causa da consciência, há nome e forma, ou através da consciência estão condicionados os fenômenos mentais e físicos (nama-rupa), (5) por causa do nome e forma, há os seis sentidos , ou através dos fenômenos mentais e físicos (mente e corpo) estão condicionados as seis faculdades sensoriais: visão, audição, olfato, tato, paladar e a faculdade do órgão da mente (sadaytana), (6) por causa dos seis sentidos, há o contato (sparsa), (7) por causa do contato, há sensação (vedana), (8) por causa da sensação, há desejos (tanha), (9) por causa dos desejos, há apego (upadana), (10) por causa do apego, há existência individual (de um “EU”), ou através do apego surge o condicionamento do processo de vir-a-ser (bhava), (11) por causa da existência individual, há existência terrena, ou através do processo de vir-a-ser surge o processo cármico (nascimento) (jati), e (12) por causa da existência terrena, há decadência e morte, ou através do renascimento ficam condicionados: a decadência, a velhice, a morte, lamentações, sofrimentos, tristezas e desespero (jaramarana).

PATRIARCA – fundador de uma escola ou um de seus sucessores na linhagem de transmissão de ensinamentos.

PERÍODO DO DARMA APARENTE – segundo dos três períodos sob a influência do Darma, que são: (1) Período do Darma Correto (saddharma), época em que o Buda ainda vivia neste mundo e ministrava seus ensinamentos, na qual muitos alcançaram a iluminação depois de ouvir os ensinamentos do Buda e praticá-Ios; (2) Período do Darma Aparente (saddharma-pratirupaka): época em que os ensinamentos do Buda são praticados, mas a iluminação raramente é alcançada; 3) Período do Darma Declinante (saddharma-vipralopa): época em que os ensinamentos ainda existem, mas em que é raríssimo alcançar a iluminação.

PENSAMENTO EQUIVOCADO – diz respeito às falsas aparências internalizadas que decorrem da falsa noção de individualidade. São um vasto conjunto de memórias escolhidas, desculpas egoístas, fantasias egocêntricas, intenções vis. Veja kleshas.

PERSPECTIVA EQUIVOCADA – corresponde às nossas filosofias de vida: são opiniões erradas que desencadeiam pensamentos e ações erradas. Levam às obsessões nocivas que contradizem os ensinamentos do Buda. Veja kleshas.

PICO DA ÁGUIA – uma colina, a nordeste da Índia, dada ao Buda como um lugar de retiro para seus seguidores.

POLIMOKKHA (páli) – “as palavras do alívio”; coletânea dos manda­mentos cuja recitação periódica é obrigatória.

PRAJAPATI (sânscr.) – “Senhor das Criaturas”; personificação do Criador e do Universo.

PRAJNA (sânscr.; páli, Panna; jap., hannya) – “sabedoria”; saber que transcende a dualidade de sujeito e objeto; uma das seis paramitas. Noção fundamental do budismo Mahayana, refe­re-se à sabedoria intuitiva que pode ser experimentada a qualquer momento e não se transmite por meio de conceitos ou termos intelectuais. Compreender prajna é tido como o mesmo que iluminação, sendo esta uma das marcas es­senciais do estado de Buda.

PRAJNAPARAMITA SUTRA (sânscr.) – Discurso sobre a Perfeição da Sabedoria; coleção de aproximadamente 40 textos do budismo Mahayana, incluindo o Sutra do Coração (Mahaprajnaparamita-Hridaya Sutra) e o Sutra do Diamante (Vajracchedika-Prajnaparamita Sutra).

PRAKRITI – a matéria; aquilo que engendra (doutr. sankhya), isto é, a Mãe imensa unida a Purusha, o Macho universal.

PRANA (sânscr.) – vento de energia sutil; simplesmente: respiração.

PRANAYANA (sânscr.) – no Ioga, é o “controle da respiração”, o qual constitui um exercício próprio destinado a unificar a consciência, a fim de alcançar níveis de percepção supra-sensoriais.

PRASADHA (sânscr.) – crescer limpo e brilhante, ou tornar-se tranqüilo. A raiz do verbo é sad, “cair”. Assim, instalamo-nos firmemente na claridade e na tranqüilidade.

PRÁTICA DO BUDISMO HUMANISTA CH'AN – o VM Hsing Yün nos diz: “o Ch'an não é alguma coisa que se possa experimentar através de meras palavras; é necessário ser praticado. Gostaria de dar algumas sugestões de como praticar o Ch'an”.

Investigar o Ch'an através da dúvida — “Em outras religiões, não há lugar para a dúvida; temos que acreditar incondicionalmente. Mas o Ch'an encoraja-nos a começar pela dúvida. Uma pequena dúvida levará a uma pequena realização. Sem a dúvida, não haverá realização”.

Procure a realização através da contemplação — “Uma vez a dúvida despertada, precisamos contemplá-la a fim de alcançar a realização. Kung-an e Hua-tou como ‘Qual era nossa face original antes de termos sido gerados pelos nossos pais?’ ‘Os cães têm a Natureza de Buda?’, são planejadas para levantar dúvida pelo praticante Ch'an. Contemplação diligente do Kung-an e Hua-Tou levarão eventualmente à realização”.

Estudo do Ch'an pelo questionamento — “Quando contemplando Hua-tou a coisa mais importante é continuar se questionando até a realização ser alcançada. É como tentar apanhar um ladrão; temos que continuar perseguindo sem desistir. Por exemplo, quando contemplando ‘Quem está recitando o nome do Buda’ podemos perguntar, ‘É a mente que está recitando?’ ‘Quem é a mente?’ Se a mente sou eu, então é a boca que está recitando o nome do Buda, não eu?’ ‘Se a boca sou eu, então é o corpo que faz prostrações ao Buda, não eu?’ ‘Se o corpo sou eu, então são os olhos que prestam homenagem à imagem de Buda, não eu?’ Se prosseguirmos a inquirir desse modo, a realização será alcançada”.

Realize o Ch'an através da experiência pessoal — “Para praticar o Ch'an, temos que começar duvidando, contemplando, questionando; mas o estágio final e mais importante é a experiência pessoal. O Ch'an não é algo que é expresso em palavras não contempladas por nossos corações e mentes; de fato, temos que abandonar tudo isso para experimentar o Ch'an. Realização é o estado da mente que não pode ser descrito em palavras. O Ch'an pode apenas ser experimentado por aqueles que o alcançaram. Você já ouviu um riacho murmurante? Isto é o som do Ch'an. Você já olhou para as folhas verdes de um salgueiro? É a cor do Ch'an. Você já viu o coração do lótus florescer? É a mente do Ch'an. Espero que vocês encontrem a mente do Ch'an”. (www.templozulai.org.br)

PRÁTICAS HERÉTICAS – aquelas cujo objetivo é conquistar poderes mágicos ou libertação de uma fonte externa.

PRATIMOKSHA (sânscr.; páli, patimokkha) – “redenção”; libertação individual.

PRATITYA-SAMUTPADA (sânscr.; páli, pariccha-samutpada) – surgimento interdependente.

PRATYEKA (sânscr.) – aquele que alcança a iluminação mediante seus próprios esforços (sem a orientação de um mestre) e que não pretende orientar os outros na direção da iluminação. .

PRATYEKA-BUDDHA (sânscr.; páli, Paccheka-Buddha; chinês, Pi-Chih-Fo; jap., Byakushi-Butsu) – realizador solitário; arhat que alcança o Nirvana solitariamente. Refere-se a quem, vivendo em uma época destiruída da presença de um Buda, desperta para a verdade por seus próprios esforços. Como os shravakas e ao contrário dos bodhisattvas, buscam a libertação apenas para si. Veja “Pequeno Veículo”.

PRECEITOS – regras de conduta e disciplina estabelecidos pelo Buda. Veja Três preceitos; Cinco preceitos; Oito preceitos de purificação; Dez preceitos; Dez bons caminhos.

PRECEPTOR – um Guia Espiritual que nos dá votos ou com­promissos a serem observados. Veja Guru.

PRETA (sânscr.; páli, peta) – fantasma faminto, espírito carente, ido, morto, sombra; um dos seis gati.

PRIMEIROS DISCÍPULOS DE BUDA – logo após Sidarta atingir a Iluminação sob a árvore Bodhi, dois mercadores, chamados Tapussu e Bhalluka, apareceram; ofereceram ao Buda farinha e mel, e ficando a par do que acontecera, tornaram-se seus primeiros discípulos, isto é, os dois primeiros budistas da História. Gautama tinha então 35 anos de idade.

PU-TAI – monge Zen chinês (século X), considerado uma encarnação do bodhisattva Maitreya e geralmente representado como o Buda da Felicidade (Mi-Lo-Fo em chinês).

PU-K’UNG (chinês) – Amoghavajra.

PUDGALAVADA (sânscr.) – veja Vatsiputriya.

PUJA (sânscr.) – serviço religioso.

PUNYA (sânscr.) – mérito, virtude.

PURUSHA DAMYASARATHI ver Verdadeiro Homem que Doma e Harmoniza. O homem eterno e primordial. A alma dó Universo.

 

 

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