A Meditação Budista

JAYA BAGAVAN

SAUDAÇÃO AO DIVINO

       Meditar significa observar nossa metamorfose, ou seja, a nossa constante transformação sem apego ou aversão. Meditar significa concentrar num ponto escolhido percebendo a impermanência dos pensamentos e sensações que passam  frutos da nossa mente. Meditar pode ser a cada momento permanecendo completamente consciente, pleno no aqui e no agora. Meditar vem do latim “meditare” e que vem da raiz “medire” que significa “uma reflexão que leva a cura” e que deu origem a palavra “médico”.

      Para Patanjali, sintetizador do Yoga, meditar é a sétima etapa do caminho óctuplo que levará ao Samádhi, estado de iluminação.

       Como foi iniciado o caminho de Buda?

         O Buda Sakyamuni, conhecido como o Buda histórico, encontrou dois mestres quando deixou o palácio onde seria rei, estes mestres  foram:

  • Arada kalapa
  • Rudraka Râmaputra

Estes mestres era Yogues ascetas e Sidarta se embrenhou na floresta para durante seis anos praticar o ascetismo com eles, cobrindo o seu corpo de cinzas, fazendo  jejum completo.

Ele percebeu, depois desse tempo, que ainda não era este o caminho e voltou a comer e seu corpo voltou a brilhar.

Numa noite de maio de lua cheia Sidarta debaixo de uma figueira, sentado na postura de lótus e através da simples observação da sua respiração percebeu sua iluminação. Esta técnica que objetiva verificar a entra e saídade ar pelas narinas chamou de “anapanassatti”.

Mais tarde, depois do desencarne de Sidarta um concílio de monges criou o “sutra anapanassatti” compilando os ensinamentos do mestre:

“Inspirando longo ele compreende : eu inspiro longo

Inspirando curto ele compreende: eu inspiro curto

ou expiro curto ele compreende: eu expiro curto.

Ele treina assim: eu expiro experenciando todo o corpo (da respiração).

Ele treina assim: eu inspiro tranqüilizando a formação do corpo (da respiração);

Ele treina assim: eu expiro tranqüilizando a formação do corpo…”

ANAPANASSATTI SUTRA

 

O Buda sakyamuni nos retransmitiu uma técnica que  já havia antes dele e que a muito já era cultivada pelos iogues na antiga índia. O seu grande mérito é a de ser um grande divulgador desta forma de concentrar e que sabemos inerente a natureza humana, mas que não a percebemos esquecidos que estamos de nós mesmos… Apegados aos conceitos, preconceitos, sofremos e produzimos sofrimentos.  Somos tal a cebola cheia de cascas e que se retirarmos uma a uma suas cascas  só restará a essência. E esta essência é Compaixão.

Sakyamuni ensina que o seu coração é o seu melhor mestre, siga o seu coração!

“…A verdadeira meditação começa quando desaparecem as técnicas. Todas as técnicas são formas de transcender as ilusões da mente com o seu jogo de apegos, desejos, repulsas, reações emocionais sensações associadas, etc. As técnicas buscam silenciar o nosso interior, com os seus barulhos emocionais e mentais, múltiplos pensamentos encadeados e incessantes. é atrás deste barulho é  que se encontra o vazio, aquele que somos e do qual estávamos esquecidos:eu sou aquele que sou. na hora que a mente já está silenciada por si mesma, e por isto mesmo não há necessidade de técnicas, encontramos deus e a nossa comunhão com ele é o início da verdadeira meditação…”

PROFESSOR CLÁUDIO AZEVEDO

 O “sutra da essência”: Gate Gate Paragate Parasangate Bodhi Svaha

        Este sutra é um dos mais conhecidos no budismo e fala de um estado de consciência alcançado a partir da prática da meditação. Estado de percepção da vacuidade e da interdependência de todas as coisas.

         Ele é repetido sinteticamente como um mantra que nos leva a atingir a outra margem a transcender a consciência limitada pelos sentidos físicos e pelos preconceitos. Abaixo um trecho do sutra:

“…Assim no sunyata não há forma, sentimento, percepção, ação da vontade ou consciência. Não há ouvido, nariz, língua, corpo ou mente. Não há formas, sabor, tato ou dharmas. Não há campos de visão e nem mesmo o campo da consciência…”

O Ideal do Budismo, não é só do Budista, é na verdade universal, assim como a meditação tem diversas tradições. O caminho para o despertar é essencialmente chegarmos à percepção que somos todos Buda. Somos Cristo. Somos centelha Cósmica!

 

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