Os nossos destinos, um feito por Deus e os outros por nós

O projeto divino de criação do homem, no fim, tem que dar certo, pois Deus é infalível, amor infinito, onisciente, onipotente, onividente e oniperfeito. Alguém diria que nós mesmos nos condenamos com o nosso livre-arbítrio. Mas, se a condenação fosse irremediável e para sempre, o nosso livre-arbítrio seria, então, como a isca traiçoeira e mortal para pegar peixe! Se assim fosse, Deus não no-lo daria! Há tempo para tudo (Eclesiastes, capítulo 3). E cada um de nós tem, pois, tempo de condenação e tempo de libertação. A Bíblia fala também em plenitude dos tempos, que podemos chamar igualmente de completude dos tempos. E Jesus afirma que todos nós temos recebido de sua plenitude e graça sobre graça (são João 1,16). Assim, se essa plenitude e graça sobre graça são reais mesmo, e são, como alguém poderia ter um destino de ser condenado para sempre, quando sabemos que Deus não faz acepção de pessoas? Ademais, quando Jesus nos ensinou que ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo, Ele derruba de uma vez por todas as chamadas penas eternas, pois pago o último centavo, nós não vamos pagar mais nada! E Jesus quis dizer também, com esse seu ensinamento, que nossos erros serão resgatados por nós mesmos, como nos ensina a lei de causa e efeito universal ou cármica. Essa é a lei: a cada um será dado segundo suas obras (Apocalipse 59,18).

E as leis de Deus são perfeitas e justas. Até a nossa libertação final, temos, pois, nossos destinos construídos por nós mesmos, já que vamos colhendo o que tivermos plantado, isto é, alegrias e tristezas. E as penas têm por objetivo nos regenerar, mostrando-nos que é compensadora a vivência do Evangelho de Jesus, e não a nossa ruína para sempre, o que seria incompatível com a sabedoria, a perfeição, a onipotência, a justiça e o amor infinitos de Deus, e incompatível mesmo até com a nossa justiça humana, apesar de ela ser imperfeita. E, mesmo que o indivíduo só plante abrolhos, ele tem um limite de tempo para isso. Como, pois, poderia ser punido com uma pena maior ou para sempre por causa de erros finitos e limitados no tempo e no espaço? Ademais, estamos sempre evoluindo. Como diz são Paulo, nós vamos sendo transformados de glória em glória (2 Coríntios 3,18). O nosso homem interior se renova de dia em dia (2 Coríntios 4,16). O inferno é, pois, temporário. Os teólogos do passado erraram nesse e outros assuntos e espalharam erros pelos séculos afora. A Bíblia confirma o que dizemos. Lemos em Oséias 13,14: “Onde está, ó inferno, a tua destruição?” E está registrado no Apocalipse 20,14: “Então, a morte e o inferno foram precipitados no lago de fogo”. Isso quer dizer que o inferno não é para sempre; ao contrário, será destruído para sempre!

Aliás, infernos, purgatórios e céus não são locais geográficos, mas estados de espírito e acompanham-nos aonde formos. Pelo exposto, ficou demonstrado que, pelas eternidades afora, vamos tendo mesmo vários destinos, um feito por Deus, ou seja, o de salvação geral de todos nós, um dia, e outros temporários, feitos por nós mesmos durante a nossa existência sem fim, como espíritos imortais que somos.

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