Manifesto Sobre a Liberdade e o Compromisso
Carlos Aveline
Vemos que não se pode fazer tudo ao mesmo tempo, e que a etapa inicial do projeto holopráxis deve dar lugar a uma etapa posterior, com algumas definições mais claras. Sabemos que tomar decisões sempre implica fazer renúncias.
Na questão do trabalho altruísta, há um ponto de encontro da liberdade pessoal com o compromisso pessoal. Cada um deve fazer sua própria equação química e alquímica no que tange à combinação correta de liberdade e compromisso.
As pessoas devem ter a oportunidade de assumir um compromisso com um trabalho altruísta e também a liberdade de assumir mil outros compromissos em sua vida. O COMPROMISSO com seu próprio autoconhecimento espiritual e profundo pode ser asfixiado ou combinar-se harmoniosamente com sua LIBERDADE de passear com o cachorro, ver aquele bom filme, namorar, viajar, colecionar selos, cuidar dos filhos e netos, fazer um lanche extra batendo papo com amigos.
E o COMPROMISSO com o passeio do cachorro, o filme na televisão, a obrigação profissional, etc, pode prejudicar ou combinar-se harmoniosamente com a imensa LIBERDADE interior de meditar no universo, de buscar a paz que mora no coração, de encontrar a presença divina e a bênção incondicional.
Essa última liberdade assusta a mais de um. E Erich Fromm escreveu um livro indispensável intitulado “O Medo à Liberdade”. Pode ser que em parte nós nos agarremos às coisas pequenas da vida por medo do silêncio e da liberdade interior. Talvez fiquemos com os compromissos pequenos e externos para fugir dos compromissos grandes e internos com nosso próprio crescimento. O compromisso e a liberdade interior andam lado a lado. Cada um deles terá maior ou menor peso segundo o temperamento de cada um. Ambos são fundamentais.
Nesse contexto, o projeto holopráxis também tem que ter várias camadas de compromisso e de liberdade, para que todos possam sentir-se bem. Tomar decisões sempre vai implicar aceitar limites e renunciar a possibilidades que não serão desenvolvidas. Este é um preço menor por abrir novos horizontes sempre maiores e mais amplos em nossas vidas.
O holopráxis quer começar pequeno para poder ir pensando essas coisas. Perguntar-se é mais importante que ter respostas prontas. Mesmo assim, devemos produzir algumas definições nos próximos, digamos, 10 dias. Até lá, aguardamos sugestões e testemunhos de todos. Por exemplo, sobre a questão do compromisso com liberdade e vice-versa. E, como diz Roberto Crema, EM MARCHA!