A Consciência na Morte

I. O BARDO

Esse período entre a morte física e o renascimento é conhecido como Bardo e tem, normalmente, três períodos, que podem durar, juntos, desde alguns anos até um Kalpa (4.320 milhões de anos, o período de manifestação de um Universo – veja na parte II do Volume 1). O primeiro, onde pode ainda haver comunicação com os “vivos” e que pode durar de alguns minutos até vários anos, é o período passado no Kama-loka. O segundo, um tempo muito longo e proporcional à sua evolução espiritual, é a fase em que ele, inconscientemente, aguarda para entrar no Rupa-loka do Devachan. (“mundo das formas”)

Já o último período durará na proporção do bom carma obtido na encarnação que se extinguiu: quanto maior o mérito, maior a sua duração. No Devachan, sem nenhuma noção da passagem do tempo, ele nasce psiquicamente, goza conscientemente a plenitude de sua bem-aventurança, gradualmente tem suas forças exauridas até chegar à semiconsciência, esquecimento e letargia, até que finalmente morre, ou seja, cai numa nova condição inconsciente que precede seu renascimento físico em outra personalidade. O Rupa-loka do Devachan (o mundo das formas ou terra de “Sukhavati” – terra pura ou terra feliz em sânscrito, o paraíso do Buddha Amitabha) é uma região de bem-aventurança para onde vão todos aqueles que morrem, com a exceção daqueles “pecadores irrecuperáveis”.

Lá “nascendo”, todos os acontecimentos verdadeiramente espirituais da vida recém terminada passam diante da visão espiritual, permanecendo apenas as lembranças marcantes, às quais ela se apega e retém durante um tempo proporcional à vida encarnada transcorrida. Todas as outras lembranças se desvanecem e somem para sempre, ou retornam ao cascão astral (Cf. adiante), embora todas as tendências (o Carma) fiquem registradas em uma região conhecida como Ovo Áurico, no corpo causal (Cf. no Capítulo I). Embora vivendo conscientemente essas lembranças, não se consegue mais ter nenhuma percepção do que está ocorrendo na Terra.

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