A Luz Solar

“Saiba que todos nós temos acesso a quatro tesouros: a energia do sol e da lua, a respiração do céu, a respiração da terra e a correnteza e o fluxo da maré”  86:39.

Morihei Ueshiba (1.883-1.969)

Fundador do Aikido

 

 

A ciência sempre viu a luz solar como fonte de vida, fonte energética utilizada diretamente pelas plantas para produzir energia. Desenvolveu-se até métodos de extrair diretamente energia da luz, após a criação da tecnologia das células fotoelétricas, e com isso a energia solar é usada para produzir energia elétrica.

“Beba o orvalho da manhã e os raios de sol para reduzir a dependência de comida orgânica… Ingira ar fresco em vez de comida” 27:209.

Da Liu

O efeito mais “visível” do benefício da luz solar para a saúde do corpo físico é a síntese da vitamina D3, que na realidade é um hormônio, que é produzido na pele após cerca de 10 minutos de exposição à luz solar (luz ultravioleta). Depois de modificado no fígado, vai aos rins onde se transforma em calcitriol, sua forma mais ativa. Nos ossos e no intestino proporciona a absorção de cálcio prevenindo a osteoporose. Mais ainda, além de ser um poderoso antioxidante, estimula o cérebro e o intestino a produzirem uma substância que age na regeneração celular neuronal e no aumento da imunidade do organismo, mediada pelo intestino: a neurotrofina ou fator de crescimento neuronal (NGF) 77:107. Além disso, é bom lembrar a importância da luz solar no equilíbrio da secreção de serotonina e melatonina (Cf. em “SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO”, no capítulo anterior).

Vimos no capítulo anterior, que a melatonina, além de um efeito inibidor sobre as gônadas, sincroniza os vários ritmos circadianos do organismo com o ciclo dia/noite. O efeito da luz, na pineal, se faz através de seu estímulo na retina, ambos sendo considerados como órgãos fotossensíveis. Através das retinas, um estímulo elétrico segue ao hipotálamo pelo trato retino-hipotalâmico, levando informações sobre as variações da luz (ciclos de luz e escuridão) para o núcleo supra-quiasmático do hipotálamo. Deste núcleo, os impulsos viajam através do nervo pineal (pertencente ao Sistema Nervoso Simpático) até a glândula pineal. Esses impulsos inibem a produção de melatonina. Quando os impulsos cessam (quando não há luz para estimular o hipotálamo), cessa também a inibição da pineal e a melatonina é liberada.

A pineal, situada no epitálamo, possui, proporcionalmente, um fluxo sangüíneo superado apenas pelo fluxo renal, e sua fisiologia apenas começa a ser desvendada. Outra recente função atribuída à pineal é a sua associação com o estresse e com a atividade imunológica. Sabe-se, também, que em pássaros e outros animais ela é o centro de navegação, contendo material magnético que é utilizado na orientação através das linhas magnéticas da Terra.

Mas a mais controversa função a ela atribuída é a de que, a partir da luz solar, possa captar energia para ser usada no metabolismo do corpo, de forma a dispensar a alimentação comum como fonte energética. Parece que a pineal altera as energias eletromagnéticas da consciência de forma que o organismo passa a vibrar numa faixa energética diferente e consegue extrair energia da luz. Nos seres humanos ela seria essencial para a transformação psíquica, espiritual e energética, chamada por muitos textos religiosos de abertura do “terceiro olho”.

Na literatura religiosa essa capacidade de viver sem alimentos é normalmente atribuída a santos, como a indiana Giri Bala (nascida em 1.868 e ainda viva em 1.936, já com 56 anos de total jejum), o indiano Ramana Maharshi (1.879-1.950) ou a católica Teresa Neumann (1.898-1.962). Diversos outros santos católicos que viveram sem comer são conhecidos. Destacam-se: Santa Lidwina de Schiedam, Santa Catarina de Siena, Dominica Lazarri, São Nicolau de Flue, a bem-aventurada Ângela de Foligno e Louise Lateau.

Embora ainda não haja explicação médica científica, já é fato observado que milhares de pessoas no mundo vivem sem se alimentar de coisas sólidas, bebendo pequenas porções de água diariamente ou até sem ingeri-la. Divulgado para a mídia em meados de 1.996, sabe-se hoje que inúmeros praticantes de Qigong e fiéis jainistas vivem em estado de bigu, o nome do estado de se alimentar de luz.

Basicamente existem dois processos descritos para se alcançar esse estado: um longo e progressivo e outro curto e iniciático. O primeiro preconiza um ano sem carne, um ano vegetariano sem laticínios, um ano ingerindo apenas alimentos crus, outro ano vivendo somente de frutas e um último ano vivendo somente com sucos, antes de deixar definitivamente de se alimentar. O segundo é um processo intenso de 21 dias de duração que exige total confiança e fé, ou seja, um envolvimento mental intenso típico de quem está avançado no caminho espiritual.

Na primeira semana do processo de 21 dias, a pessoa simplesmente deixa de ingerir qualquer coisa líquida ou sólida e passa a fazer exercícios respiratórios e a tomar banhos de sol diariamente, de preferência fitando o sol por pelo menos 15 segundos entre 7 e 8 horas da manhã. É a fase mais difícil do processo, que pode ser abreviada para três a seis dias, sem nenhum prejuízo, contanto que se permaneça sem a ingestão de sólidos. Evelyn Levy Torrence, divulgadora do processo, denomina essa primeira semana de “Travessia do Deserto Interno”.

Na segunda semana, ou encontro com o “Oásis da Vida”, se recomenda a ingestão abundante de líquidos, no mínimo 2 litros de água, água de coco ou sucos naturais diluídos. Por fim, na terceira semana somem a fome e a sensação de fraqueza e os líquidos continuam liberados, como forma de continuar o processo de desintoxicação. Após esses 21 dias, viver com água, ar e luz será o suficiente.

Jasmuheen, uma australiana autora do livro “Living on Light” que desde 1.993 afirma alimentar-se apenas de Prana proveniente da luz solar e do ar, afirma que o caminho dos 21 dias é o caminho do autodomínio e, a menos que se tenha uma perfeita comunicação com o “Eu superior” e com o corpo físico, recomenda o caminho menos controverso para viver de luz solar: o plano dos 5 anos. Nesse caminho, o foco principal é o estilo de vida correto, que faz com que elevemos a nossa freqüência mental. Esse estilo de vida inclui a meditação diária, a oração, a entoação de mantras ou canto de músicas devocionais, uma programação mental, uma dieta vegetariana leve, exercícios físicos, o serviço desinteressado e momentos em silêncio na natureza.

Inúmeros relatos de pessoas que vivem em estado de biju, acompanhados por médicos de importantes centros, vêm surgindo. Por exemplo, o jornal “Times of India” de 30 de dezembro de 2.000 relata o caso do engenheiro mecânico aposentado Sri Hira Ratan Manek, monitorado por uma equipe médica do “Health Care International Multitherapy Institute” composta de clínicos gerais, cirurgiões, cardiologistas, endocrinologistas e um neurologista. Esse acompanhamento consistiu em registros diários de pulso, pressão sangüínea, respiração, temperatura, consumo de água, volume urinário e peso, e testes hematológicos e bioquímicos feitos mensalmente ou a cada quarenta dias. Eletrocardiogramas, eletroencefalogramas e ultra-sonografias foram feitos regularmente e tomografias computadorizadas e mapeamento cerebral foram feitos ao final de um ano.

Com 375 dias de jejum, em 09 de janeiro de 2.001, um relatório médico assinado pelo endocrinologista Navneet Shah M. D. afirmou que, apesar de vir ingerindo, diariamente, apenas água fervida às 11 horas da manhã, não houve anormalidades médicas, exceto pela perda de 19 kg no primeiro mês e da diminuição da freqüência cardíaca e respiratória. Ele parou de defecar depois do 16º dia de jejum e a quantidade de urina excretada se manteve entre 600 e 800ml diários. Sua glicemia ficou entre 60 e 90mg/dl, não havia a presença de acetonas e sua capacidade mental também ficou intacta.

Algumas explicações foram apresentadas: uma adaptação crônica reduziria as necessidades calóricas ou a utilização da energia se daria de uma forma mais eficiente reciclando-se no próprio corpo. Mas somente essas teorias não são suficientes para explicar o fenômeno. Aparentemente haveria uma disposição corporal genética diferente que possibilitaria, realmente, uma extração da energia básica de uma fonte cósmica como “a energia solar”.

Vimos no Volume 1 que, além do “DNA lixo”, a ciência já descobriu uma outra camada de informações, embutida numa mistura protéica e química que envolve, sustenta e adere ao DNA , que opera de uma forma ainda desconhecida e que seu código pode ser apagado e reescrito: o mecanismo “epigenético” (SCIAM 19:54). Parece que há mais “hélices de DNA” escondidas, separadas e, de alguma forma, desligadas durante o nosso processo evolutivo (ou involutivo?). Teias finas de energia que contém informações que podem estar sendo subtilizadas e que podem ser “despertadas” pela energia magnética da pineal.

Mas essa alteração genética da ativação de hélices de DNA “escondidas”, conhecida como reprogramação, é dependente de uma alteração eletromagnética na freqüência vibracional individual e de uma excelente oxigenação do corpo. Para que todas as dimensões do corpo possam suportar essa nova freqüência, necessita-se de um processo que demanda algum tempo. O renascimento do “DNA lixo” e do mecanismo epigenético deverá aumentar a nossa percepção das quatro dimensões físicas.

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