Chiclete com Banana é mais que Poesia

É uma lição de vida:

“Viver, cantar, olhar a estrela, parece até que é brincadeira… / Viver, cantar, brincar de roda, imaginar poder voar…

“Galope vem galope vai, e o mundo inteiro só me faz a mesma pergunta…

 

“Nasceu o sol, raiou o dia, por essa força se deduz / Eu quero ver a tua lágrima brilhante como a luz

 “Pintei o meu dia com as cores do amor / Fantasmas e bruxos retornam do além / E vejo sorrindo palhaços que sabem chorar / E uso essa força do mal para o bem:

 “Responder todo mistério da vida p'ra que? / De onde vem essa força por que? / Se o importante é viver…

 “Vou caminhando entre flores e guerras / Vou deslizando entre o bem e o mal / Um pouco louco entre monstros e feras / Sou cavaleiro do juízo final

 “A esperança é uma flecha de fogo / Que faz arder o meu coração / Eu canto e grito de novo / Paz nesse mundo e união…

 “A minha espada é a voz do meu canto / Voando leve e livre como um pardal / Você me beija e eu me perco no encanto / Olho p'ra vida e a fantasia é real

 “A esperança é uma flecha de fogo / Que faz arder o meu coração / Eu canto e grito de novo / Paz nesse mundo e união…

Como interpretar?

 

Todos passam a vida entre seus trabalhos e seus momentos de diversão, brincando como uma criança, contemplando o céu ou trabalhando (para o autor, o cantar é o seu trabalho), mas, apesar desse aparente automatismo, uma mesma pergunta ronda a mente de todos: O que mantém toda a existência? Que força imensa é essa que move as estrelas e a vida? Que faz o sol nascer todos os dias, para todos?

Ao mesmo tempo que reconhece a importância desse questionamento, o autor lança luz sobre o mistério completo que envolve essa resposta. Um mistério que esconde outro, uma faceta da Verdade que oculta outra, um véu sobre outro: o Infinito.

Qual o sentido de se responder todos os mistérios da vida? Para que saber de onde vem essa força e para quê se o importante é viver?

Afirma então querer ver a lágrima de todos, como uma pequena fonte de luz, o choro como forma de cura daquilo que nos angustia e entristece, o choro como um estímulo à vida. O choro como forma de apagar as mágoas para que possamos renascer, da mesma forma como o sol. Renascer a cada dia e poder olhar para o sol, que renasce, e junto com ele pintar o meu dia com as cores do amor.

Mesmo assim admite a ação de nossa Sombra, aquela parte nossa que sempre nos invade, não sabemos de onde, como fantasmas e bruxos que nos atropelam aquela vida, antes pintada com as cores do amor. Nos fazem como palhaços que sorrindo devem aprender a chorar também e usar essa força do mal para o bem, usar os erros como aprendizado, usar os tropeços como força divina de evolução.

E assim vamos caminhando entre flores e guerras, deslizando entre o bem e o mal, entre monstros e feras, afinal sou um cavaleiro, do bem, pronto à batalha final do bem contra o mal. A nossa arma é o nosso trabalho, nossa ação (karma) que deve ser usada a nosso favor, no caminho da retidão. Mas nesse caminho, voando leve e livre como um pardal, atingindo planos de vida cada vez mais sutis, um simples beijo pode me mostrar a complexidade da vida e me fazer questionar o que é fantasia e o que é realidade, afinal.

Não importa, continuo dançando, cantando, vivendo, aprendendo e me conhecendo. Com a flecha da esperança cravada em meu coração, sigo cantando e gritando, louvando a Vida, a Força, a Ilusão e a Realidade, mecanismos do Absoluto para meu desenvolvimento, e pedindo PAZ NESSE MUNDO E UNIÃO.

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