O Nascimento do Universo

“Há mais mistérios entre o céu e a

Terra do que supõe nossa vã filosofia.”

William Shakespeare (1.564-1.616)

A CIÊNCIA FALA

Órion: Filosofia, Religião e Ciência (Volume 1)

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O conhecimento (scire em latim ou sophia em grego) é a coisa mais preciosa da humanidade, seja ele obtido de uma forma racional ou intuitiva. A tentativa de seguir uma meta segura, conhecer o Universo e a nós mesmos, levou a uma forma racional, ou científica, de obter esse conhecimento, deixando de lado o conhecimento intuitivo existente, esquecido e abandonado. Segundo Blaise Pascal (1.623-1.662), “a razão é o método lento e tortuoso pelo qual aqueles que não compreendem a verdade a descobrem”.

O pressuposto básico da forma racional de pensar é, inicialmente, desconfiar de tudo o que possa ser afirmado como verdade, até que essa verdade possa ser comprovada pelos sentidos ordinários e em todas as situações possíveis, e possa, sob essas mesmas condições, ser repetido quantas vezes desejado for. “Aquilo que não pode ser medido e quantificado não é científico” (Galileu Galilei – 1.564-1.642).

 

“Quando você puder medir um fenômeno sobre o qual está falando, e expressá-lo em números, você sabe alguma coisa sobre ele. Mas quando você não pode medi-lo, quando você não pode expressá-lo em números, o seu conhecimento é vago e insatisfatório. Pode ser o começo do conhecimento, mas você progrediu muito pouco em direção ao estágio da ciência”.

Lord Kelvin (1.824-1.907)

A ciência está sempre testando suas teorias, e elas são válidas apenas até o dia em que elas não mais expliquem alguma situação nova. As teorias científicas são apenas modelos para explicar os fenômenos do nosso mundo, aproximações da realidade objetiva. Um modelo é tão melhor quanto melhor explique e faça previsões da fenomenologia em foco. Quando novos fatos surgem e o modelo atual não mais os explique, ou não os preveja, uma outra (melhor!) aproximação se faz necessária.

 “Embora isso possa ser visto como um paradoxo, toda a ciência é dominada pela idéia de aproximação”.

Bertrand Russel (1.872-1.970)

 Ser cético é quase sinônimo de ser científico. Mas esse ceticismo científico não impede a livre elaboração e análise de todas as possíveis explicações de um fenômeno, embora não deixe lugar para que exista a crença cega, sem nenhuma comprovação. Dessa forma, a ciência denota imaginação e disciplina, uma busca por explicações, para fatos observados, que sejam consideradas válidas, independentemente de nossos “pré-conceitos”. Quem se apegar a autoridades constituídas para manter seus “pré-conceitos”, não estará usando sua inteligência e sim a sua memória. A resistência a mudanças não é ciência.

Na ciência não há verdade eterna, ou certeza absoluta 2:250. Nessa linha de pensar, ainda há muito a ser explicado, vaga essa preenchida pelo conhecimento intuitivo, filosófico ou teológico. A ciência não busca a verdade definitiva, mas um “aperfeiçoamento sucessivo de nosso entendimento, um aprendizado por meio de nossos erros, uma abordagem assintótica do Universo, mas com a condição de que a certeza absoluta sempre nos escapará”.

E aí estamos, nos limites do Universo (macrocosmo) e do mundo subatômico (microcosmo), com a certeza de que nada sabemos…:

 

 “… o que é o homem na natureza? Nada em relação ao infinito, tudo em relação ao nada, ponto central entre o nada e o tudo, e infinitamente longe de entender qualquer um deles. O fim e o princípio das coisas estão-lhe inexpugnavelmente ocultos em impenetrável segredo. Ele é igualmente incapaz de ver o nada de onde foi tirado e o infinito em que está mergulhado”.

Blaise Pascal (1.623-1.662)
 
“Primeiro você é um ser humano e depois um cientista. Antes você tem de se tornar livre, e essa liberdade não pode ser atingida por meio do pensamento. Ela é atingida pela meditação [onde não há pensamento], pela compreensão da totalidade da vida, em que cessam todas as formas de fragmentação”.
Jiddu Krishnamurti (1.895-1.986)

 

“A ciência não é só compatível com a espiritualidade, é uma profunda fonte de espiritualidade. …A noção de que a ciência e a espiritualidade são de alguma maneira mutuamente exclusivas presta um desserviço a ambas” 3:15.

Carl Sagan (1.934-1.996)

 

“A espiritualidade fornece à humanidade a força extraordinária, e sutil, com a qual nenhuma outra força pode ser comparada. Portanto, com a espiritualidade como base, uma filosofia racional deve ser desenvolvida para lidar com os nossos problemas físicos, psicológicos e sócio-filosóficos diários” 68:28.

Sri Sri A’nandamu’rti (1.921-1.990)

 

“A ciência moderna é o nosso melhor aliado”.

Mahatma Koot’ Hoomi Lal Singh

 

Já em 1.714, Gottfried Wilhelm von Leibniz (1.646-1.716), descobridor do cálculo diferencial e integral, dizia que havia uma realidade metafísica subjacente ao universo material, que lhe dava origem. Espaço, tempo, massa e movimento seriam construções intelectuais da física.

Hoje em dia a ciência fala de várias realidades, a psicologia postula a existência de vários níveis de consciência, todas reais. Nosso estado vigil é real enquanto vivemos nele, nosso estado de sonho é real enquanto vivemos nele. Idem para outros estados, como o de sono profundo sem sonhos e para o chamado “estado místico”.

Considera-se hoje que a visão newtoniana/cartesiana, que surgiu no século XVII, de que a matéria é sólida, o espaço é tridimensional, o tempo é absoluto, autônomo e independente do mundo material e que esse mundo pode ser descrito sem referência ao observador humano, não é uma visão apenas limitada do universo, mas limitante para o homem.

Essa visão clássica da ciência leva a uma relação estrita entre causa e efeito, gerando determinismo e previsibilidade, e vê o Universo como uma gigantesca máquina, funcionando automaticamente. Vê a mente e a consciência como secundários à matéria (fenômenos cerebrais), onde a existência dos objetos está condicionada à percepção deles pelos cinco sentidos humanos. Vê o Universo como uma interação múltipla entre forças que se conservam, e que são independentes. Gerou um modo de ver o mundo marcado pela separatividade e redução das coisas a seus menores componentes, de uma forma hierárquica.

Com o surgimento da física einsteiniana (Einstein publicou sua teoria especial da relatividade em 1.905 2:53), viu-se que com o aumento da velocidade, toda essa visão muda. À medida que a velocidade aumenta, a massa aumenta, o espaço (comprimento) diminui e o tempo dilata (passa mais lentamente). Espaço e tempo passaram a ser valores relativos que variam com a velocidade do objeto observado, assim formando um continuum quadridimensional. A noção de tempo e espaço também se perde quando analisamos a mente humana. Com a mente, a noção de tempo pode aumentar ou diminuir, e o espaço idem.

Acima da velocidade da luz, todas as leis da física falham, de forma que essa é a velocidade máxima no nosso Universo, compartilhada por todas as formas de radiação eletromagnética e conhecida como ponto de singularidade. Além desse espaço/tempo nada é físico, nada é mensurável, é apenas sentido… .

Apesar dessa revolução, uma nova transformação, do nosso modo de ver o Universo e a vida, ocorreu com a teoria quântica. A física einsteiniana falha no mundo quântico. Vejamos… .

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