Epílogo à Parte I

A ciência materialista parece estar chegando a uma conclusão: o Universo é composto de partículas “ilusórias” que para formar o mundo material foram coagidas por Algo desconhecido a “aparecerem” e a permanecerem existindo.

 

Também parece haver uma conspiração a favor do surgimento da vida a partir dessa matéria “ilusória”, e essa vida tem recebido “empurrões” de forma que evoluam em sua forma, numa meta de perfeição.

Seguindo esse caminho evolutivo surgiram os hominídeos, e um deles teve a honra de constituir o que hoje chamamos de raça humana, plenamente consciente de sua existência, usando a máquina mais perfeita existente: o cérebro humano.

Percorrendo o trajeto evolutivo humano, vemo-lo divulgando as mais diversas formas de religiosidade, filosofias e pensamento científico.

Mas um fato parece estar certo: Algo influenciou e permanece influenciando o surgimento e a evolução de tudo a nossa volta, de uma forma intencional e inteligente. Alguns O reduzem a Leis Universais, existentes desde a eternidade, mas certamente podemos nos contentar em nossa pequenez, diante do magnífico cosmos, diante dessas Leis, às quais temos de nos submeter humildemente.

Uns caminhos nos levam à paz e outros nos afastam dela. Hoje a visão das partes, das mínimas partes, nos faz ver a importância do todo; d’O TODO. E essa noção de totalidade nos mostra que não importa o caminho a seguir, filosófico, científico, religioso, mitológico, simbólico, fenomenológico, etc., todos embutem em si, no seu mais íntimo recanto, a totalidade, O TODO.

Inúmeros são os caminhos que levam à casa do Pai e todos são chamados a percorrê-los. Temos todos eles à nossa frente. Geralmente iniciamos vários deles para em seguida voltar atrás e percorrer um outro. Muitos passam toda as suas vidas nesse padrão, sempre achando que o novo caminho descoberto é melhor do que os já percorridos, e acabam estacionando, cansados de tanto procurar algo que já acharam e não perceberam.

Se verdadeiramente conhecer a si mesmo, o homem perceberá quem realmente é, e qual o caminho que mais se identifica consigo, individualmente. Dessa maneira, ele pode até percorrer superficialmente muito dos caminhos, mas logo perceberá qual é o seu e, percorrendo-o até o final, deparar-se-á finalmente com a totalidade, com O TODO.

Todas as teogonias afirmam que O TODO, em seu aspecto manifestado, é o Verbo Criador e que para se chegar Àquele, necessário se faz passar pelo Verbo. Esse Verbo, o AUM hindu, o Três taoísta, o Ki universal do xintoísmo, o Adão Kadmon cabalístico judeu, o Amém cristão, é o CRISTO. Ele é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14:6). É se unindo a Ele, ao Verbo, que se consegue a união com a Divindade, já agora, durante essa vida.

No início, obtida como raros momentos de êxtase, essa união inundou a vida de todos os santos da humanidade com a bem-aventurança divina. É o retorno à casa do Pai, o êxtase contemplativo cristão e sufi, o Nirvana, o Samadhi, o Fanan, o pangree. O acesso a um estado de consciência elevado, à chamada supra-consciência descrita pela nova Psicologia Transpessoal. O alvo e meta última de toda a humanidade.

Toda religiosidade verdadeira é Una. Todas as religiões levam de volta às diversas moradas da casa do Pai.

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