Os Chakras

1. CHAKRA ETÉRICO MULADHARA ou RAIZ

A raiz da energia da criação, Muladhara significa “fundação”. Está localizado entre o ânus e os órgãos sexuais, no períneo, para onde aflui, principalmente, a energia do Prana Apan. Está associado, no corpo físico, com o intestino grosso, o reto e o ânus, através do plexo nervoso coccígeo. Ele também é responsável, em parte, pela função dos rins, que livram o corpo dos resíduos. Ele está ligado ao elemento terra pelo canal sutil chamado pelos chineses de Yin Chiao Mo 27:120, que o une aos pés. Armazena o total de energia necessária à vida física (a Kundalini) e à vontade de viver 11:120. Os chineses o chamam de “Cavidade da Vida ou da Morte” (ou Yang-kuan 27:119).

Assim que é iniciado o trabalho com o primeiro Chakra etérico, esta energia adormecida ergue-se e flui livremente pelo canal de Sushumna. Para colocar o primeiro Chakra etérico em plena atividade é preciso avivar as camadas internas da energia Kundalini, nele armazenada, e, uma vez vivificado, o Chakra etérico fundamental vivifica com sua formidável energia todos os demais, dando como resultado o transporte à consciência física das faculdades despertas de seu Chakra astral (Cf. adiante) correspondente.

Em algum momento de nossa evolução, o esquecimento da nossa unidade com todas as coisas da Criação e as conseqüentes dualidades e pluralidades, gera a fantasia mental da separatividade (sakkayaditthi em sânscrito). Nos julgamos separados de tudo e de todos, e assim reforçamos a crença na dualidade sujeito/objeto e passamos a nos relacionar com os objetos (pessoas, coisas ou idéias) como se não fossem partes de nós mesmos. Não mais tenho que preservar a tudo e a todos, e sim preservar somente a mim mesmo.

Essa crença, energeticamente guardada no primeiro Chakra etérico, produz o inevitável instinto básico de autopreservação, que nos leva a buscar a nossa segurança. Nessa busca de segurança, estímulos externos ameaçadores geram raiva ou medo, que nos fazem atacar ou fugir. O medo da morte é o bloqueio psicológico básico do primeiro Chakra etérico. Essa energia é levada ao hipotálamo, via formação reticular, onde ativa ações físicas de autopreservação, como raiva e medo, ou sede e fome.

Psicologicamente nos liga à existência terrena e com todos os aspectos relacionados à sobrevivência, como a necessidade de alimento, ar e água, trabalho e necessidades financeiras, independência econômica, capacidade de luta e desejo de realização de ideais. Sua disfunção pode trazer, além da raiva e do medo, a impaciência, a tensão nervosa, o materialismo, o pacifismo extremo, o medo existencial e da morte, a agressão e a violência, a dependência, a culpa, a vergonha e os vícios que podem acarretar fadiga, déficits de tônus muscular, pressão baixa, alterações da temperatura corporal, anemia, leucemia e excesso de peso.

Algumas escolas psicoterapêuticas exploram elementos ligados ao nível energético desse Chakra etérico, como a Reflexologia (Ivan Petrovich Pavlov – 1.849-1.936) e o Behaviorismo (John Broadus Watson – 1.878-1.958). Essas escolas deixam de lado a noção de consciência e introspecção para estudar o comportamento humano unicamente em termos de estímulos do ambiente e respostas físico-químicas, a conexão estímulo/reação e o reflexo condicionado. A Psicologia Comportamental de Karl Spencer Lashley (1.890-1.958), de Edwin Ray Guthrie (1.886-1.959) e de Burrhus Frederic Skinner (1.904-1.990), segundo a qual a conduta humana é composta por reações simples, como os reflexos, sejam eles condicionados ou evolutivos, é derivada também da mesma linha de pensamento. Ou seja, o comportamento humano seria uma reação do indivíduo ao ambiente em que vive.

Embora verdadeiro em essência, é limitado em explicar o ser humano como um todo, pois explica apenas a porção mecanizada do ser humano, explica apenas um dos níveis de energia presente no mesmo:

 

“A ‘caixa-preta’, como às vezes a mente é referida, … vinga-se perturbadora e implacavelmente do seu desqualificador, fugindo de seus esquemas e tabelas. … Os neobehavioristas estão cada vez mais tolerantes… levando mais em consideração o que denominam ‘conduta privada’” 24:20.

Roberto Crema

psicólogo transpessoal

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