Yamas e Niyamas


Por Cláudio Azevedo

Extraído de Azevedo, Cláudio; A Caminho no Ser: Uma Visão Transpessoal

da Psicologia no Yoga S?tra de Pat?ñjal?, Editora Órion, Fortaleza, 2.007

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De uma maneira geral, Yamas e Niyamas, cada qual sendo composto de cinco virtudes a serem obtidas, visam a nos despojar de nossas posses e, ao mesmo tempo, desfazer a falsa identificação com o lado objetivo da manifestação da Consciência (Puru?a) YS II:25, dispersando avidy?, raiz de todos os kle?as, para dirigir nossa vida ao reto caminho. Constituem uma disciplina (s?dhana) completamente destituída de desculpas (auto-indulgência), mas sujeita a todo tipo de distrações (vik?epa). 

A Caminho no Ser              É somente com a prática de yamas e niyamas, junto com a constante ponderação nos opostos (pratipak?a-bh?vana?) YS II:33-34, que se consegue o domínio de todas as formas de medo (bhaya), raiva (krodha) e desejos (v?san?s), atenuando a grande maioria dos ativadores subliminares presentes nas profundezas da psique humana. Embora yamas e niyamas pareçam ser demasiado exigentes e inapropriados, invariavelmente produzem uma serenidade mental, pela atenuação das imagens (pratyaya) e reações mentais (v?ttis), assim como propiciam a aquisição da verdadeira felicidade que advém da libertação das ilusões da existência comum. Para que essa transformação da consciência tenha êxito, tem-se que criar condições ambientais corretas dentro e fora de si.

Enquanto não percebermos a Realidade, a auto-observação rigorosa e constante sobre nossos pensamentos, emoções e atos físicos, o correto esforço para alcançar a perfeição nos yamas e niyamas e o desenvolvimento da intuição e do discernimento (viveka), que ditam como deverei agir em cada situação, constituirão o tripé básico que proverá um solo fértil para o florescimento de cada virtude. Mas devemos ter em mente que viver em comunhão com nosso Eu é não ser mais desse mundo, da forma como o concebemos.

É interessante também notar que yamas e niyamas são de tal forma integrados que a prática de qualquer um dos itens facilita a prática dos outros e a busca de uma destas virtudes, de alguma forma, facilita a manifestação de todas as outras. Assim, quando uma única virtude tornar-se parte intrínseca de nossa natureza e for levada ao seu grau máximo de perfeição, tornando-se parte de nossa natureza, a mente tornar-se-á límpida, serena e tranqüila, habilitando o buscador à senda superior do Yoga, que se inicia com as práticas internas YS III:7: antara?gayoga.

Ou seja, quando uma virtude for consumada, não haverá mais a necessidade de ‘praticar’ concentração (dh?ra??) para obter-se o estado meditativo (dhy?na), pois a pessoa estará sempre nesse estado, apto até mesmo para alcançar o discernimento entre o Real e o irreal (viveka-khy?ti), no mais alto nível de sam?dhi.

 

BIBLIOGRAFIA

  • As referências bibliográficas acham-se assim indicadas: xx:yy, onde ‘xx’ é o número da referência contido na BIBLIOGRAFIA (no final do livro) e ‘yy’ é a página onde se encontra.

  • Quando precedendo ‘xx’ estiver escrito YS, a obra referenciada é o Yoga S?tra de Pat?ñjal?, BG quando for Bhagavad G?t?, VC quando for o Viveka Ch?d?mani, TB quando for o Tattvabodha? e SS quando a obra referenciada for o ?iva S?tra (obra de referência no ?ivaísmo de Cachemira). Nesses casos ‘xx’ é o capítulo e ‘yy’ é o s?tra.

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