EDULCORANTES ADOÇANTES: CONSUMIR OU SUMIR COM?

(resumo do circula na mídia eletrônica)

 

O açúcar mascavo, mel, ou até açúcar cristal, ao invés do refinado, são alternativas que não devem ser desprezadas, já que são mais naturais

Lara Natacci Cunha
nutricionista paulista

Todas as substâncias químicas que, adicionadas aos alimentos industrializados dão sabor a eles, são chamadas tecnicamente de edulcorantes. Além dos refrigerantes, são considerados edulcorantes os adoçantes de mesa, chocolates, barras de cereais, gelatinas, geléias, sucos em pó, entre outros.

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em resolução divulgada em 18.03.2008, afirma que a diminuição do limite no uso de dois adoçantes – sacarina e ciclamato de sódio – “é uma opção brasileira para diminuir a quantidade de substâncias artificiais nos alimentos”. Embora não tenham sido encontradas quantidades excessivas destas substâncias em nenhum produto analisado, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDeC) já tinha informado, em novembro de 2007, que além da sacarina e do ciclamato, o aspartame, o acessulfame-k de potássio e a sucralose estariam sendo usados em quantidades elevadas, colocando o consumidor sob o risco de ultrapassar a ingestão diária aceitável. O IDeC disponibiliza um programa em que se pode calcular as doses recomendadas de vários produtos que estão no mercado.

Edulcorante                    

Quantidade máxima por dia                                 

Sacarina

5,0 mg / kg de peso

Ciclamato

7,0 mg / kg de peso

Aspartame

40,0 mg / kg de peso

Steviosídeo

5,5 mg / kg de peso

Acessulfame K

15,0 mg / kg de peso

Sucralose

5,0 mg / kg de peso

Xilitol, Manitol, Sorbitol

15,0 mg / kg de peso

Atualmente a OMS recomenda que o ciclamato e a sacarina sejam eliminados da dieta de quem tem problemas de pressão alta (já que as substâncias apresentam uma quantidade elevada de sódio) e da população que tem fenilcetonúria, (doença que torna o organismo incapaz de metabolizar certas substâncias artificiais).

Pesquisas recentes mostram que o brasileiro é quem mais consome adoçante no mundo, mas desconhece totalmente a quantidade adequada para esse consumo. Endocrinologistas recomendam no máximo 4 gotas de adoçante por xícara de café, mas, à medida que se acostuma com o gosto, o brasileiro vai aumentando essa quantidade. Outro problema é a falta de bom senso na ingestão de refrigerantes e doces dietéticos, principalmente por não sabermos a quantidade adequada para o nosso peso e desconhecermos os efeitos colaterais do uso dessas substâncias. Lemos as bulas de todas as drogas (remédios) que ingerimos, mas não temos a opção de consultar a bula dos adoçantes, drogas artificiais como qualquer remédio!

O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho, afirma: “O fato de não saber a diferença entre light [sem gordura] e diet [sem açúcar] já revela como o brasileiro não sabe o que consome”. Para ele, o alerta feito em relação aos adoçantes, deve servir de exemplo para saber dos riscos de outros alimentos, como os embutidos, por exemplo. Alguns oncologistas brasileiros, como o Dr. Juvenal Antunes Oliveira Filho, alertam que o uso constante de adoçantes artificiais pode contribuir para o aparecimento e agravamento de tumores em vários órgãos.

Por exemplo, os ciclamatos foram proibidos nos EUA, mas continuam sendo vendidos livremente no Brasil. Uma das suspeitas é a de que a substância causaria tumores em ratos. Em 1.985, novos estudos concluíram que esse edulcorante não era cancerígeno, mas os EUA não o liberam, baseados em relatos de alterações de pressão sanguínea. Embora proibido nos Estados Unidos e países como Japão e França, alguns países alegam a falta de provas concretas e liberam o comércio, como é o caso do Brasil e mais outros 50 países. O ciclamato de sódio tem efeito cumulativo e aumenta o risco de hipertensão. Além disso, seria responsável também por alterações genéticas e por atrofia testicular. Cinqüenta vezes mais doce que o açúcar, é contra-indicado para hipertensos e portadores de problemas renais.

A sacarina tem poder adoçante 700 vezes maior do que o açúcar, e também não é indicada para hipertensos e doentes renais. já se sabe que a sacarina pode causar problemas no fígado e hiperatividade cerebral e também há suspeitas de que provoca câncer. Nos anos 70, o Ministério da Saúde brasileiro proibiu a comercialização da sacarina, quando pesquisadores norte-americanos alardearam que esse adoçante poderia provocar câncer da bexiga em ratos. Quase foi proibida para uso nos EUA em 1.977, quando tentaram banir o adoçante e obrigaram os produtos que continham sacarina a apresentar uma tarja avisando tratar-se de produto que havia apresentado sinais cancerígenos. Esse alerta foi retirado em 2000, por falta de comprovação científica. Mas, proibido no Canadá, pesquisadores da Universidade de Purdue, Indiana, nos Estados Unidos, afirmam que a sacarina (adoçante artificial comum em refrigerantes), pode provocar o aumento de peso, pela incitação à ingestão de quantidades maiores de calorias. O produto prepara o sistema digestivo para a ingestão de alimentos calóricos e se esses não são consumidos o organismo fica desregulado pedindo mais comida.

A pesquisa foi realizada em ratos alimentados com iogurtes adoçados com sacarina e outros com açúcar. Os primeiros ingeriram mais calorias do que os segundos e seu aumento de peso foi superior em 20%. Susan Swithers, uma das autoras da pesquisa, revelou ainda que as experiências indicam que o aspartame e o acessulfame K podem ter o mesmo efeito da sacarina.

O aspartame tem um poder adoçante 200 vezes superior ao açúcar natural, mas perde seu sabor quando submetido a temperaturas superiores a 120°C. Assim que penetra no sistema digestivo, libera dois aminoácidos (ácido aspártico e fenilalanina), que não são metabolizados por portadores de uma deficiência genética chamada fenilcetonúria.

Segundo o livro Alimentos Orgânicos de Elaine de Azevedo:

“É importante mencionar o perigo dos adoçantes artificiais ou edulcorantes – a sacarina, o ciclamato e o aspartame – cujo uso é incentivado indiscriminadamente na mídia pela indústria farmacêutica. (…) as propagandas ignoram a ação tóxica dos adoçantes artificiais e as repercussões do seu uso na saúde humana. O aspartame é uma neurotoxina, ou seja, uma droga que destrói o sistema nervoso e o cérebro. Sua molécula tem três componentes: o ácido aspártico, a fenilalanina e o metanol. O ácido aspártico causa lesões cerebrais em experiência com animais. A fenilalanina existente no aspartame é neurotóxica, quando isolada dos outros aminoácidos das proteínas. Facilita a ocorrência de ataques epiléticos e bloqueia a produção de serotonina, que é uma das substâncias existentes no cérebro para regular o sono. Níveis baixos de serotonina, além de insônia, provocam depressão, angústia e alterações no humor. O metanol, depois de ingerido, converte-se em formaldeído e ácido fórmico (que compõe o veneno das picadas da formigas). O formaldeído também é uma neurotoxina de ação cancerígena e faz parte do mesmo grupo das drogas como cianeto e arsênico”.

Estudado há mais de 20 anos pelo Dr. Mark Gold (veja http://www.geocities.com/HotSprings/Falls/8669/page4.html) ele afirma:

O aspartame foi aprovado em 1981 apenas para uso em alimentos secos. Por mais de oito anos a FDA – Food and Drug Administration, órgão do governo norte-americano que regulamenta e aprova o uso e a comercialização de alimentos e medicamentos – recusou-se a aprová-lo por causa das convulsões e tumores cerebrais que esta droga provocou em animais de laboratório. A FDA continuou a recusar a aprovação até que o presidente Reagan (um amigo da Searle, empresa que criou o aspartame) assumiu o governo e demitiu o Comissário da FDA que não queria aprovar o produto. O Dr. Arthur Hull Hayes foi nomeado comissário. Mesmo então a aprovação foi alvo de tanta oposição que se criou uma Comissão de Inquérito. A Comissão concluiu: “Não aprovem o aspartame”. O dr. Hayes PASSOU POR CIMA de sua própria Comissão de Inquérito. Pouco depois de o Comissário Arthur Hull Hayes Jr. aprovar o uso de aspartame em bebidas carbonatadas, largou o cargo em troca de um excelente emprego na empresa de relações públicas da G.D. Searle.

Sabe-se hoje que o uso de aspartame pode estar relacionado com o desenvolvimento da doença de Alzheimer e de tumores cerebrais, cuja incidência tem crescido significativamente, embora não exista prova concreta dessa relação em ambas as doenças (Oncocamp, 2004). O acessulfame-k, neotame (desenvolvido pela Monsanto) e sunette são produtos semelhantes ou sucedâneos do aspartame, compostos basicamente das mesmas substâncias.

O acessulfame-k é um adoçante 200 vezes mais doce do que o açúcar comum. Resistente a altas temperaturas, é usado em bebidas alcoólicas, adoçantes líquidos, bolos, sobremesas congeladas e tortas, entre outros. Seu uso, contudo, chegou a ser suspenso em 1.988 pois testes em laboratórios norte-americanos levaram animais a desenvolverem tumores benignos e problemas de tireóide associados ao adoçante. Entretanto o acesulfame de voltou ao mercado, após testes semelhantes não terem levado ao mesmo efeito. Com sabor residual parecido com a glicose, não é recomendado para pessoas que precisem limitar sua ingestão de potássio.

No Brasil, de oficial, além da limitação para a sacarina e o ciclamato, a citada resolução da Anvisa determinou a adição da taumatina (natural, 2000 vezes mais doce que a sacarose), do eritritol (natural, 2 vezes mais doce que sacarose) e do neotame (é o adoçante mais potente, 8 mil vezes mais doce que a sacarose).

Outros edulcorantes adoçantes:

Sucralose: cerca de 600 vezes mais doce do que o açúcar, é o único adoçante derivado do açúcar comum. É muito utilizado em alimentos e bebidas de baixas calorias, com a vantagem de que suporta altas temperaturas sem perder o sabor. O adoçante também é suspeito de causar câncer.

Stevia: este adoçante natural é extraído de uma planta originária da Serra do Amanbaí, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Cerca de 300 vezes mais doce do que o açúcar comum, é considerado sem toxicidade ao organismo. Pesquisas mostram que é uma boa arma no combate à obesidade e doenças cardíacas, podendo ser usado por diabéticos sem problemas. Sua grande desvantagem é o forte sabor amargo que deixa gosto um residual desagradável após a utilização. Além disso há indicações de que possa ter efeito anticoncepcional uso descoberto pelos indígenas.

Tagatose: produzido a partir do açúcar do leite, tem cerca de 1,5 caloria por grama e também não é digerido pelo organismo. Costuma ser misturado com outros tipos de adoçante, mas, como é uma novidade no mercado, ainda não está presente em muitos produtos alguns que a utilizam são a americana Diet Pepsi. Ainda não há pesquisas que apontem alguma toxicidade específica no uso do adoçante, apenas alguma intolerância gastrointestinal se consumida em grandes quantidades.

Frutose: é um açúcar encontrado principalmente nas frutas, mas também nos cereais, vegetais e mel. Por ser metabolizada no fígado, sem a presença de insulina, é bastante usada na fabricação de alimentos para diabéticos. Também utilizada por atletas, pessoas com problemas gástricos e cardíacos e por quem procura emagrecer. O único alerta é que essa variação de adoçante contém calorias e, dependendo da quantidade, pode engordar.

Xilitol, Sorbitol e Manitol adoçantes criados a partir da redução da glicose (sorbitol) e da frutose (manitol) e também pela hidrogenação da xilose (xilitol). São calóricos: cada grama contém 4 kcal. Mas, por não causarem cáries, têm sido amplamente empregados pela indústria na produção de goma de mascar e balas

 

Bibliografia recomendada:

  • Camfield, PR, et al., 1992. “Aspartame exacerbates EEG spike- wave discharge in children with generalized absence epilepsy: a double-blind controlled study.” Neurology, Volume 42, páginas 1000-1003.
  • Elsas, Louis J., James F. Trotter, 1988. “Changes in Physiological Concentrations of Blood Phenylalanine Produces Changes in Sensitive Parameters of Human Brain Function”, apresentado em “Dietary Phenylalanine and Brain Function”. Proceedings of the First International Meeting on Dietary Phenylalanine and Brain Function, Washington, D.C., 8 a 10 de maio de 1987. Center for Brain Sciences and Metabolism Charitable Trust, P.O. Box 64, Kendall Square, Cambridge, MA 02142. Republicado em “Dietary Phenylalanine and Brain Function”, c1988, Birkhauser, Boston, MA USA, páginas 187-195.
  • Koehler, SM, A. Glaros, 1988. “The Effect of Aspartame on Migraine Headache,” Headache, Volume 28, páginas 10-14.
  • Kulczycki Jr., Anthony, 1995, “Aspartame-induced hives”, Journal of Allergy & Clinical Immunology, fevereiro de 1995, páginas 639-640.
  • Spiers, P.A., Donald Schomer, LuAnn Sabounjian, Harris Lieberman, Richard Wurtman, John Duguid, Riley McCarten, Michele Lyden, 1988. “Aspartame and Human Behavior: Cognitive and Behavioral Observations”, apresentado em “Dietary Phenylalanine and Brain Function.” Proceedings of the First International Meeting on Dietary Phenylalanine and Brain Function, Washington, D.C., 8 a 10 de maio de 1987. Center for Brain Sciences and Metabolism Charitable Trust, P.O. Box 64, Kendall Square, Cambridge, MA 02142. Republicado em “Dietary Phenylalanine and Brain Function”, c1988, Birkhauser, Boston, MA USA, páginas 169-178.
  • Van Den Eeden, SK, et al., 1994. “Aspartame Ingestion and Headaches”, Neurology, Volume 44, páginas 1787-1793.
  • Walton, Ralph G., et al., 1993. “Adverse Reactions to Aspartame: Double-Blind Challenge in Patients From a Vulnerable Population”, Biological Psychiatry, Volume 34, páginas 13-17.

Pesquisa:

  1. http://msn.minhavida.com.br/materias/alimentacao/Alguns+adocantesnbspengordam+e+sao+suspeitos+de+causar+cancer.mv
  2. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u383664.shtml
  3. http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2008/03/19/anvisa_decide_limitar_uso_dos_adocantes_sacarina_ciclamato_em_produtos_light-426315421.asp
  4. http://espartilho.wordpress.com/2008/02/14/adocante-vilao-ou-amigo/
  5. http://emnomedasaude.blogspot.com/2008/03/perigo-em-exagerar-nos-adoantes.html
  6. http://www.geocities.com/HotSprings/Falls/8669/page5.html
  7. http://www.geocities.com/HotSprings/Falls/8669/page4.html
  8. http://www.geocities.com/HotSprings/Falls/8669/page2.html

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