O Zen-budismo

“Quando aprendermos a entrar em contato com a paz, estaremos curados. Não é uma questão de fé, é uma questão prática”.

Thich Nhat Hanh – mestre Zen

Foi uma filosofia que surgiu no Japão por volta de 1.200 a.C., derivada de uma forma especial de disciplina chinesa denominada Ch’an (absorção ou meditação) e que incorporou outras filosofias que também entraram no Japão. Combinando o amor taoísta à natureza, o misticismo indiano e o pragmatismo confucionista, o Zen é puramente budista em sua essência, uma vez que visa ao Satori (iluminação) através de técnicas de meditação (Dhyana). O Zen é um dos mais importantes herdeiros, no Japão, da tradição budista Mahayana. Fundada como prática budista por Boddhidarma (século VI a.C.), visa à busca do “vácuo, a paz, o abissal”. A experiência Zen é transmitida de mestre a discípulo de acordo com duas escolas: sentar em meditação (zazen), resolução de koans (enigmas indecifráveis) e entrevistas periódicas com o mestre (sanzen), na escola Rinzai, e sentar ou trabalhar em meditação na escola Soto.

Da compreensão de que a prática consciente de uma rotina manual tem tanto valor quanto a meditação e a prática religiosa, o Zen influenciou quase todos os aspectos do modo japonês de viver: as artes gráficas (pinturas, caligrafias, desenhos), artesanatos e esculturas, a arte de servir chá (cha-no-yu) ou da arte de conservar as plantas vivas em recipientes com água (ikebana), e as várias artes marciais (bushido). Tudo se tornou um caminho (do) para se conseguir a iluminação, mesmo as ocupações cotidianas. Embora todas as práticas exijam uma perfeição técnica, a perfeição só é alcançada quando brotada inconscientemente, transcendendo a técnica e a arte, de forma que se torne uma “arte sem arte”. Esse conceito é praticado baseado na teoria taoísta wu wei, o não agir, o esvaziar-se. Nas artes marciais o conceito de “Algo” que age, na hora certa, no lugar do próprio praticante é a fonte da mestria.

 

“Nada faço por mim mesmo…; mas o Pai, que permanece em mim é que realiza as suas próprias obras. …aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores que esta”.

Cristo – Jo 8:28, 14:10-12

 

“Sei que o mérito desse tiro não me pertence: algo atirou e algo acertou. Inclinemo-nos… como se estivéssemos diante do Buda”.

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